September 19, 2020

É isso... a responsabilidade não é de quem governa



Quem governa diz ok a tudo quanto é festa que dá votos, seja política ou religiosa e vai tratar de ganhar votos do maior partido, digo, clube portugês em vez de fazer o que é da sua responsabilidade e depois diz que a responsabilidade do controlo da doença é dos cidadãos. É isso... porque cada cidadão que tem de ir para o emprego em transportes apinhados de gente, depois de ter deixado os filhos em escolas apinhadas de gente, tem um repelente de covid que o torna imune à doença...


Portugal segue a via da Suécia


Ao colocar nas mãos de cada cidadão a “responsabilidade” pelo controle da doença, recusando fechar a sociedade, Costa segue um caminho que pareceu duvidoso no início mas que, neste momento, está a ter bons resultados em comparação com outros países – o polémico caminho da Suécia.

Quantas Hortenses é que o país aguenta?

 


O nosso país já ultrapassou em muitas dezenas de casos o limite do razoável no que se refere a corrupção, fraude, compadrio, esbulho de dinheiros públicos, etc. por detentores de cargos públicos. E tudo vem de não se responsabilizarem os corruptos, fraudulentos e ladrões. Sabem-se impunes e sendo ladrões continuam a sua prática de roubar. 

Esta deputada, já metida num caso de desvio de centenas de milhares de euros, agora falsificou documentos para se beneficiar e fê-lo, segundo o juíz, com plena consciência.

Como é que podemos ter um país limpo de corruptos se a AR, mesmo quando são casos provados em sede de justiça, fecha os olhos como se nada fosse e permite que os criminosos continuem lá sentados a legislar? O que está esta deputada a fazer na AR? Como é que o partido dela não a substitui imediatamente e a não a manda plantar couves? Quanto dinheiro vindo de Bruxelas vai ela tentar, ou conseguir, roubar, tendo em conta o seu passado de falsificação de documentos e aproveitamento de dinheiros? 

Para que é que o governo aprova leis anti-corrupção? Para ficar bem no figurino? Ou para nos fazer de parvos? E quem é o juíz que aceita 1000 euros como pagamento de um crime cometido na AR e enquanto deputada da Nação, dizendo que não é grave? 

Quantas Hortenses é que o país aguenta?

a-licao-de-hortense-martins

A deputada viu arquivado um processo de falsificação de documento a troco do pagamento de mil euros ao Estado. Isto num processo relacionado com outro, também arquivado, em que se perceberam indícios da prática do crime de fraude na obtenção de fundos comunitários.

Se este último arquivamento deixa muitas dúvidas no ar e a convicção de que apenas uma grande subjetividade (chamemos-lhe assim) das entidades gestoras dos fundos permitiu ir buscar mais de 270 mil euros para projetos que já estavam a funcionar à data da candidatura, o caso de falsificação é claro como água. O despacho do juiz de instrução, que aceitou a decisão proposta pelo Ministério Público, dá como provado que Hortense Martins e o pai produziram, em consciência, um documento de "conteúdo falso", em que a deputada declara ter renunciado em 2011 à gerência de uma sociedade hoteleira na qual se manteve em funções, pelo menos, até outubro de 2013.

O caso foi conhecido na semana em que António Costa levou vários puxões de orelhas, incluindo do presidente da República, por ligações a Luís Filipe Vieira. E em que ficou concluída a acusação da Operação Lex, que além de formalizar a imputação de crimes a Vieira coloca três juízes de um tribunal superior entre os acusados, minando a confiança dos cidadãos na justiça.

Não basta recorrer ao velho chavão à justiça o que é da justiça, à política o que é da política, com que o PS tem procurado afastar os danos causados por sucessivos abalos públicos, o maior dos quais a Operação Marquês. É tempo de todos percebermos que um deputado que falsifica documentos não pode continuar na casa da democracia. Com a bazuca de Bruxelas a chegar, temos ouvido promessas de que desta vez é que temos de gastar bem o dinheiro. É difícil acreditar, quando continuamos a aceitar pequenos esquemas, favores e ligações perigosas inadmissíveis.

Inês Cardoso


Master of disguise

 


A red deer stag in Richmond Park sporting some rather fetching headgear! 

