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June 22, 2020

Diário de bordo



Acabei a avaliação dos trabalhos dos 10s anos. Foram poucos os que fizeram o trabalho facultativo dos dois dilemas, na totalidade das turmas. Uma quinzena. Um dos dilemas -o dilema imaginário da prof. de Filosofia- era difícil e como os alunos sabem que não descem as notas do 2º período, se calhar pensaram que não valia o esforço, por um valor. Dessas quinze, tive três respostas bastante boas. Não é mau.
Faltam os trabalhos do 12º que chegaram ao mail este fim-de-semana.
Estou a trabalhar às escuras e com uma barulheira desgraçada. Andam a lavar para depois pintar a fachada do prédio. Está um tipo na minha varanda com uma pistola de alta pressão daquelas de jacto de água a lavar as paredes. Parece o motor de um avião.

O que vale é que a o som da do player está mais alto que a pistola de água e a música é boa 🎸


June 15, 2020

Diário de bordo



É um facto que estou farta de estar fechada em casa. Estou aqui desde 13 de Março e fora uma vez que saí, na semana passada, para ir arejar, mais outra vez que fui ao cabeleireiro, só saí para ir a médicos e exames médicos (torturas...), fisioterapeuta, farmácia e nada mais. Dou comigo a falar alto, sozinha. E a remoer...

Faço um grande esforço para me manter bem disposta porque esta besta que mora aqui no peito, mesmo em cima do meu coração, está sempre à espreita a ver se me vê fraquejar. Tornei-me mestre na arte de transformar as não-boas notícias que me dão enviesadamente, naquele hábito que os médicos têm, e que a mim não me ajuda, de fazer gestão da informação, em boas notícias. Aprendi a focar-me nos aspectos positivos. Mas isto não é imediato e custa, é um esforço muito grande da vontade, este de calar o cão do estômago - ainda não fui à net ler o relatório da última tortura porque de cada vez que me motivo para isso, o cão rosna furiosamente. Amanhã...

E não sou uma pessoa pessimista ou que só me foque nas coisas que me deitam abaixo, antes pelo contrário, tenho uma longa lista de músicas de pôr bem disposta e de técnicas mentais de compartimentar o que me faz mal ou põe triste mas, não é fácil manter a boa disposição. 
Agora por exemplo, estamos no fim do ano e gostava de ir à escola, para as reuniões de notas. Ver os colegas, retomar aquelas rotinas, mas como, se nesta altura é uma confusão de pessoas, na salas de profs e na de DTs e de alunos e colegas na secretaria? 

E para o ano que vem, como vai ser, com a escola cheia de gente? As turmas vão diminuir de alunos, como tem de ser? Os horários vão ser um bocado desencontrados? Ver o ME não estar a trabalhar para resolver as coisas e optar pelo menor esforço, faz-me pensar que vai lavar as mãos, atirar tudo para cima das escolas para que se desenrasquem. 

Tudo isto deprime um bocado. Ontem limpei a playlist de músicas nostálgicas e tristes. Não me posso dar ao luxo de alimentar o gato de Schrödinger.

Agora, de cada vez que conheço alguém novo, o que acontece por causa da doença, é de máscara, o que significa que só vemos, uns dos outros, os olhos e a testa. Acontece as pessoas ficarem com curiosidade e ao fim de duas ou três vezes começam a inventar pretextos para tirar as máscaras e para que a gente as tire também. Isto, por exemplo, que é um bocadinho deprimente, quer dizer, conhecemos as pessoas mas se as virmos na rua não as reconhecemos, decidi transformar em algo engraçado que acho piada, para não ser mais uma realidade cinzenta da pandemia e de este ano (lectivo, só funciono por anos lectivos) que em geral, foi de arrasar.

May 11, 2020

Diário da quarentena 57º dia - diário de bordo



Estou quase de saída para o hospital. As minhas expectativas são altas e tudo que for abaixo do acontecimento milagroso vai deixar-me desiludida. Aliás, assim que lá chegar digo logo isso ao médico. Espero que ele não seja do género de se assustar com gente anormal porque hoje vai levar comigo em cima.



May 09, 2020

Diário de bordo



Cortámos o cabelo! 😛

A 1ª vez que saí de casa sem ser para hospitais.


