— Arthur Schopenhauer, no livro "Aforismos Para Sabedoria de Vida". (Ed. Martins Fontes; 3.ª edição [2009]).
Estou aqui numa discussão com um ex-aluno que é advogado e foi aluno daquele senhor que nos chama nazis, porcas, sociopatas, malvadas, etc. acerca do limite que sepera o machismo enquanto crença legítima (embora injustificada, digo eu) da ofensa pura e simples por parte de um professor de uma escola pública e quais são os limites que não podemos ultrapassar. Estamos a discordar fortemente :)
Esta discussão não tem fim... mas está com piada :)) eu argumento com princípios pedagógicos e ele com a experiência de casos em tribunal e dos antecedentes que levam as pessoas a fazer certas coisas. Será que estou a reduzir a minha verdade a uma proposição? Ou está ele a reduzir a verdade dele à experiência profissional, subjectiva?
Agora já vamos no sentido da vida...
"O dogmatismo da maneira de pensar, tanto no saber da filosofia como no seu estudo, mais não é que a opinião segundo a qual a verdade consiste ou numa proposição que é um resultado fixo ou numa proposição que é imediatamente conhecida. Relativamente a questões como, 'Quando nasceu César?', é suposto dar-se uma resposta certa, tal como é determinadamente verdade que o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos. No entanto, a natureza de uma tal verdade, é diferente da natureza de verdades filosóficas. " (Hegel, prefácio da FE)
Portanto, nenhuma verdade se pode reduzir a uma proposição, seja fixada, seja revelava ou intuída. Isso não existe, seria um ponto vazio, uma substância insubstancial.
(A FE de Hegel é uma introdução onde são apresentados dos pressupostos relativamente aos problemas da metafísica de modo a poder-se construir um sistema.)
"Não tenho medo mas o meu coração acaba de dizer-me para não o fazer" 😁
Saltar de uma prancha de 10m. Como se vê por aqui o medo não depende da idade, do sexo ou da constituição física da pessoa. Há quem salte apenas pela força da vontade, outros pelo desafio. Alguns não são capazes de vencer o medo.
loja H&M, esta semana
When an astronaut forgets he's not in space. pic.twitter.com/Wn9UDA2pkt
— Wonder of Science (@wonderofscience) September 25, 2020
.. até perder sentido. O termo 'resiliência' que agora usam a torto e a direito é um termo da psicologia que se usa, sobretudo, na psicologia infantil. Refere-se ao fenómeno da criança ser capaz de uma adaptação positiva, apesar de passar por experiências negativas ou até, traumáticas. Dizemos que uma criança teve resiliência, ou melhor, que a sua adaptação foi resiliente, quando sai de uma vivência negativa e consegue recuperar e viver uma vida sã. A resiliência não é uma característica do indivíduo como o talento para a música, por exemplo. Uma criança pode ter essa resiliência num contexto e noutro não ou numa fase da sua vida e noutra não, por diversas razões.
Um dos casos que mais se fala neste contexto é o dos orfãos da Roménia e antes, as crianças órfãs da 2ª guerra que Spitz estudou.
Esta questão é interessante: porque é que certas crianças passam por experiências traumáticas de abandono e ausência de afectividade, por exemplo ou de guerra- e reconstroem as suas vidas equilibradamente e outras, nas mesmas condições se tornam adultos desequilibrados?
Os alunos fazem muito essa pergunta quando falamos de certos temas: 'ó professora, uma pessoa pode crescer numa família com muita violência e falta de amor e mesmo assim vir a ser um adulto normal ou acaba por ser violento e frio como a família?' - revela, não apenas que têm uma vida familiar complicada, mas ainda que têm receio de se tornarem pessoas parecidas com as famílias.
Outra questão interessante é: pode treinar-se a resiliência nas crianças? Pode, sim, até certo ponto.
Uma pessoa pode dizer que, apesar deste ano de pandemia criar dificuldades acrescidas e diferentes às crianças, que elas têm processos de resiliência com que se defendem e não vão ficar todas doentes mentais como por aí se diz.
Agora, este termo usado noutros contextos não faz muito sentido. Mas pronto, vai ser como o termo, 'paradigma' que a certa altura se usava para tudo e um par de botas até perder o sentido.
Não ouvia isto há mais de 40 anos... lembro-me de ouvir isto até gastar o disco, mais ou menos na mesma altura em que ouvia, também obsessivamente o 25 Or 6 to 4 dos Chicago.
É um verbo que acabei de inventar. Rasputin, como se sabe, era muito religioso, mas tinha uma maneira muito sui generis de entender a vivência religiosa: pensava que para ganhar o céu era necessário o arrependimento. Ora, uma pessoa para se arrepender necessitava pecar e, quanto maior fosse o pecado, maior o arrependimento, obviamente... é por isso que buscava situações onde podia exercer livre e aficcionadamente alguns pecados, como a gula e da luxúria, por exemplo.
Hoje, seguindo a aposta de Pascal aliada ao exemplo de Rasputin, vou trabalhar para o arrependimento através da gula. Descobri o resto do bolo de chocolate no congelador, ao lado do gelado :))
As pessoas, na sua vaidade de poder, precisam que os outros as reconheçam como mestres, senhores, reconhecendo-se a si mesmos como escravos (porque aqueles recusam-se a reconhecer nos outros [que os querem] escravos). Se estes lhes negam esse reconhecimento, pois é evidente que esta relação, para ser, tem de ser mútua, não podem reconhecer-se como senhores [do poder]. Às vezes, isso resulta em obsessões doentias contra outras pessoas.
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Uma parte importante do acervo editorial da Fundação Gulbenkian, composto por obras fundamentais para a cultura portuguesa, para o ensino universitário e para o conhecimento em geral, começou a ser disponibilizada online.