December 09, 2025

Mau debate

 

Estão a puxar de galões enquanto se atacam em termos pessoais, um ao outro. Deselegante. Desinteressante. Faz-me lembrar aquela rábula, 'o senhor é parvo' -'desculpe, parvo é o senhor'. Onze minutos desta porcaria. 

Um bom discurso de Macron acerca da laicidade da República

 

Acerca da liberdade da consciência necessitar vigilância de todos para evitar ataques destrutivos. A Europa da liberdade de consciência e da laicidade é devedora à revolução francesa.


Pôr as coisas em perspectiva - contra os profetas da desgraça, amplificadores da voz de Putin

 


Diana Soller: “A Rússia sempre lutou com duas ideias: tem tempo e gente suficiente para morrer. Foi assim que ganhou a II Guerra Mundial”

Com a cedência territorial da Ucrânia a tornar-se inevitável... ??

Donald Trump tem, por um lado, uma visão reacionária do mundo, mas também revolucionária.  ??


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A Europa está cheia de anti-europeus, na maioria dos casos putineiros e trumpistas. 


Uma nota: "foi assim que a Rússia ganhou a II Guerra Mundial" - não, não foi assim.

A União Soviética (não a Rússia) nunca teria ganho à Alemanha nazi sem o apoio militar dos EUA. Os EUA forneceram à União Soviética uma ajuda militar e industrial maciça através do programa Lend-Lease, num total de mais de 11 mil milhões de dólares (equivalente a centenas de milhares de milhões actuais - muito mais que os 200 mil milhões de activos russos congelados), incluindo material militar crucial: mais de 400 000 camiões/jipes, mais de 14 000 aviões, 13 000 tanques, grandes quantidades de alimentos/petróleo e enormes quantidades de matérias-primas (alumínio, aço) e equipamento ferroviário. 

Quando Putin diz que a URSS ganhou a guerra sozinha contra a Alemanha nazi, mente. Mentir é o que ele faz mais e melhor. Nunca a URSS teria ganho sem o apoio dos EUA. Ele sabe-o e é por isso que o quer agora. Ou pelo menos quer impedir que esse apoio vá para a Ucrânia contra si. A Rússia só ganhará esta guerra se os EUA a apoiarem. Sem o apoio de Trump, mesmo com os obstáculos que Biden pôs à Ucrânia, a Rússia já teria sido derrotada.

Ao contrário das vozes que vaticinam a perdição da Europa, penso que os factos mostram, justamente, um caminho no sentido oposto. Com perigos e obstáculos, sim, mas que estão ao nosso alcance resolver.

Não vou comparar a Europa com a Rússia, um Estado que passou de uma ditadura totalitária para uma ditadura de mafiosos, liderada por um ex-KGB, um indivíduo que se mantém no poder através da prisão e assassinato de oponentes internos, corrupção de políticos e governantes estrangeiros e crimes de guerra.

Mas podemos comparar a Europa aos EUA desde a 2ª Grande Guerra e, em particular, nestes últimos anos, desde a invasão da Ucrânia pela Rússia. O que vemos?

A Europa, gradualmente, desde o fim do mandato de Merkele, a tornar-se independente da Rússia, a fortalecer as instituições europeias, a lidar com os casos de interferência da Rússia em eleições, com os subornos de políticos por parte de russos e de países islâmicos apoiantes de terrorismo; vemos a Europa a lidar com os casos de corrupção, a fortalecer os procedimentos democráticos, a unir-se entre si e com a Ucrânia. A começar a lidar com a cumplicidade das instituições governamentais quanto aos crimes de imigrantes islamitas, os tais que Merkele forçou a Europa a aceitar em números de milhões. 
Isto não significa que a Europa esteja isenta de problemas: o anti-semitismo está em crescimento, em vários países não há liberdade de expressão no que respeita aos abusos dos homens-biológicos-trans e violações de raparigas europeias por gangs de islamitas - a Inglaterra sendo o pior caso. 
No entanto, tendo em conta a complexidade do sistema da UE, onde as decisões têm de ter o acordo de uma vintena, não de Estados de um mesmo país mas de países diferentes e com um historial complicado, eu diria que estamos bem encaminhados. Temos uma maioria de líderes fortes e capazes, pessoas competentes, não apenas à frente dos cargos da UE mas no governo de muitos países. Se continuarmos a fortalecer-nos e, sobretudo, se formos determinados na ajuda à Ucrânia para que os custos da guerra sejam tão grandes para a Rússia que seja forçada à paz, o futuro é promissor. Precisamos depois de resolver o problema do islamismo e terrorismo islâmicos. Precisamos de uma economia mais dinâmica e competitiva. Na tecnologia, por exemplo. Porém, não estamos a recuar como os EUA. 