April 13, 2020

Diário da quarentena 29º dia - diário de bordo



Faz hoje um mês que estou fechada em casa e provavelmente só para a semana vou pôr um pé na rua,  mas é para ir enfiar-me em hospitais, o que não é tranquilizante, porque tem mesmo de ser. Depois volto logo para casa. Leio nos jornais que a presidente da comissão europeia prevê que se mande as pessoas de grupos de risco ficar em casa até ao fim do ano. Isso pôs-me logo uma nuvem escura dentro da cabeça. Hoje é o aniversário de uma morte na família e as memórias não são boas. Amanhã começa o 3º período. Tenho que levá-lo sem muito stress. Apetecia-me estar no campo, num sítio onde pudesse andar na natureza. Se calhar não tinha ligação wi-fi, mas tinha uma melhor ligação heart-fi.













a walk in the woods by

April 08, 2020

Diário da quarentena 25º dia - diário de bordo



Hoje faz anos o filho com quem já não estou há praticamente dois meses... enviei um presente para casa dele, mas não sei se chega ou chegou, a tempo. Mas isso é o menos. A ver se hoje combinamos uns minutos virtuais para dizer olá.

Hoje resolvi cortar o cabelo, nas pontas e na franja que já estava uma coisa enorme. Não sei se ainda ficou mais horrível :))

Hoje também é o dia para organizar pensamentos acerca do 3º período à distância. Já pensei em cenários e nas dificuldades de cada cenário e tomei algumas decisões e uma delas é que vou pôr à consideração dos alunos alguns deles para eles escolherem porque se quero a colaboração dos miúdos preciso de ter estratégias que não obriguem as famílias a um esforço demasiado de tempo, de dedicação, de espaço, de paciência, etc.
Também tenho que pôr à consideração dos colegas dos conselhos de turma porque é preciso coordenação ou acerto entre nós para que estas comunicações -não lhes chamo aulas por isto não são aulas- funcionem e não se tornem num caos, para eles e para as famílias.

Alguns alunos estão stressados com isto de estarem encerrados, eu sei, porque quando me enviam emails por qualquer coisa que precisam já me mandam muitos abraços, beijinhos e etc.


AC - antes de cortar o cabelo

DC - depois de cortar o cabelo

April 05, 2020

Diário da quarentena 22º dia - diário de bordo



Não, não vou para o hospital dos malucos, nem vou à pesca, estou só a preparar-me para grelhar uma posta de salmão sem ficar toda empestada daquele cheiro gorduroso até às pontas do cabelo (este termo, empestada, nos tempos que correm, de repente, ganhou sentido).





March 20, 2020

Diário da quarentena 7º dia III - diário de bordo



Hoje dei uma de Presidente... passei a ferro 😄 2 lençóis. Um deles foi fácil. Aquilo é um rectângulo, é só ir passando, mas o outro tem elásticos de modo que não se estica todo, os cantos ficam dobrados. Tive que ir à internet pesquisar, 'como se passa a ferro lençóis com cantos elásticos'. Vi no youtube. Nunca adivinharia que aquilo se faz assim. A internet é uma grande invenção. Obrigada, Tim Berners-Lee!
É claro que a rapariga faz aquilo em 3 minutos, eu levei mais de 15 minutos...


March 19, 2020

Diário da quarentena 6º dia II- diário de bordo e note to self



1. Desde manhã cedo ainda não parei. Receber emails, responder a emails... acabei agora de classificar e fazer os comentários escrito dos trabalhos de argumentação com apresentação oral de uma turma. 29 alunos. É muita nota e muito comentário escrito, dos trabalhos escritos, das prestações individuais, orais. Enfim, está acabado. Já os enviei à turma por email. Houve um 20! Nice 🙂

Não sei se faço uma pausa ou se paro mesmo e só recomeço amanhã. Estou cansada. Hoje só vi notícias na net às 7 e tal da manhã. Ainda não sei as desgraças do dia.

