January 13, 2023

Acerca da liberdade de ensino



E a propósito de uma professora numa universidade americana ter sido despedida pelo crime de mostrar uma pintura de Maomé do séc. XIV numa aula de história de arte, tendo avisado previamente e depois na própria aula, que ia mostrar imagens de Maomé (e de Buda) no curso, para o caso de algum muçulmano se ofender e querer sair:
"Se não quer que as suas tradições, crenças, ou pontos de vista sejam desafiados, então não venha para uma universidade, pelo menos não para estudar humanidades ou ciências sociais. O ponto de vista de Miller [o director da universidade que despediu a professora] ao que parece, é que a liberdade académica só significa tanta liberdade quanto os seus estudantes mais sensíveis conseguem suportar, o que é uma posição irresponsável que coloca a universidade, a sala de aula e as carreiras dos académicos nas mãos de estudantes inexperientes na matéria, novos na vida académica e, muitas vezes, ainda na adolescência.

O objectivo da universidade é criar adultos educados e pensantes e não criar crianças abrigadas da dor de aprender que o mundo é um lugar complicado. As aulas não são uma refeição de restaurante que deve ser servida segundo as especificações dos estudantes; não são um acto de stand-up que deve fazer rir e divertir os estudantes mas nunca ofendê-los. Miller abriu a porta aberta para futuros problemas curriculares.

Um estudante queixou-se, o que aparentemente desencadeou vários eventos, incluindo López Prater ser convocada por um reitor e um administrador da Universidade Hamline, ser despedida e um e-mail ter sido enviado aos funcionários do campus dizendo que certas acções numa aula on-line foram "inegavelmente irreflectidas, desrespeitosas e islamofóbicas".
      — Tom Nichols

Desde quando este tipo de coisa ridícula tem lugar numa sociedade livre? Queremos que a nossa sociedade evolua para uma sociedade como a do Irão onde não podes andar de cabeça à mostra porque ofende o Islão, não podes andar de bicicleta porque ofende o Islão e por aí fora? Ridículo. Pessoas ridículas, ignorantes e perniciosas são postas à frente de instituições que deviam fazer avançar o conhecimento e não recuar ao tempo das teocracias e outras ditaduras.

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