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April 13, 2020

Algumas pessoas precisavam de passar por uma oxigenação à Boris Johnson II



Está um neurocirurgião na SIC a aconselhar as pessoas a fazerem as suas próprias máscaras de protecção com pedaços de algodão e lenços de papel (ambos materiais altamente absorventes) e diz que fica igual a uma máscara de cirurgião. Ai sim? Então, olha, como deves ser melhor que eu no corte e costura, dá-me as tuas máscaras de cirurgião que eu dou-te os meus lenços de papel mais umas t-shirts...
Grandes parvos...

Coronavirus Li Wenliang - ME ouviu os sindicatos - deu a cada um 3 minutos para falar sobre a situação actual



Isto é o quê, alguém me explica? 3 minutos para intervir?

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Balanço da reunião com o Ministério da Educação a 8 abril



Colegas, o S.TO.P. foi convocado a reunir (via online) com o Ministério da Educação (ME) dia 7 de abril às 10h (tendo recebido a convocatória na tarde de dia 6 abril).
Nessa reunião em representação do ME estiveram presentes os Secretários de Estado da Educação João Costa e Susana Amador. Informaram-nos que cada sindicato teria direito a uma única intervenção e de apenas 3 minutos. Em contraste, os Secretários de Estado tiveram direito a duas intervenções (abertura e fecho) e de cerca de 10 minutos cada. Os Secretários de Estado queriam saber a posição de cada sindicato essencialmente sobre as seguintes questões:
  1. Se concordavam com o ensino presencial durante o 3.ºPeríodo (em todos ou apenas em alguns níveis);
  2. A avaliação do 3.ºPeríodo;
  3. Os exames nacionais.
O S.TO.P. na reunião reiterou que a prioridade deve ser a saúde pública e que perante o que os cientistas transmitem infelizmente estaremos a lidar com esta doença muito contagiosa e mortal no mínimo durante os próximos meses. Relembrámos também que os Profissionais da Educação (docentes e não docentes) se encontram muito envelhecidos e por isso são grupo de risco. Dessa forma, mantendo-se a situação de pandemia (se entretanto não surgir vacina ou tratamento eficaz) com muitos infetados confirmados (sem contar com os não contabilizados) não consideramos haver condições para iniciar-se aulas presenciais no 3.º Período em qualquer nível de ensino. Transmitimos que todos os Profissionais de Educação que por algum motivo continuam a trabalhar nas Escolas (ex: manter as refeições para as crianças carenciadas) devem ter direito a condições mínimas de segurança (infelizmente já tivemos vários Profissionais de Educação que morreram devido à Covid-19).
Por esse mesmo motivo e reconhecendo que no ensino à distância não estão garantidas as mínimas condições de equidade na Educação (além de questões como direito de imagem ou proteção de dados), também não nos parece estar reunidas as condições para tentar fazer uma avaliação do 3.ºPeríodo “normal” com novas matérias lecionadas. Consideramos que os professores deviam continuar a acompanhar (na medida do possível) os seus alunos tentando sobretudo consolidar as matérias já dadas e/ou equacionar a possibilidade de dinamizar Projectos Multidisciplinares em torno na pandemia (disciplinas como História, Ciências, Geografia, Matemática, Artes, etc), um Projecto realmente atual e interessante porque estamos a viver algo inédito na História da Humanidade. O governo também deve garantir que as aulas à distância não impliquem custos acrescidos para as famílias e os professores (internet e electricidade).
Também relembrámos que é fundamental que o governo, desde já, tenha em consideração que milhares de pais (incluindo professores) estão, em defesa da Saúde Pública, também com os seus próprios filhos em casa (e/ou a cuidar dos seus idosos) e que por isso o trabalho tem que ser realista (tendo em consideração este fator muito significativo). De outra forma, mais uma vez, serão os alunos com menos apoio em casa os mais prejudicados.
Afirmámos que independentemente da decisão do governo sobre o 3.ºPeríodo será inevitável que os alunos percam aulas e matérias previstas. E questionámos se este pretende compensações aos alunos no próximo ano letivo e se assim for, se irá contratar e vincular mais professores (aproveitando para rejuvenescer a classe docente)?
