O que é provável que aconteça nos próximos 12 ou 18 meses:
1. Haver uma vacina mas não haver entendimento político para a distribuir;
2. Haver diagnósticos mas não soluções.
1. Como se lê neste artigo já abaixo, há 120 vacinas em desenvolvimento (embora em estádios diferentes de desenvolvimento), a maioria na América do Norte, e são financiadas por grandes farmacêuticas privadas que querem capitalizar a sua venda.
Quando houver vacina, o grande desafio vai ser o de produzi-la em quantidade e a preços que possam chegar aos biliões de pessoas do planeta.
Vão acontecer, uma de duas coisas: ou haver entendimento político dos países do G20 para produzi-la e distribuí-la por toda a gente, a começar pelos grupos de risco ou, os países não se entenderem, entrarem em guerra pela vacina, a vacina ser caríssima e proteger, não quem mais precisa mas, quem tem mais dinheiro, deixando países inteiros à sua sorte.
Para que isto não aconteça é necessário começar a agir imediatamente no sentido de pressionar os países onde a vacina se está a produzir para estabelecerem um compromisso que tenha como prioridade a saúde e não o lucro e o interesse privado.
O público também tem que pressionar neste sentido e fazer a sua parte que desde logo passa por não eleger políticos petrificados, incapazes de ter uma visão global dos problemas.
(Why the race for a Covid-19 vaccine is as much about politics as it is science - The race is with the virus but ‘vaccine nationalism’ threatens the drive for international agreement and cooperation)
2. As únicas pessoas que estão a trabalhar à altura da situação são os cientistas e os que com eles trabalham de perto que dedicam o seu esforço e tempo, positivamente, seja a encontrar tratamento e vacinas, seja a produzir material médico acessível para os hospitais.
Os outros, nomeadamente economistas e conselheiros políticos só fazem diagnósticos com linguagem bélica a acirram países uns contra os outros, como se vê nos artigos abaixo que são uma ínfima parte das centenas de artigos idênticos que inundam os jornais.
Quando os economistas e conselheiros políticos dizem aos governantes que têm que preparar-se para uma crise brutal com uma enorme e caótica falta de recursos, os os governantes fazem o que fizeram as pessoas comuns quando lhes disseram isso: começaram a açambarcar mantimentos sem pensar nos outros. Estão assustados. Daí a falta de entendimento na UE: estão todos a açambarcar e a pensar que no futuro é cada um por si.
Para que precisamos de políticos incapazes de pensar e orientar um futuro comum?
Precisamos que os economistas, os políticos e outros que se dedicam a pensar a vida política, social e económica, construam ideias, modelos de um futuro económico e político cooperativo e sustentável. E precisamos que essas ideias e essas vozes discutam com os governantes e lhes ofereçam soluções que desbloqueiem os dogmas económicos e políticos que nos trouxeram aqui. Sim, porque a China pode ter estado na origem da doença, mas a pandemia, quem a fez foi o tipo de globalização económica e financeira psicopata que temos.
Precisamos de soluções:
Pensar a vida nos próximos 12 a 18 meses, sabendo que será marcada pela pandemia até haver uma vacina.
É preciso que o governo ponha os 70 ministros e secretários a trabalhar com peritos (falo de peritos a sério e não de nomeados políticos que não percebem dos assuntos) que desenhem soluções.
É de prever que talvez daqui a uns 4 ou 5 meses, haja infectados suficientes, não sei se para haver imunidade de grupo, mas para que se possa retomar actividades com precauções; tendo em conta que poderá haver uma nova vage da infecções no Inverno, é necessário começar a produzir máscaras e outro material que se tornem de uso vulgar até termos uma vacina: é necessário reconverter serviços de acordo com normas de segurança no que respeita a distanciamento, etc.
É preciso que todos os ministérios e a AR se dediquem a preparar os próximos 12 a 18 meses, precisamos de soluções para viver durante um ano ou um ano e meio com um certo distanciamento para não termos que voltar ao isolamento e os grupos de risco possam voltar à actividade com segurança.
É disso que precisamos e já.
Já agora, precisamos que as TVs nos informem (para isso precisamos de políticos responsáveis e de confiança que não mintam e não nos tratem como imbecis) dos perigos e dos mortos, mas não precisamos de 100 mesas redondas com pessoas a falar constantemente de perigos e mortos.
Precisamos de pessoas que saibam do que falam e discutam soluções e envolvam a população nessas soluções.
Ou seja, precisamos de soluções que sirvam o interesse comum
ReplyDeletePois, mas os economistas das escolas do Centeno não têm o bem comum como finalidade da economia e da vida e não é isso que aconselham. Pelo contrário.
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