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June 21, 2023

Coisas que não percebo

 


Porque é que o Presidente da República foi a correr defender a viagem de Costa à Hungria para ver a bola, com o nosso dinheiro? Que Costa faça a viagem não me espanta, este primeiro-ministro pensa que está no absolutismo e o governo PS tem esta queda para o 'habituem-se a que faça o que me apetece' (quem não se lembra de Centeno ter chegado ao governo à 2ª e à 3ª já estar a ordenar que o Benfica lhe oferecesse bilhetes para si e para a família?). São como alunos da mesma turma quando se cobrem uns aos outros no copianso. O problema é que o Presidente representa-nos a nós e não a Costa. Ele até deve vigiar Costa para que não abuse do poder, que tem limites. Mas não, têm uma espécie de panelinha que joga a favor dos abusos e contra nós todos, os abusados que pagamos o circo.


June 06, 2023

Onde há excesso de poder há abusos




O machismo estrutural de Boaventura de Sousa Santos


João Miguel Tavares
(...)
Boaventura promete, a partir de agora, “ser cada vez mais vigilante”, não só ao nível “epistemológico”, mas também na “prática, emocional e interpessoal”, de forma a evitar “gerar opressão em qualquer eixo de dominação”.

Os homens abusadores poderiam ter a sua vida mais facilitada, mas é errado hoje como era errado há 300 anos. O heteropatriarcado tem as costas largas. E o assédio sexual é um derivado do abuso de poder, que é o problema central dos Boaventuras de Sousas Santos deste mundo – gente com o ego insufladíssimo que cria uma corte de aduladores e que, do alto dos seus altares, não consegue controlar os impulsos típicos de macho alfa. Leiam o que Naomi Wolf escreveu sobre o professor Harold Bloom em 2004. É exactamente a mesma história do CES e de Boaventura, só que em Yale.

Embrulhar isto numa conversa geracional desculpabilizadora, apontando o dedo a um qualquer machismo estrutural, é patético. Convém defender a honra dos velhinhos nascidos em 1940, ou até há mais tempo. Um senhor de 83 anos pode participar menos nas tarefas domésticas do que um de 33, e pode pedir mais vezes à esposa para ir buscar uma cerveja ao frigorífico enquanto vê a bola – mas não, não há qualquer razão para assediar com mais entusiasmo uma jovem mulher. A tese de Boaventura é uma treta. Não é uma questão de gerações. É uma questão de poder e de carácter.

A ideia de que isto é um hábito de pessoas idosas com “comportamentos inapropriados” é mentirosa e é perigosa. Numa instituição profundamente endogâmica como é o caso da universidade portuguesa, cheia de gente em situação precária e com senhores professores doutores todo-poderosos, não há milagres. Onde há excesso de poder há abusos, e onde há abusos há assédio, seja ele sexual ou laboral. O problema de Boaventura não é ser velho – é ser o guru de uma seita que durante décadas esteve à sua inteira disposição.

June 05, 2023

O Reitor censor ou a censura como assédio



O Reitor censor ou a censura como assédio


Carlos A. M. Gouveia, Catarina Gaspar, Graça Moreira, Maria João Brilhante, Nuno Pinhão, Rui Ferreira, Vítor Maló Machado05 Junho 2023

Nas instituições de ensino superior (IES) os assédios são endémicos. Referimo-nos às duas variantes mais comuns de acosso: a sexual e a moral.

É fácil de entender que a maioria dos porta-vozes e indivíduos que ocupam o topo da hierarquia nestas instituições, seja nos departamentos, nas faculdades ou escolas, nos institutos, ou nas reitorias, se esforce diariamente por desvalorizar o fenómeno, ou, pelo menos, por torná-lo invisível.

Os assédios são cometidos de cima para baixo, por quem detém poder sobre quem não o detém ou não sabe o poder que tem, e são uma ferramenta para manter o domínio, formar clãs dentro das instituições, alimentar cumplicidades, dependências e tráfico de favores e, assim, regular a ascensão hierárquica. É por isto que numa estrutura de média ou grande dimensão encontraremos a maioria dos assediadores nas camadas médias ou de topo da hierarquia. Os poucos que iniciam as suas atividades junto à base, ficam ali pouco tempo. Ou ascendem depressa ou são neutralizados depressa.