Defendemos também a eliminação das provas de aferição e as do 9.º ano no 3.ºPeríodo e relativamente aos exames nacionais, tendo em consideração tudo o que já tínhamos referido e acrescentando também a grande instabilidade emocional que este confinamento de várias semanas está a provocar em todos nós mas não na mesma intensidade (todos concordaremos que o stress inerente a semanas de isolamento numa família de classe média alta é completamente diferente de uma família pobre),  tudo isto potencia ainda mais as injustas sociais no processo de acesso ao Ensino Superior. E será que os nossos alunos terão as mínimas condições (materiais e psicológicas) para se prepararem (e realizarem) para os exames nacionais? Por isso o S.TO.P. propõe (até mesmo para tirar mais essa fonte extra de ansiedade aos nossos alunos e famílias)que os Exames nacionais sejam suspensos (e voltarmos a avaliar regularmente o evoluir da situação pandémica para ver se há condições (ou não) para remarcar os exames).
O S.TO.P. também reafirmou as críticas ao ME por ter permitido autonomia aos diretores em questões como a convocatória (ou não) de Profissionais da Educação após 13 de março e o poder de decisão sobre a manutenção (ou não) de professores contratados que estavam a substituir professores que entretanto regressaram ao serviço. É inaceitável por exemplo os relatos que nos chegaram de diretores que convocaram Assistentes Operacionais para limpezas poucos dias depois do encerramento das Escolas (enquanto o vírus ainda podia estar ativo em superfícies). Consideramos também que o ME também deve garantir  à partida que todos os professores contratados  (que estavam a substituir colegas que entretanto regressaram) devem continuar até ao final.
O S.TO.P. manifestou total disponibilidade para voltar a reunir com o ME mas também declarou que é muito difícil reunir nestas condições em que os sindicatos são avisados com menos de 24 horas de antecedência e apenas com direito a uma única intervenção de 3 minutos. Por fim também voltámos a questionar sobre questões (que já tínhamos enviado via email) relacionadas com a avaliação e a progressão docente, mobilidade por doença, etc.
No final os Secretários de Estado agradeceram os contributos dos vários sindicatos e não anunciaram o que concordaram, nem o que planeiam fazer (nem responderam à maioria das questões). Referiram que será contemplado a questão da avaliação e progressão docente (para que ninguém seja prejudicado), que serão adequadas medidas para salvaguardar questões como a mobilidade por doença e que no próximo ano letivo serão realizadas medidas de compensação (nos vários níveis de ensino) mas sem referir se irão contratar e vincular mais professores para esse efeito (como o S.TO.P. defende).
Questionado pelo S.TO.P. o ME admitiu que o ensino à distância não é comparável ao presencial em especial nas disciplinas com forte componente prática ou laboratorial (Educação Física, várias disciplinas de Ciências, Educação Visual, Educação Tecnológica, etc) e constatámos que até este momento não estiveram (nem estão ainda) garantidas a proteção de dados e direitos de imagem (relativamente ao ensino à distância).
A 9 de abril o governo, através do Primeiro Ministro António Costa, anunciou que as aulas presenciais do 11.º e 12.º ano (das disciplinas de exame nacional) durante o 3.ºPeríodo ainda não estão decididas e que todos os outros níveis de ensino terão aulas à distância. Anunciou publicamente que qualquer pessoa que frequente as Escolas terá que usar máscara de proteção e que os exames nacionais foram adiados.
Relembramos que para garantir as condições mínimas de segurança para quem frequenta as Escolas não basta o uso de máscaras (como anunciou o governo) mas também nomeadamente outros tipos de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) e limpeza frequente do espaço escolar por equipas especializadas para o efeito (essa foi uma das propostas que o S.TO.P. enviou ao governo a semana passada).
O S.TO.P. como sempre manterá a vigilância para que nomeadamente as normas de segurança individual e coletiva sejam respeitadas em defesa da saúde de TODOS que frequentam as Escolas e continuará a defender que neste contexto de pandemia, a Escola não deve acrescentar ainda mais ansiedade aos nossos alunos e famílias (já tão fustigadas pelo longo confinamento, pela precariedade e desemprego crescentes).