#EarthCapture by J Kowalski



via Anne Schweinfurt

September 18, 2020

Filmes - Radioactivity

 


Estive a ver este filme sobre a vida de Marie Curie. Uma pessoa interessantíssima com uma vida difícil, em parte por causa da maneira dela ser, difícil, intransigente e obcecada com o trabalho, destemida e tenaz. Em outra parte por causa de ser uma mulher numa profissão de homens arrogantes e paternalistas. As mulheres têm sempre a vida dificultada pelos moralismos burgueses com que as julgam e pelas expectativas estereotipadas com que as castigam. 

A mulher era demasiado independente para fingir que tinha paciência para gente mesquinha e, demasiado inteligente para se importar com os juízos de gente menor e, isso, não lho perdoavam. Era uma pessoa que exigia respeito em sítios onde as mulheres não costumam ser respeitadas.

Não há muitas pessoas interessantes, neste mundo. Ou melhor, há muitas pessoas potencialmente interessantes, até certa idade. Vejo isso nos alunos. Há uma boa quantidade deles que são potencialmente interessantes mas a maioria perde-se, não sei porquê, ali por volta dos vinte e tal anos, talvez pelas circunstâncias da vida, sei lá, mas a verdade é que se tornam adultos desinteressantes, no verdadeiro sentido da palavra: sem interesses, sem paixões, sem curiosidade, superficiais, cheios de vaidades, invejas, comprometidos com poderes e carreirismos mesquinho-burgueses.

Se calhar há sítios que estão cheio de pessoas interessantes e eu é que não estou lá. Enfim, o filme é bom. Põe-nos dentro do ambiente científico do princípio do século XX.


Vou cozinhar 👩‍🍳 (post em construção)

 


Tenho tantas aftas (acho que é efeito da vacina da pneumonia que levei ontem de manhã - será possível?) que só consigo comer qualquer coisa mole e, como está este tempo manhoso e esfriado, vou fazer um bacalhau com natas que não como há anos e só gosto feito por mim que os que se comem fora de casa são espapaçados, líquidos e nojentos.

1º -  ir ver no livro de receitas as quantidades dos ingredientes porque já não faço isto há anos... 


2º - ingredientes: já que vamos ter o trabalho, vamos fazer isto para sobrar - bacalhau, ovos, cebolas, batata-palha, limão e mostarda.

Falta aqui o molho béchamel mas isso vou ter que o fazer e também falta  queijo parmesão mas acho que estou sem queijo e vou substituir por pão ralado que há ali na despensa. 

(daqui a bocado há mais)


3 - fazer o molho béchamel. Já está. Aqui estava a meio. Agora estou à espera que o senhor bacalhau coza para o desfiar.


4 -  já desfiei o bacalhau


5 - refoguei com a cebola



6 - misturei todos os ingredientes, pus-lhe pão ralado em cima (gosto mais com queijo...) e está no forno. Agora vou lavar umas folhas verdes para acompanhar. E isto hoje mete um vinho tinto que tenho ali a chamar por mim :)



Acabadinho de sair do forno. Looks good :)


Ficou bom :)

até já


Trump perdoa Assange se este lhe fizer favores

 

Assange lawyer says she saw Trump ally offer to arrange pardon


“The proposal put forward by Congressman Rohrabacher was that Mr. Assange identify the source for the 2016 election publications in return for some form of pardon, assurance or agreement, which would both benefit President Trump politically and prevent U.S. indictment and extradition,” Robinson said.



Covid-19: estamos a pagar as festinhas?

 


Está um médico na TV a dizer que o RT está acima de 1 em todo o país. Porque será...? Festinhas no Algarve e festinha do Avante? Daqui a uma semana isto triplica porque começam a adoecer os de Fátima, que foram os piores, mais as suas redes de contactos? 

Os 4000 mortes a mais são um indicador frágil, diz o senhor na TV. Ai sim? É que 4000 num país pequeno como o nosso é muita gente. E fala de onda de calor. Este ano não houve, sequer,  dias de calor extremo.

Agora a ministra está a dizer bavardages acerca de ter mandado a secretária de Estado para a rua.

Wow!! How cool is this?

 



Setúbal ao fim de chover uma hora

 




Post para não-fanáticos de ópera

 




Movie lines

 


🎥 Chinatown (1974)




Post para fanáticos de óperas

 


Bruno Walter, Arturo Toscanini, Erich Kleiber, Otto Klemperer e Wilhem Furtwangler
1929



Porque é que as máscaras e a distância física são importantes?





