September 18, 2020

Filmes - Radioactivity

 


Estive a ver este filme sobre a vida de Marie Curie. Uma pessoa interessantíssima com uma vida difícil, em parte por causa da maneira dela ser, difícil, intransigente e obcecada com o trabalho, destemida e tenaz. Em outra parte por causa de ser uma mulher numa profissão de homens arrogantes e paternalistas. As mulheres têm sempre a vida dificultada pelos moralismos burgueses com que as julgam e pelas expectativas estereotipadas com que as castigam. 

A mulher era demasiado independente para fingir que tinha paciência para gente mesquinha e, demasiado inteligente para se importar com os juízos de gente menor e, isso, não lho perdoavam. Era uma pessoa que exigia respeito em sítios onde as mulheres não costumam ser respeitadas.

Não há muitas pessoas interessantes, neste mundo. Ou melhor, há muitas pessoas potencialmente interessantes, até certa idade. Vejo isso nos alunos. Há uma boa quantidade deles que são potencialmente interessantes mas a maioria perde-se, não sei porquê, ali por volta dos vinte e tal anos, talvez pelas circunstâncias da vida, sei lá, mas a verdade é que se tornam adultos desinteressantes, no verdadeiro sentido da palavra: sem interesses, sem paixões, sem curiosidade, superficiais, cheios de vaidades, invejas, comprometidos com poderes e carreirismos mesquinho-burgueses.

Se calhar há sítios que estão cheio de pessoas interessantes e eu é que não estou lá. Enfim, o filme é bom. Põe-nos dentro do ambiente científico do princípio do século XX.


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