March 23, 2024

Diz-se por aí à boca pequena que durante o mandato o senhor ministro não teve disponibilidade para ser ministro




Outras prioridades...
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Chegamos, assim, ao que parece ser uma falta de diálogo entre Ministério da Educação e professores/diretores. Pelo menos, de acordo com notícias centradas nos exames do 9.º ano de escolaridade que, este ano, deverão ser feitos em ambiente digital.

Desde o início do ano letivo, em setembro, um dos temas praticamente sempre em cima da mesa tem sido a utilização dos computadores nas escolas. Lemos e ouvimos várias situações: falta de computadores, falta de técnicos para os reparar, escolas sem wi-fi fidedigno para se poderem ter inúmeros portáteis ligados ao mesmo tempo e outras mesmo sem wi-fi. A estes pequenos problemas junte-se o facto de nem todos os alunos terem computador, o que cria de imediato um problema de igualdade no acesso às matérias e provas.

Os alertas foram sendo feitos e esta semana o Diário de Notícias publicou um trabalho onde Filinto Lima (presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas), Arlindo Ferreira (diretor do Agrupamento de Escolas Cego do Maio) e Sandra Nobre, (Associação de Professores de Matemática) voltavam a lembrar as dificuldades que os alunos do 9.º ano vão enfrentar para fazer os seus exames em ambiente digital e pediam para se estudar a possibilidade de adiar essa decisão.
É certo que esses exames estão marcados a partir de 12 de junho (o primeiro será de Matemática), portanto ainda falta algum tempo, mas também é verdade que até ao momento o ministro João Costa não se pronunciou sobre o tema. Nem mesmo depois de os professores de Informática terem marcado uma greve a partir de 8 de abril para evitarem ser eles a irem reparar, segundo garante a sua associação, as centenas de computadores que estarão avariados pelos agrupamentos escolares fora.
Fosse para manter os exames digitais - será bom não esquecer que os do 9.º ano contam para a nota final do aluno que termina o Ensino Básico -, fosse para reconhecer que o problema poderia ter outra solução, o governante já deveria ter vindo a público falar sobre o assunto.

O caso pode parecer ao ministro, a cumprir os últimos dias na pasta - pois será substituído a partir de dia 2 de abril -, apenas uma “tempestade num copo de água”, mas quando se ouve um professor de Matemática dizer que os alunos nem sabem como fazer os carateres especiais da disciplina no computador , talvez seja o momento de parar e perceber o que de facto se passa.


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