"Para visualizar gotículas e aerossóis, os investigadores da UNSW usaram um sistema de iluminação LED e uma câmera de alta velocidade e filmaram pessoas tossindo e espirrando em diferentes cenários - sem máscara, 2 tipos diferentes de máscaras de pano e uma máscara cirúrgica.

Confirmaram que mesmo a fala gera gotículas substanciais. Tossir e espirrar (nessa ordem) geram ainda mais.

Não sabemos como isso se traduz em risco de infecção, pois isso dependerá de quantas pessoas infectadas assintomáticas ou levemente sintomáticas estão por perto. No entanto, mostra que uma única camada não é uma barreira tão boa quanto uma camada dupla.

Para saber mais desta experiência:  http://unsw.to/masks "

UNSW


(agora imagine-se o que é uma aula com 30 alunos uns em cima dos outros, fechados horas a fio em salas de aula cada vez mais contaminadas à medida que o dia avança, a falar, a rir, a tossir e a espirrar (vem aí a gripe season) com máscaras de tecido do chinês que vão a lavar sabe-se lá quando)

A propósito de uma imagem (da grande rede) dos sólidos platónicos

 



Há 2500 anos, Pitágoras (um filósofo pré-socrático) defendeu ser a estrutra da realidade de ordem numérica. Entendia o número como um pequeno corpúsculo que, associado a outros em formas geométricas, constituía a estrutura de tudo o que existe. Não sabemos se Pitágoras ou, mais tarde, Teeteto, como alguns defendem, descobriu que essa estrutura se baseava em 5 formas regulares que se aninham umas nas outras como bonecas russas.

Sabemos que elas aparecem descritas com precisão no diálogo de Platão de nome Timaeus (c.360 B.C) e daí que as chamemos, 'sólidos platónicos'. Platão associa-as aos 4 elementos dos pré-socráticos gregos. Platão era um pitagórico, como se dizia então, isto é, um filósofo que seguia os ensinamentos da escola pitagórica de atribuir um lugar de destaque a um modo de investigação racional, à importância da matemática na construção de uma visão inteligível da realidade e também na formação do espírito que é capaz de ver para além das aparências sensíveis.

Há apenas 5 formas geométricas possíveis de sólidos platónicos que obedecem às seguintes regras:

1.  A forma tem de caber dentro de uma esfera: todos os vértices tocam o interior da esfera;
2.  Todas as faces são formadas por polígonos regulares - idênticas em forma e tamanho e com todos os ângulos e lados iguais entre si;
3.  Todos os vértices têm o mesmo número de arestas.


As formas -os sólidos platónicos- são:

1 - Tetraedro: 4 triângulos, 4 vértices, 6 arestas (o elemento fogo)
2 - Cubo - 6 quadrados, 8 vértices, 12 arestas (o elemento terra)
3-  Octaedro - 8 triângulos, 6 vértices, 12 arestas (o elemento ar)
4 - Icosaedro - 20 triângulos, 30 vértices, 20 arestas (o elemento água)
5 - Dodecaedro - 12 pentágonos, 20 vértices, 30 arestas (Platão fala deste de um modo meio obscuro, dizendo que o deus o usou para dispor as constelações no céu. Mais tarde Aristóteles identifica-o como aether, éter, o ar diferente (etéreo) do mundo superior supra-lunar, o das esferas celestes - o 5º elemento)

imagem da net - não sei quem é o autor


Estes sólidos platónicos também existem no mundo mineral e biológico. Existem como plânctons unicelulares chamados Radiolaria, que ao morrer deixam um exoesqueleto na forma desses 5 sólidos.



Ernst Haeckel



Como se passa de bestial a besta

 


JK Rowlings escreveu mais um livro da série Robert Galbraith -uma série policial-, onde o assassino é um homem que se veste de mulher. Primeiro caíram-lhe em cima porque, se o assassino é um travesti, então ela é transfóbica e depois, porque já não se pode dizer travesti. Têm que ser chamados por um acrónimo qualquer inventado recentemente que não lembro agora.