Quanto aos EUA, o que vemos é: 

- primeiro mandato de Trump - os EUA começam a praticar a distância e a desvalorização dos parceiros europeus; a sociedade americana polariza-se, a religião envagélica começa a invadir os espaços institucionais públicos;
- presidência de Biden - a Ucrânia é invadida, os EUA não querem que a Rússia vença a guerra mas não a querem derrotada pela Ucrânia. Vão sabotando as iniciativas ucranianas até ao limite;
- segunda presidência de Trump: 
- imposição de tarifas a todos menos à Rússia; 
- encontros com Putin, ameaças a Zelensky; 
- acordos secretos com Putin nas costas da Ucrânia e da Europa;
- contratação de amigos sem currículo nem experiência para os cargos mais altos das áreas mais sensíveis do Estado;
- tentativa de minar eleições na Europa;
- tentativa de desunir a UE;
- venda de informação secreta aos russos;
- discursos de poder total mundial;
 - tentativa de comprar ou invadir países vizinhos;
- perseguição de oponentes - políticos, jornalistas, etc; 
- implementação de políticas racistas e misóginas;
- encobrimento e perdão de insurrectos, ladrões, pedófilos, violadores, assassinos;
- teocratização do Estado e das suas políticas;
- prisão e deportação indiscriminada de imigrantes e à margem da lei;
- hostilização e humilhação pública de mulheres;
- recuo dos direitos das mulheres a meados do século passsado;
- radicalização da sociedade;
- linguagem pública e institucional agressivas e beligerantes:
- graves violações da liberdade de expressão;
- desmantelamento das instituições públicas em todas as áreas;
- degradação notória do Estado de Direito;
- práticas oligárquicas e autoritárias comuns;
- apoio explícitos a países que têm objectivo público de destruição das democracias ocidentais.

Portanto, à medida que a Europa se distancia e torna independente da Rússia, os EUA distanciam-se dos aliados e tornam-se dependentes da Rússia - como em tempos a Alemanha o fez, com o resultado que está à vista; à medida que a Europa se une em torno de objectivos comuns: a defesa da Ucrânia/da Europa, da democracia, da independência; a insistência nos processos de diálogo e respeito pelas instituições, os EUA radicalizam-se, destroem as instituições, atropelam os direitos mais básicos das pessoas, cometem crimes de guerra, hostilizam vizinhos e promovem a o racismo e a misoginia...

Não me parece que a Europa esteja numa grande decadência face aos EUA. Pelo contrário. Não estamos a recuar em termos sociais e políticos como os EUA e se soubermos ultrapassar esta situação -é preciso constância na união, solidariedade, confiança e determinação- saímos disto mais fortes. Já os EUA sairão mais fracos, tendo fragilizado as suas próprias instituições, os seus aliados e a sua influência no mundo. 
O modelos de Trump são Putin e Orban. É só olhar para as sociedades que estes dois criaram.

"Vale a pena lembrar: nós somos mais numerosos do que os oligarcas."

 


Uma das vantagens não reconhecidas desta era terrível é que ela revela a todos as conexões pútridas entre excesso de riqueza e excesso de poder.
As intenções dos oligarcas estão totalmente expostas e mais evidentes do que nunca.
Vale a pena lembrar: nós somos mais numerosos do que os oligarcas.

- Robert Reich, professor e político americano


Se os CEOs ganham obscenidades em salários e prémios, na ordem das centenas de milhar de euros ou até dos milhões, não se deve a valerem esse dinheiro -alguns até o ganham depois de péssimos desempenhos ou na véspera de levarem as empresas à falência- mas apenas de manipularem os conselhos de administração e os políticos, a quem convencem com a cenoura do cargo findo os mandatos. A obscenidade não está apenas no montante desses prémios e salários e nas «conexões pútridas» que eles implicam, mas na desproporção relativamente ao que tem sido a desvalorização do salário dos trabalhadores. Os bens e serviços sobem na ordem dos 100%, 300%, 500% e os salários sobem na ordem dos 0,2%. Os dos gestores e CEOs sobem 30% ao ano - mais alcavalas. 

