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September 29, 2025

Passam hoje 84 anos sobre o massacre de Babi Yar

 


O massacre ocorreu nos dias 29 e 30 de Setembro de 1941.
Babi Yar é uma ravina existente em Kiyv, capital da Ucrânia, que ficou conhecida na história como local de um dos maiores massacres de judeus e civis da então União Soviética pelos nazis, durante a Segunda Guerra Mundial.




O massacre foi meticulosamente documentado pelos próprios nazis. Relatórios do Einsatzgruppe C, particularmente do Sonderkommando 4a sob o comando do SS Paul Blobel, confirmaram o número de mortos de 33.771 naqueles dois dias. Este número, retirado dos registos nazis, é considerado preciso, embora o número total de vítimas em Babi Yar ao longo da guerra seja muito maior.

Quando os nazis foram expulsos de Kiyv, em Novembro de 1943, os horrores de Babi Yar vieram à tona, embora a extensão total do massacre não tenha sido logo divulgada. O governo soviético de Stalin minimizou a natureza especificamente judaica dos assassinatos, enquadrando Babi Yar como um crime contra «cidadãos soviéticos» e só depois da queda do Muro de Berlim foi permitido aos judeus erigirem ali um memorial em nome das suas vítimas.

A ocultação da verdade do que se passou em Babi Yar durante décadas ocultou o local como um dos sítios mais importantes do Holocausto. 
Na década de 1950 foram feitos planos para preencher a ravina e construir apartamentos. 

Um poema de 1961 do poeta Yevgeny Yevtushenko, intitulado «Babi Yar», chamou a atenção internacional para o massacre e criticou a recusa do governo soviético em reconhecer as suas vítimas judias. O poema foi musicado por Dmitri Shostakovich, na sua 13ª Sinfonia.

Testemunhos de sobreviventes, como o de Dina Pronicheva, uma mulher judia que escapou do massacre fingindo estar morta, forneceram relatos críticos dos acontecimentos. A sobrevivência e o testemunho de Pronicheva, juntamente com outros, ajudaram a preservar a memória de Babi Yar, apesar do silêncio oficial.

O massacre de Babi Yar é uma lembrança gritante da escala e da brutalidade do Holocausto, particularmente do «Holocausto por balas» na Europa Oriental, onde milhões foram mortos em fuzilamentos em massa, em vez de em campos de concentração. Ele ressalta a cumplicidade dos colaboradores locais, a indiferença de alguns espectadores e a resiliência dos sobreviventes que testemunharam os acontecimentos. O evento também destaca os desafios da memória histórica, já que as agendas políticas moldaram a forma como Babi Yar foi lembrado ou esquecido durante décadas.

Sobre Babi Yar, o escritor e sobrevivente do Holocausto Elie Wiesel escreveu:
“ As testemunhas oculares disseram que, por meses após as mortes, o solo de Babi Yar continuava a esguichar gêiseres de sangue.
No Youtube pode ver-se um documentário com imagens da época reunidas por The Babyn Yar Holocaust Memorial Center e o realizador Ucraniano, Sergey Loznitsa. sobre Babi Yar. O documentário tem vinte e tal episódios. Esta parte aqui publicada com 8 minutos refere-se ao depoimento de Dina Pronicheva, em 1946.


