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December 21, 2021

Nisto estou de acordo com o primeiro-ministro

 


Este ano éramos para nos juntar todos e já não vamos fazer isso. Juntamo-nos aos bocados, apenas com aqueles com quem costumamos estar mais. Uma das minhas irmãs já está em isolamento... Na noite da consoada vamos ser oito e mesmo assim vamos fazer o teste no dia. E no dia da Natal é a mesma coisa porque há uma parte da família que é enorme. Dezenas de pessoas. Não pode ser. Todos sem máscara, horas e horas seguidas, com miúdos pequenos... não há arejamento possível, nem que metade passasse parte do tempo no jardim. Para o ano que vem, espero, já possa ser diferente. Este ano já é melhor que no ano passado onde nem saí de casa e estivemos aqui quatro pessoas. Agora somos oito. Para o ano há-de ser diferente. É o que tem que ser para se poder, em Janeiro, voltar ao trabalho na escola em vez de se ficar encerrado em casa a dar aulas ao longe, o que é um martírio.


Primeiro-ministro pede contenção 

"À mesa da consoada não há só afetos e não há virus", referiu António Costa, lembrando que sempre que alguém está a falar e a comer expele aerossóis que podem infetar outras pessoas. "Apelo a que as famílias procurem evitar a celebração natalícia que envolva muitas pessoas", disse o primeiro-ministro, acrescentando que o "arejamento de espaços fechados é da maior importância".

Chefe do Governo pede que os portugueses se testem antes de se encontrarem com as famílias "pelo menos com o autoteste".

December 07, 2021

Dizer que os anti-vacinas são todos estúpidos é uma visão simplista de um problema complexo




Esta, 'comunicadora de ciência' reduz todos os que não estão de acordo com as vacinas e com a comunidade científica e médica a estúpidos a quem é preciso repetir muitas vezes a mesma mensagem até que entre na cabeça e a gente ignorante da 'verdade', dominados que estão pela ansiedade. Farta-se de falar na verdade: a verdade da ciência, a verdade da comunidade científica. As pessoas são todas gente ignorante com um filtro de crenças e sistemas de valor -como se ela não fosse também uma pessoa com o seu filtro de crenças e sistemas de valor- que não lhes permite ver o óbvio. Para ela a ciência é obviamente verdadeira e  se os outros não vêem essa verdade são todos idiotas.

Esta é uma postura dogmática, simplista e, por essa razão, com poucas probabilidades de mudar a visão que os anti-vacinas têm da ciência. Ela queixa-se que as pessoas ao dizer as suas opiniões dizem «achismos», mas o que é a opinião dela sobre os que rejeitam vacinas senão um «achismo»? Ela é licenciada em farmácias com doutoramento em química. Que sabe ela acerca dos sistemas dos condicionalismos valorativos e de crença dos diversos sistemas sociais e políticos? O mesmo que a maioria dos outros todos que dizem opiniões. Ao mesmo tempo que argumenta contra as opiniões pseudo-científicas de não-especialistas vai aduzindo argumentos contra os sistemas de crenças e valores sociais com opinião pseudo-científica, pois que não tem nenhum formação nessa área.

Thomas Kuhn, aquele que cunhou o termo, «paradigma» aplicado à ciência e às revoluções científicas dizia que, "a ciência não pensa, o cientista não sabe pensar". Logo no início da pandemia vi uma entrevista com o virologista que agora está sempre na TV em que ele dizia mais o menos o seguinte, "as pessoas confiem em mim porque a ciência pode ter opiniões contraditórias mas a certa altura chegamos à verdade." Nunca mais liguei um átomo ao que ele diz porque a idea de um cientista vir, como um padre, pedir fé e clamar que tem a verdade consigo é tão pouco científica que caiu logo ao chão, no meu sistema de avaliação de credibilidade.

Li um artigo com dados sobre a percentagem de pessoas que não querem vacinar-se e porquê: na Rússia, quase um quarto da população não quer vacinar-se; nos EUA, 20%; na Alemanha, 10%; na África do Sul, pediram para deixarem de mandar vacinas porque têm stock para 150 dias, que não conseguem gastar, à beira de passar o prazo de validade - nos países de Leste que viveram em ditadura comunista a desconfiança nas instituições científicas e médicas é muito superior aos da UE. Talvez porque durante muito tempo a ciência foi usada para pseudo-legitimar a ideologia comunista e as malfeitorias que fizeram aos povos.

