December 28, 2021

Direitos reprodutivos







Os homens ainda vêem os seus direitos como superiores e inquestionáveis e os das mulheres como acomodáveis. 
A Pfizer inventou o comprimido azul para os homens poderem estender a vida útil dos seus corpos sexuais e inventou a vacina contra a Covid-19 em seis meses, mas nem essa farmacêutica nem nenhuma outra ainda se interessaram em desenvolver um comprimido rosa, por assim dizer, um contraceptivo masculino. E, no entanto, teria um enorme lucro. E porque razão? Porque se considera que as mulheres é que devem acomodar-se aos desejos e interesses masculinos. 

Nem sequer os contraceptivos femininos têm a atenção que merecem em termos de qualidade e muitas mulheres não os podem usar devido aos efeitos secundários.
No entanto, esses mesmos homens que se indignam e recusam a fazer o que seja para mitigar as dificuldades das mulheres neste assunto, defendem, ainda por cima, que se lhes crie mais dificuldades, impedimentos, restrições, penas, multas, prisão, perseguição, ostracismos e sei lá mais o quê.

Felizmente, porque nem todos os homens são pessoas infantis, dogmáticas e egoístas, muitos homens começam a perceber que as mulheres também têm direito a uma vida sexual activa sem o medo permanente de engravidar, com todos os problemas que daí advêm, e dão passos para dividirem essa responsabilidade.

Os homens em toda a América estão a fazer vasectomias "como um acto de amor".



Com o direito ao aborto sob ameaça, os homens dizem que querem desempenhar um papel no planeamento reprodutivo para apoiar as suas parceiras.

O Deputado Chris Rabb do Estado da Pensilvânia introduziu uma legislação, este Outono, em resposta à lei texana que equivale a uma proibição quase total do aborto. A proposta de Rabb exigia que os homens fizessem vasectomias após o nascimento do seu terceiro filho ou quando fizessem 40 anos, o que ocorresse primeiro. Os homens que não cumprissem podiam ser denunciados, recebendo o denunciante 10.000 dólares.

Rabb, um pai de dois filhos que fez uma vasectomia em 2008, disse que só tinha de discutir a sua escolha com a esposa e o urologista. O objectivo da sua proposta, disse ele, era destacar o sexismo, a duplicidade moral e a hipocrisia inerente ao debate anti-aborto, mas explodiu de uma forma que ele não esperava.
"Subestimei o ódio que esta proposta trouxe", disse Rabb numa entrevista, acrescentando que recebeu milhares de emails cheios de ódio, posts no Facebook e até ameaças de morte. 
"A noção de que um homem teria de suportar ou mesmo pensar em perder a autonomia corporal foi recebida com indignação, quando todos os dias as mulheres enfrentam isto e, de alguma forma, parece não fazer mal que o governo invada os úteros das mulheres e raparigas mas que, se propuser vasectomias ou limitar os direitos reprodutivos dos homens, estará a abusar do seu poder".

Koushik Shaw, médico do Austin Urology Institute no Texas, disse que a sua prática registou um aumento de cerca de 15% nas vasectomias programadas após a proibição do aborto no Texas, em 1 de Setembro.
Os avanços no procedimento de 10 minutos sem agulha e bisturi precisam de um empurrão cultural.


"É escandaloso que não tenhamos mais opções contraceptivas para as pessoas com partes de homem", disse Miller. "Há até uma sensação errada de que o controlo da natalidade não é uma tarefa de homem, que não se pode confiar nos homens, ou que nunca estariam interessados, e isso levou à falta de financiamento e desenvolvimento".

Alguns defensores dos direitos ao aborto argumentam que os homens têm um enorme interesse em abortos legais e seguros, e "o facto de não estarmos lá fora a lutar tanto como as mulheres é vergonhoso", disse Jonathan Stack, um copo-fundador do Dia Mundial da Vasectomia.

"Já sabemos que os homens nem sempre querem usar preservativos, ou estes não funcionam, ou eles tiram-nos", disse Esgar Guarín, um médico de familia.

Um homem pediu uma espécie de "passaporte de vasectomia", uma carta para mostrar à sua esposa que o sexo estaria agora livre de preocupações.

"Os homens são bebés grandes". Considerando tudo o que as mulheres passam - menstruação, Papanicolau, OB/GYN visitas", disse Younts.

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