April 12, 2020

Coronavirus Li Wenliang - hoje somos todos um bocadinho espanhóis 🇪🇸



Em Espanha o número de mortos do COVID, não pára de subir. É uma tragédia. Hoje somos todos um bocadinho espanhóis para dar força.


Coronavirus Li Wenliang - afinal os imigrante servem para alguma coisa e os serviços públicos também



Quem sabe, se calhar não são bandidos e até asseguram muito do SNS inglês... fugiram daqui... fazem falta.

"Espero que não se importem se mencionar dois enfermeiros que se mantiveram ao meu lado durante 48 horas quando as coisas poderiam ter seguido qualquer um dos caminhos. São a Jenny, da Nova Zelândia. Invercargill, no sul, para ser exato. E Luís, de Portugal, perto do Porto", realçou.

"A razão, no final, pela qual o meu corpo começou a receber oxigénio suficiente foi porque, durante todos os segundos na noite, estiveram a observar, a cuidar e a tomar as intervenções necessárias. É assim que também sei que, por todo este país, 24 horas por dia, há centenas de milhares de funcionários do serviço nacional de saúde que estão a agir com o mesmo cuidado, pensamento e precisão da Jenny e do Luís", acrescentou.

Boris Johnson

Solitários



@washingtonpost

Coronavirus Li Wenliang - trumpices













via jackson percy

Coronavirus Li Wenliang - solidão é isto



Michigan woman asked Alexa for help before dying from coronavirus complications: "I am in pain"


April 11, 2020

Coronavirus Li Wenliang, - nos próximos 12 a 18 meses, são precisas soluções



O que é provável que aconteça nos próximos 12 ou 18 meses:

1. Haver uma vacina mas não haver entendimento político para a distribuir;

2. Haver diagnósticos mas não soluções.


1. Como se lê neste artigo já abaixo, há 120 vacinas em desenvolvimento (embora em estádios diferentes de desenvolvimento), a maioria na América do Norte, e são financiadas por grandes farmacêuticas privadas que querem capitalizar a sua venda.

Quando houver vacina, o grande desafio vai ser o de produzi-la em quantidade e a preços que possam chegar aos biliões de pessoas do planeta.
Vão acontecer, uma de duas coisas: ou haver entendimento político dos países do G20 para produzi-la e distribuí-la por toda a gente, a começar pelos grupos de risco ou, os países não se entenderem, entrarem em guerra pela vacina, a vacina ser caríssima e proteger, não quem mais precisa mas, quem tem mais dinheiro, deixando países inteiros à sua sorte.

Para que isto não aconteça é necessário começar a agir imediatamente no sentido de pressionar os países onde a vacina se está a produzir para estabelecerem um compromisso que tenha como prioridade a saúde e não o lucro e o interesse privado.

O público também tem que pressionar neste sentido e fazer a sua parte que desde logo passa por não eleger políticos petrificados, incapazes de ter uma visão global dos problemas.

(Why the race for a Covid-19 vaccine is as much about politics as it is science - The race is with the virus but ‘vaccine nationalism’ threatens the drive for international agreement and cooperation)


2. As únicas pessoas que estão a trabalhar à altura da situação são os cientistas e os que com eles trabalham de perto que dedicam o seu esforço e tempo, positivamente, seja a encontrar tratamento e vacinas, seja a produzir material médico acessível para os hospitais.

Os outros, nomeadamente economistas e conselheiros políticos só fazem diagnósticos com linguagem bélica a acirram países uns contra os outros, como se vê nos artigos abaixo que são uma ínfima parte das centenas de artigos idênticos que inundam os jornais. 