Mas existem mais motivos para as hierarquias das IES estarem sempre alertas e prontas para apagar focos de visibilidade dos assédios. Escolas que sejam vistas como ninhos de assédio perdem alunos, propinas e, modernamente, acesso aos financiamentos europeus. Os assédios, para continuarem a ser uteis à dinâmica manutenção da estrutura hierárquica, têm de ser silenciosos, invisíveis e não detetados. E as instituições gastam parte das suas energias e inteligência a preservar a surdina protetora.

Aqui o assédio moral exerce-se maioritariamente por professores de categoria profissional alta sobre os de categoria mais baixa, com contratos a prazo ou sobre os bolseiros e alunos sob sua supervisão. E por funcionários de categoria dirigente sobre os de categoria inferior e os tarefeiros. 

O assédio sexual, nas escolas, pratica-se quase exclusivamente por homens sobre mulheres, quase sempre professores ou investigadores sobre alunas ou por dirigentes sobre funcionárias. É facilitado por séculos de inculcamento social da ideia de que é difícil traçar a fronteira entre gostar, oferecer cuidado, elogiar e abusar. E pela ideia de que o corpo do outro é moeda e o das mulheres, em particular, só existe para servir os homens.

A surdina protetora tem permitido que pouco se saiba, com rigor e primor científico, sobre quem são e como atuam os assediadores dentro das Universidades, sobre o perfil das suas vítimas, as técnicas utilizadas, e sobre quais são as consequências de curto e longo alcance destes fenómenos. 

Nem mesmo uma quantificação elementar, estandardizada, escola a escola, conseguiu ser feita até hoje. Os projetos de investigação que se propõem fazer um levantamento dos assédios dentro da academia são frequentemente afogados à nascença pela máquina de preservação da surdina da própria academia. Fala-se em voz baixa pelos corredores, mas a luz da ciência não consegue ali chegar. Vive-se uma cultura de medo.
No final do ano passado, uma equipa de docentes e investigadores da Universidade de Lisboa preparou um projeto de investigação para fazer o retrato do assédio moral entre os professores e investigadores da Universidade.

O passa-palavra assegurou a divulgação do estudo e durante cerca de um mês foram recolhidas muitas dezenas de respostas. A campanha de recolha deveria estender-se durante quatro meses consecutivos. Mas houve uma surpresa: em final de fevereiro de 2023, os investigadores apresentaram resultados preliminares, com os dados dos primeiros 30 dias de respostas, numa sessão pública sobre assédio na Universidade de Lisboa. A sessão gozou mesmo do acolhimento e divulgação pela Reitoria. Foi no edifício Caleidoscópio, da Universidade de Lisboa. Houve alguns apontamentos jornalísticos na TV e na imprensa escrita sobre os dados então apresentados.

Cerca de uma semana depois, o Conselho de Coordenação Universitária da ULisboa reuniu, tendo sido muito agitado pelo eco dos dados. Na sequência de tal concílio, o Magnífico Reitor enviou uma circular escrita a todos os presidentes e diretores de Faculdades e Institutos, instruindo-os para aconselharem, com urgência e veemência, todos os professores e investigadores das suas unidades orgânicas a "se absterem" de responder ao questionário em questão. 
A circular foi recheada com expressões amedrontadoras e denegridoras, acusando o estudo (e os seus autores) de falta de ética, honestidade científica e legalidade no processamento dos dados. Foi ainda afirmado que a Reitoria já se encontrava a averiguar a "legalidade deste processo" cuja "validade científica não está minimamente demonstrada". 
A circular satisfaz os cânones da propaganda amedrontadora, ao pretender desenhar a existência de um delinquente transgressor e mal intencionado escondido trás do estudo "em violação clara das normas das Escolas para este tipo de estudos" e que nem "refere o fim a que se destina nem a política de dados em que se baseia".

A maioria dos presidentes ou diretores de Faculdade apressou-se a instruir, por escrito, o seu pessoal a não responder ao questionário. Alguns presidentes, mais lestos com a escrita e mais empenhados, transformaram a "instrução" do Senhor Reitor em "ordem" e até alentaram o fantasma, como o presidente do Instituto Superior Técnico, de que o site de recolha de respostas seria um estratagema de "phishing informático" cuja visita seria de evitar a todo o custo.

