June 14, 2024
Word rates have not increased in decades, while the cost of living goes up every year... ~ Christine Smallwood
December 23, 2023
100 anos de diferença
Dantes as crianças tinham de ser mini-adultos, agora os pais são crianças grandes...
Boston, 1930 - (do FB)
April 05, 2023
Vamos lá ser politicamente incorrecta
Abdul Bashir, o refugiado afegão que matou esta terça-feira duas mulheres no Centro Ismaili, vive em Portugal desde 2021. É viúvo e tem três filhos menores. Não estava sinalizado pelas autoridades.
Há dois anos, num vídeo publicado na conta do Youtube da organização SOS Refugiados Europa, Abdul Bashir confessou enfrentar "condições de vida difíceis", que o próprio deu a conhecer às Nações Unidas.
Apresentou-se como sendo um "refugiado na Grécia", onde vivia com os três filhos menores, depois de ter perdido a mulher num incêndio que decorreu no campo de refugiados.
Chegou a Portugal em 2021. Estava matriculado nas aulas de português do Centro Ismaili e recebia da comunidade ajuda alimentar para os três filhos menores.
Abdul Bashir aparentava ter uma vida tranquila e não estava sinalizado pelas autoridades. A Polícia Judiciária afasta qualquer ligação do crime a um ato de terrorismo. As autoridades confirma que o afegão tinha viagem marcada para Alemanha, juntamente com os filhos.
As culturas fortemente marcadas pelas religiões desde sempre legitimaram a prática da opressão e violência contra as mulheres e, nos dias de hoje, à frente de todas está a religião islâmica. Não é um segredo bem guardado que os países mais severos no seguimento das leis do profeta, têm comportamentos obscenos e bárbaros relativamente a todos os que lhes são inferiores em poder, em particular as mulheres. A liderar este pelotão infame, está o Afeganistão, onde as mulheres são tratadas como escravas, impedidas, sob pena de morte, de desobedecer a um homem que lhes dê uma ordem. Até mesmo outras culturas muito mais modernizadas, como o Irão, mandam envenenar, torturar e matar raparigas adolescentes por mostrarem os cabelos.
Por conseguinte, parece-me óbvio que seria da mais elementar prudência obrigar os imigrantes desses países a passar por um processo de des-radicalização, como fizeram às raparigas que foram para a Síria ter com os degoladores islâmicos. Por muito que esses refugiados do Afeganistão e de outros países de cultura similar sejam contra o que se passa nos seus países, foram educados nessa cultura e estão habituados à normalidade da violência, em especial contra as mulheres. É uma coisa banal que vêm todos os dias na rua, como legítima.
February 08, 2023
A importância das sociedades praticarem o cepticismo relativamente aos que estão em posições de poder
In the last interview of his life (1996), astronomer Carl Sagan gave an uncannily prescient warning of the dangers that arise when you cannot ask skeptical scientific questions of those in authority. Watch and ask yourself: was he right? pic.twitter.com/I5DKu7su2K
— Benjamin Carlson (@bfcarlson) February 7, 2023
September 22, 2022
Como destruir uma sociedade
Certifique-se de que o trabalho é o mais mal remunerado e indigno possível, que todo o valor produzido seja desviado pelas finanças no topo da pirâmide, diminua ao máximo a hipótese de um futuro melhor, mais estável, mais saudável; massifique e proletarize ao máximo a educação de maneira a que ter ou não um diploma não altere em nada as suas possibilidades de futuro; afaste as pessoas dos centros urbanos onde a vida tem mais opções e oportunidades; se possível, tire às pessoas o máximo de energia possível através de longas horas diárias de trânsito para chegar ao trabalho; aumente as horas de trabalho e evite ao máximo que tenham tempo para a família ou para lazer criativo; faça passar a ideia de que os pobres são os culpados da sua própria pobreza; tente ao máximo que a valorização do trabalho em qualquer área dependa de redes de tráfico de influência; crie uma classe de privilegiados sem mérito e ponha-os a mandar nos outros.
February 07, 2022
O grande paradoxo das sociedades
Penso que foi Proust quem disse que não podendo mudar as pessoas entretemo-nos a mudar as instituições. Ele refere-se à natureza das pessoas, nomeadamente no que respeita à sua relação com o poder, mas a verdade é que também é difícil mudar as instituições. É que para mudar as instituições é necessário que as pessoas mudem, pois as mesmas pessoas, com a mesma natureza de apetência de poder, não produzem instituições diferentes. Pelo contrário, trabalham para a manutenção do seu poder. Veja-se como o PS já rasgou a proposta de tornar a nossa democracia mais representativa através da mudança da lei eleitoral. Só porque pode. E esse é o paradoxo. O poder gera mais vontade de poder e não vontade de mudar as instituições no sentido de maior justiça.