Quando era nova, lembro-me de ver uma série na TV chamada Holocausto (1978), que tem uma das parte dedicada ao massacre de Babi Yar. 
Uma mini-série americana que teve um impacto brutal sobre o próprio tema do Holocausto. A série tinha grandes audiências e durante muito tempo não se falava em outra coisa em toda a Europa onde a série passou. Discussões e debates e conversas e livros que se publicaram que trouxeram à tona muitos episódios da época e campos de concentração de que não se falava. 
A série conta a história a partir de duas perspectivas: a da família Weiss, uma família de judeus alemães e a de um advogado alemão ariano que entra para as SS por dinheiro e acaba por subir na hierarquia e tornar-se um nazi cruel e feroz. 
Quem faz o papel deste advogado nazi é Michael Moriarty. No que me diz respeito, aprendi muito a vê-lo representar este papel de um alemão ariano com uma cara abebezada e um ar gentil que se vai transformando num algoz implacável, sempre com racionalizações internas e externas. 
A personagem dele é um arquétipo de todas as pessoas que por cobardia ou interesse se metamorfoseiam em predadores assim que a oportunidade se apresenta, nunca deixando a capa de civilidade. No filme, ele é verdadeiramente assustador.
Quem também impressiona na série é Meryl Streep, que representa Inga Weiss. A série está cheia de bons actores e, do que me lembro, a série continua relevante.


May 01, 2025

Neste dia, há 84 anos os soviéticos convidaram os nazis para a parada do 1 de Maio - a história repete-se...

 


Neste dia, há 84 anos, os soviéticos deram as boas-vindas aos seus aliados nazis no desfile do Dia do Trabalhador de 1941, na Praça Vermelha de Moscovo. Putin preferia que não o soubesse!



March 16, 2025

Os novos nazis da tecnologia

 


Estou totalmente convencida que a estratégia de Musk-Trump de cortar as pensões, as ajudas e o acesso à medicina (Medicare) aos pobres, aos veteranos e aos doentes é para cumprir um plano de eugenia. 

Musk (como outros dos gigantes tecnológicos, como se vê neste artigo) está completamente obcecado com a questão da baixa natalidade. Tem centenas e centenas de publicações no X -e fora dessa rede social- a falar da catástrofe que nos espera por não termos filhos. 

A grande preocupação dele, no entanto, não é que acabem os bebés no mundo e a humanidade pereça. Não, a grande preocupação vem de saber que populações africanas e indianas têm imensos filhos e que, continuando o Ocidente com este déficit de filhos, um dia serão substituídos por essas outras populações que continuam a ter muitos filhos e que ele consideram de algum modo sub-humanos. Pelo menos, abaixo da sua estação de ser. Daí a sua obsessão em não querer certo tipo de imigrantes.

Uma dos argumentos que ele usa muito (e Trump também) é o de que as sociedades têm muitos idosos e, por isso, muito doentes, para além de deficientes. Não apenas os veteranos que voltaram deficientes e com doenças incapacitantes, mas todos os que nascem com deficiências devido ao avanço da medicina. Sem ela e pela lei de Darwin, nunca teriam sobrevivido. Toda essa gente que tem subsídios e ajuda médica estatal é vista como um fardo que consome o dinheiro que devia ser canalizado para o crescimento. A América, como eles dizem, está fraca - outro dia Trump disse publicamente que a população americana está fraca e em declínio, cheia de obesos e doentes.

Estou totalmente convencida que a estratégia de Musk-Trump de cortar todas as ajudas a essas pessoas, bem como desinvestir na pesquisa de doenças, nas vacinas, etc., é para cumprir um plano darwinista de selecção social. Vão sobreviver apenas os fortes e os ricos que podem pagar a medicina de que precisam. 
De resto, como se lê neste artigo, os ricos vão dedicar-se ao transhumanismo e criar filhos fortes e inteligentes - como se pessoas inteligentes não tivessem já, tantas vezes, posto o mundo à beira da extinção. Como diz Kant, sendo a pessoa de mau carácter, malévola, mais valia que fosse burra que fazia menos mal.

É esse o plano deles: os fracos, os doentes, os deficientes e todos que já não são úteis à sociedade vão para o lixo. Depois fabricam-se novos humanos à medida da sociopatia dos pais ricos. 

Musk-Trump não estão apenas a cortar as ajudas às pessoas como estão a destruir todos os dados e estatísticas relativos a essas pessoas, às doenças, à investigação, etc., numa estratégia de queimar os navios para que seja impossível voltar atrás.