Entretanto, já me mandaram mensagens a dizer que se recomenda que pessoas com doenças como a minha não saiam de casa, por nenhum pretexto. A questão é que para o mês que vem tenho marcada uma TAC. As consultas já as desmarquei porque não são urgentes no sentido de pôr a minha vida em risco embora uma delas me faça diferença na qualidade de vida, porque ia resolver um problema cuja resolução fica adiada. Paciência... agora a TAC, preocupa-me muito porque, por um lado não quero, de maneira nenhuma, enfiar-me em hospitais numa altura destas, mas por outro, tenho aqui um trambolho demasiado grande para ficar à solta, sem vigilância durante meses. Problemas...

Acho que vou parar. Amanhã há mais classificações. Afinal, não vou a lado nenhum.
Sinto muita falta de andar a pé ao ar livre que é uma coisa que faz parte da minha rotina diária, mas é claro que há quem tenha maiores problemas. So... take it easy, B. 🙂

NB - a internet foi uma grande invenção. Sem ela nem sequer estávamos a trabalhar. Não sabíamos grande parte do que sabemos se passa no mundo.

March 04, 2020

Diário de bordo


Já devo ter perdido um quilo desde ontem e mal dormi por causa de ter de conhecer um médico novo. Completamente ridículo, eu sei. Enquanto estou à espera vou acumulando dores de barriga. Trouxe o Heidegger para me concentrar e não pensar nisto mas não funciona. Agora escrevo aqui no blog para ver se me distraio. Que grande parvoíce...




February 28, 2020

Diário de bordo II



Outra coisa que acontece em quase todos os dias com pintas cinzentas é ler um livro de uma ponta à outra. Enquanto vou a caminho, enquanto espero e depois, na volta, se venho directa para casa e não fico abananada como acontece com certas biópsias, endoscopias, etc. leio um livro. É claro que não se trata de um livro muito grande ou de estudo.

O último que li foi este:


Calhou abrir o livro ao calhas e dar de caras com esta frase:

Dado que estive duas vezes no deserto do Saara e em ambas as vezes tive uma experiência indelével, achei que o autor seria uma espécie de alma gémea nesse aspecto particular. O livro é bom mas fala mais sobre o silêncio (essa paz interior) que sobre o deserto; no entanto, esta frase onde pus os olhos quando o abri ao calhas, é a melhor frase do livro. Que bingo :)

Diário de bordo



Isto é agenda do meu telefone. Estão a ver as pintas cinzentas? Excepto a do dia 14 e a do dia 23, que não têm nada que ver com médicos, todas as outras pintas são marcações de consultas e/ou procedimentos/exames médicos. Há dias em que a pinta corresponde a duas marcações porque sempre que posso marco mais que uma coisa para o mesmo dia para não faltar ao trabalho. A de hoje, mais daqui a bocado, estou aqui a pensar se hei-de desmarcá-la. Isso é outra coisa que agora faço quando me chateio e mando isto tudo para as urtigas. Este mês não é dos melhores, nem em quantidade, nem no tipo de coisas que tive que fazer, mas também não é dos piores. Já houve piores.



Do ponto de vista do doente, já tenho um doutoramento nisto de médicos, enfermeiros e hospitais. Já são tantos médicos, tantos exames, tantos hospitais que as pessoas já me ligam a pedir opinião. Outro dia, um médico de quem sou amiga há muitos anos, desde o ano em que deixei de fumar, já lá vão 16 anos, com quem falo muito, também me pediu opinião sobre médicos de uma especialidade que precisava.

De modo que qualquer dia começo aqui uma rubrica sobre médicos, enfermeiros e hospitais.
Por exemplo:
- categorias de médicos e como tratar com eles: o inseguro, o que acabou o internato antes de ontem mas é muito esforçado e quer acertar, o distraído, o cuidador, o que tem  brio no trabalho, o emotivo, o sempre extenuado, o que não distingue o rabo da orelha, o que sabe menos que nós da nossa doença mas acha que sabe, o difícil que amua por qualquer coisa que se lhe diga, o sempre bem disposto, o que nos conta a vida toda logo à primeira, o que percebe tudo o que temos à primeira mesmo sem dizermos quase nada, o cuidadoso, o muito preparado, o que está sempre a olhar para o telemóvel, o brutamontes, o que nos quer falar da sua própria doença, o que se acha o supra-sumo da batata-frita com um ego descomunal, o que quer ser nosso camarada e fala como se tivéssemos na caserna, o que chama os doentes aos berros, o que nos fala das doenças dos outros doentes que acabaram de sair, o que nem sequer olha para nós, o que tem nojo de doentes, o que acha que nos conhece muito bem desde o primeiro dia, o preconceituoso contra professores, o que chega sempre atrasado uma hora e meia, o que está mais interessado em falar de política que da nossa maleita, etc.

