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July 12, 2024

Sairam os rankings das escolas



Ao contrário de Filinto Lima, penso que os rankings nos dão muita informação sobre as escolas, sobretudo se os rankings foram complexos e cruzarem as informações. Os rankings têm melhorado muito nesse aspecto, mas ainda não estão no seu melhor. Sabemos pelo DN que quase 90% dos exames do secundário têm média positiva. Seria preciso cruzar essa informação com outras para sabermos a causa desse fenómeno e controlarmos o desfecho. 

Por exemplo:

- estes rankings ainda não levam em conta o grau de dificuldade dos exames e dos critérios de classificação, de ano para ano, o que é importante, para se perceber porque é que as classificações sobem ou descem; 

- estes rankings ainda não nos dizem nada sobre a falta de professores: há aqui escolas que funcionaram sem muitos professores e outras com todos os professores? É importante, para se perceber porque é que as classificações sobem ou descem; 

- quantas turmas/alunos têm os professores destes colégios? É importante, para se perceber porque é que as classificações sobem ou descem; 

- por exemplo, o artigo do Público acerca do colégio "onde tudo é muito bom" é muito elucidativo: é um colégio de alunos com muita ambição académica (meio sócio-económico privilegiado e pais com formação académica correspondente?); uma grande exigência e disciplina de estudo e trabalho; professores suficientes para ajudar no estudo em todas as disciplinas e com planos de apoio para exame; aulas das disciplinas de exame vocacionadas para o treino para exames; condições excelentes para o trabalho, etc. Isto faz uma diferença abissal para uma escola com más condições, falta de professores ou professores com horários sobrecarregados de turmas/alunos onde não há possibilidade de apoios para exames; alunos com pais que não acabaram o secundário (ficaram-se pelo 10º ou 11º anos) e, por isso, onde não é possível, nem desejável, que as aulas se direcionem para os exames porque a escola cumpre muitas outras funções do desenvolvimento formativo e social dos alunos, etc. Como diz uma aluna no artigo, no colégio onde anda, estão numa bolha relativamente ao resto da sociedade: protegidos numa envolvência onde nada falta e todos pertencem a um certo num nível da camada social.

Apesar disto, os rankings ainda nos dão muita informação. Podemos ver o resultado das escolas por Concelho e, conhecendo nós o tecido social/alunos/escolas da zona, podemos ajuizar do lugar que as disciplinas ocupam, ano após ano, nessa escala, relativamente às outras. Se uma escola está sempre muito mal posicionada na Matemática, por exemplo, relativamente às outras do Concelho que têm mais ou menos o mesmo tipo de alunos, isso diz qualquer coisa e, desde logo, que há um problema que é preciso atacar.

Nesse aspecto, é difícil comparar as escola públicas com as privadas porque estas últimas ocultam muitos dados para que não entrem para os rankings e possam baixar o seu lugar na escala.

Pessoalmente, não sou contra a iniciativa privada, mas penso que não devia ser encorajada, na educação, com apoios ou subsídios porque estas escolas privadas promovem um apartheid social. Se todas ou quase todas as escolas fossem públicas, os pais que enfiam dinheiro nestas "bolhas" sociais lutavam para que as escolas públicas tivessem todas melhores condições, físicas e humanas, melhores professores, etc. Isso levava a uma melhor integração social, uma maior justiça social e a uma democracia mais forte.

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Ranking do Público: https://www.publico.pt/ranking-escolas/lugar-sua-escola

Ainda no Público: colegio-onde-bom-volta-melhor-media-ensino-secundario - Aqui vivemos numa espécie de bolha, em que é tudo muito bom


Quase 90% das escolas com média positiva

Taxa de conclusão de alunos migrantes é a mais baixa. Pedida adaptação nos exames.



Do Ranking do Expresso:

Ranking Escolas 2023: veja em que posição está a sua escola

52% das notas a Educação Física nos colégios são de 19 e 20 valores

As melhores notas estão no Norte, os professores e as escolas mais pequenas também

O orgulho de Vouzela, a pequena vila onde fica a escola pública com a média mais alta no ranking do Expresso



July 25, 2023

A propósito de rankings das universidades

 

Leio que temos uma universidade nas 1.000 melhores do mundo, outra no lugar 450. Fui ver quantas universidades existem no mundo. Cerca de 10.000 ao todo, quer dizer, incluindo públicas, privadas, pequenas universidades e instituições de ensino superior remotas. Ora, a maioria das universidades nem sequer entra na consideração dos rankings. O ranking de Shanghai, por exemplo, o mais citado, refere-se a 1200 instituições universitárias. A partir do número 100, o ranking nem indica o número, mas o intervalo entre centenas. Temos aí a Universidade de Lisboa e do Porto entre os 200 e os 300. em ambos os casos são os cursos de Ciências que as põem nesses lugares.

O Best Global Universities Rankings, refere-se a 2000 instituições universitárias. Tendo isso em conta, ficar no lugar 930 ou mesmo 450 não é bom. O lugar 202 onde está a Universidade de Lisboa, neste ranking, neste ano de 22-23, não é mau. O Porto no lugar 247 também não é mau. Não sendo extraordinário. 
Isso não quer dizer que as Universidades não sejam boas, mas que em termos de prémios importantes internacionais e publicações em certas revistas (os critérios considerados) têm pouco peso de maneira que são universidades com pouca influência internacional, em termos de mobilização de recursos.

Portanto, os grande títulos sobre o nosso lugar nos rankings não serve para grande coisa e seria melhor explorarem o tema de como melhorar as universidades.

Número aproximado (pesquisado no google) de instituições universitárias no mundo, incluindo públicas, privadas, grande e pequenas:

EUA 4000

UK 382

UE 340

China 2000

Japão 780

Coreia do Sul 223

Rússia 1200

Canadá 94

Índia 550

África do Sul 32

América Latina 418 

Médio Oriente 100

Austrália 43

(são menos do que pensava tendo em conta que somos quase 8 mil milhões de pessoas no planeta)


June 16, 2023

Saíram os rankings das escolas

 


Há várias maneiras de fazer a pesquisa. Uma das maneiras é pelo contexto: favorável, intermédio, desfavorável. Não há uma única escola/colégio particular em contexto desfavorável e, nem sequer, intermédio. São todas de contexto favorável. Isto, juntamente com a falta de investimento e interesse na qualidade da escola pública e desde logo, na carreira dos professores, explica os resultados absolutos dos rankings. 

Há outros factores: as escolas da cintura do Porto têm poucos professores contratados, é quase tudo efectivo e, os contratados são gente que vive perto. No Sul é o oposto, há há grande instabilidade do quadro docente e a maioria dos contratados vem de longe. É um exemplo, há outros.


https://www.publico.pt/rankings-escolas-2022/lugar-sua-escola