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January 31, 2020
Just saying II
Mindfulness é um estado mental filosófico, isto é, um estado mental de atenção e reflexão detached, sobre si e o mundo. As técnicas de meditação terapêuticas que por aí se aconselham como modo de atingi-lo são meras aspirinas para quem não sabe estar a sós consigo próprio, olha o mundo mas não o vê, não tem o hábito da introspecção e nunca alimentou as suas raízes. Pessoas que em vez de ocuparem um lugar no mundo exterior, deixam que esse mundo ocupe todo o lugar neles o que resulta em fragmentação, dispersão, desorientação e overachievement.
Just saying
O minimalismo é um luxo e uma aspiração de quem já tem muito. É preciso ter já muitos livros ou muitos carros ou outra coisa qualquer desses bens materiais para se ter esse desejo de desocupar ou largar o lastro e viajar mais leve.
Fazer avançar o conhecimento - vou oferecer-me para cobaia
Desde que isto não meta agulhas, catéteres, máquinas de TAC e coisas do género. Antes de ontem enquanto esperava no hospital vi este folheto.
Devem querer saber até que ponto somos afectados cognitivamente pelos tratamentos oncológicos. Fazer avançar o conhecimento num sentido positivo é um repto ao qual temos que responder afirmativamente (talvez alguém aí na net veja e também se ofereça).
E, confesso, também estou a pensar que talvez possa beneficiar de papers ou livros ou o que seja que disponibilizem e melhore o meu conhecimento do sistema nervoso que é uma matéria que dou nas aulas.
Aliás hoje é dia de levar o Manel mas havendo greve não sei se vale a pena ir carregada...
Livros - Crenças irracionais, inocência epistémica
"In an ideal world, our beliefs would satisfy norms of truth and rationality, as well as foster the acquisition, retention, and use of other relevant information. In reality, we have limited cognitive capacities and are subject to motivational biases on an everyday basis. We may also experience impairments in perception, memory, learning, and reasoning in the course of our lives. Such limitations and impairments give rise to distorted memory beliefs, confabulated explanations, and beliefs that are elaborated delusional, motivated delusional, or optimistically biased."
January 30, 2020
Poesia ao anoitecer
La nuit n'est jamais complète
Il y a toujours puisque je le dis
Puisque je l'affirme
Au bout du chagrin une fenêtre ouverte
Une fenêtre éclairée
Il y a toujours un rêve qui veille
Désir à combler faim à satisfaire
Un cœur généreux
Une main tendue une main ouverte
Des yeux attentifs
Une vie la vie à se partager.
Il y a toujours puisque je le dis
Puisque je l'affirme
Au bout du chagrin une fenêtre ouverte
Une fenêtre éclairée
Il y a toujours un rêve qui veille
Désir à combler faim à satisfaire
Un cœur généreux
Une main tendue une main ouverte
Des yeux attentifs
Une vie la vie à se partager.
Paul Eluard
O partido dos pilinhas unidos
Alguém disse aos pilinhas unidos que o Chega está a roubar-lhes os votos e resolveram ser mais papistas que o Papa e se o outro é estúpido os pilinhas resolveram ser estúpidos ao quadrado.
Isto é triste. Lembro-me do CDS nos anos 70 e 80 ser um partido que defendia uma ideia social, com a qual não se concordava nos princípios mas que se respeitava. Era uma ideia de sociedade justa e equilibrada. Agora são uns putos pilinhas com técnicas de vendedores na caça ao voto. Uns histéricos.
Comunidade israelita condena “ofensa” de dirigente do CDS “a todos os judeus”
No Facebook, Abel Matos Santos chamou “agiota de judeus” a Aristides de Sousa Mendes e elogiou a PIDE e Salazar. Comunidade judaica diz que CDS “não pode estar conivente” com declarações do dirigente partidário.
Verhofstadt: Brexit is 'not an adieu, only an au revoir'- esta gente vive no La La Land e na hipocrisia
Grandes discursos e cantorias de despedida mas a UE sempre boicotou vozes contrárias. Houve referendos ao tratado de Maastricht que o chumbaram mas a UE arranjou maneira de os voltar a pôr na mesa, sem referendo, impondo-os a toda a gente. O eixo franco-alemão dominado pela Alemanha, tem imposto a sua vontade, têm chantageado os países, como aconteceu com a Grécia, empobrecido outros com as austeridades cegas e dogmáticas, como Portugal e nem a própria Alemanha tem beneficiado disto a não ser em termos de poder porque a escola pública deles também tem falta de investimento e as pessoas pagam muitos impostos para pouco investimento público.
De modo que esta gente que vive em Bruxelas e que agora chora, não têm interesse nem vontade para reformas que lhes retirem poder e o devolvam às pessoas. A Inglaterra saiu por discursos populistas, sim, mas também, e sobretudo, por muita revolta contra uma UE opaca, com orgãos que decidem às escuras, não dão cavaco a ninguém, impõem os seus interesses.... as perspectivas não são boas. Está agora mesmo o Juncker na BBC a dar uma entrevista onde proclama grandes princípios mas enquanto lá esteve foi um tipo dos lobbies e das grandes corporações.
São projectos fantásticos deitados fora por gente sem escrúpulos, ignorantes e venais.