Por conseguinte, o que vemos quando olhamos para trás é que as grandes mudanças das instituições que mudam as sociedades são, por norma, precedidas de grandes acontecimentos catastróficos -geralmente guerras- onde quem mais sofre são os inocentes sem poder. É após esses acontecimentos que as pessoas mudam: ganham consciência das consequências das injustiças, da ganância de poder, da pobreza, da acumulação obscena de riqueza de uns à custa de outros, etc. e, durante um tempo agregam esforços e mudam, de facto, as instituições (quando isso acontece, porque também existem os casos de grandes guerras e revoluções produzirem mudanças institucionais piores, mais injustas). Depois, com o tempo, esquecem e deixam as instituições entrar de novo, em decadência. Quase todos querem a paz mas poucos evitam as guerras. E parece que não saímos deste ciclo. A UE é uma grande aventura de tentativa de quebrar o ciclo, mas as forças de entropia são muito grandes: nacionalismos, populismos, intenções hegemónicas.
Quando olhamos estas imagens do encontro, hoje, entre Putin e Macron, é como se estivéssemos a ver um documentário do Discovery Channel: Putin recebe-o numa enorme sala branca cheia de símbolos históricos russos, com as mãos nos bolsos, ar blasé e fá-lo sentar-se numa ponta de uma mesa enorme para criar teatralidade de distância e poder. Poder é o que ele já não tem. Vendo bem, ontem dizia que a Ucrânia devia declarar-se neutra como a Suíça, mas a verdade é que em 2014, quando Putin a invadiu, a Ucrânia era neutra há muitos anos. Completamente desinteressada da NATO. Putin é que tinha acabado de ser vexado pelo Ocidente e precisava de mostrar aos russos, para conservar o poder internamente, que ainda era o Grande Urso. E agora a razão é a mesma: dentro da Rússia cada vez o querem menos e ele precisa de mostrar que ainda é o Grande Urso para se manter no poder. Mas quem olha este teatro dele vê-o como ele agora é: patético.
Como se mudam as instituições na Rússia? Houve uma altura, depois da queda aparatosa da URSS, que as pessoas se uniram para mudar as instituições, mas não houve tempo, porque um indivíduo como este chegou ao poder e trabalhou para a acumulação. Agora é difícil. Será precisa uma catástrofe ou uma pessoa extraordinária como Gorbatchov. Às vezes aparecem, mas é muito raro.
September 22, 2021
Porque é que o James Bond havia de ser uma mulher?
Se a personagem foi escrita como um homem, porque haveria de transformar-se em mulher? Vamos agora 'matar' as personagens masculinas e ressuscitá-las como mulheres e a seguir matamos as femininas e ressuscitamo-las como homens ou transgéneros? Esta mania de esconder e silenciar vozes em vez diversificar e enriquecer, acrescentando outras vozes não é um melhoramento social ou cultural.
Daniel Craig diz que James não deve ser uma mulher
"Bond" é masculino. Ele é uma personagem masculina. Ele foi escrito como um homem e penso que provavelmente ficará um homem", explicou Broccoli. "E isso é óptimo. Não temos de transformar personagens masculinos em mulheres". Vamos apenas criar mais personagens femininas e fazer com que a história se ajuste a essas personagens femininas".
January 09, 2021
Preocupações
I am alarmed by the role facial recognition played in identifying this man [o que se sentou na cadeira, no Capitólio]. It wasn’t the FBI, it was private researchers using it. (Joan Donovan)
The Wall Street Journal
@WSJ
In the shadow of giants like SpaceX, more than a dozen startups are building their own globe-spanning networks of nanosatellites, enabling a new kind of everywhere, all-the-time connectivity for people, animals and assets on Earth.
"J'ai choisi la société où il y a un dialogue. Le dialogue accepte les passions déchaînées et l'irrationalité. L'autre régime, c'est la prétention d'une minorité d'oligarques de détenir la vérité définitive pour eux-mêmes et pour l'avenir" expliquait Raymond Aron. pic.twitter.com/BjHzv9Vp4C
— Jean Louis (@JL7508) January 9, 2021
August 31, 2020
Acerca do 'enselvajamento' da sociedade
Em França, por estes dias, fala-se muito do enselvajamento da sociedade referindo-se ao aumento e endurecimento da violência nas cidades, particularmente em Paris, nas avenidas e quartiers de luxo como os Champs-Élysées. São sobretudo adolescentes que a polícia classifica de não-criminosos mas delinquentes, a maioria de baixa escolaridade e de meios socio-económicos desfavorecidos. Já no ano passado infiltravam-se nas manifestações dos Gilets Jaunes e aproveitavam para pilhar mas este ano, devido ao confinamento, pioraram: estão fora das escolas sem controlo, estão sem os empregos de Verão que costumam ter e lhes dão algum dinheiro, estão fora das colónias de férias que as municipalidades lhes costumam facultar, estão sem droga (pequenos traficantes) dada a escassez causada pelo confinamento e estão sem serviços sociais, dado o confinamento e a manutenção dos serviços em mínimos e sem contacto presencial.