É claro que tudo isto tem que ver com o que ela escreveu no twitter há uns meses que ofendeu a comunidade LGBT e, pior, com o facto dela ter mantido a sua posição em vez de ter pedido desculpa. Portanto, nunca mais os assassinos podem ser homens que se vestem de mulher porque isso é transfóbico. O que é que os assassinos podem ser? Se são mulheres, é machismo; se forem negros, é racismo... qualquer dia um autor, antes de escrever um livro tem que enviar a prova a todas as associações possíveis imaginárias para receber um ok em como não ofende ou perturba nenhum grupo social.


JK Rowling says villain who wears women's clothes is based on real cases


The author’s new Robert Galbraith novel, Troubled Blood, has faced accusations of transphobia


September 17, 2020

Nocturna

 








Este mundo - perspectiva cartesiana

 


Tokio castle. Japan. Megaliths.  Ivan Petricevic

Livros - The Love Letters of Kahlil Gibran and Mary Haskell (este mundo, outra perspectiva)

 




A Partnership Larger Than Marriage: The Stunning Love Letters of Kahlil Gibran and Mary Haskell:

“You are like the Great Spirit, who befriends man not only to share his life, but to add to it. My knowing you is the greatest thing in my days and nights, a miracle quite outside the natural order of things.”

BY MARIA POPOVA





Nearly a century after his death, the Lebanese-American painter, poet, and philosopher Kahlil Gibran (January 6, 1883–April 10, 1931) endures as one of humanity’s most universally beloved voices of truth and transcendence. But there would have been no Gibran as we know and love him without the philanthropist and patron of the arts Mary Elizabeth Haskell — his greatest champion, frequent collaborator, and unusual beloved.

Haskell and Gibran met on May 10, 1904, at a friend’s studio. He was twenty-one and she nearly thirty-one. Impressed with his art, Haskell soon offered to send Gibran to Paris to study painting, with a stipend of $75 a month, equivalent to about $2,000 today. He accepted. In a letter to a friend written shortly before he departed for Paris in 1908, Gibran described Haskell as “a she-angel who is ushering me toward a splendid future and paving for me the path to intellectual and financial success.” Shortly after arriving, he wrote: “The day will come when I shall be able to say, ‘I became an artist through Mary Haskell.'”

But the open hands of Haskell’s generosity branched from an equally open heart, from some larger kindness of which Gibran soon became enamored. He came to see her as more than a benefactress — a kindred spirit, a woman of uncommon tenderness, and, above all, a person willing to descend into the deepest trenches of his psyche and climb to its highest mounts in order to understand him, which he considered the greatest measure of love. It was through her generosity that he survived as an artist, and it was through her selfless love that he found himself as a man.

Mary Haskell and Kahlil Gibran. Portrait and self-portrait by Gibran.

Their relationship, like that of Rachel Carson and Dorothy Freeman, defies classification and the containment of simplistic labels, but one unquestionable postulate radiates from the dazzling richness and complexity of their decades-long emotional entanglement: the enormous and eternal love they had for one another, which blooms to life in Beloved Prophet: The Love Letters of Kahlil Gibran and Mary Haskell, and Her Private Journal (public library).

In one of his first letters to Haskell from Paris, Gibran captures what is perhaps the greatest gift of love, whatever its nature — the gift of being seen by the other for who one really is:

When I am unhappy, dear Mary, I read your letters. When the mist overwhelms the “I” in me, I take two or three letters out of the little box and reread them. They remind me of my true self. They make me overlook all that is not high and beautiful in life. Each and every one of us, dear Mary, must have a resting place somewhere. The resting place of my soul is a beautiful grove where my knowledge of you lives.


On Christmas Day that year, he writes:


I think of you today, beloved friend, as I think of no other living person. And as I think of you Life becomes better and higher and much more beautiful. I kiss your hand, dear Mary, and in kissing your hand I bless myself.

Over the year that followed, their relationship intensified. Haskell records the pivotal sequence of events in her journal the day before her thirty-seventh birthday in 1910:

Kahlil spent the evening. Told me he loved me and would marry me if he could, but I said my age made it out of the question.

“Mary,” he said, “whenever I try to get nearer to you in speech, to be personal at all — you fly up into remote regions and are inaccessible.” “But I take you with me,” said I. And I said I wanted to keep our friendship enduring, and feared to spoil a good friendship for a poor love-affair. This was after Kahlil had explained what he meant.

The next afternoon Kahlil was here a while and I told him yes.

