February 28, 2021

Acerca da vida

 


É uma estrada de sentido obrigatório.


Miúdos com um discurso tão... adulto

 


Já interiorizaram a necessidade de trabalho, de disciplina, de ter uma atitude motivada. É claro que é uma escola de elite e os miúdos sabem ao que vão, daí o discurso tão maduro, mas mesmo assim, se os alunos das escolas tivessem um décimo desta atitude em relação ao trabalho, a vida deles seria tão diferente...


A pensar

 


Se vivesse no futuro, onde é provável que a certa altura haja maneira de viajar ao passado, quereria ir a todas as épocas da história conhecer os sítios e as pessoas, mas pensando bem, para querer ir a esses sítios teria primeiro que amá-los como amo e isso requer meia vida, o que não me daria tempo para tanto, a não ser que no futuro já pouco se morra, quer dizer, vai-se substituindo orgãos e partes do corpo por outras biónicas e só se morre se a cabeça desistir ou falhar e mesmo assim, pode reparar-se, durante muito tempo, estruturas inteiras com peças implantadas para fazer boost da memória ou do cortex motor ou frontal ou outro para reavivar a actividade das zonas.

É claro que pode acontecer estarmos já no futuro e sermos uma simulação, nesse futuro, para se saber como era a vida do passado, o nosso presente, como diz Nick Bostrom. Podemos até ser robots de um futuro distante onde se criaram robots bioquímicos muito sofisticados que em tudo se parecem a humanos e que eles próprios [nós] não sabem serem robots postos aqui para investigar o passado... quem sabe...?


This old world...

 


When this old world starts getting me down
And people are just too much for me to take
I climb way up to the top of the stairs
And all my cares just drift right into space . . .

~Caol King & Goffin





Mesmo planeta, outro mundo

 


Parece uma cena bíblica. É o peso da Natureza -a força indomável do deserto e a concentração de milhares de animais- e o ritmo lento de vida que se adivinha. O andar dos camelos é lento e ondulante. Tem uma sensualidade que imita as cores e o calor das dunas quentes e que é realçada pela frescura dos oásis dispersos. A nossa vida urbana é tão distante destes cenários. Há tanta vida nesta cena. Quase conseguimos ouvir o linguajar arábico destas pessoas, a excitação de um dia que chega ao fim, onde podem descansar da viagem e falar à volta da fogueira, primeiro, e depois, ficar em silêncio a olhar o céu.  A noite no deserto é linda de morrer. Aquele céu infinito pejado de brilhantes. Como não haviam os antigos de acreditar em deuses e nos céus eternos com estes espectáculos diários e inalteráveis.


George Steinmetz, National Geographic

Enquanto as multas não forem a valer isto não pára


 

abate-ilegal-de-3-mil-azinheiras-em-monforte-obriga-intervencao-da-gnr


O Comando Territorial de Portalegre, através do Núcleo de Proteção Ambiental (NPA) de Elvas, detetou esta semana durante uma ação de patrulhamento o corte rente e a poda mal executadas em cerca de 3 000 azinheiras, em Monforte, no Alto Alentejo.

O caso abrange uma área aproximada de 42 hectares, onde foram contabilizadas 1 939 azinheiras abatidas em bom estado vegetativo e a poda mal executada de 1 058 azinheiras.

A GNR despoletou um auto de contraordenação por falta de autorização do corte de azinheiras adultas e de poda mal executada e um auto de notícia por danos contra a natureza, ambos remetidos para o Tribunal Judicial de Portalegre.




Billie Holiday - Strange fruit

 



Billie Holiday foi perseguida até ao leito de morte e presa, mais que uma vez, pelo FBI, por causa desta música que fala dos linchamentos de negros no Sul dos EUA. Uma coisa vergonhosa. O indivíduo que a perseguiu com ódio implacável, Anslinger, que já se tinha destacado, durante a lei seca, forjou provas e tudo o que arranjou para a destruir. Foi condecorado por Kennedy.

Billie Holiday, que teve uma infância e adolescência terríveis, não tinha a melhor voz do mundo nem a melhor técnica mas canta tudo com uma emoção crua e verdadeira.




Southern trees bear a strange fruit
Blood on the leaves and blood at the root
Black bodies swingin' in the Southern breeze
Strange fruit hangin' from the poplar trees

Pastoral scene of the gallant South
The bulgin' eyes and the twisted mouth
Scent of magnolias sweet and fresh
Then the sudden smell of burnin' flesh

Here is a fruit for the crows to pluck
For the rain to gather
For the wind to suck
For the sun to rot
For the tree to drop
Here is a strange and bitter crop.


Lady Day

 




Humanos, sendo humanos

 


O facto das figuras não terem rosto nem expressão facial torna-os universais.







Alex Gardner


Infográfico de hoje - quantos países cabem am África?

 




Fotografias a p&b

 


Andávamos montes de vezes vestidas de igual, tipo irmandade de Santo Onofre.



Uma vida bem vivida

 


... a que não faltaram traumas e tragédias, erros de percurso, passos mal dados, mas também muita inteligência, convicção, coragem e espírito de luta. Uma mulher extraordinária e um ser humano sempre presente e engagée, como dizem os franceses.


Então e Biden já deixou de perseguir Assange por denunciar crimes?

 


Hã... oops, nope... Biden e liberdade de imprensa 0 - crimes institucionalizados 1




Para quem pensa que o trumpismo está morto, acordem para a realidade T



... ou acordem só. Eu vou ver se durmo uma horinha.