Dito por outra palavras: a educação e as escolas servem, não para dar asas a estas populações, ferramentas que lhes permitam aceder a níveis de vida dignos e satisfatórios que diminuam o fosso das desigualdades, mas apenas para os manter ocupados fora das ruas e, à mínima perturbação desse equilíbrio tão precário, os adolescentes transformam-se em hordas de pilhantes - em França, fazem pequenos roubos: umas camisas para vestir, meia-dúzia de medicamentos, comida, algumas caixas de lojas. Sobretudo, vandalizam as grandes lojas de luxo das grandes avenidas.
É no que tem dado o desinvestimento na educação. Isto não é só em França. Em Inglaterra, estima-se que o nível de vida da população adolescente em idade escolar tenha caído mais de 40% e, como se lê aqui, headteachers talk of sidelining projects and making do with a fraction of what is required, os directores das escolas não têm dinheiro para fazer cumprir as regras de segurança sanitária.
Aqui em Portugal é a mesma coisa. O desinvestimento na educação tem sido de tal ordem (com a conivência activa de todos os partidos) que se vive sempre com a corda esticada no máximo e agora não há margem de manobra para regras de segurança mínima e mandam todos para a escola ao deus-dará, sem respeito pela saúde das pessoas. Nas escolas privadas todas as medidas de segurança são cumpridas. Mas a escola pública como sabemos, é o refugo da sociedade.
Hoje fui apresentar-me ao serviço e fiquei a saber que os alunos não vão ficar fechados nas salas de aula nos intervalos, o que já se previa pois é completamente impraticável. Dividiram-se ao meio e metade só lá está de manhã e a outra metade à tarde, mas como estamos a falar de 1500 alunos, são 750 em cada turno... misturados todos uns com os outros nos intervalos, no bar, nas casas de banho e nas salas de aula porque não há outra maneira, dadas as políticas que têm (des)orientado a escola pública.
Como a escola cada vez mais é um faz-de-conta para as estatísticas, cada vez menos cumpre o seu papel de elevador social o que induz revolta contra esta ordem injusta que aumenta o número de pobres ao mesmo tempo que aumenta a riqueza dos já ricos; dado este facto, talvez a revolução não venha num certo dia com grande estrondo, como se fazia noutros tempos, mas se dê ao longo de anos de pilhagens, de manifestações com violência, de um lento mas cada vez mais endurecido esboroamento dos pilares em que assentam as sociedades democráticas: o respeito pela ordem/lei, a justiça, a educação e a saúde.
July 12, 2020
O que a sociedade espera dos professores? Tudo. O que está disposta a contribuir? Nada
Sociedade: em Portugal mais de 2 milhões de miúdos vivem no limiar da fome.
Escolas: podemos ajudar... os miúdos podem tomar o pequeno-almoço e o almoço na escola.
Sociedade: os miúdos não têm acesso a médico de família ou dentista nem dinheiro para medicina privada.
Escolas: podemos ajudar... trazemos médicos ou enfermeiros à escola para exames aos olhos, aos dentes. Muitos professores usam contactos pessoais para marcar consultas médicas gratuitas a alunos, conseguir acompanhamento psicológico, etc. Muitos professores fazem colectas entre si e gastam dinheiro do seu salário para comprar óculos para alunos, por exemplo ou cadeiras de rodas.
Sociedade: muitos alunos são vítimas de maus tratos, abusos e negligência, em casa.
Escolas: podemos ajudar... fazemos das escolas sítios seguros e dos professores pessoas-refúgio. Teremos psicólogos mas não em número suficiente... professores sem treino em questões de trauma acompanham esses alunos e orientam-nos semanalmente. Os professores passarão mais tempo com esses miúdos que com os seus próprios filhos. Ficam afectados por não poderem fazer mais pelos miúdos ao seu cuidado.
Sociedade: muitos miúdos têm pais que trabalham longe e saem depois da hora de fecho das escolas.
inspirado em Alison Holman
March 13, 2020
Esta crise epidémica é um grande teste à democracia
Vamos ver se passamos no exame de cidadania, como disse uma colega e vamos ver se quem mais morre, quem mais fica depauperado são os já mais sacrificados.
Sabermos que, se as coisas chegarem ao nível da Itália, também aqui não haverá equipamentos médicos para tratar toda a gente por se terem feitos cortes obscenos nos serviços públicos para engordar a banca e para que os governos possam ter 70 ministros e secretários de Estado e filhos e primos à toa e possam decorar as casas, carros e gabinetes como se fossem a corte do Louis XV, é revoltante.
No entanto, pior é esta crise ser pretexto para que este governo de pseudo-esquerda aproveitar para cortar ainda mais, facilitar os despedimentos e piorar as condições de vida de quem menos tem. Vamos ver se no fim disto a sociedade, em vez de estar mais solidária, está mais desigual.
Ainda hoje li que mais um boy do PS sem currículo e que nada percebe de fronteiras acaba de ser nomeado grande especialista do SEF. Estamos a ver uma tempestade a aproximar-se e os governantes, em vez de contratarem pessoas competentes e idóneas para lidar com a crise e o pós-crise, aproveitam a distracção para nomear o filho deste e o boy daquele.
Vamos ver como saímos disto. Vamos ver se os governantes e satélites se aproveitam da doença para tornar a sociedade ainda mais desigual do que está.