O princípio deste artigo, que é de ontem, penso, diz que Cavaco Silva fez uma coisa bem feita e boa (obrigar a acordo entre os partidos da geringonça) mas como o autor é contra Cavaco Silva concluiu que ele fez o bem sem querer, quer dizer, a intenção era má mas foi incompetente na execução e resultou em competência - veja-se lá a complicação; depois diz que Marcelo fez de modo diferente e mal (não obrigar a acordo entre os partidos da geringonça) e no fim do artigo exorta-o a fazer o que Cavaco fez (embora não diga por estas palavras) e conclui que Marcelo fez mal, foi incompetente mas como foi com boa intenção, há competência, de modo que Marcelo foi um incompetente, competente, com resultado incompetente - ao contrário de Cavaco que foi um competente, incompetente, com resultado competente.
A política em Portugal é isto: se és da direita, tudo o que a esquerda faz é mal intencionado e se és da esquerda, todos que são da direita são mal intencionados. Não interessa que façam bem e sejam competentes, interessa é que sejam da esquerda (neste caso, porque podia ser o inverso se o articulista fosse da direita).
Ou as pessoas como são calculistas e dão sempre passos a calcular o efeito e não a pensar no bem, assumem que os outros são todos iguais.