A hesitação de vacinar-se parece ser um aspecto de uma quebra mais vasta de confiança entre alguns sectores da população, por um lado, e as elites e especialistas, por outro. Essa quebra de confiança é que é explorada nas redes sociais e não o oposto, quer dizer, não são as redes sociais que criam a hesitação, ela existe, é um problema complexo que e é anterior à pandemia. Portanto, vir dizer que é um problema de as pessoas serem ignorantes e não verem o óbvio por estarem dominadas pelas redes sociais, é uma visão, ela mesma, ignorante e simplista. 

"Se os decisores políticos quiserem limitar os danos que a Omicron e as variantes futuras fazem, terão de compreender melhor porque é que as pessoas rejeitam as vacinas. Algo tão complexo como a hesitação vacinal é susceptível de ter muitas causas, mas a investigação sugere que um instinto fundamental o impulsiona: a falta de confiança. Para que as pessoas superem a sua hesitação, será necessário restaurar a sua confiança na ciência, nos seus líderes, e, muito possivelmente, uns nos outros. A crise de hesitação vacinal e a crise de confiança nas instituições são uma e a mesma coisa."

A literatura médica mostra que há um forte relação entre a desconfiança na indústria farmacêutica e a desconfiança nas vacinas. Entre os sul-africanos negros, por exemplo, o cepticismo em relação aos médicos pode surgir do facto de os argumentos pró-apartheid, até há pouco tempo, terem estado frequentemente enraizados em crenças e propaganda, pseudo-científicas, sobre as diferenças entre as raças.

Jonathan Kennedy, um sociólogo da Queen Mary University of London, destaca um factor para a erosão da confiança no governo e na ciência: a narrativa do otimismo e do progresso do pós-guerra não se ter concretizado para muitos, "Há grandes quantidades da população que não beneficiaram economicamente da globalização. Muitas pessoas sentem-se cada vez mais marginalizadas pela política; sentem-se como se os políticos não estivessem interessados neles". Populismo e sentimento anti-vacinas "parecem ser uma espécie de rejeição desta narrativa de progresso civilizacional ... um grito de impotência".

A Rússia, e a Europa de Leste em geral, têm um nível de confiança extremamente baixo nas instituições relativamente à Europa Ocidental - a Roména e a Bulgária vacinaram pouquíssimas pessoas. Os russos têm tentado espalhar o caos com desinformação profissional relativamente à eficácia produzidas pela BioNTech-Pfizer, Moderna, e AstraZeneca e compararam os confinamentos com a ocupação nazi e o apartheid.

Também estamos a pagar caro o desinvestimento, em termos globais, nos sistemas de saúde e na desvalorização da profissão, para poupar dinheiro, desde que os hospitais viraram empresas geridas por investidores sem interesse nenhum na medicina. Existe agora uma desconfiança nos médicos que não havia. São tratados como se fossem mercenários. 
As farmacêuticas recusam investir em medicamentos se o retorno em lucros for abaixo de não sei quantos milhões de dividendos para os acionistas. Isto não ajuda à confiança. 

Em cima disto temos que a ciência hoje em dia já não é praticada como antigamente. Dantes um artigo científico sobre inovações só era publicado depois de muitos estudos feitos e era lido apenas por especialistas, que eram poucos. Quando chegava ao público já vinha depurado de todas as imprecisões e erros grosseiros. Porém, hoje em dia, os cientistas são na ordem dos milhões. Um doutoramento hoje em dia é algo frequente entre a comunidade universitária das ciências. As universidades obrigam os doutorandos a publicar artigos científicos em catadupa sob pena de serem postos de lado, de maneira que muitos milhares de cientistas publicam papers a torto e a direitos, sobre tudo e o seu contrário que chegam aos jornais, nesses termos contraditórios. A maioria do público, hoje-em-dia, já não aceita petições de princípio baseadas em apelos à autoridade: querem argumentos. Vivemos em sociedades de comunicação. A comunicação científica não pode ser constantemente contraditória.

Acresce a tudo isto que os comunicadores científicos, ou são como Graça Freitas e Fauci nos EUA que mentem e distorcem os factos porque têm uma ideia de gestão de informação baseada na crença de que as pessoas são estúpidas e têm de ser manipuladas ou são como esta comunicadora de ciência nesta entrevista que diz que a solução, dado as pessoas serem idiotas e não verem a verdade óbvia é repetir muitas vezes a informação, até que lhes entre na cabeça, calculo que seja o que quer dizer. Só que os anti-vacinas são uma larga comunidade que vai desde os próprios médicos e cientistas ao homem vulgar. Não são uma massa informe de analfabetos e são aos milhões. Não se pode querer mudar a visão das pessoas chamando-lhes, dogmaticamente, estúpidas.