Executando uma manobra de estrangulamento de um projeto que pretende retratar uma pequena componente do assédio dentro da sua Universidade, o Reitor da ULisboa assediou toda a comunidade de docentes e investigadores. 
Usou a estrutura de poder instalada na Universidade para aplicar o abafador e sufocar a campanha de recolha de respostas. Numa estrutura de forte pendor hierárquico, em que as práticas de assédio fazem parte do quotidiano, o Reitor atuou como Censor-Mor. E fê-lo com o apoio dos seus diretores e presidentes de Faculdades e Institutos e a conivência (por obstinado silêncio) do Conselho Geral da Universidade, que o elegeu. 
O senhor Reitor até pode achar que não há mais assédio na Universidade do que na sociedade em geral, sendo aquela o espelho desta. Mas não é bem assim, na Universidade, o assédio está naturalizado, isto é, é visto como fazendo parte da natureza intrínseca da realidade. Tão naturalizado que o senhor Reitor, ele próprio, não se terá apercebido da dimensão e da gravidade da ação que praticou, por um lado, ao proibir os docentes e investigadores da ULisboa do exercício da sua livre escolha e, por outro, ao pronunciar-se sobre o projeto de investigação nos termos prejudiciais com que se pronunciou.

Com censura e falta de sentido crítico se constrói uma academia de medo e sem capacidade de reflexão sobre os males que a assolam.

Carlos A. M. Gouveia, FL, ULisboa
Catarina Gaspar, FL, ULisboa
Graça Moreira, FA, ULisboa
Maria João Brilhante, FL, ULisboa
Nuno Pinhão, IST, ULisboa
Rui Ferreira, IST, ULisboa
Vítor Maló Machado, IST, Lisboa

April 14, 2023

Ainda a procissão vai no adro

 


Agora que se levantou a tampa começam a sair os vapores. O pior é vermos que muita gente sabia do que se passava, seja porque as mulheres que foram vítimas do seu assédio contaram logo a alguém, seja porque há testemunhas indirectas, como a 'secretária' dele, neste caso. Porém nada foi feito, tal era a intimidação que ele suscitava.




March 03, 2023

O que a Igreja agora fizer mostra se os abusos são 'da' Igreja ou 'na' Igreja



Ana Nunes de Almeida: "São níveis de sofrimento atrozes que devastam a vida de uma pessoa"


Ana Nunes de Almeida é um dos elementos-chave da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica Portuguesa. Foi uma investigação muito dura para a socióloga, coordenadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, perita em infância e família. Saberá amanhã o que é que os bispos vão fazer com este estudo.

November 28, 2022

O excesso de poder é a pior droga

 

October 07, 2022

Vai um bruá-bruá em Inglaterra por causa disto

 


Uma série de figuras públicas entre as quais o princípe Harry e Elton John puseram o Daily Mail em tribunal por violação grosseira de privacidade e outros crimes. Está toda a gente a torcer para que tenham o mesmo fim que o, The News of The World.



October 06, 2022

Apontamentos

 


O bispo Ornelas devia estar calado porque vir gabar-se de ter o apoio do Papa não o favorece a si nem à igreja, antes reforça a ideia de cumplicidade e impunidade que os crimes sexuais têm no seio da mesma.


Bispo José Ornelas diz que recebeu voto de confiança do papa

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, o bispo José Ornelas, disse na quarta-feira que recebeu um voto de confiança do papa Francisco, após lhe ter contado sobre a denúncia enviada ao Ministério Público relativa ao alegado encobrimento de abusos sexuais.

July 30, 2022

"... não está em causa nem a honradez nem a seriedade de nenhum dos patriarcas"

 


Pois, eu penso que está. Não há muito tempo, a igreja portuguesa na pessoa do bispo do Porto, mentia desta maneira que me parece ser uma falha grave de carácter muito longe da honradez que P. I. Carvalho lhes atribui: 

Os abusos de menores foram “um fenómeno fundamentalmente anglo-saxónico”

D. Manuel Linda atribui maior parte dos casos de abuso sexual de menores a padres que já tinham deixado de o ser e garante que, em Portugal, os casos conhecidos não tiveram a “dimensão de gravidade” de que se ouviu falar no estrangeiro.


pedro-ivo-carvalho/a-inocencia-dos-cardeais-jn

October 09, 2021

Igreja católica defende-se atacando outros numa manobra de diversão




Quanto às ordens profissionais não sei, mas nas escolas, é difícil argumentar que estamos pouco escrutinados pelos pais e pela comunicação social. Pelos alunos que tudo filmam. Aliás, constantemente vêm a público, notícias de inquéritos acerca de professores nesta questão. Não há secretismos nem confissões nas escolas. Já do clero não se pode dizer o mesmo.



