September 26, 2020

Borders of Nothingness II

 



Margaret Lansink - Borders of Nothingness - On The Mend from PhotoBookStore.co.uk on Vimeo.

Borders of Nothingness

 


A vida às vezes é muito difícil de engolir.



Huibo Hou


Uma pergunta

 


A propósito deste vídeo onde uma astronauta explica como se toma duche no espaço. Naquela estação, todo o espaço e materiais são aproveitados ao máximo sem desperdícios ou com o mínimo de desperdícios. Se conseguem fazer isso para um espaço tão reduzido e com tão poucos recursos porque é que não aplicam esses princípios à construção de casas e edifícios na Terra? Construí-las com sistemas de aproveitamento  de recursos materiais, energéticos e afins? Não tendo que ser um ambiente tão espartano como o deles, pode de certeza ser um ambiente mais limpo. Antes da produção em massa as casas eram mais inteligentes no aproveitamento de materiais locais que isolavam do frio, do calor, aproveitavam as águas da chuva, o vento... parece-me que nesse aspecto andou-se muito pouco e ter casas amigas do ambiente ainda é um luxo, quando devia ser a norma.

Como é que no Alentejo se permite a agricultura intensiva e como é que não se fazem estações de captação de água e se semeiam árvores que ajudam a reter as águas no solo? Estamos à espera que seja um deserto? Isto faz-me confusão... não percebo...


When fiction meets fiction

 


‘Pulp Fiction’ meets Edward Hopper’s ‘Nighthawks’ 

via Photographize



► Norro Bey 

Somos todos parentes

 


Também os cogumelos têm coração e sangram por todos os poros - se é que o coração é poroso, mas tem que ser, pois absorve tudo, tudo, tudo...




Citação deste dia

 


(...) O retraimento prolongado e a solidão deixam o nosso ânimo tão sensível, que nos sentimos incomodados, afligidos ou feridos por quaisquer acontecimentos insignificantes, palavras ou mesmo simples gestos; enquanto quem vive no tumulto do mundo nem chega a percebê-los.

— Arthur Schopenhauer, no livro "Aforismos Para Sabedoria de Vida". (Ed. Martins Fontes; 3.ª edição [2009]).




Obra de Holly Warburton

Cenas

 


Estou aqui numa discussão com um ex-aluno que é advogado e foi aluno daquele senhor que nos chama nazis, porcas, sociopatas, malvadas, etc. acerca do limite que sepera o machismo enquanto crença legítima (embora injustificada, digo eu) da ofensa pura e simples por parte de um professor de uma escola pública e quais são os limites que não podemos ultrapassar. Estamos a discordar fortemente :) 

Esta discussão não tem fim... mas está com piada :)) eu argumento com princípios pedagógicos e ele com a experiência de casos em tribunal e dos antecedentes que levam as pessoas a fazer certas coisas. Será que estou a reduzir a minha verdade a uma proposição? Ou está ele a reduzir a verdade dele à experiência profissional, subjectiva? 

Agora já vamos no sentido da vida...


Post para mim mesma

 


"O dogmatismo da maneira de pensar, tanto no saber da filosofia como no seu estudo, mais não é que a opinião segundo a qual a verdade consiste ou numa proposição que é um resultado fixo ou numa proposição que é imediatamente conhecida. Relativamente a questões como, 'Quando nasceu César?', é suposto dar-se uma resposta certa, tal como é determinadamente verdade que o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos. No entanto, a natureza de uma tal verdade, é diferente da natureza de verdades filosóficas. " (Hegel, prefácio da FE)

Portanto, nenhuma verdade se pode reduzir a uma proposição, seja fixada, seja revelava ou intuída. Isso não existe, seria um ponto vazio, uma substância insubstancial.

(A FE de Hegel é uma introdução onde são apresentados dos pressupostos relativamente aos problemas da metafísica de modo a poder-se construir um sistema.)