Amigos
É bem verdade que amigos há poucos. A maioria das pessoas serve-se e descarta-se dos outros conforme as conveniências e não sabe ser amigo. Têm uma agenda, como dizem os ingleses, e são amigos enquanto encaixamos nessa agenda. Os amigos têm essa virtude de nos confortar mas também desafiar. A amizade tem requisitos: primeiro somos amigos daqueles que amamos porque a amizade é uma forma de amor; depois somos amigos daqueles que respeitamos; a amizade requer confiança, verdade e honestidade, mas cortesia também, porque é um fio delicado; interesses e gostos comuns. Vem isto a propósito de ter estado com o meu querido amigo André que já não via há um tempo, agora que ele mora, outra vez, um bocadinho longe daqui. Sim, vamos falando quase todos os dias pela internet mas não é a mesma coisa que sentarmos-nos e termos aquelas conversas e discussões de ideias durante horas a fio, sem parar. Hoje foi esse dia. Já tinha muitas saudades dele e de conversar com ele. Hoje também precisava de algum conforto porque ontem o dia foi mau -há médicos que me deprimem sempre. É isso. O André faz-me bem a várias coisas ao mesmo tempo 🙂
Coisas boas: 100.000 mil imagens de arte dos museus franceses gratuitas
You Can Now Download Images of 100,000 Artworks From Prominent Paris Museums’ Collections
Paris Musées, which manages 14 important institutions, has released a trove of images into the public domain
By Brigit Katz
SMITHSONIANMAG.COM
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The images were released under the Creative Commons Zero license, meaning that the files have been dedicated to the public domain “as completely as possible.” Visitors to the Paris Musées collections portal can now download a file that contains a high-resolution digital version of a given artwork, details about the image, and a guide for using and citing it. Works still under copyright can also be downloaded through the portal but are only available as low-resolution images.
Paris Musées, which manages such diverse institutions as the Petit Palais, Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris, Maison de Balzac and the Catacombs, began making its collections accessible online in 2016. To date, more than 320,000 images—a substantial portion of the roughly one million works held by the organization’s museums—have been digitized.
Rivière says the organization has been “working on its open access strategy for some time,” inspired in part by the OpenGLAM movement, which seeks to promote open access for cultural heritage.
Quem é que consegue apreciar uma obra nestas condições?
Para quê ir a um museu nestas condições? O que se aprende, o que se aprecia? Nada, nadinha. Quando se transforma a cultura em mercadoria perde-se o seu efeito estético e pedagógico.
Paisagens interiores
A arte é emocional, em primeiro lugar. Causa um impacto emocional. Só depois olhamos com atenção para descobrir as razões. É claro que para a arte causar impacto é necessário, em primeiro lugar, que a pessoa tenha desenvolvido essa capacidade de ser afectada pela (a)presentação estética. E a capacidade de nos deixarmos afectar pela arte também é influenciada pela experiência de vida que produz fios invisíveis que entre nós e as obras, quer dizer, quanto mais vasta e diversificada a experiência de vida, mais identificamos as coisas presentes nas obras como coisas, também presentes, enquanto experiência, nas nossas vidas. Falo de impacto emocional profundo, aquele que implica uma pessoa abrir-se à obra e permitir que ela deixe uma impressão, o que é diferente da atitude do crítico que julga à distância, de um ponto de vista técnico. A reflexão também ajuda e, como em tudo na vida (ou quase tudo) o hábito, a experiência, de observar arte educa, treina o olhar.
Uma obra significante consegue apresentar uma realidade (aqui uma paisagem campestre) de uma maneira tal ou numa faceta particular que a destaca do contexto e a expõe valorativamente, de tal maneira que nos obriga a pensar, a sentir e a ver essa realidade de um modo novo ou a reconhecer em nós algo que existia mas não era claro, por exemplo.
Por exemplo, esta paisagem tem um forte impacto em mim. Causa-me tranquilidade e angústia ao mesmo tempo, dependendo do que observo. Gosto deste castanho de terra lavrada (até lhe sinto o cheiro), gosto desta linha verde que se une no ponto de fuga. São tranquilizantes. É um verde tranquilizante. No entanto, há qualquer coisa de dramático no carro de cor vermelho (sangue) juntamente com a ameaça de nuvens. Os postes eléctricos vigilantes, a observar-nos. A partir destes elementos e não dos outros, os tranquilizantes, é pintura é agora ameaçadora, intranquilizante. (um psicanalista teria a sua interpretação desta minha interpretação...)
Portanto, a perspectiva a partir da qual observamos a obra influência o impacto dela em nós e, também, o próprio valor polissémico da obra. Fazemos isso com frequência, na vida, quer dizer, escolher os pontos a partir dos quais nos julgamos e, dessa maneira, construímos uma narrativa. Há pessoas que constroem narrativas idealistas (não num sentido filosófico), outros narrativas dramáticas, líricas... poucos, parece-me são os que constroem narrativas realistas.
O que fascina é a capacidade da pintura mover a paisagem interior e, dessa maneira, o passo exterior.
"Wiltshire Landscape". Eric Ravilious. 1937.
O ministro do Ambiente é um inútil no que respeita à defesa e gestão da coisa ambiental
O Ministério do Ambiente e todas as entidades públicas têm muito que fazer para conseguirem pôr certas empresas na linha. Para além da vigilância tem de haver uma acção punitiva célere. Ao fim de tantos anos de crimes ambientais já não se justificam as chamadas acções de sensibilização. QUERQUS
Notícias insuportáveis
Esta:
Thousands of migrant children were sexually abused in U.S. custody, HHS docs say
According to the documents, over a thousand allegations of sexual abuse against unaccompanied minors in HHS custody were reported to federal authorities each fiscal year since 2015. In total, between October 2014 and July 2018, 4,556 sexual abuse complaints were reported to the Office of Refugee Resettlement (ORR) — an agency within HHS in charge of caring for unaccompanied migrant minors.
e esta outra:
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