Igreja Católica portuguesa admite investigação de casos de pedofilia desde que não seja limitada ao clero

Público

Coordenador da comissão de prevenção e combate aos abusos de menores do patriarcado de Lisboa, Américo Aguiar, admite levantamento retrospectivo dos casos de abuso sexual de menores, desde que não seja circunscrito à Igreja Católica. Trata-se de um “crime transversal”, justifica.

August 06, 2021

A Apple abandona a protecção de privacidade dos clientes

 


A Apple mudou a sua política de defesa de privacidade. Como? Abandonou-a...





A Apple anunciou alterações aos seus sistemas operativos que incluem novas características de "protecção para crianças" no iCloud e no iMessage. Se passou algum tempo a seguir as Guerras Crypto, sabe o que isto significa: A Apple está a planear construir uma porta traseira no seu sistema de armazenamento de dados e no seu sistema de mensagens.

A exploração infantil é um problema sério, e a Apple não é a primeira empresa tecnológica a comprometer a sua posição de protecção da privacidade numa tentativa de a combater. Mas essa escolha tem um preço muito alto para a privacidade dos utilizadores em geral. A Apple pode explicar longamente como este precedente técnico preserva a privacidade e a segurança, mas no fim de contas, mesmo uma porta traseira bem guardada e de âmbito restrito, continua a ser uma porta de entrada.

Dizer que estamos desapontados com os planos da Apple é um eufemismo. A Apple tem sido historicamente uma campeã da encriptação. O compromisso da Apple sobre encriptação pode apaziguar as agências governamentais nos EUA e no estrangeiro, mas é chocante para os utilizadores que confiaram na liderança da empresa em matéria de privacidade e segurança.

Há duas características principais que a empresa está a planear instalar em todos os dispositivos Apple. Uma é uma funcionalidade que irá digitalizar todas as fotos à medida que são carregadas no iCloud Photos para ver se correspondem a uma foto na base de dados de material conhecido sobre abuso sexual de crianças (CSAM) mantida pelo National Center for Missing & Exploited Children (NCMEC). A outra funcionalidade faz o scan de todas as imagens iMessage enviadas ou recebidas por contas designadas como pertencentes a um menor - para material sexualmente explícito e se o menor for suficientemente jovem, notifica os pais quando estas imagens são enviadas ou recebidas. Esta funcionalidade pode ser activada ou desactivada pelos pais.

Quando a Apple lançar estas funcionalidades de "digitalização do lado do cliente", os utilizadores do iCloud Photos, os utilizadores infantis do iMessage e qualquer pessoa que fale com um menor através do iMessage, terão de considerar cuidadosamente as suas prioridades de privacidade e segurança à luz das alterações e possivelmente não poderão utilizar com segurança o que até agora é um dos mensageiros encriptados preeminentes.

A Apple está a Abrir a Porta a Abusos mais Amplos

Já o dissemos antes, e voltamos a dizê-lo agora: é impossível construir um sistema de digitalização do lado do cliente que só possa ser utilizado para imagens sexualmente explícitas enviadas ou recebidas por crianças. Como consequência, mesmo um esforço bem intencionado para construir tal sistema quebrará as promessas da própria encriptação do mensageiro e abrirá a porta a abusos mais amplos.

Tudo o que seria necessário para alargar a estreita porta traseira que a Apple está a construir é uma expansão dos parâmetros de aprendizagem da máquina para procurar tipos adicionais de conteúdos, ou uma afinação das bandeiras de configuração para digitalizar, não apenas os das crianças, mas os de qualquer pessoa. 
Isso não é um declive ardiloso; é um sistema totalmente construído apenas à espera que a pressão externa faça a menor alteração possível. Tomemos o exemplo da Índia, onde as regras recentemente aprovadas incluem requisitos perigosos para as plataformas identificarem a origem das mensagens e o conteúdo do pré-ecrã. Novas leis na Etiópia que exigem a recepção de conteúdos de "desinformação" em 24 horas podem aplicar-se aos serviços de mensagens. E muitos outros países - muitas vezes aqueles com governos autoritários - aprovaram leis semelhantes. As alterações da Apple permitiriam este tipo de rastreio, recolha e informação nas suas mensagens de ponta a ponta. Os casos de abuso são fáceis de imaginar: governos que proíbem a homossexualidade podem exigir que o classificador seja treinado para restringir conteúdos LGBTQ+ aparentes, ou um regime autoritário pode exigir que o classificador seja capaz de detectar imagens satíricas populares ou panfletos de protesto.