O futuro do Alentejo

 


Huacachina Oasis, Peru - (via Architecture Hub)



Lidar com o medo - "No momento em que me decidi os meus joelhos revoltaram-se" 😁

 


"Não tenho medo mas o meu coração acaba de dizer-me para não o fazer" 😁

Saltar de uma prancha de 10m. Como se vê por aqui o medo não depende da idade, do sexo ou da constituição física da pessoa. Há quem salte apenas pela força da vontade, outros pelo desafio. Alguns não são capazes de vencer o medo.

Até já

 


Estou sem legumes e frutos.


marco norris


Wait! What?



Passa-se alguma coisa que eu não saiba? Estou há uns meses presa em casa e já o mundo mudou desta maneira? Quando voltar a sair vou ter que ir comprar moda funerária de 1905?





 loja H&M, esta semana

Em 1905 não eram precisas grandes notas para entrar em medicina

 




O requisito obrigatório era, como por aqui se vê, um bom bigode. É assim que vemos imediatamente o homem que entrou com uma cunha - é o único que não o tem. Para as mulheres, desbigodadas, o requisito era a quantidade de folhos nas camisas.


Finalistas do Curso de Medicina.
Escola Médico-cirúrgica de Lisboa - 1905

Life on the edge

 



Fotografias de Eugene Gabriel de Salignac.


Os pintores da ponte empoleirados parecem notas numa pauta de música, mas se olharmos a fotografia com o lado esquerdo a fazer de fundo, a grelha parece antes uma parede de vidro de um arranha-céus e os homens, pássaros que a atravessam.




 


on.the.top.of.the.world - o mundo esbatido no fundo e a perna esquerda do homem a dominar a cabeça da águia como uma espécie de imperador dos céus



A Rothko [not] silence

 



"It is really a matter of ending this silence and solitude, of breathing and stretching one's arms again." 
—Mark Rothko






earth green

"Cancro do pulmão: não adie o diagnóstico"

 


Cancro do Pulmão: não adie o diagnóstico

Bárbara Parente
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No Dia Mundial do Pulmão, que se assinala esta sexta-feira (25 de setembro), importa lembrar que o cancro do pulmão - designação que engloba um espectro de tumores com diferentes abordagens terapêuticas e prognósticos - continua a ser a principal causa de morte por cancro em Portugal. Este tipo de cancro apresenta-se em terceiro lugar em incidência global, uma tendência que não deixa de crescer.

Tendo em conta que, em 2018, tivemos cerca de 5200 novos casos de cancro do pulmão em Portugal e que cerca de 80% se encontravam em estádios que não podem ser submetidos a cirurgia, rapidamente nos apercebemos da dificuldade em efetuar um diagnóstico atempado e precoce que possa conduzir a terapêuticas com intuito curativo.

Se é verdade que não é fácil o diagnóstico precoce, porque o tumor cursa muitas vezes até uma fase tardia sem sintomas, não é menos verdade que os rastreios epidemiológicos em massa ainda não estão instituídos na rotina como noutros tumores, nomeadamente mama, útero e colorretal, por várias razões, nomeadamente na relação entre custo e benefício.

Por outro lado, sabemos também que, para além destas dificuldades, registou-se uma redução acentuada na procura dos cuidados de saúde devido à situação de pandemia que se vive no mundo. Muitas pessoas têm vindo a desvalorizar sinais de alerta com receio de ir ao hospital e adiam assim o diagnóstico de doenças que tardiamente diagnosticadas podem ser irreversíveis ou mesmo fatais, como é o caso do cancro do pulmão.

Na minha prática clínica tenho verificado em doentes que me têm procurado nos últimos tempos duas situações: por um lado, os que efetuaram exames no início do ano, mas que por medo de se exporem ao novo coronavírus, não procuraram os serviços de saúde; por outro lado, aqueles que, apesar de sintomáticos, desvalorizaram os sintomas e recorreram ao médico muito mais tarde, algumas vezes numa fase da doença mais avançada, em que o timing cirúrgico ou de uma outra terapêutica mais radical ficou ultrapassado. Nestes casos, as terapêuticas definidas foram bastante mais conservadoras e sem o mesmo intuito curativo.

