Enquanto a Rússia não for desmantelada dos seus propósitos imperialistas de maneira irrevogável, a UE não estará segura. Cada país que aderir à UE virá com a suspeição de ter uma parte dos seus cidadãos, num qualquer futuro muito possível, ao serviço da Rússia e a todo o momento esses cidadãos podem ser eleitos e tornar-se Cavalos de Tróia na UE. Como aliás está a acontecer com Orban, com Fico e agora, talvez com a Roménia. A Polónia, até às eleições esteve em risco de ficar na mão de putinistas. Quantos líderes pro-russos a UE aguenta sem se desmembrar? E que tipo de acordos militares se podem fazer com esses países, sempre em risco de caírem nas mãos da Rússia imperialista através de líderes fracos ou corruptos?
A Europa precisa de se unir em torno dos mesmo valores de independência, não-agressão, auto-determinação e colaboração pacífica e não se pode dar ao luxo de ter entre si vírus infecciosos da Rússia-mãe a miná-la. Ora, enquanto a Rússia mantiver o seu império de influência não deixará que a Europa democrática possa prosperar. Mesmo que Putin morresse. Os russos têm uma visão de si alienada da realidade e outro qualquer acabaria no lugar de Putin com as mesmas ambições de refazer um império de terror estalinista.
De maneira que é necessário que a Rússia seja desmantelada do seu império de maneira irrevogável para que a Europa, mas também o mundo -que a Rússia infecta diariamente com o seu bafo de morte- possam ter paz.
É uma tragédia que a Alemanha seja cega e tenha escolhido um líder que tem ambições pessoais gigantes de poder e dinheiro -voltou a candidatar-se ao posto- mas um cérebro de galinha num corpo sem coluna. É uma pena que Biden também não tenha visto a urgência de derrotar a Rússia e tenha andado, com medo, a empatar de maneira que a Ucrânia não pudesse vencer. É uma pena que o SC da ONU seja outro cérebro de galinha. Três cargos determinantes nas mãos de pessoas que, ou têm medo ou são gananciosas ou são cegas. E agora Trump mais Musk, dois narcisistas ignorantes, gananciosos e sem escrúpulos.
Porém, ainda sobram líderes na Europa e no mundo para lidar com esta crise e a Alemanha pode mudar de rumo se escolher uma pessoa que perceba o que está em jogo e tenha coragem de agir. O tempo dos impérios de genocidas tem de acabar aqui. Já percebemos os erros que Merkele cometeu com a Rússia e no interior da UE onde a Alemanha hostilizava toda a gente. Isso já mudou. Quem não se lembra do tempo de Schäubl e Merkele onde havia um clima constante de guerrilha entre os países instigado por esses dois que tinham a estratégia de dividir para reinar? Quando percebemos os erros é mais fácil evitá-los.
Estamos numa encruzilhada que pode ser uma enorme oportunidade de mudar a relação dos países da Europa entre si e, com a Rússia, mas isso não vem sem decisões, sem vontade e sem sacrifícios. O cenário alternativo é catastrófico e já não há muito tempo para agir. Não pode haver mais indecisões senão espera-nos o prolongamento indefinido destas guerras com a Rússia e com os líderes da UE que caem nas mãos dela. É uma não-vida num não-futuro.
Já agora, alguma coisa devia ser feita para impedir o estrago corrosivo que esses líderes putineiros trazem ao espaço da União. Querem defender a Rússia contra a Europa sai do espaço schengen. Se não cuidamos da saúde deste espaço tão importante e emblemático dos valores da UE, qualquer dia ele acaba e quem ganha com isso é a Rússia e os terroristas islâmicos que exportam o terrorismo para cá, para implodir a Europa e acabar com a sua influência de valores democráticos e humanistas e poderem impor as suas autocracias, feudalismos, colonialismos e apartheids e escravaturas de género.