Já vimos esta missão entrar em acção. Uma das tecnologias originalmente construídas para digitalizar e rastrear as imagens de abuso sexual infantil foi reestruturada para criar uma base de dados de conteúdos "terroristas" para a qual as empresas podem contribuir e aceder com o objectivo de proibir tais conteúdos. A base de dados, gerida pelo Global Internet Forum to Counter Terrorism (GIFCT), é perturbadoramente sem supervisão externa, apesar dos apelos da sociedade civil. Embora seja, por isso, impossível saber se a base de dados atingiu em demasia, sabemos que as plataformas assinalam regularmente conteúdos críticos como "terrorismo", incluindo documentação de violência e repressão, arte e sátira.

O plano da Apple para digitalizar fotografias que são carregadas no iCloud Photos é semelhante, em alguns aspectos, ao PhotoDNA da Microsoft. A principal diferença do produto é que a digitalização da Apple irá acontecer no dispositivo.
Uma vez detectado um certo número de fotos, serão enviadas a empregados da Apple, que decidem se as fotos fazem de facto parte da base de dados CSAM e com base na sua decisão, enviam as fotos ao NCMEC, e desactivam a conta do utilizador. Mais uma vez, o resultado final aqui é que quaisquer que sejam os aspectos de privacidade e segurança nos detalhes técnicos, todas as fotos carregadas para o iCloud serão digitalizadas.

A segunda principal novidade da Apple são dois tipos de notificações baseadas na digitalização de fotografias enviadas ou recebidas pelo iMessage. Para implementar estas notificações, a Apple irá lançar um classificador de aprendizagem no dispositivo concebido para detectar "imagens sexualmente explícitas".
Para implementar estas notificações, a Apple irá lançar um classificador de aprendizagem de máquinas no dispositivo concebido para detectar "imagens sexualmente explícitas".

Nestes novos processos, se uma conta detida por uma criança com menos de 13 anos de idade desejar enviar uma imagem que o classificador de aprendizagem da máquina no dispositivo determine ser uma imagem sexualmente explícita, aparecerá uma notificação, dizendo à criança com menos de 13 anos de idade que os seus pais serão notificados deste conteúdo. Se a criança optar por enviar o conteúdo, terá de aceitar que o "pai" será notificado, e a imagem será irrevogavelmente guardada na secção de controlo parental do seu telefone para que o pai possa ver mais tarde. Para utilizadores com idades compreendidas entre os 13 e os 17 anos, surgirá uma notificação de aviso semelhante, embora sem a notificação dos pais.

Da mesma forma, se a criança com menos de 13 anos de idade receber uma imagem que o iMessage considere "sexualmente explícita", antes de ser autorizada a ver a fotografia, aparecerá uma notificação que diz à criança com menos de 13 anos de idade que os seus pais serão notificados de que está a receber uma imagem sexualmente explícita. Mais uma vez, se o utilizador com menos de 13 anos aceitar a imagem, o pai é notificado e a imagem é guardada no telefone. Os utilizadores entre os 13 e os 17 anos de idade receberão igualmente uma notificação de aviso, mas uma notificação sobre esta acção não será enviada para o dispositivo dos seus pais.

Isto significa que se, por exemplo, um menor que utilize um iPhone sem estas características activadas enviar uma foto a outro menor que tenha as características activadas, não receberá uma notificação de que o iMessage considera a sua imagem como "explícita" ou que o pai do destinatário será notificado. Os pais do destinatário serão informados do conteúdo sem o consentimento do remetente para o seu envolvimento. Além disso, uma vez enviada ou recebida, a "imagem sexualmente explícita" não pode ser apagada do dispositivo do utilizador com menos de 13 anos

Quer envie ou receba tal conteúdo, o utilizador com menos de 13 anos tem a opção de recusar sem que o progenitor seja notificado. No entanto, estas notificações mostram que a Apple está a vigiar o utilizador e a dar aos pais a capacidade de o fazer.