 

Amanhecer listrado

 




As crianças precisam de aprender a ler bem e eficazmente

 

A ideia de que os professores são uma espécie de babysitters e que os miúdos aprendem só por estar na presença de livros e leituras continua a ser prevalecente.
Toda a aprendizagem académica depende das crianças aprenderem a ler correcta e eficazmente porque é com essa capacidade de ler que depois fazem todas as outras aprendizagens.
Alunos que vão progredindo sem saber ler correctamente e sem vocabulário (sem os conceitos que possibilitam compreender e trabalhar ideias) não estão preparados para, mais tarde, lidar com pensamentos/linguagem complexa, estruturas frásicas que ultrapassem o nível das informações ou ordens básicas, simples e curtas.
Os professores primários são extremamente importantes - da sua habilidade em ensinar a ler depende tanto... no entanto, a profissão de professor não é valorizada.
Aceita-se que qualquer pessoa possa ser professor, mesmo sem treino ou formação para ensinar, como se fossem meros babysitters e a aprendizagem académica fosse um instinto universal. Pressiona-se a progressão de todos os alunos independentemente da sua aprendizagem. Depois culpam-se os professores pelas incapacidades que os alunos revelam mais tarde.
Há pouco tempo foi notícia os estudantes universitários actuais não serem capazes de ler o primeiro parágrafo da obra de Dickens, Bleak House, com a pontuação correcta de maneira a que a frase tenha sentido e seja compreendida, algo que não há muito tempo fazia parte das leituras de crianças de 10 anos.
O deslumbramento pela tecnologia dos ecrãs a par da desvalorização dos professores está a formar uma sociedade de incapazes mentais - e convencidos que sabem muito, o que ainda é pior.


Portugal: não só há cada vez menos pessoas a quererem ser professores como já existem os que o querem ser mas desistem e abandonam a profissão. Também começa a haver bastantes casos de professores que não aceitam horários por terem DTs - há cada vez mais EE a fazer bullying aos DT. O que fazem os governos para atacar este problema? Nada. Em vez de atacar o problema, atacam os professores.

Um terço das vagas dos mestrados em ensino ficaram por preencher em 2023/24

Com mais docentes a abandonar a profissão e poucos jovens a entrar nos mestrados de ensino, o Estado da Educação 2024 alerta para “uma crise de atractividade”.

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20% dos professores admitem abandonar a docência. No grupo abaixo dos 30 são mais de metade
Conselho Nacional da Educação faz um retrato do sistema educativo. Destaca o problema da falta de docentes e alerta que a situação se está a alastrar para o Ensino Superior.

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Os professores universitários têm uma grande responsabilidade na crise da educação e da falta de professores nas escolas. Foram grandes promotores e amplificadores das calúnias e malfeitorias do governo Sócrates-Rodrigues. Desde esse tempo que avisamos que a destruição dos professores das escolas chegaria às universidades. Olha, já lá chegámos. Espero que estejam satisfeitos com o  trabalho que fizeram.

December 08, 2025

Merz: "The destiny of this country is the destiny of Europe. Nobody should doubt our support for Ukraine"

 

Putin tem planos para a Europa

 

Noah Smith




Musk tem planos para a UE

 



Não é uma questão de recursos, mas sim de confiança

 


Maksym Eristavi.

A Europa tem uma população maior e uma economia equivalente à dos Estados Unidos. É mais do que capaz de financiar e resistir à agressão imperial russa, juntamente com a Ucrânia. Não é uma questão de recursos, mas sim de confiança e de perceber que ninguém protegerá a sua casa por si.

 

F#@K Putin, F#@K Trump

 





A Rússia tem de ser responsabilizada pelos seus crimes

 

Isto é o mais básico do básico. É o óbvio ululante.


"O genro de Trump, Jared Kushner, causou uma boa impressão em Putin"?

 


O genro de Trump, Jared Kushner, causou uma boa impressão em Putin"
— Ushakov (o conselheiro mais próximo de Putin)

 Sabemos o que isto quer dizer: está à venda. 

Testemunhos

 

Estes testemunhos referem-se ao SNS inglês mas não devem ser diferentes do que se passa aqui. Aliás, aqui deve ser pior pois constantemente mandam as grávidas embora, ter filhos em ambulâncias ou no meio da rua. Os casos que se ouvem todos os dias são de meter medo e percebo perfeitamente que mulheres sem dinheiro para ir a um médico e hospital privados prefiram não ter filhos do que correr estes enormes riscos de mau acompanhamento, maus tratos durante a gravidez e o parto e sequelas graves para o resto da vida.


December 07, 2025

Questões sem interesse nenhum

 

Marques Mendes pensou que ia amachucar Cotrim logo no início do debate mas saiu-lhe furado. Espero que não estejam 10 minutos nesta questão de lana caprina.

O moderador não põe ordem nesta conversa sem interesse nenhum. E quando intervém é para falar de votos úteis. Que mediocridade.

