April 11, 2020

Diário da quarentena 27* dia - belíssimo dia



Um céu azul enorme. A praia deserta. Vejo-a daqui. Uma horinha  de luz solar com brisa marítima, sons de pássaros atarefados na sua vidinha primaveril e bela vista, para animar. Passam por aqui abelhas :)


Ora nem mais, aqui está um exemplo do que dizia acerca de dirigentes inadequados para estes tempos



Em vez de acertarem numa metodologia de contagem eficiente e coerente proíbem a informação de circular como se todos nós não víssemos porque o fazem. Isto só ajuda à percepção que temos de dirigentes erráticos, sem capacidade de discernimento e decisão, como tem sido a DGS, a ministra da saúde e o seu secretário. Preferem esconder e mentir que melhorar.


Governo proíbe câmaras de divulgarem mortes por coronavírus mas há quem resista.
Câmara Municipal de Espinho anunciou este sábado que não prescindirá do direito de informar diariamente a população sobre a evolução epidemiológica.

A decisão dessa autarquia do distrito de Aveiro surge depois de, na sexta-feira, as administrações regionais da tutela terem comunicado aos delegados de saúde pública de cada município que lhes estava vedada a divulgação diária da estatística local e que deviam restringir-se aos dados disponibilizados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) - que se vêm revelando menos atualizados do que os dos municípios e, segundo a autarquia, até "altamente discrepantes".

Ficamos descansados quando o líder do mundo livre fala como uma criança de 6 anos



Calculo que seja assim que lhe explicam a situação relativamente ao avanço da doença para ele conseguir perceber e depois ele reproduz.



#FreeAssange, because we know what you are doing. Faz hoje um ano que foi preso



Porque não o libertam? Para fazer dele um exemplo para todos aqueles que recusam ser deixados na ignorância acerca do que fazem os governantes que elegeram para os representar.
#FreeAssange



Gestão da crise: quase todos falharam? Nim



Nim.

Sim, agora -como diz Habermas numa entrevista ao Le Monde- vemos como as decisões são tomadas ao mais alto nível. 
Acompanhamos diariamente o processo, ao contrário do que costuma acontecer: quero dizer, geralmente só sabemos das decisões quando são anunciadas depois de tomadas; neste caso, pelo contrário, temos acesso à opinião dos vários especialistas (os da saúde, os da economia, os da política, os da educação, os da indústria, etc), dos conselheiros, dos membros da estrutura que implantam as decisões, no próprio acto de aconselhar e opinar, cada um na sua especialidade, porque o fazem em directo e publicamente e, depois, vemos o modo como a decisão é tomada ao mais alto nível.

E o que temos visto é que a decisão, regra geral, é tomada de modo errático e para servir interesses pessoais. Falo internacionalmente. O que vimos, desde o início, com a China, foi o desprezo da observação e conselho de um médico por questões de interesse próprio; de seguida vimos Itália, França e muitos outros países desprezarem a opinião especializada dos cientistas sobre os efeitos da doença, por interesse próprio; de seguida vimos a falta de solidariedade da UE e dos EUA, contrariando a opinião de especialistas, para servir interesses próprios; até a OMS, para servir interesses políticos, caiu no erro de desprezar a estratégia de Taiwan na abordagem à doença.

Ou seja, só quando começam a cair mortos à frente dos olhos é que os líderes ouvem, de facto, os especialistas dos assuntos acerca dos quais têm que decidir. Enquanto não há mortos a inundar as TVs, os líderes têm um MO de decisão errático: ouvem especialistas, sim, mas mais por protocolo que por acreditarem que a sua posição tem valor político e depois tomam decisões conforme o seu interesse. E tomam-nas mal. Veja-se o que se passa com o tema ambiental onde a voz dos cientistas é menorizada por questões economicistas - que nos trouxeram onde estamos. 