Estes são os novos nazis: os donos dos gigantes tecnológicos e, em grande parte, donos de nós todos porque condicionam muito a nossa vida e moldam a cabeça das crianças e adolescentes à sua vontade, com a cumplicidade de pais desinteressados e ignorantes. 

Nazis, racistas e misóginos. É preciso que, quem tem poder para parar estes narcisistas sociopatas, tome medidas. Já.



Silicon Valley: 'tech bros' vão desenhar bebés do futuro

Malcom e Simone Collins consideram o declínio da natalidade o princípio do fim do mundo. “Uma ameaça existencial”, (...) e garantem que a única solução é “gerar muitos filhos” (têm quatro, sonham com 13), chave de um plano onde a tecnologia — incluindo a seleção genética — desempenha um papel fundamental.

Elon Musk (...) é destacado adepto desta escola de pensamento. Com 14 filhos (...) argumenta que “o colapso populacional é um risco maior para a civilização do que o aquecimento global”.

Musk prefere falar em “bomba populacional”, pois o declínio das taxas de fertilidade conduzirá a uma “catástrofe política e económica”. Malcom explica porquê. “Teremos um efeito dominó, resultado de uma série de colapsos. O colapso da fertilidade significa que entraremos numa era em que a economia encolherá todos os anos. O sistema económico e geopolítico essencial para o funcionamento das coisas começará a desaparecer.”

Segundo Kamp-Dush, indivíduos como Musk intitulam-se progressistas de direita, uma nova classe que olha para a tecnologia como a solução natural para os desafios da procriação. “Promovem um pró-natalismo seletivo: mais crianças, mas de um certo tipo.” O objetivo, avança, “não é salvar a América do declínio demográfico, mas assegurar que as suas crianças sejam as mais saudáveis, inteligentes e atléticas, a melhor versão de si mesmas.”

Sam Altman, fundador da Open AI (...) anteviu aqui um negócio. A Conception, uma das suas startups de biotecnologia, visa reconstruir o próprio conceito de reprodução, criando embriões artificiais a partir de células do sangue, que serão trabalhados em laboratório. Todos terão o mapa genético sequenciado, fornecendo mais opções às famílias.

Os olhos de Simone Collins brilham. Ela e Malcom recorrem à Life View, outra startup de Altman, que analisa os embriões e avalia o seu potencial genético, nomeadamente o quociente de inteligência (QI).

A republicana, que em novembro perdeu a corrida a um lugar no congresso estadual da Pensilvânia, mostra-se cada vez mais deslumbrada. “Um dos nossos embriões está no percentil 99,8 de inteligência. Extraordinário! É a joia da coroa.” Descarta riscos relacionados com teorias como a eugenia, popularizada por governos europeus no final do século XIX e na começo do XX. Inspirada na otimização biológica dos humanos, o regime nazi explorou-a como peça central da sua ideologia de pureza racial, que originou o Holocausto. “Não tem nada que ver”, defende Simone, soltando uma gargalhada. “Estamos a dar a liberdade aos pais de escolherem os traços que pretendem valorizar. Uns podem preferir filhos hiperinteligentes, outros atletas prodigiosos. Se for possível, teremos pessoas com capacidade para mudar definitivamente a sociedade.”

UMA MONSTRUOSIDADE”
Fontes da área da bioética apontam ao Expresso o potencial discriminatório das tecnologias em causa. “Suscitam-me imensas preocupações. Sabemos que pessoas e governos usaram estas ideias para segregar e até exterminar certas populações”, resume Christine Grady, professora na Universidade Johns Hopkins. Lembra a eugenia, “muito popular até há pouco tempo se tivermos em conta o grande arco da História, mas que parece a todos — espero — uma monstruosidade”.

Douglas Hanto, docente na Universidade de Harvard, insiste que a nova vaga pró-natalista “não está preocupada com o declínio populacional, apenas com os tipos de populações que continuam a reproduzir-se”, algo “ligado a nacionalismo, raça e classe social”

Expresso (excertos)