Em Portugal, a idade mínima de acesso às redes sociais mantém-se nos 13 anos.
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Ai é? Se alguém com menos de 13 anos quer aceder a uma rede social a única coisa que tem de fazer é responder 'sim' à pergunta, Tens mais de 13 anos? Ontem fui à aplicação de IA Leonardo para criar uma imagem para uma aula e estava a explorar as possibilidades quando, a certa altura, vejo no menu que é possível pedir para criar imagens de sexo explícito e até com upload de fotografias de pessoas para depois manipular e a única restrição de acesso ao site é responder 'sim, tenho mais de 18 anos...'
E não estamos apenas a falar de redes sociais. Falamos também de sites e plataformas como o Discord que estão cheios de grupos criminosos que se dedicam a extorquir dinheiro e até levam pessoas à auto-mutilação e suicídio e de sites e plataformas de pornografia que difundem uma imagem da relação entre homens e mulheres na base do domínio e violência dos homens sobre as mulheres.
Os jovens hoje-em-dia são educados, maioritariamente, pela internet. Nenhum pai/mãe sozinhos conseguem competir com os estratagemas desses sites e redes sociais que captam a atenção dos miúdos horas e horas por dia. E nenhuma estratégia educativa escolar consegue sobrepôr-se a essa educação negativa quando ela já leva muitos anos de influência. São doses massivas de horas por dia a serem endoculturados por criminosos e nenhuma conversa com pais ou professores altera isso.
É preciso criminalizar as redes sociais que não têm filtros apropriados, sobretudo no caso das redes sociais que se dirigem a crianças e adolescentes; é preciso fazer uma campanha massiva na TV e meios de comunicação social dirigida aos pais para que percebam que pôr um telemóvel nas mãos dos filhos com acesso à internet, muito cedo, é como atirá-los para um bairro de criminosos, sozinhos, e deixá-los lá à deriva a serem educados por mafiosos, pedófilos, violadores, etc; é preciso responsabilizar os pais pela interdição dos filhos acederem a esse tipo de sites até aos 16 ou 18 anos; é preciso responsabilizar os pais que vão às escolas defender os crimes dos filhos e fazer assédio a professores que tentam educá-los, nomeadamente nestas questões (os pais têm hoje-em-dia uma grande facilidade [com a cumplicidade explícita do ME], em interferir nas aulas dos filhos, nos currículos, na autonomia pedagógica dos professores e em assediar os professores que tentam fazer o seu trabalho - assédio e agressividade, física ou verbal, deviam ser factores imediatos de proibição de entrar na escola); e é preciso que a justiça não dê exemplo de menosprezo pela violência sexual dos rapazes e homens sobre as mulheres porque isso manda à sociedade uma mensagem de os direitos das raparigas e mulheres serem coisas de menor importância.
Ontem li esta notícia:
Vídeos de alunas da FEUP captados e partilhados sem consentimento em grupo de WhatsApp
Na rede social Instagram, Inês Marinho, presidente da associação "Não Partilhes", que pretende prevenir a partilha de conteúdos sem consentimento, falou sobre o caso e referiu que "várias raparigas foram fotografadas debaixo das mesas e, sucessivamente, por debaixo das saias". Sobre o grupo de WhatsApp, Inês Marinho detalha que o mesmo já existe "há alguns anos" e consiste na partilha de conteúdos de teor íntimo de estudantes do sexo feminino. JN
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Rapazes universitários têm um grupo para partilhar fotografias das colegas tiradas às escondidas, por debaixo das mesas. Isto é um comportamento de porcos. Há neste país uma cultura de minimização do assédio e do abuso sexual das raparigas e das mulheres, muito acobertado pela justiça, que é preciso que acabe.
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