Quando os economistas e conselheiros políticos dizem aos governantes que têm que preparar-se para uma crise brutal com uma enorme e caótica falta de recursos, os os governantes fazem o que fizeram as pessoas comuns quando lhes disseram isso: começaram a açambarcar mantimentos sem pensar nos outros. Estão assustados. Daí a falta de entendimento na UE: estão todos a açambarcar e a pensar que no futuro é cada um por si. 

Para que precisamos de políticos incapazes de pensar e orientar um futuro comum?

Precisamos que os economistas, os políticos e outros que se dedicam a pensar a vida política, social e económica, construam ideias, modelos de um futuro económico e político cooperativo e sustentável. E precisamos que essas ideias e essas vozes discutam com os governantes e lhes ofereçam soluções que desbloqueiem os dogmas económicos e políticos que nos trouxeram aqui. Sim, porque a China pode ter estado na origem da doença, mas a pandemia, quem a fez foi o tipo de globalização económica e financeira psicopata que temos.



'Death on an appalling scale’ – David Miliband on the threat of COVID-19 to refugees]


Precisamos de soluções:

Pensar a vida nos próximos 12 a 18 meses, sabendo que será marcada pela pandemia até haver uma vacina.

É preciso que o governo ponha os 70 ministros e secretários a trabalhar com peritos (falo de peritos a sério e não de nomeados políticos que não percebem dos assuntos) que desenhem soluções.

É de prever que talvez daqui a uns 4 ou 5 meses, haja infectados suficientes, não sei se para haver imunidade de grupo, mas para que se possa retomar actividades com precauções; tendo em conta que poderá haver uma nova vage da infecções no Inverno, é necessário começar a produzir máscaras e outro material que se tornem de uso vulgar até termos uma vacina: é necessário reconverter serviços de acordo com normas de segurança no que respeita a distanciamento, etc.

É preciso que todos os ministérios e a AR se dediquem a preparar os próximos 12 a 18 meses, precisamos de soluções para viver durante um ano ou um ano e meio com um certo distanciamento para não termos que voltar ao isolamento e os grupos de risco possam voltar à actividade com segurança.

É disso que precisamos e já. 

Já agora, precisamos que as TVs nos informem (para isso precisamos de políticos responsáveis e de confiança que não mintam e não nos tratem como imbecis) dos perigos e dos mortos, mas não precisamos de 100 mesas redondas com pessoas a falar constantemente de perigos e mortos. 

Precisamos de pessoas que saibam do que falam e discutam soluções e envolvam a população nessas soluções.

April 09, 2020

The five stages of crisis management




juliette kayyem

Coronavirus LI Wenliang - pôr as coisas em perspectiva para quem ainda acha tudo um exagero e uma histeria



A crise do ébola estendeu-se por dois anos, de 2014 a 2016, em 10 países, quase todos africanos, ou seja, sem sistemas de saúde sofisticados, sem medicamentos, sem equipamentos, sem protecção para médicos e enfermeiros, etc.

Nesses dois anos, na totalidade dos países, houve 28.646 infectados reportados e morreram 11.323 pessoas, das quais cerca de 500, foram pessoal da saúde.

A crise do Coronavirus LI Wenliang dura há apenas quatro meses e meio - já se estendeu a mais de 150 países, já infectou 1.503.900; já matou 89.931 pessoas; só em Itália, já morreram mais de 100 médicos, sem contar com enfermeiros e outros trabalhadores de hospitais;  Espanha, ontem, ia em 94 médicos. Fora os outros 150 países. Já deve ir nos 500, só em médicos, ao fim de 4 meses e meio. Sem contar com o resto do pessoal que trabalha nos hospitais.

Para quem pensa que isto é só uma gripe e que toda a gente é histérica e catastrofista, pergunto: quantos médicos e enfermeiros precisam de fatos de astronauta para se aproximarem de doentes com gripe e quantos médicos e enfermeiros morrem no tratamento de pessoas com gripe? Onde é que, para tratar gripes, tem de escolher-se quem vive e quem morre como numa guerra?

