April 11, 2020

Coronavirus Li Wenliang, - nos próximos 12 a 18 meses, são precisas soluções



O que é provável que aconteça nos próximos 12 ou 18 meses:

1. Haver uma vacina mas não haver entendimento político para a distribuir;

2. Haver diagnósticos mas não soluções.


1. Como se lê neste artigo já abaixo, há 120 vacinas em desenvolvimento (embora em estádios diferentes de desenvolvimento), a maioria na América do Norte, e são financiadas por grandes farmacêuticas privadas que querem capitalizar a sua venda.

Quando houver vacina, o grande desafio vai ser o de produzi-la em quantidade e a preços que possam chegar aos biliões de pessoas do planeta.
Vão acontecer, uma de duas coisas: ou haver entendimento político dos países do G20 para produzi-la e distribuí-la por toda a gente, a começar pelos grupos de risco ou, os países não se entenderem, entrarem em guerra pela vacina, a vacina ser caríssima e proteger, não quem mais precisa mas, quem tem mais dinheiro, deixando países inteiros à sua sorte.

Para que isto não aconteça é necessário começar a agir imediatamente no sentido de pressionar os países onde a vacina se está a produzir para estabelecerem um compromisso que tenha como prioridade a saúde e não o lucro e o interesse privado.

O público também tem que pressionar neste sentido e fazer a sua parte que desde logo passa por não eleger políticos petrificados, incapazes de ter uma visão global dos problemas.

(Why the race for a Covid-19 vaccine is as much about politics as it is science - The race is with the virus but ‘vaccine nationalism’ threatens the drive for international agreement and cooperation)


2. As únicas pessoas que estão a trabalhar à altura da situação são os cientistas e os que com eles trabalham de perto que dedicam o seu esforço e tempo, positivamente, seja a encontrar tratamento e vacinas, seja a produzir material médico acessível para os hospitais.

Os outros, nomeadamente economistas e conselheiros políticos só fazem diagnósticos com linguagem bélica a acirram países uns contra os outros, como se vê nos artigos abaixo que são uma ínfima parte das centenas de artigos idênticos que inundam os jornais. 

Quando os economistas e conselheiros políticos dizem aos governantes que têm que preparar-se para uma crise brutal com uma enorme e caótica falta de recursos, os os governantes fazem o que fizeram as pessoas comuns quando lhes disseram isso: começaram a açambarcar mantimentos sem pensar nos outros. Estão assustados. Daí a falta de entendimento na UE: estão todos a açambarcar e a pensar que no futuro é cada um por si. 

Para que precisamos de políticos incapazes de pensar e orientar um futuro comum?

Precisamos que os economistas, os políticos e outros que se dedicam a pensar a vida política, social e económica, construam ideias, modelos de um futuro económico e político cooperativo e sustentável. E precisamos que essas ideias e essas vozes discutam com os governantes e lhes ofereçam soluções que desbloqueiem os dogmas económicos e políticos que nos trouxeram aqui. Sim, porque a China pode ter estado na origem da doença, mas a pandemia, quem a fez foi o tipo de globalização económica e financeira psicopata que temos.



'Death on an appalling scale’ – David Miliband on the threat of COVID-19 to refugees]


Precisamos de soluções:

Pensar a vida nos próximos 12 a 18 meses, sabendo que será marcada pela pandemia até haver uma vacina.

É preciso que o governo ponha os 70 ministros e secretários a trabalhar com peritos (falo de peritos a sério e não de nomeados políticos que não percebem dos assuntos) que desenhem soluções.

É de prever que talvez daqui a uns 4 ou 5 meses, haja infectados suficientes, não sei se para haver imunidade de grupo, mas para que se possa retomar actividades com precauções; tendo em conta que poderá haver uma nova vage da infecções no Inverno, é necessário começar a produzir máscaras e outro material que se tornem de uso vulgar até termos uma vacina: é necessário reconverter serviços de acordo com normas de segurança no que respeita a distanciamento, etc.

É preciso que todos os ministérios e a AR se dediquem a preparar os próximos 12 a 18 meses, precisamos de soluções para viver durante um ano ou um ano e meio com um certo distanciamento para não termos que voltar ao isolamento e os grupos de risco possam voltar à actividade com segurança.

É disso que precisamos e já. 

Já agora, precisamos que as TVs nos informem (para isso precisamos de políticos responsáveis e de confiança que não mintam e não nos tratem como imbecis) dos perigos e dos mortos, mas não precisamos de 100 mesas redondas com pessoas a falar constantemente de perigos e mortos. 

Precisamos de pessoas que saibam do que falam e discutam soluções e envolvam a população nessas soluções.

2 comments:

  1. Ou seja, precisamos de soluções que sirvam o interesse comum

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  2. Pois, mas os economistas das escolas do Centeno não têm o bem comum como finalidade da economia e da vida e não é isso que aconselham. Pelo contrário.

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