Hoje vem um artigo impressionante no Guardian que mostra, com imagens, o efeito positivo dramático que o confinamento está a ter no ar que respiramos nas cidades, mas este facto óbvio há-de ser devidamente ignorado quando for altura de voltarmos à rotina de destruir o planeta; veja-se também como o Eurogrupo decidiu não decidir e deixar tudo como sempre foi, por interesse egoísta de alguns países e conivência de outros.

Os políticos estão habituados a gerir para a próxima eleição e quando aparece uma crise que os obriga a olhar o médio e longo prazo e onde não é possível decidir ignorando a voz dos peritos, ficam expostos nas suas insuficiências.


Não
Não se pode dizer propriamente que tenham falhado como se antes da crise acertassem. Não, o que acontece é que esta crise expôs, um pouco pelo mundo fora, a falta de preparação dos líderes mundiais para decidirem num mundo globalizado onde os povos já não são analfabetos, lêem notícias, querem saber do que anda a ser feito, têm uma posição sobre os assuntos porque uma grande maioria tem uma formação académica que lhes dá acesso ao saber, percebem quando alguém foi eleito por cunha sem mérito nenhuma, vêem o que se passa em outros países e comparam e, por isso, os políticos já não podem decidir como antigamente, quando decidiam por todos sem partilha de decisão, de um modo paternalista, desde logo porque eram uma elite academicamente educada em contraste com o povo. Agora começa a ser ao contrário e, no entanto, muitos governantes, senão a maioria, ainda governa como se estivesse nesse passado paternalista e unilateral.

Os líderes políticos têm que adaptar-se e encontrar novas formas de decidir porque a característica que mais evidenciam, em geral, é o interesse individual, a falta de preparação intelectual para lidar com um mundo fortemente 'cientificado', com conhecimentos muito especializados sobre quase todos os assuntos e, embora as decisões sejam sempre políticas, pois destinam-se ao mundo humano, já não é possível um político ignorar completamente o conhecimento científico e decidir tendo em vista os seus interesses particulares (porque todos estamos a ver e percebemos o que estão a fazer) e tendo por bases os seus dogmas e preconceitos ideológicos.

Contundente condena a la Comunidad de Madrid por su gestión de la crisis del coronavirusDesde opacidad al vaciamiento de la atención primaria. Profesionales de la sanidad madrileña explican las deficiencias cometidas por la Comunidad de Madrid en la gestión de la pandemia de covid19. Por Alberto Azcárate.
-------

Macron face au coronavirus : comment la peur a gagné le sommet de l'Etat
Revirements, hésitations, non-dits  : l’actuelle paralysie de l’exécutif reflète sa crainte des conséquences juridiques et politiques de sa calamiteuse gestion de la crise.


Diário da quarentena 27º dia - 3 minutos de Bach por dia nem sabe o bem que lhe fazia




Antecipação




April 10, 2020

Did you know?



No século XVII os amantes trocavam retratos dos seus olhos.


The miniature paintings celebrated and commemorated love at a time when public expressions of affection were uncouth.



In 1784 Maria Fitzherbert was twice widowed and just coming out of mourning into London society when she met the Prince of Wales—the future George IV—who was then twenty-one to her twenty-seven. He was immediately enthralled. Never mind that she was both a Catholic and a commoner, two big strikes against her ever being accepted by his father, King George III. The prince was defiantly infatuated and ardent in his pursuit of marriage, even threatening suicide if she would not have him. Fitzherbert, for her part, thought it was best to flee the country when her relentless admirer proposed.

As art historian Hanneke Grootenboer relates in The Art Bulletin, Fitzherbert soon received a letter from the prince, which included a curious token: a small painting of a single eye. He wrote, “if you have not totally forgotten the whole countenance. I think the likeness will strike you.” Grootenboer explains that it “was a very small miniature painting of the prince’s right eye created by his friend the celebrated miniaturist Richard Cosway.” Shortly after, Fitzherbert returned to England and secretly married the prince, later giving him a matching painting of her own gazing eye.



Their marriage was not considered valid due to the lack of royal consent, but the lore around the eye paintings endured, inspiring a fashion for such tokens. While miniature portraits were already popular in eighteenth-century England, they were often private objects viewed solely by the wearer. Yet an eye portrait could be worn boldly on a bracelet, ring, stickpin, pendant, or brooch, with the identity of the subject a mystery.