A SIDA, ou melhor, complicações associadas à SIDA, matam mais pessoas por ano. Cerca de 750.000, mas não é uma doença transmissível pelo ar. É preciso contacto sexual ou de sangue para se infectar. Um médico não precisa de vestir-se de astronauta para tratar um doente de sida, a não ser em cirurgias, que metem cortes e sangue. O cancro mata 10 milhões por ano e as doenças cardíacas ainda mais mas não infectam os saudáveis e não são doenças que se apanham no dia 1 do mês e no dia 14 já se está sete palmos debaixo da terra.

Há pessoas que para perceberem as coisas tinham que ser enfiadas num hospital na ala dos doentes durante uma semana e vê-las com os próprios olhos. Se não é visível não acreditam que seja sério; ou então pertencem àquele grupo de pessoas que pensam que até é bom que morram muitos porque o planeta tem gente a mais e o país tem gente velha a mais e assim pagam-se menos reformas.

Ouvi as perguntas e respostas do primeiro-ministro sobre a abertura das escolas e da realização de exames



Continuo sem perceber esta obsessão pelos exames. Os alunos do 12º que vão entrar para a faculdade, como o próprio primeiro-ministro disse, já tiveram 8 dos 9 trimestres obrigatórios, dado que as disciplinas a que têm exame (Português e Matemática) são tri-anuais, de modo que a nota deles já foi aferida 8 vezes. Por conseguinte, qual é a razão de não poderem concorrer com a nota do último trimestre de aulas que foi o 2º período deste ano? Quanto ao 11º ano, o caso é o mesmo. Dos 6 períodos que têm de cumprir e em que a sua avaliação é aferida, 5 já cumpriram.

Não compreendo esta obsessão pelos exames. Não compreendo porque não se aproveitam estes meses para, em vez de pôr em marcha todo o aparato de exames que mobiliza praticamente todos os professores das escolas (uns no agrupamento de exames, outros no secretariado de exames e outros nas vigilâncias - que aliás obrigam a um contacto de muito perto com os alunos, para verificar os dados pessoais e outras questões no decorrer da prova), para se preparar o próximo ano lectivo que vai ser extremamente exigente e, pode dar-se ainda o caso de ter uma nova paragem por segunda vaga de pandemia. Isso, preparar o próximo ano, parece-me o mais importante.

Não percebo como é que se vai pôr professores e alunos nas salas de aula. Onde se vai buscar professores para dar aulas pois se dividirem as turmas em três, ou metade, que seja, dobram o número de turmas e precisam de contratar professores. E vão garantir máscaras para todos ou vai-se para lá à balda?

Não percebo porque não se empurra o fim do ano ou se faz o contrário. Declara-se aqui o fim deste ano lectivo e antecipa-se o início do próximo para se ter tempo de compensar o trabalho deste ano que não foi acabado. Aproveitava-se o tempo para preparar o próximo ano.

Podia à mesma haver a tele-escola e trabalho com os alunos à distância, no sentido de consolidar aprendizagens, se se antecipasse o início do próximo ano lectivo ou, pelo contrário, se se empurrasse o fim deste ano lectivo mais para a frente, com o 3º período a começar em meio de Junho e a acabar em final de Julho isso não era necessário.

Para mim, qualquer uma das soluções é preferível a esta em que, para se fazerem exames, vão comprometer-se as aprendizagens que não ficaram dadas em todos os outros anos/disciplinas sem exames, pois não podem ser dadas se se começa o ano lectivo no tempo do costume por causa do tempo que os exames consomem (dois meses) e do atraso que isso significa para todo o trabalho restante.

Esta é, para mim, a pior solução e não a compreendo. Ou melhor, só a compreendo num contexto que é o contexto do ministro da educação, o secretário de Estado, o primeiro ministro e os reitores das faculdades não terem confiança no trabalho dos professores, acharem que as notas dos professores não são resultado de um trabalho sério e quererem os exames para aferir do trabalho dos professores.

