O legado de Obama

 

Neste vídeo o que me impressiona não são as palavras de Michelle Obama. Nem sequer penso que ela tenha razão no que diz. Trump não é racista contra negros ou latinos, é racista contra pobres. Detesta pobres. Países pobres, pessoas pobres. Identifica-os como fracos. Trump ficou parado nos seus preconceitos e vê os negros e os latinos com a mentalidade de há um século: gente de pé descalço com certo tipo de empregos. Da mesma maneira, vê as mulheres com os preconceitos de há um século: como objectos de compra e venda (são a maioria das suas relações com mulheres) e, portanto, inferiores e fracas. Trump divide o mundo em dois grupos: os fracos e os fortes (que são os ricos com poder), aos quais ele pensa pertencer mais Putin, XI e Kim Jong.

Portanto, o que me impressiona neste vídeo e penso que é o legado de Obama -que também inclui Michele, muito respeitada entre os americanos- é a composição da assistência: negros, brancos, latinos, asiáticos, novos e velhos todos juntos, lado a lado, a lutar pelas mesmas ideias de um país livre, mais igual em direitos e mais justo. Isto não se via antes de Obama. Não desta maneira e com esta força.

BREAKING: Michelle Obama just laid into Donald Trump like no one has before. Retweet to make sure all Americans see this takedown. pic.twitter.com/j8lIF9tCIC

— Kamala’s Wins (@harris_wins) August 21, 2024

Penso que Obama podia apenas ter dito: a decisão era minha e errei

 

Em vez disso está aqui com um ar visivelmente embaraçado, de quem sabe que está a dizer baboseiras, a inventar que na altura (da invasão da Crimeia) todos pensavam que a Ucrânia e a Crimeia eram meio russas... a sério? 

Os políticos e o poder são como os fantasmas dos budistas, representados com estômagos inchadíssimos e pescoços demasiado finos para passar a comida. Passam o tempo esfomeados com desejos do tamanho de montanhas mas depois não são capazes de engolir aquilo que tanto queriam.

Did the west stand up enough to Putin's invasion of Ukraine in 2014? Former President @BarackObama tells me that, "given both where Ukraine was at, at the time, and where the European mindset was at the time, we held the line." pic.twitter.com/QvqEfVUnkd

— Christiane Amanpour (@amanpour) June 23, 2023

Descubra as diferenças

 

Obama explica o contexto moral da decisão de não ter apoiado publicamente as mulheres iranianas em 2009: houve uma discussão e ganhou a parte que achava que ao fazê-lo ia minar o esforço das mulheres dado que iriam ser acusadas de estar feitas com o imperialismo americano. 

Kudos to @BarackObama for admitting his mistake in 2009 and making it clear that the United States needs to support the #IranRevolution #IranProtests2022 pic.twitter.com/yAluEFgLrA

— Mark Dubowitz (@mdubowitz) October 15, 2022

Merkel explica porque acha que fez tudo muito bem quando decidiu ficar dependente do gás russo: era um bom negócio para a Alemanha, iam ganhar muito dinheiro.

Yesterday, Merkel stated that she “doesn’t regret her decision at all” to buy natural gas from Russia.

Her decision to increase Germany’s dependence on Russian gas through Nord Stream 2 was taken AFTER Russia’s annexation of Crimea.

No regrets? Really? pic.twitter.com/LRfSkVpmur

— Visegrád 24 (@visegrad24) October 14, 2022

As vantagens das democracias

 

Que mantêm os elevadores sociais a funcionar.

Please take a measly two minutes… https://t.co/hdnfJJZHVK

— Rex Chapman🏇🏼 (@RexChapman) September 7, 2022

Obama rocks!

 

no doubt about it

Isto dá que pensar

 

Obama escreve algures num capítulo anterior que a História é feita por todos nós, pelas decisões e actos de cada um de nós, o que acredito, embora, claro, alguns têm mais poder para influenciar os rumos da colectividade mas, mesmo esses, só têm esse poder porque deixamos que o tenham e o exerçam. 

Aqui, na 1ª visita que fez a Moscovo em 2009, Obama escreve as impressões da Rússia de Putin, cada vez mais parecida com a Rússia soviética e acrescenta que Putin é um autoritário, não forçado - bem, se fosse hoje já não escrevia isto, porque ele mudou muito nas suas estratégias e já não tem a mesma popularidade que tinha, mas a verdade é que naquela altura tinha-a. Os russos gostavam dele por ser um líder que fazia a Rússia aparecer como um caminho para a sua antiga glória, mesmo se essa glória foi construída sobre o terror e a morte de dezenas de milhões e a pobreza de um número ainda maior. 

Isto dá que pensar: porque é que as pessoas gostam e são cúmplices destes líderes que lembram os antigos de que se livraram com tanta dificuldade e que tiveram um papel tão nefasto na História? Porque se sentem engrandecidos por contágio e isso é o que mais prezam: a ideia de superioridade e de estarem acima dos outros.

As pessoas que acreditam na reencarnação pensam sempre que são a reencarnação do Napoleão, da Cleópatra ou outro personagem do género. Nunca vi alguém dizer que é a reencarnação de uma lavadeira ou de um soldado raso. Também se vêem como leões, tigres, dragões, lobos, touros, águias... num vi alguém dizer que o seu espírito animal é uma galinha ou uma ovelha, mas no entanto, a maioria das pessoas são gregárias, muito sociais, seguidistas, obedientes a um galo ou um cão pastor. Isso não denota um grande desejo de grandiosidade? É como o excepcionalismo americano e o excepcionalismo britânico e o excepcionalismo francês e o excepcionalismo alemão e o excepcionalismo russo... 

Enfim, este livro é enorme e hoje vou parar por aqui. 

Gostava tanto de ter governantes em Portugal que percebessem isto

 

... de ter uma visão estratégica para o país, de assumir a responsabilidade do caminho e de ter colaboradores à altura das situações... e gostava tanto que agissem de acordo e não fosse tudo só palavras e gestos propangandísticos, vãos...

do livro de Obama

Comecei a ler o livro do Obama

 

TAO - ele vai logo direito ao assunto nas primeiras linhas (é cá dos meus): saímos cansados e chateados de terem eleito um parvalhão. Ele não lhe chama parvalhão mas é o que chama  lol

Falta de noção das prioridades

 

Não quer dizer que a Dolly Parton não mereça uma medalha ou que a vida tenha que ser sempre acerca das coisas dramáticas e não possamos ser leves nas conversas, mas quando o entrevistador lhe pergunta se não ter dado a medalha da liberdade a Dolly Parton é 'a' coisa que ele lamenta nos seus oito anos, ficamos com a ideia de que as pessoas não têm noção das prioridades: Guantanamo, Snowden, Assange... só para citar três 'coisas' assim logo à cabeça.

Good! 😡 https://t.co/He1gtybTvm

— Yashar Ali 🐘 (@yashar) December 1, 2020

Uma mensagem de Obama - só o 1º minuto é sobre os EUA e Trump. Os outros dois minutos sobre as exigências da democracia, valem universalmente

 

Esta fotografia tem mais informação que dez artigos de opinião

... e não falo apenas de informação política mas também psicológica-antropológica - timing perfeito - não sei quem a tirou.