Já passaram metade dos debates e ainda não abordaram uma questão que para mim é essencial na escolha de um Presidente: que visão têm para o país? Que tipo de país vêem em termos culturais? Que horizontes são os seus para o país? Como vêem o país dentro da UE e no mundo? O que pensam do acordo ortográfico, a nossa língua-mãe, que continua a dividir os portugueses? Como se posicionam quanto aos direitos das mulheres, nomeadamente o direito a decidir do seu corpo sem ter que pedir autorização ao Estado? Como pensam diluir a polarização social e política? Ou vão para lá gerir o dia-a-dia? Não me reconheço num presidente que não tem uma visão cultural do e para o país e que não diz o que pensa dos direitos humanos das mulheres que são metade da população.

Mas o entrevistador quer que falem na questão laboral. Todos os debates é isto.


As contas da guerra



@EuromaidanPress

O Instituto Norueguês de Assuntos Internacionais e a Corisk fizeram as contas que os políticos europeus não fizeram. 
Armar a Ucrânia para vencer: 522-838 mil milhões de euros. 
Deixar a Rússia vencer e rearmar a Europa: 1,2-1,6 biliões de euros — o dobro do custo. 
Além disso, 6-11 milhões de refugiados adicionais. 
Os 200 mil milhões de euros por ano de que a Ucrânia precisa? Menos de 1% do PIB da Europa. 
Activos russos congelados na Europa? 300 mil milhões de euros. «É realmente uma decisão óbvia», afirma o autor do estudo.

Isto devia envergonhar qualquer americano

 

😁

 

O filho de Trump disse que a Ucrânia era «muito mais corrupta do que a Rússia» e acusou Zelensky de alegadamente não querer acabar com a guerra.


Garry Kasparov
Para ser justo, ele é um especialista em corrupção!

 

A mentalidade prevalecente de tratar as mulheres como cidadãs de segunda classe

 

O homem que faz a pergunta aqui neste vídeo não tem a mínima noção de nada relativamente à gravidez e ao parto e ao seu papel de apoio não invasivo nem agressivo. É um egoísta idiota. Pior, como as mulheres da sua família sofreram para ter filhos, ele quer que a sua mulher também sofra, por tradição. É assim que vemos a mentalidade patriarcal no dia-a-dia. Este indivíduo está convencido que a sua voz é tão importante como a da mulher no que respeita à escolha de como fazer o parto. 

Na China, só em 2017 se começou a discutir este assunto depois de uma mulher em trabalho de parto muito arriscado e doloroso ter sido impedida de fazer uma cesariana pelo marido e família e ter-se atirado da janela para a morte. Nem o seu pedido nem o do médico moveram a família. Passa pela cabeça de alguém a mulher sofrer o parto e ser o marido a decidir se pode ter cuidados médicos que impeçam a dor, o sofrimento e até o risco de via? Nenhum homem aceitaria que fosse a sua mulher a decidir se pode ter anestesia e outros cuidados médicos numa operação. Isto é uma aberração.

Hoje um artigo no Público normaliza os partos em casa e adianta que ajudava a tirar a pressão dos hospitais?! Quando se defende que são as grávidas a terem de correr os riscos para que os políticos não tenham de ser competentes no seu trabalho de gerir o SNS eficazmente, já estamos perdidos, não? 

É evidente que ter bebés fora de ambiente hospitalar é um grande risco no caso, sempre possível, de haver um imprevisto, algo que corra mal. A gravidez de baixo risco não significa um parto de baixo risco. São coisas diferentes. Antes das pessoas terem os filhos em hospitais morria-se muito no parto: morriam os bebés e morriam as mães. 

Nos EUA as mortes à nascença têm subido muito por conta da moda, lançada por influencers, de ter partos «naturais», em casa. Naturais... se precisares de tirar o dente do siso, não vás a um dentista, com anestesia e instrumentos esterilizados. Faz isso à antiga, ao natural: ele há-de sair e se não sair arranca-o à mão.

Podemos ser ateus e celebrar o Natal como uma festa de paz universal da nossa cultura

 

Como diz Onfray, o Natal acontece quando a luz desaparece, como uma mensagem de esperança. Tal como o azevinho que se mantém verde e florido no Inverno despido e escuro, o Natal é uma luz de esperança no meio da desesperança. Não temos que acreditar na ressurreição de pessoas ou que uma mulher virgem teve um filho, etc., para acreditarmos que pode haver esperança de luz nos piores momentos de escuridão e celebrarmos o Natal como um símbolo de paz. Isto vem a propósito dos islamitas em França querem acabar com os presépios e com o Natal por ser haram na sua cultura. Querem a sharia? Emigrem para os países onde ela é lei.