Depois há os enfermeiros: cuidados a ter com os enfermeiros, sobretudo os que trabalham com doenças graves; o que dizer aos enfermeiros, o que nunca dizer aos enfermeiros. Erros que se cometem com os enfermeiros; como preparar as veias de modo a serem à prova de enfermeiros que não sabem por onde elas correm. Ainda há os exames médicos: o que são, como são, o que nos fazem, como evitar incómodos maiores que o necessário, as precauções a ter em certos procedimentos, etc. TACs, PETs, EBUSes, ECG, EEG, Ressonâncias, Provas de Esforço, Ecografias, Biópsias, Endoscopias, etc.

E, por fim hospitais: atendimento, organização, condições, tempos de espera, eficiência, simpatia, serviços que funcionam bem/mal e porquê, etc.

Março já está assim e faltam marcações que vão ser marcadas em consultas já marcadas. De modo que já me considero uma especialista neste assunto de médicos, exames e hospitais, do ponto de vista do doente.


February 23, 2020

Diário de bordo - uma ida ao teatro



Hoje fomos ao teatro, ao Dona Maria ver, Romeu e Julieta, numa adaptação de um indivíduo que não lembro o nome. Aquilo foi mau. Mesmo.

Abre-se a cena e estão cinco indivíduos numa posição de quem está a cair mas ficou petrificado a meio da queda - como as estátuas de rua que parecem levitar, só que estes estavam numa posição oblíqua relativamente ao chão. Estavam de braços abertos. Assim ficaram toda a peça, excepto mesmo nos minutos finais, de modo que os actores limitaram-se a dizer o texto, não houve representação. Bem podíamos ter ouvido na rádio que era igual. Como estavam naquela posição, que torna difícil controlar a voz, gritavam o texto, acompanhados de uma música agressiva. Mau mesmo.

Estando naquela posição, imóveis durante a hora e meia que durou aquilo -o Romeu, a Julieta e mais três indivíduos- e sem se tocarem, dependiam de três actores móveis que faziam de ama da Julieta, frei Lourenço e mais outro qualquer, que andavam entre eles a fazer de intermediários. Um absurdo, pois que tanto se punham a correr à volta do palco como aos tiros. O frei Lourenço mata todos, inclusive a Julieta com tiros de pistola. A certa altura entra um miúdo de 6 ou 7 anos e fica em palco a encaixar cubos e depois vai incomodar a Julieta e abraçar-se a ela. É suposto ser o conde Paris, calculo que para representar os homens que se comportam como crianças e tratam as mulheres como joguetes. Absurdo.

A certa altura a ama da Julieta tira uma mama para fora e vai roçar-se na cara da Julieta. Essa foi a primeira vez que tive que tapar a boca com força para não ter um ataque de riso. Porque houve outras. Por exemplo, nós estávamos na segunda fila mesmo ao meio. Do outro lado da coxia estava um homem, aí dos seus sessenta e tal anos que começou a dormir passados cinco minutos da peça começar e só acordava com os tiros de pistola. Dava um salto na cadeira e eu tinha que tapar a boca porque até estremecia de tanto rir.

Não houve representação, não houve dramaturgia, estragaram o texto da peça com gritos... no fim de tudo, depois de morrerem, o terceiro que corria à volta do placo, começa a despir os homens e a acariciá-los. Não se percebe porquê, talvez seja uma crítica àquela masculinidade toda da peça com aquelas cenas de vinganças de honra que aqui são só gritos desalmados, pois ninguém se move.
Depois de mortos, acordam todos (no além, pressupõe-se) e começam a despir-se. Os homens depois de se despirem deitam-se uns em cima dos outros no chão, numa espécie de sanduíche (mais riso); o Romeu e Julieta também se despem e agarram-se um ao outro e depois também se deitam no chão, ele por baixo e ela em cima...