Coronavirus Li Wenliang - ainda acerca de metáforas, a crise na UE



Não é verdade que estejamos todos no mesmo barco, como muitos dizem (ainda agora ouvi Durão Barroso dizê-lo na TV), acerca da UE, para tentar convencer os países do Norte, sobretudo a Alemanha, a Holanda e a Finlândia a ajudar os outros. É verdade que estamos todos no mesmo mar e as ondas agitam a todos, mas uns estão a navegá-las em porta-aviões, outros em iates e outros em traineiras ou barcos a remos. E os países do Norte sabem que estão em porta-aviões e resistem muito melhor ao mar agitado e não querem abrir as suas portas a refugiados que andam em traineiras e barcos a remos porque não querem partilhar a sua vantagem com os outros, com medo de perderem alguns dos aviões que têm no hangar. E esse é que é o problema. Quem mais tem é quem menos quer dar. Até dá, às vezes, por caridade, como o Bill Gates deu uns milhões dos seus biliões, mas fá-lo como uma operação única e não a troca por acções que ajudem à partilha da riqueza com os que menos têm. Não me lembro do Gates ter vendido computadores a 10 dólares, o que podia ter feito, pois vendia aos milhares de milhões e teria à mesma uma enorme fortuna. Não, vendeu-os a centenas de dólares. Acumulou biliões. É o mesmo que se passa com os países do Norte. Ainda hoje ouvia o ministro alemão dizer, 'não sei porque não havemos de usar o mecanismo de estabilidade que temos usado até agora. Tem servido bem'. Tem serviço bem, para ele, para meter aviões no hangar do seu porta-aviões.
De modo que não, não estamos todos no mesmo barco. Há barcos muitos diferentes a navegar no mesmo mar.

Coronavirus Li Wenliang - o que me incomoda nas metáforas de guerra acerca da pandemia



''Não estamos ganhando a guerra contra o vírus'', diz ONU


A primeira tem que ver com a hierarquia: quem está a combater, quem são os soldados e os generais. 
Como bem sabemos, numa guerra, os soldados são quem vai para a frente de batalha dar a vida, muitas vezes mal armados, porque os generais, que são os militares no topo, os que não saem dos ministérios e quartéis, os políticos e os homens das empresas de armas e de dinheiro, em suma, os decisores, muitas vezes desviam o dinheiro do equipamento para interesses próprios e abandonam os soldados à sua sorte.

No fim, aplaudem-nos e chamam-lhes heróis. A alguns até dão medalhas. Depois mandam-nos para casa para as mesmas vidas difíceis que tinham e nunca mais se lembram deles, ficando eles, os decisores, que se resguardaram durante a guerra, com os despojos da guerra e o poder de se resguardarem dos efeitos colaterais das guerras. Alguns, durante a guerra, fazem donativos que parecem grandes, mas são uma ínfima parte do que desviaram dos outros em tempos de paz.

Nesta pandemia, a metáfora de guerra serve para mandarmos os médicos, enfermeiros e outro pessoal que trabalha em hospitais para a guerra, com muitas palmas e títulos de heróis, sem ter que lhes dar condições permanentes de vida aceitáveis para o trabalho que fazem, muitos deles.

Em tempos como estes de pandemia, todos os trabalhadores que são tratados como soldados e são atirados para aquilo que chamam a frente de batalha deviam estar a receber um subsídio de risco.
E também outros cujos contratos de trabalho nunca incluíram risco de vida, como os trabalhadores dos supermercados, cuidadores de lares de idosos, etc., o deviam receber.

Estes trabalhadores hão-de voltar a ter que fazer 20 greves para que lhes subam 1 euro no salário, esquecidos já, os decisores, de como precisaram deles. E os outros hão-de voltar a ter que fazer 20 greves para que lhes permitam contratar um médico ou um enfermeiro em vez de ter apenas tarefeiros. 

Em segundo lugar, a retórica da guerra traz consigo toda a linguagem e o comportamento que lhe é associado: veja-se como os líderes dos países, em vez de colaborarem uns com os outros, adoptaram uma linguagem e comportamento de conflito uns para com os outros e como em alguns países se fala de medidas de controlo de população de excepção, de recolher obrigatório, de economia de guerra, etc. e se usa essa retórica para militarizar a sociedade e diminuir e/ou enfraquecer os seus mecanismos democráticos. 

