Showing posts with label direita. Show all posts
Showing posts with label direita. Show all posts

October 22, 2020

É por isto que só temos incompetentes em tudo quanto é cargo

 


O princípio deste artigo, que é de ontem, penso, diz que Cavaco Silva fez uma coisa bem feita e boa (obrigar a acordo entre os partidos da geringonça) mas como o autor é contra Cavaco Silva concluiu que ele fez o bem sem querer, quer dizer, a intenção era má mas foi incompetente na execução e resultou em competência - veja-se lá a complicação; depois diz que Marcelo fez de modo diferente e mal (não obrigar a acordo entre os partidos da geringonça) e no fim do artigo exorta-o a fazer o que Cavaco fez (embora não diga por estas palavras) e conclui que Marcelo fez mal, foi incompetente mas como foi com boa intenção, há competência, de modo que Marcelo foi um incompetente, competente, com resultado incompetente - ao contrário de Cavaco que foi um competente, incompetente, com resultado competente.

A política em Portugal é isto: se és da direita, tudo o que a esquerda faz é mal intencionado e se és da esquerda, todos que são da direita são mal intencionados. Não interessa que façam bem e sejam competentes, interessa é que sejam da esquerda (neste caso, porque podia ser o inverso se o articulista fosse da direita). 

Ou as pessoas como são calculistas e dão sempre passos a calcular o efeito e não a pensar no bem, assumem que os outros são todos iguais.




July 05, 2020

Como as coisas mudam radicalmente em duas ou três dezenas de anos - e não para melhor



Reagan foi um homem da direita forte e convicta, mas passadas umas poucas dezenas de anos -tirando a parvoíce daquela ideia mitológica que tem acerca dos EUA serem fadados para a grandeza- o discurso dele aparece como um discurso da esquerda, de defesa dos imigrantes e do pluralismo de culturas. Muito interessante.


May 24, 2020

Não há dúvida de que Ventura vai de vento em popa



Frequentemente é o assunto do dia e não pelas razões certas, mas porque os que deviam estar ocupados a pensar acerca da razão de cada vez mais gente apostar nele e de como contrariar esse facto, se reduzirem à prática de chamar-lhe nomes, censurá-lo e rogar-lhe pragas. É assim que Ventura vai a caminho de roubar muito votos à chamada direita (O CDS) e até ao PDS, partidos que perdem seguidores todos os dias por estarem sem cabeça e sem rumo. Vem isto a propósito da quantidade de disparates que leio nas notícias, contra e a favor de Ventura, nem uns nem outros com argumentos dignos desse nome: ou escrevem a chamar-lhe fascista abjecto e coisas do mesmo teor -em que é que isso ajuda a refutar/desmascarar as posições dele e a mudar as ideias de quem vê nele um corajoso que se atreve a dizer o que todos calam subservientemente-, ou escrevem discursos pseudo-filosóficos, como este que acabo de ler de um tal Gabrial Mithá Ribeiro, uma colagem de palavras mal empregues e com parágrafos inteiros ocos de significado.

Não há dúvida de que Ventura vai de vento em popa e, se nada mudar nesta estratégia que faz dele uma vítima, havemos de ver o partido dele aumentar os deputados na próxima legislatura, não por os portugueses serem direitistas, mas por a direita portuguesa pensante estar perdida, sem rumo e sem cabeça. E como a direita não produz um discurso de alternativa contra as ideias de Ventura, quanto mais os da esquerda o ofendem e achincalham mais votos ele rouba à direita tradicional, de modo que esta direita, a pensante, devia ter uma estratégia para combater a vitimização de Ventura, que é o que lhe dá votos. E assim, em vez de o proibir e censurar, como fez a Cofina que recebeu milhões do governo de Fero Rodrigues que odeia o Ventura, deviam era demolir os seus falsos-argumentos. Pelos vistos não sabem como é que isso se faz, só sabem é chamar nomes. é um favor que lhe fazem a ele e à esquerda.

May 20, 2020

As feridas que não fecham




as-feridas-abertas-do-comunismo-estao-a-empurrar-hungaros-para-extrema-direita-

São inúmeros os países europeus que viveram, durante décadas, sob o jugo de sistemas ditatoriais. Milhares de cidadãos, considerados inimigos dos regimes pelos mais variados motivos, deram entrada em prisões, campos de trabalho ou de concentração. Aos milhões foram executados. A Hungria não foi, neste plano, uma excepção. Alinhado à esquerda estalinista, o regime comunista húngaro, que vigorou entre 1949 e 1989, vitimou centenas de milhares de pessoas. Hoje, longe do comunismo que a feriu tão gravemente, a Hungria é um país encostado à direita conservadora, nacionalista e populista.
(...)
Cada país convive de forma diferente com as feridas da ditadura. Daniel não crê que a Hungria queira, activamente, silenciar o passado. Nem acredita que tal fosse possível. “Mas também não o processámos, nem compensámos as vítimas, nem revelámos a verdade inteiramente”, observa. Está convicto de que os húngaros preferem não enfrentar os factos, que preferem "esquecer, viajar, trabalhar muito". Também não existe vontade política de explorar o passado, uma vez que muitos daqueles que governam hoje o país tiveram familiares directos em cargos de poder no período da ditadura. Mas pode um país ferido superar os seus traumas sem os processar? Pode uma fuga do comunismo justificar uma abertura de portas à extrema-direita?
(...)
Na Hungria não há grupos radicais tão numerosos como noutros países da Europa. O comunismo e outros pensamentos de esquerda estão gastos, obsoletos. Existem grupos de homens idosos que ainda se identificam com eles, talvez alguns mihares de pessoas na Hungria, hoje, na totalidade. O que é bom, creio. Vejo todos os tipos de radicalismo como perigosos num estado pós-socialista."