JK Rowlings escreveu mais um livro da série Robert Galbraith -uma série policial-, onde o assassino é um homem que se veste de mulher. Primeiro caíram-lhe em cima porque, se o assassino é um travesti, então ela é transfóbica e depois, porque já não se pode dizer travesti. Têm que ser chamados por um acrónimo qualquer inventado recentemente que não lembro agora.
É claro que tudo isto tem que ver com o que ela escreveu no twitter há uns meses que ofendeu a comunidade LGBT e, pior, com o facto dela ter mantido a sua posição em vez de ter pedido desculpa. Portanto, nunca mais os assassinos podem ser homens que se vestem de mulher porque isso é transfóbico. O que é que os assassinos podem ser? Se são mulheres, é machismo; se forem negros, é racismo... qualquer dia um autor, antes de escrever um livro tem que enviar a prova a todas as associações possíveis imaginárias para receber um ok em como não ofende ou perturba nenhum grupo social.
E diz-me lá se não estamos a viver num regime de total censura?
ReplyDeleteTotal não, mas sim, muita censura, sendo que em certos casos a censura é uma auto-censura na medida em que reduz o próprio a um esterótipo, não é? Como se o travesti se definisse, em primeiro lugar, não pela sua humanidade, mas pela sua orientação sexual ou o que seja, porque as classificações estão tão confusas e instáveis que uma pessoa perde-se.
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