Cheira muito mal porque lemos que do gabinete do ministro Cabrita saiu logo uma nota a dizer que a culpa foi do trabalhador, de maneira a que este não recebesse indemnização do seguro. Isto, antes de haver qualquer conclusão de qualquer inquérito. Isto é de uma falta de ética que espanta, mesmo numa pessoa que já nos habituou a comportamentos de imoralidade e de desinteresse pelos direitos dos outros, para ser branda.
E o Ventura tem razão quando diz que o ministro indo em carro oficial, e portanto, em serviço, tem que prestar contas do que se passou.
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O trabalhador ainda foi assistido no troço da autoestrada situado no concelho de Évora, mas não resistiu aos ferimentos e o óbito foi declarado no local. Deixou duas filhas menores, de 13 e 16 anos, e uma viúva, tendo esta dito ao “Correio da Manhã” que ninguém no Governo quis saber se a família precisava de ajuda e garantido que o marido era a única fonte de receitas do agregado familiar. Ainda segundo o mesmo jornal, a nota do gabinete do ministro da Administração Interna a dar conta do acidente travou qualquer indemnização da seguradora, na medida em que imputa responsabilidades ao falecido por ter atravessado as faixas de rodagem.
André Ventura pretende que Eduardo Cabrita esclareça a que velocidade circulava o veículo oficial do Ministério da Administração Interna e “qual a justificação para tal”, se o automóvel “seguia em marcha de urgência ou marcha normal no regresso da deslocação do senhor ministro a Portalegre” e ainda se confirma ou não que “o infortunado trabalhador circulou de forma incauta e imprudente na faixa de rodagem central quando as obras se realizavam na berma da estrada”.