Vai ser difícil restaurar a confiança nas instituições universitárias, médicas e científicas, dados que estão politizadas e algumas capturadas por grandes empresas multinacionais (o que reforça a desconfiança), mas de certeza que isso não se faz chamando estúpidas às pessoas. O problema é um bocadinho mais complexo, não? Esta comunicadora de ciência fala como se a ciência, os laboratórios dos cientistas e a comunidade médica fosse tudo gente nobre do lado da verdade, desligados do dinheiro e da política. Isto é ingenuidade, não? Quer dizer, eu não sou especialista em comunicação de ciência e aqui em um quarto de hora encontrei artigos e dados para perceber um poucochinho a complexidade do problema.



“A EVIDÊNCIA A FAVOR DAS VACINAS É TÃO AVASSALADORA QUE A COMUNIDADE CIENTÍFICA ACHOU QUE OS ANTIVACINAS ACABARIAM POR SE CALAR. O QUE NÃO SE PREVIU É QUE A VERDADE NÃO INTERESSA NADA”

A comunicadora de Ciência Joana Lobo Antunes, em entrevista à VISÃO

Como se deve comunicar a incerteza inerente à Ciência sem causar demasiada ansiedade nas pessoas?
Quando comunicamos a incerteza ao nível da saúde é impossível não causarmos alguma ansiedade. As pessoas têm de aprender a viver com uma certa dúvida, um certo risco, também é isso que nós vivemos na investigação científica. E é exatamente essa adrenalina de entrar num terreno inexplorado que é entusiasmante na Ciência. Consigo perceber que, para as outras pessoas, essa ansiedade seja má, mas a única maneira de ajudá-las a lidar com isso é repetindo, muitas vezes, que enfrentar o desconhecido para procurar respostas faz parte do processo científico.

A pandemia parece ter exacerbado o discurso contra a Ciência. Qual a origem desse fenómeno?
O discurso anticiência já existia, e vai continuar a existir, não tenho a veleidade de achar que vamos acabar com ele. O que aconteceu foi que, de repente, teve mais espaço. O movimento antivacinas não apareceu com a Covid-19. O seu grande impulsionador foi um artigo falso, hoje completamente desacreditado, que tentou provar uma relação de causa e efeito entre as vacinas e o aparecimento de autismo nalgumas crianças. Isso era tão absurdo que os cientistas nem se deram ao trabalho de desmentir. A evidência científica a favor das vacinas é tão avassaladora que a maior parte da comunidade científica achou que, mesmo que não fizesse nada, os antivacinas acabariam por se calar. O que não se previu é que a verdade não interessa nada, o que importa é o que tem melhor marketing e vai ao encontro das ansiedades das pessoas.

Que ansiedades são essas?
Os cientistas dizem: “a ansiedade não vai deixar de existir e temos de aprender a viver com ela”; enquanto os anticiência afirmam: “nós podemos tirar-vos a ansiedade”. Além disso, usam palavras e conceitos que as pessoas conhecem e que estão de acordo com o seu sistema de crenças e de valores. Por isso, emocionalmente, é muito mais fácil acreditar neles, sem perceber que se está a cair num logro. A única maneira de ajudarmos as pessoas a lidar com a ansiedade é fazendo muita divulgação de Ciência e obrigando a comunidade científica a ajudar a desmontar a desinformação.

Como devemos dialogar com alguém que nega factos científicos?
É preciso muita paciência. Alguém que nega a evidência científica, obviamente, não vai lá por os factos falarem por si. É preciso conhecer o contexto emocional, social e cultural dessas pessoas para perceber onde está o problema. Por que razão alguém tem um filtro que não lhe permite acreditar numa coisa óbvia? Temos de andar à volta para entender qual o conjunto de valores e de crenças que leva aquela pessoa a acreditar em coisas que não fazem sentido.

O risco de não conseguir dialogar com essas pessoas é grande?
Na comunicação de Ciência, usamos a expressão “pregar aos convertidos”, ou seja, o público das nossas iniciativas, habitualmente, já está interessado. Mas é fundamental irmos além dos convertidos. Temos de ser atraentes o suficiente para que mais gente queira dialogar connosco. Os cientistas não devem ser vistos apenas como pessoas que dão aulas mas também como bons ouvintes. Não conseguimos mudar a mentalidade das pessoas se não as ouvirmos. E essa parte ainda é difícil de se fazer.

É recorrente o argumento da censura, quando não se dá voz a quem nega a Ciência. Como responde a isso?
É preciso distinguir opiniões fundamentadas de opiniões pessoais. Durante a pandemia, houve pessoas que fizeram serviço público ao explicarem o melhor conhecimento científico até à data, mas outras limitaram-se a dar a sua opinião, um achismo que não era baseado na melhor evidência disponível. Os órgãos de comunicação social têm de ser capazes de avaliar se alguém está só a dizer asneiras. Dar palco só porque no dia seguinte vai dar que falar… Não pode valer tudo.