A poluição não nos deixa sonhar

 


Aceitando o princípio de que os céus estrelados nos fazem sonhar e desenvolver a imaginação, a poluição impede-nos, entre outras coisas, também de sonhar.



nasa

Tree huggers





A origem do termo, Tree hugger

Os primeiros abraçadores de árvores foram 294 homens e 69 mulheres pertencentes ao ramo Bishnois do hinduísmo, que morreram, 
em 1730, enquanto tentavam proteger as árvores da sua aldeia de serem transformadas em matéria-prima para a construção de um palácio. Eles agarraram-se às árvores, enquanto eram massacrados pelos silvicultores, mas a sua ação levou a um decreto real proibindo o corte de árvores em qualquer aldeia Bishnoi. E agora essas aldeias são oásis arborizados virtuais no meio de paisagens desérticas.

Além disso, os Bishnois inspiraram o movimento Chipko (chipko significa “agarrar-se” em hindi) que começou na década de 1970, quando um grupo de camponesas nas colinas do Himalaia no norte da Índia lançou os braços à volta de árvores escolhidas para serem derrubadas. Em poucos anos, essa táctica, também conhecida como satyagraha de árvores, espalhou-se por toda a Índia forçando reformas na silvicultura e uma moratória no corte de árvores nas regiões do Himalaia.


Photo: The village women of the Chipko movement in the early 70's in the Garhwal Hills of India, protecting the trees from being cut down.




Eirik Duke

Uma bela metáfora da vida

 


Não sei de quem é esta imagem nem onde a fui buscar, ao certo, mas gostei dela. Vê-se ali uns anéis de madeira apodrecida que mostram que a árvore passou por uma crise séria, mas também se vê que a árvore continuou o seu crescimento saudável. Uma bela metáfora da vida.



do FB

Pedras - wavellite

 


Verde esperança.







Wavellite - Mineral de fosfato com fórmula Al323 · 5H2O.

origem: County Pit, Mauldin Mt., Montgomery Co., Arkansas

Photo: Weinrich Minerals, Inc

Realidade 1.2.




As escolas estão fechadas por luto e não por razões sanitárias

Em janeiro, a discussão sobre fechar ou não escolas era apenas sobre as crianças mais velhas. Ninguém pedia que se fechassem as creches, o pré-escolar ou os primeiros dois ciclos do ensino básico. Grosso modo, e falando em idades, discutia-se o encerramento de escolas para crianças e jovens com mais de 12 anos. Mesmo os mais radicais, como Manuel Carmo Gomes, nas famosas reuniões do Infarmed, era isso que defendiam.

Defendiam-no por preverem cenários assustadores, com vários milhares de casos de covid por dia, durante várias semanas. Com base nestes cenários infernais, calculavam que só no início de abril, a seguir à Pascoa, portanto, é que seria possível reabrir as escolas. E, repito, reabrir as escolas para os maiores de 12 anos, porque as outras não teriam sequer fechado.

Em que ponto estamos? Com todas as escolas fechadas e sem planos de reabertura. Especula-se que depois da Páscoa comecemos a reabri-las de forma muito faseada. Não faz sentido: do ponto de vista sanitário, não só estamos muito melhor do que o previsto, como estamos melhor do que no início de janeiro, quando a discussão começou. Na verdade, estamos melhor que alguma vez estivemos, de acordo com alguns indicadores, como o Rt, que está nos valores mais baixos de sempre. O número de novos casos está em níveis de setembro. O excesso de mortalidade diária desapareceu.

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O excesso de mortalidade diária desapareceu, pela razão de as escolas terem fechado e deixar de haver por aí mais quase dois milhões de pessoas a circular à conta disso. 

Àqueles que repetem que nas escolas quase não há contágios, era bom que pensassem: é-nos dito todos os dias que não se sabe a origem de 85% dos contágios. Sendo assim, como se pode concluir que a escola tem, ou não, mais ou menos contágios? Se respondem com os números do ME, sabem que estão a contar com aldrabices porque não apenas o ministro se recusou a dizer como sabemos que os números oficiais são uma ponta do iceberg, já que nem os pais avisam quando os filhos estão doentes, para não ficarem todos em isolamento, nem os próprios muitos vezes sabem porque não têm sintomas e não são testados. De facto, mesmo com este desconhecimento, antes de fecharem, as escolas estavam cheias de Covid e quem está nas escolas sabe: 30 professores em isolamento, seis turmas em isolamento, escolas onde todo o secundário foi para casa, ou o básico; turmas com 30 alunos, sem nenhum distanciamento. Etc.

Porque é que, em vez de defenderam que se abra as escolas sem segurança, não defendem a segurança nas escolas: turmas com um número razoável de alunos, testes, equipamento, professores vacinados, horários desfasados, equipamentos informáticos? Sei que este ano já não vamos a tempo porque os dois ministros da educação que estão no ministério não fazem o seu trabalho, como se viu por este ano, mas talvez se pressionassem muito a equipa do ME, eles começassem a preparar o ano lectivo que vem, que ainda há-de ser em pandemia, pelo menos no 1º período.

Realidade 1.1

 


Certas realidades não mudam. Os economistas portugueses continuam medíocres. No dia em que tiverem uma ideia útil em vez de despejarem a cassete, cai um santo do altar. Esta por exemplo, tem como solução, não o impedir que mais de mil milhões fujam, por ano, ao fisco, para offshores, não que empresas como a EDP paguem pela roubalheira de preços e os lucros de centenas de milhões livres de impostos, não que os banqueiros deixem de receber milhões de prémios absurdos depois de um mau trabalho, mas ir taxar os professores, por exemplo, que ganham fortunas, como se sabe, que já pagaram com cortes de salário e roubos de anos de trabalho prestado a crise de 2008 e depois a de 2011 e pagam os materiais com que trabalham e também o salário desta medíocre intelectualmente desinteressante que é contratada para despejar a cassete de PPC e de Costacenteno na 1ª página do jornal.