É também importante notar que a Apple optou por utilizar a tecnologia notoriamente difícil de auditar dos classificadores de aprendizagem de máquinas para determinar o que constitui uma imagem sexualmente explícita. Sabemos por anos de documentação e investigação que as tecnologias de aprendizagem por máquinas, utilizadas sem supervisão humana, têm o hábito de classificar erroneamente os conteúdos, incluindo falsos conteúdos "sexualmente explícitos". Quando a plataforma de blogues Tumblr instituiu um filtro de conteúdo sexual em 2018, apanhou todo o tipo de outras imagens na rede, incluindo imagens de cachorros pomeranos, de indivíduos totalmente vestidos, e muito mais. As tentativas do Facebook para policiar a nudez resultaram na remoção de imagens de estátuas famosas, tais como a Pequena Sereia de Copenhaga. Estes filtros têm uma história de abuso arrepiante e há muitas razões para acreditar que a da Apple fará o mesmo.

Uma vez que a detecção de uma "imagem sexualmente explícita" estará a utilizar a máquina para digitalizar o conteúdo de todas as mensagens, a Apple deixará de poder chamar honestamente ao iMessage "encriptado de ponta a ponta". 
A Apple e os seus proponentes podem argumentar que a digitalização antes ou depois de uma mensagem ser encriptada ou desencriptada mantém intacta a promessa protecção "de ponta a ponta", mas isso seria uma manobra semântica para encobrir uma mudança tectónica na postura da empresa no sentido de uma forte encriptação.

Só para lembrar: um sistema seguro de mensagens é um sistema onde ninguém a não ser o utilizador e os seus destinatários pretendidos podem ler as mensagens ou analisar de outra forma o seu conteúdo para inferir do que estão a falar. 
Apesar das mensagens passarem por um servidor, uma mensagem encriptada de ponta a ponta não permitirá que o servidor conheça o conteúdo de uma mensagem. Quando esse mesmo servidor tem um canal para revelar informação sobre o conteúdo de uma porção significativa de mensagens, isso não é encriptação de ponta-a-ponta. 
Neste caso, enquanto a Apple nunca verá as imagens enviadas ou recebidas pelo utilizador, ainda assim criou o classificador que digitaliza as imagens que forneceriam as notificações aos pais. Portanto, seria agora possível à Apple adicionar novos dados de formação ao classificador, enviado aos dispositivos dos utilizadores ou enviar notificações a um público mais vasto, censurando e cortanto facilmente o discurso.

Mas mesmo sem tais expansões, este sistema dará aos pais que não têm em mente os melhores interesses dos seus filhos
[que são legião] mais uma forma de os monitorizar e controlar, limitando o potencial da Internet para expandir o mundo daqueles cujas vidas de outra forma seriam restringidas. E porque os planos de partilha familiar podem ser organizados por parceiros abusivos, não é um exagero imaginar a utilização desta funcionalidade como uma forma de perseguição.

As pessoas têm o direito de comunicar em privado, sem backdoors ou censura, inclusive quando essas pessoas são menores. A Apple deve tomar a decisão correcta: manter estes backdoors afastados dos dispositivos dos utilizadores.

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(tradução minha de excertos do artigo)


March 19, 2021

... mas o problema da igreja é haver pessoas homossexuais



Alemanha. Mais de 300 crianças abusadas sexualmente por membros do clero em Colónia

Alemanha concluiu que 386 menores sofreram violência sexual por parte de 243 membros do clero e leigos entre 1946 e 2018.
O relatório revela ainda que os abusos aumentaram significativamente entre 2004 e 2018.

Woelki causou alvoroço no ano passado ao recusar-se a tornar público um primeiro relatório elaborado a seu pedido por um escritório de advocacia de Munique, alegando violação da proteção de dados.

A decisão exasperou as vítimas, provocou a fuga em massa de fiéis da diocese e a incompreensão dos seus pares.
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Estes números devem ser a ponta do iceberg. É difícil acreditar que tenham sido apenas 386 menores, sendo os homens abusadores em número de 243. Daria uma média de 1 criança e meia ou nem tanto, por abusador. Ora, sabemos que os abusadores quando têm acesso a muitas crianças como acontece com os padres, abusam de muitos e não apenas de um.

Entretanto, o problema da igreja são os homossexuais quererem casar o que é um grande pecado. Gostava se saber qual a porcentagem de padres que são homossexuais.