Although commonly called “lover’s eyes” for this fad in courtship, the eye paintings later became part of Victorian mourning jewelry. Sometimes the eye representing the departed would be adorned with pearl or diamond teardrops, as if the deceased were weeping for their own death. Because the identities of the subjects are now frequently unknown, it’s often hard to identify which paintings were for love and which were for mourning.

Because the fashion for the eye miniatures was relatively brief—roughly from 1785 to the mid-nineteenth century—examples are now rare.

One of the largest collections is now held by David and Nan Skier, who have amassed over 100 examples of the portraits, selections of which were exhibited in 2012 at the Birmingham Museum of Art in Alabama.



#mantra for life



Act as if what you do makes a difference in the world, because it does.



Citação deste dia



In nature, nothing is perfect and everything is perfect. (Thierry Gautier)

.















Photo by Rukie Jumah

Aniversários - Joseph Pulitzer



Joseph Pulitzer foi um jornalista e editor hungaro que emigrou para os EUA aos 17 anos. Fundou a Faculdade de Jornalismo da Universidade de Columbia e instituiu um prémio anual para a literatura, drama, música e jornalismo - o Pulitzer.


Coisas que ninguém percebe



A AR chumba um subsídio de risco para quem está diariamente exposto ao vírus com perigo de vida, mas aprova a libertação de ladrões para que a polícia, uma das forças que está em perigo, por ter de lidar diariamente com muita gente, ficar ainda mais em perigo e todos nós ficarmos menos seguros.

Anoitece, o céu da minha janela



Em cima da casa da Isabel o céu está a arder.


#ReleaseAssange



Diz-me um amigo que diz-se que estão a ver se, com este regime draconiano a que está sujeito, Assange morre e fazem passar a morte dele como uma tragédia da pandemia. Isso seria o fim do sistema judicial inglês, que já está muito mal visto neste caso.

------------------------


's

Estava aqui a olhar para esta fotografia e a pensar...



Estes fatos parecem-me um verdadeiro inferno. Como é que as pessoas andam com estes fatos de camadas de plásticos uns em cimas uns dos outros durante horas a fio? Devem estar sempre a escorrer suor dentro daquilo. Na cabeça deve ser horrível. Devem ter o corpo cheio de borbulhas e irritações. E os óculos? Como é não embaciam? E podem limpá-los ou isso obrigava a tirar luvas e lavar mãos e luvas e tudo outra vez? E como é que vão à casa de banho? Tiram aquele aparato todo de cada vez que precisam? Andam de fraldas?


Alguém me explique isto como se tivesse 3 anos



Qual a razão dos aplausos? Antes de ontem o italiano e outros recusavam o mecanismo de estabilidade (um termo-prozac para troika, endividamento, fuga de jovens formados, etc.) e diziam, 'eurobonds ou nada' e hoje aprovam empréstimos, fundos de resgate com juros à antiga e estão satisfeitos. Satisfeitos com o quê?
O ministro das finanças holandês e Centeno eram os mais satisfeitos. Acho que isso é revelador. Há-de ser mais endividamento de corda na garganta, mais cativações de serviços públicos, mais empobrecimento, mais fuga de jovens.
Alguém me explique isto como se tivesse 3 anos, em que é que isto nos ajuda, no médio e longo prazo?

Aplausos no Eurogrupo para ajuda imediata de 500 mil milhões

Wopke Hoekstra [o ministro das finanças holandês] revelou que a solução para ajudar as finanças dos Estados passa por linhas de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), "sem condições para despesas médicas", mas "com condições" para apoio económico.

Dis-moi...








docteur ralph

Pássaros da manhã - rouxinol




Para outros o confinamento é tortura (não metafórica) - Assange na solitária 23 horas e meia por dia



Como é que um juiz o deixa nesta situação e consegue dormir à noite?

Haja alegria no confinamento :)