O único campo onde faz sentido usar essas metáforas é aquele em que se movem os investigadores científicos e médicos que estão a tentar perceber as armas e defesas do vírus para o matar.

Agora, os políticos e dirigentes tinham que ser capazes de traduzir essa linguagem bélica para uma linguagem política de cooperação social positiva, intra e inter-nações. 

A sociedade não está a combater numa guerra; quem está a combater são os investigadores, epidemiologistas, etc., os médicos que tratam os doentes e os enfermeiros. Todos os outros estão a apoiar esses com medidas sociais e políticas, não bélicas e o discurso dos líderes políticos devia ser esse: estamos a cooperar uns com os outros para apoiar os que trabalham no terreno, para que possam fazer o seu trabalho, que reverte a nosso favor.

Não será aceitável que no fim da crise se envie essas pessoas para casa com muitas palmas de heróis e umas medalhas de consolação e sem nenhuma mudança naquilo que ficou exposto como uma má organização social e política e uma má gestão dos recursos.

Coronavirus Li Wenliang - coisas preocupantes



Os novos leprosos? Uma coisa é as autoridades sanitárias saberem e monitorizarem quem está infectado ou não é imune, outra diferente é haver uma aplicação para cada um detectar e apontar a dedo os 'leprosos'. E um certificado de imunidade: quem não o tem por qualquer razão, o que lhe acontece? Nunca mais pode trabalhar, viver?


França quer criar aplicação para controlar pessoas infetadas com covid-19


Alemanha equaciona passar 'certificados de imunidade' à Covid-19


Coronavirus Li Wenliang - mais uma professora que morreu com a doença



Professora de 40 anos morre com coronavírus após se queixar da linha SNS 24

Áurea Silva lecionava Matemática numa escola de Matosinhos. Usou um grupo do Facebook a 21 de março porque não conseguia contactar a Linha SNS 24.
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Alertava para o facto de o marido ser hipertenso, motorista de pesados, poder contaminar terceiros. Dizia que ele já tinha ido ao Hospital de S. João, no Porto, fazer o teste para o coronavírus, que tinha dado negativo. Mas mesmo assim estava assustada e ninguém na linha criada para responder a estes problemas a atendia. A chamada caía após a primeira triagem.

Nesse dia, Áurea já tinha ido - e saído - do hospital. Dia 11 de março tinha sofrido um deficiência respiratória, foi internada, teve alta a 17. Diagnosticaram-lhe início de pneumonia, fizeram-lhe também o teste para Covid-19 a 21 de março. Deu igualmente negativo.

A história de Áurea a partir daí é muito rápida. Voltou a manifestar sintomas, dia 25 fez novo teste no Hospital de S. João, no Porto. Afinal, tinha Covid-19, estava infetada.

A professora só esteve internada três dias. Foi tratada ao vírus - poderá ter sido isso que lhe destruiu as defesas - e não resistiu. O funeral foi terça-feira, em Celorico de Basto, a sua terra natal, mas já tinha morrido no fim de semana.

O marido continua a lutar contra a doença. Já estará melhor, agora nas redes sociais são muitas as manifestações de pesar pela morte da professora. E também os gritos de revolta: onde se diz que as escolas fecharam provavelmente "tarde demais", já a doença estava disseminada. "Agora, em nome dos exames nacionais querem um retorno (só para alguns). Que não lamentemos mais perdas. Sentidos pêsames à família e aos colegas do agrupamento", escreve uma professora num grupo chamado ‘faceprof’ (professores no Facebook).