Estamos a falar do cancro do pulmão, um tumor altamente agressivo onde o adiamento de poucas semanas pode fazer a diferença no tratamento do doente, que pode passar de um estádio mais precoce para um mais avançado, com perda de oportunidade de terapêuticas mais radicais.

Por outro lado, convém lembrar que nem todos os tumores do pulmão se comportam da mesma forma. Temos tumores que possuem características distintas, com comportamentos e agressividades também diferentes e oportunidades de vários tipos de terapêuticas que lhes conferem diferentes sobrevidas.

Aproxima-se um inverno desafiante a vários níveis - com a chegada da gripe sazonal e de uma possível segunda vaga do novo coronavírus - pelo que as pessoas devem ser sensibilizadas e alertadas para a necessidade de não adiar a ida ao médico, bem como para a importância de manterem as suas rotinas de vigilância e prevenção. Principalmente as pessoas que pertencem a grupos de risco, grandes fumadores (mais de 30 maços por ano ou ex-fumadores há menos de 15 anos), com idades compreendidas entre os 45 a 50 anos até 75; doentes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica; fibrose pulmonar; exposição ambiental/ocupacional, radioterapia prévia e risco genético ou familiar, devem procurar agora o seu médico. Todos os médicos, nomeadamente de medicina geral e familiar - que melhor do que ninguém conhecem os seus doentes e agregados familiares - devem orientar e encaminhar os doentes consoante as suas necessidades.

A nossa mensagem para os doentes com suspeita ou diagnóstico de cancro do pulmão é de que não deixem de procurar os serviços de saúde e o seu médico, uma vez que todos os procedimentos e circuitos dos hospitais nesta fase de pandemia estão pensados e organizados para garantir a segurança dos doentes durante as consultas, exames e tratamentos que venham a ter de realizar.

Existe uma enorme preocupação em todos os grupos profissionais na manutenção dos melhores cuidados aos doentes, garantindo que sejam cumpridas as normas da Direção-Geral da Saúde, fazendo dos hospitais instituições onde os doentes se devem sentir em segurança.

António Damásio em entrevista

 



A política é medicina numa larga escala

O cientista ficou surpreendido? “Fiquei. Para quem observa e pensa, é importante perceber como esta situação vai mudar a forma como os seres humanos enfrentam este e outros problemas. O clima, a relação com os animais. Problemas que nos obrigam a mudar.”
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Há um artigo publicado o ano passado na ‘Lancet’, um inquérito a quase 200 países, em que se demonstra que a saúde nos países não-democráticos é muito pior. E não é só a predominância de doenças infecciosas. Também as doenças cardiovasculares, o cancro, aumentam em sistemas não-democráticos. Uma relação que nunca tinha sido estabelecida na saúde pública. E temos ainda as doenças do desespero, onde cabem o suicídio e as toxicodependências.”
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Nunca se falou tanto em resiliência mental, na capacidade de domar emoções negativas. Temos, tem a nossa mente, essa resiliência? Ou o colapso é uma ameaça? “A ameaça de colapso é evidente. A resiliência existe, mas precisa de ser motivada. É uma planta que precisa de boa luz, bom ar e boa água. E isto vem da educação. Se um adolescente passa o tempo em atividades estúpidas ou por exemplo passa horas nas redes sociais, o panorama torna-se grave. 
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Talvez seja pessimismo, mas temos neste momento gente que possa ao mesmo tempo produzir ciência e refletir filosoficamente? Uma reflexão mais alargada ao contexto humano, filosófico ou ontológico.
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Até ao momento em que aparecem os primeiros sistemas nervosos, há cerca de 500 milhões de anos, a possibilidade de ter uma emoção existe, mas a possibilidade de sentir não existe. Um vírus não pode sentir. É improvável que a nossa vida mental, a tua e a minha e a de todos, exista há mais de 100 mil anos. Existem prolegómenos. A mente humana é muito recente.”