But the following spring, their relationship took its single most defining and transcendent turn — the decision, absolutely radical at the time, not to get married after all but to remain each other’s most intimate partner in life. The reason for it, which Haskell articulates with remarkable poeticism in another diary entry from April of 1911, was her grandest gesture of magnanimity:

It seemed to me that it was the moment of the opening of the door between Kahlil and the world that shall love him and into whose heart he shall surely feel he is pouring his work. I think his future is not far away now!

And so I made up my mind to follow what seems to me the final finger of God — I put definitely to myself the possibility of being his wife. And though every waking hour since has been drenched with inner tears, I know I am right, and that the tears mean joy, not pain, for the future. My age is simply the barrier raised between us and the blunder of our marrying. Not my age constitutes the objection — but the fact that for Kahlil there waits a different love from that he bears me — an apocalypse of love — and that shall be his marriage. His greatest work will come out of that — his greatest happiness, his new, full life. And it is not many years distant. Toward the woman of that love, I am but a step. And though my susceptible eyes weep, I think of her with joy — and I don’t want to have Kahlil, because I know she is growing somewhere for him, and that he is growing for her
.

Kahlil Gibran, “Four Faces,” heavily inspired by Haskell.


The following day, Haskell delivered her emotionally ambivalent yet intellectually firm decision to Gibran and said to him, “My heart longs to be overpersuaded. Still I know in the end I should not be persuaded.” She reports his response in her diary:

He wept and I got him a handkerchief. But he could not speak. Near the beginning in one of my many pauses he said brokenly, “Mary, you know I cannot say things, when I am this way,” and hardly another word. The only comment he made was to love me. When it was over I opened my arms to him — but he soon had me in his, and the heart is not flesh that would not have been comforted…. When it grew late I put his right palm to my lips — and then indeed the tears came — but they drew me simply nearer to him. I kissed that wonderful hand as I have often longed to do, but as I have not before, because a mere touch on it moves him so. It answered like a heart… Again at the door I cried a little — while he wiped my eyes, saying only, “Mary — Mary — Mary.” And as he went he said as well as he could, “You’ve given me a new heart tonight.”

Upon my tears after I went to bed it was suddenly as if a great peace and light broke — and he and I were in it — so that I cried, “Thank you, God, thank you!” again and again. I was so ineffably happy. That I have given him up I realize. But it has not parted us — it has brought us even much nearer together.

“I’ve always known our relation was permanent,” Haskell would later reflect on the decision. “I wanted continuity of conscious togetherness.” This notion, arising from the enormous magnanimity of her nonpossessive love, would eventually lead Gibran to his superb and timeless advice on healthy relationships.

A month after the decision against marriage, Gibran channels precisely such a “continuity of conscious togetherness” in a letter to Haskell from New York:


Just came from the museum. O how much I want to see these beautiful things with you. We must see these things together someday. I feel so lonely when I stand alone before a great work of art. Even in Heaven one must have a beloved companion in order to enjoy it fully.

Good night, dear. I kiss your hands and your eyes.

Kahlil


Bedridden in June with one of his frequent bouts of illness, he writes to Haskell, who spent her summers in solitude in the mountains of the West:

Now, Mary dear, I am going to rest. I shall close my eyes and turn my face to the wall and think and think and think of you — you the mountain climber — you the life hunter.

Good night, beloved.
Kahlil

Kahlil  Kahlil Gibran, self-portrait

As the months wear on, his letters grow more and more animated by that uncommon blend of infatuation’s restless longing and the solid togetherness of an unperturbeable partnership. He writes to her on October 31, 1911:

Your last letter is a flame, a winged globe, a wave from That Island of strange music.
[…]
Do you not know what it is to burn and burn, and to know while burning, that you are freeing yourself from everything around you? Oh, there is no greater joy than the joy of Fire!

And now let me cry out with all the voices in me that I love you.

Kahlil


Alongside Gibran’s passionate proclamations is a calm bellowing tenderness emanating from the depths of his being, which he articulates beautifully in a letter from early January of 1912:

Now I will say goodnight, as any other time. I kiss you and then I say goodnight and then I open the door and then I go out to the streets with a full heart and a hungry soul. But I always come again to kiss you and to say goodnight and to open the door and to go out to the street with hungry soul and full heart.