Estavam lá um grupo de surdos, na primeira fila na minha extrema direita, de modo que tinham duas mulheres, viradas de costas para o palco a fazer linguagem gestual para esse grupo. As mulheres eram muito expressivas e passava-se mais acção entre elas que entre os que estavam no placo, de modo que a certa altura olhava mais para elas que para o palco.

No fim lemos, no programa, um texto enorme duma psidonisse pseudo-intelectual onde o encenador, director, autor da adaptação, etc. explica que a Julieta era uma prisioneira da ama que guardava a virgindade dela e que os corpos estão entre a vida e a morte e outras coisas do género que não convencem, em primeiro lugar porque o Romeu e Julieta não é um manifesto feminista, e não é sequer uma historiazinha de amor com um desfecho moral.

Romeu e Julieta é acerca do amor total e é amoral. Fala daquele amor que é uma força tão poderosa que é violenta, profunda, caótica, avassaladora, que arrasta tudo à volta, inclusive os próprios amantes, fechados num mundo que só para eles tem sentido, (um bocadinho como os vitrais das igrejas que vistos de fora são pedaços de vidros escuros e só quem está dentro percebe toda aquela beleza de irradiação de luz) um mundo que não tem lugar neste mundo de relativismos, de interesses e de conflitos mundanos e com o qual lutam todo o tempo para se encontrarem porque só juntos fazem sentido. Uma força maior que a do próprio ódio que os arrasta para a morte.

Enfim, nesta adaptação, se não soubéssemos o que é a peça nem percebíamos o que se passa ali. O que chateia é que a sala estava cheia de gente nova que não devem ter percebido um boi do que se passava e não me parece que esta seja a melhor maneira de cativar pessoa para o teatro.
Estamos a falar, não de um teatro experimental privado mas da casa de Teatro público, financiado pela Presidência da República, pela DG das Artes e dos Espectáculos, pela RTP, enfim, por todos nós, o que obriga, penso, a ter uma pedagogia de programação para o público em geral e não para três indivíduos experimentarem umas conceptualizações que lhes veio à cabeça na última viagem de ácido que fizeram.

No fim da peça (que foi muito aplaudida... não sei se eram familiares... atrás de nós havia quem risse alto sem o cuidado de disfarçar como eu fiz) fomos convidados a ficar para os actores e o encenador nos explicarem a peça... quer dizer...  vamos ao teatro e no fim precisamos de uma aula para perceber o que se passou? Acho que isto diz tudo. Foi mau. Não aconselho.

Ainda: se a peça, em vez de chamar-se, Romeu e Julieta, se chamasse, 'desconstrução conceptualizada e perspectivada de Romeu e Julieta' fazia sentido e não enganava mas como se chama, Romeu e Julieta, é um engano.

Depois, não gosto das peças que nos dizem o que devemos pensar e como devemos interpretar as próprias peças. Isso é uma coisa para se fazer numa discussão posterior à representação da peça e não algo que se faz em vez da peça.

February 17, 2020

Diário de bordo II



Aqui vamos nós caminho da anestesia. No big deal... amanhã já é dia de voltar ao trabalho. O que é preciso é calma, descontracção e estupidez natural. Três coisas que me faltam 😄


Diário de bordo




February 01, 2020

A sério?



Há bocado, chego a casa, ponho a chave na porta e percebo que está no trinco, não a fechei à chave; entro e vejo estão as persianas todas para cima e uma das janelas ficou aberta... a sério, Beatriz? Ontem saí tão à pressa de casa (e pelos vistos com a cabeça na lua) que deixei tudo ao deus dará. Por falar em deus dará, fui regar os vasos com os pés de roseira e uma delas está a nascer!!! Já se vê um pezinho a despontar! Love it 🙂





























Fui directamente ao mercado comprar uns verdes com cheiros antes de vir para casa porque me apetece coisas verdes.
Comprei quatro corações para beber com um chá porque tomei o pequeno-almoço muito cedo.