April 08, 2020

Precisamos do tal Jorge que o dragão já o temos








Saint George Slaying the Dragon," by Carlo Crivelli, 1470

Coronavirus Li Wenliang, - os factos são estes



Exceptuando saber-se que quem é mais novo e mais saudável, em princípio resiste melhor, ninguém sabe porque é umas pessoas resistem bem ao vírus e outras não. 
Como isto não se sabe e ainda não se sabe o comportamento do vírus e o que o melhor o combate, não se sabe diferenciar um doente de outro de modo a adequar o tratamento a cada um, como fazem, por exemplo, nos cancros, onde preparam um tratamento tendo em conta o estadio e a tipologia de cada tumor. O que se sabe é que, nos doentes que por qualquer razão, não conseguem combater o vírus com os medicamentos, o desfecho dá-se em 3 ou 4 dias (às vezes até menos), o que não dá tempo para pensar em outros tratamentos, em alternativas, etc.
Em média, o que acontece, é: a pessoa fica infectada, passados uma semana fica com sintomas de gripe, passados dois dias entra no hospital a respirar por si e passados quatro dias ou começa a melhorar ou já está morto. 
Não sei como é que alguém pode ainda desvalorizar a situação.


Next fortnight is crucial to Boris Johnson’s chances of survivalTom Whipple

Wednesday April 08 2020, 12.01am BST, The Times

From the intensive care unit there are two routes out: death or discharge. 
...
What we do know from experiences abroad is that the next fortnight is crucial. As more of Mr Johnson’s cells die they will be sloughed into his lungs, clogging them with fluid and debris. At the same time, doctors now believe, he will be in danger of a “cytokine storm”, in which the immune system overreacts, rushing in defensive cells and opening up blood vessels — causing damage and leading to yet more fluid on the lungs.

If he can battle that and come out the other side then, on average, we would expect to see Mr Johnson give a wave — albeit a feeble one — from the steps of St Thomas’ about 18 days after symptoms began, the weekend after next.

Patients who do not survive leave, on average, four days after that.


April 07, 2020

Coronavirus Li Wenliang - factos inquietantes



Trump tem interesses financeiros ligados à hydroxychloroquine que tanto defende. Os especialistas que aconselham Macron durante a crise têm ligações a laboratórios farmacêuticos e ganham muito dinheiro dessas firmas. 


If hydroxychloroquine becomes an accepted treatment, several pharmaceutical companies stand to profit, including shareholders and senior executives with connections to the president. Mr. Trump himself has a small personal financial interest in Sanofi, the French drugmaker that makes Plaquenil, the brand-name version of hydroxychloroquine.

NYT

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Les experts-médecins des conseils scientifiques chargés d'éclairer Emmanuel Macron pendant la crise du coronavirus ont touché 450.000 euros des firmes pharmaceutiques ces cinq dernières années. Faut-il s'inquiéter pour leur indépendance ?

April 06, 2020

Diário da quarentena 23º dia - optimismo para desanuviar



Tanta vida num espacinho tão pequenino. A vida persiste.




A crise do Coronavirus Li Wenliang vista por uma colega de Filosofia. Se não fosse grave era cómico, tal o absurdo disto tudo


"Há o Estado da Nação e o Estado da Negação. Todos já estivemos lá e fomos despertando do nosso sono dogmático, uns mais depressa e outros mais devagar. O mesmo se pode dizer dos nossos 'líderes' regionais e internacionais. O discurso de Trump resume um pouco o que se passa, qualquer coisa como isto: Usem máscaras se quiserem... os dirigentes democráticos, ditadores, etc, ... a rainha de Inglaterra (!) eu (!) não usamos máscaras por ... uma questão de imagem (?) de... 'liderança' (?). Qual é a diferença entre isto e o actual discurso da DGS ou da ministra da saúde?. Palavras para quê, vivemos numa realidade virtual em que o Jornal Expresso acha útil perguntar a essa ministra: se já fez a lida da casa... e os telejornais terminam com homilias dos jornalistas ao som de Verdi...de algum modo, está também de regresso a teoria messiânica do oásis: enquanto a generalidade dos países europeus suspende exames e notas do 3º período, aqui opta-se por considerar a hipótese da retoma das aulas presenciais em Maio, para 'salvar' (!) o ano lectivo e a época de exames. Vivemos no melhor dos mundos possíveis."

~Luisa Borges