With equally poetic passion, Haskell writes to Gibran the same week:

Dear Hand, dear Eye, dear Thought, dear Fire, dear Love —
[…]
All I am ever finally impelled to say, rather than not say, to you of yourself seems resolvable into, “Kahlil, you are in my heart — you are in my heart, Kahlil.” When I look back over the years, it seems always to have been that — with changes only of depth and heat of your heart-place.


The following month, she writes:

God lends me His heart to love you with. I asked for it when I found my own was too small, and it really holds you, and leaves you room to grow.

In the spring, Haskell writes to Gibran in New York, channeling her unselfish love and her longing in parallel in a letter that could well be a poem:

What are you writing — and how does it go? And what are you thinking about — and how does it go? And what do you want to talk with me about? — and how do You go?

And why aren’t your arms six hours long to reach to Boston?
[…]
And when will You come to me in a dream and make night sweeter than night?

That October, Gibran repays the “continuity of conscious togetherness” that Haskell had always trusted would bloom between them even though, and perhaps precisely because, they chose not to marry:

The most wonderful thing, Mary, is that you and I are always walking together, hand in hand, in a strangely beautiful world, unknown to other people. We both stretch one hand to receive from Life — and Life is generous indeed.

In another letter, he captures one of the small enormities that define love:

I love to be silent with you, Mary.


A few days later, responding to Gibran’s concern that his physical illness and its attendant creative block might disappoint her, Haskell sends the most beautiful and generous assurance a person who is loved could hope for:

I don’t even want you to be a poet or painter: I want you to be whatever you are led or impelled to become.
[…]
Nothing you become will disappoint me; I have no preconception that I’d like to see you be or do. I have no desire to foresee you, only to discover you. You can’t disappoint me.

The following year, as Gibran continues to struggle, she grants him the ultimate gift of love — the equal embrace of his inner darkness and his inner light:

Your work is not only books and pictures. They are but bits of it. Your work is You, not less than you, not parts of you… These days when you “cannot work” are accomplishing it, are of it, like the days when you “can work.” There is no division. It is all one. Your living is all of it; anything less is part of it. — Your silence will be read with your writings some day, your darkness will be part of the Light.

Kahlil Gibran, “Spirit of Light”

With a sensitivity to Gibran’s growing mastery of English, she adds:

It is like the resolution of greatest dissonances in great music. You know the use of that word resolution in music, don’t you? — so deep and beautiful. — And it is like the reconciliation of life. And do you know Reconciliation used in that way? To me it is one of the profoundest and fullest of our words.

A few months later, having pushed through his creative and spiritual stagnation, Gibran attempts to put words around the immensity of his gratitude for this supreme gift of being seen, and loved, in his wholeness:

I wish I could tell you, beloved Mary, what your letters mean to me. They create a soul in my soul. I read them as messages from life. Somehow they always come when I need them most, and they always bring that element which makes us desire more days and more nights and more life. Whenever my heart is bare and quivering, I feel the terrible need of someone to tell me that there is a tomorrow for all bare and quivering hearts and you always do it, Mary.

Four years before the American publication of Gibran’s slim masterpiece The Madman, in which he wrote, “I have found both freedom of loneliness and the safety from being understood, for those who understand us enslave something in us,” he sees Haskell as the sole counterpoint to that conviction and writes to her in the summer of 1914:

You have the great gift of understanding, beloved Mary. You are a life-giver, Mary. You are like the Great Spirit, who befriends man not only to share his life, but to add to it. My knowing you is the greatest thing in my days and nights, a miracle quite outside the natural order of things.

I have always held, with my Madman, that those who understand us enslave something in us. It is not so with you. Your understanding of me is the most peaceful freedom I have known. And in the last two hours of your last visit you took my heart in your hand and found a black spot in it. But just as soon as you found the spot it was erased forever, and I became absolutely chainless.

The hundreds of letters collected in Beloved Prophet are a transcendent read in their entirety. 


Este mundo

 


"A verdadeira traição é seguir o mundo do jeito como ele anda e empregar
o espírito para justificá-lo."

Jean Guéhenno



via apontamentos

Stress

 


Quando achamos [sabemos] que as coisas são más e depois descobrimos que ainda são piores. Preciso mesmo de distanciamento para me destressar. Até me apareceram aftas na boca. Acho que é do stress.