Ontem fui ver o Elixir do Amor ao CCB. O espectáculo foi no pequeno auditório que tem uns pequenos degraus e umas pequenas cadeiras onde ficamos com as costas quase todas de fora do encosto.
Enfim, fora isso, metade dos cantores principais são ainda estudantes de canto. Portaram-se bem, embora ainda precisem de muitas aulas. Mais de metade da assistência eram familiares deles. Só pode... mas foi  giro. Depois fui beber um copo a um sítio muito giro mas isso fica para outro tempo.

January 28, 2020

Diário de bordo




Há bocado dei um apoio a duas miúdas que vão fazer teste amanhã e usei o teste que dei hoje noutra turma para elas fazerem exercícios. Descobri que um dos exercícios está mal formulado. Pus uma conectiva no dicionário do exercício... que grande chatice. Vou ter que considerá-lo certo a todos os que fizeram essa versão... entretanto dei esta explicação às miúdas que vão passar a ter este apoio mas ainda não fiz o papel para o director autorizar e depois os pais, que foram quem pediu o apoio mas têm que assinar a autorização. Porcaria de papéis! Tenho lá tempo para isso! Este ano tive que comprar um caderno para ir escrevendo todas as tarefas das DTs porque senão perco-me, de tal maneira as DTs são complicadas, sempre a requerer comunicações aos pais, à direcção, à CPCJ. Depois as faltas... e anulam e desanulam disciplinas... meu Deus! Os tempos que tenho para a DT não me dão para nada. Outro dia só para enviar cartas, gastei meia-hora na secretaria...
Uma coisa é resolver os problemas das turmas outra é ter que fazer 500 papéis para tudo. Ainda nem consegui fazer as actas das reuniões de pais e para a semana já há reuniões intercalares!
Hoje à noite ainda tenho que fazer um teste diferente para uma rapariga que esteve doente. Chiça! A única coisa que me consola é que entre o trabalho, a queda e outras coisas que não interessa dizer, esta semana já perdi 3 quilos... não tenho fome e não consigo comer... hoje, agora mesmo ao fim do dia, que estávamos meia dúzia de pessoas na sala de professores, toda a gente me dizia que estou com um ar muito cansado. Têm sido muitas coisas a puxar para baixo... os alunos, no entanto, puxam-me para cima. Hoje nem me consegui zangar com dois miúdos que quase não fizeram nada no teste -não estudam nada, nada- porque têm imensa piada na maneira como dizem as coisas.
Enfim, vou jantar, agora que a casa já aqueceu um bocado.

January 06, 2020

diário de bordo




12 horas de seguida a trabalhar. Desde as 6 da manhã. Até me esqueci de almoçar e lanchar. É certo que se tivesse feito parte deste trabalho na semana passada escusava de ter trabalhado hoje este disparate de horas, mas aproveitei a semana para dormir e ler e estudar que a minha médica oncologista não me quer, nem com excesso de trabalho nem stressada e eu acabei o período muito stressada.
Enfim, vou ver as notícias, ver se o Trump já matou mais alguém.

December 09, 2019

Diário de bordo




Estou aqui numa maratona de classificar trabalhos e fazer comentários nos trabalhos, da parte escrita e da prestação oral (esta parte dos comentários é que dá imenso trabalho, mas tem que ser...). Este ano deu-me para desafiar os alunos a fazer um manual de Psicologia a partir das aulas e das pesquisas deles (fazemos umas aulas diferentes do habitual) e agora também estou a avaliar esse trabalho que fizeram em grupos. Dois grupos fizeram um trabalho muito bom, não apenas na parte escrita mas na composição gráfica e nos pormenores de enriquecimento do texto. Mas aquilo vai precisar de muita edição que vou ter que ser eu a fazê-la para que aquilo possa depois ser impresso. Isso vai ficar para as férias do Natal.

Entretanto as notas da lógica não são o que costumam ser. É que a lógica costumava ser dada no 11º ano onde os alunos já têm outra maturidade intelectual e agora é dada logo à entrada do 10º ano. Fiz um teste mesmo fácil, fácil, mas mesmo assim numa das turmas as notas são más. Falta de estudo, mesmo. Chegam ao 10º ano habituados a passar cheios de negativas e sem ter que esforçar-se o mínimo dos mínimos e agora vai levar muito tempo a mudá-los, se é que ainda se vai a tempo.

Agora falta-me ainda lançar notas em tabelas.