Mas é fundamental manter o espírito crítico. A Ciência já errou. Como se mantém esse equilíbrio entre confiança e ceticismo?
A Ciência, de facto, não é perfeita. E, sim, já errou, mas uma das grandes qualidades da Ciência é admitir correção. Se fosse escrita na pedra, nós nunca evoluiríamos, e a evolução da Ciência é o que a torna maravilhosa. Quando as pessoas se queixam de que num dia os cientistas dizem uma coisa e no seguinte dizem outra, a minha única resposta é: ainda bem que assim é, senão éramos fundamentalistas. Claro que depois há aquelas coisas parvas, às vezes a cafeína faz bem, outras faz mal, mas isso são fait-divers científicos. Às vezes, dá-se voz a artigos que não têm impacto na comunidade científica apenas porque são engraçados. Quem me dera que o chocolate emagrecesse, essas são as minhas notícias preferidas.

Como podem as pessoas proteger-se da desinformação que circula na internet?

Primeiro, é preciso saber de onde veio a informação, se uma fonte fidedigna verificou a sua veracidade ou se é uma coisa que uma pessoa qualquer pôs na internet. As fontes devem estar identificadas; se é alguém com nome, instituição, credibilidade, posso estar mais tranquila. Um dos fenómenos da pandemia foram mensagens a dizer “a minha tia trabalha num hospital e…”, que eram reencaminhadas por não sei quantas pessoas, sabia-se lá quem era a tia que, provavelmente, nem sequer existia. Contudo, como era um boato que ia ao encontro dos medos e das ansiedades das pessoas, ele era partilhado.

É inevitável perder a batalha contra a desinformação?
Não, mas temos de ser mais rápidos a pôr informação de qualidade e em massa cá fora, numa linguagem que as pessoas entendam. As autoridades de saúde foram muito cautelosas até decidirem dar informações fidedignas [sobre a pandemia], e isso deu imenso espaço para que houvesse milhares de informações paralelas não verdadeiras a circular. Não há uma segunda oportunidade para causar uma primeira boa impressão. E dá muito mais trabalho desmentir. Quando Graça Freitas vem dizer que, se calhar, se acaba com os boletins diários porque criam muita ansiedade, esse é o primeiro passo para começar a haver pseudoinformação sobre os números reais. Não acabem com a informação; não é ela que causa ansiedade às pessoas, é a ausência de informação fidedigna, verdadeira e transparente.

Os raros efeitos secundários das vacinas deviam ter sido esclarecidos mais rapidamente?

Acho que as autoridades de saúde não se chegaram à frente porque, para elas, essa questão era muito óbvia, mas a população esquece-se de que até um medicamento tão básico quanto o paracetamol tem efeitos adversos. As pessoas sabem, mas apagam essa informação da sua memória, porque é uma chatice viver com essa ansiedade. Ninguém tomava medicamentos se estivesse sempre a pensar em todos os efeitos secundários que podem acontecer. Na verdade, os efeitos secundários esperados com estas vacinas são muito mais improváveis do que os de outros medicamentos, como a pílula. Os benefícios de tomar a vacina são largamente superiores aos eventuais efeitos secundários que elas possam ter numa percentagem ínfima de pessoas.

Quais foram os principais erros de comunicação da Direção-Geral da Saúde (DGS)?

Não quero dizer mal porque tenho a certeza de que a DGS fez o melhor que conseguia. Um organismo do Estado tem muita dificuldade em criar rapidamente equipas; o problema não é apenas da DGS. É preciso perceber que condições podem ser criadas para termos estruturas mais ágeis, que possam lidar com estas situações de forma mais célere e com mais qualidade. A grande lição que tiramos daqui é a necessidade de a comunicação ser mais ágil e mais transparente para não dar espaço à desinformação.

Os cientistas estão mais conscientes da importância de comunicarem com a população?
Já temos muitos cientistas disponíveis para falar, mas temos de continuar a trabalhar a sua capacidade de ouvir. É absolutamente fundamental haver diálogo. A comunidade científica tem de perceber quais são as dúvidas e as inquietações das pessoas porque, se calhar, está a dar-lhes respostas que não são aquelas que elas precisam de ouvir. Temos de ouvir, senão vamos falhar.

A falta de financiamento é o principal problema da Ciência nacional?
Sim, sem dúvida. A percentagem do PIB atribuído à Ciência tem vindo a crescer, mas precisa de crescer mais. É ainda necessário que as carreiras científicas sejam valorizadas. Estamos a formar pessoas com doutoramentos, e nem todas vão ficar a trabalhar na academia. São profissionais com competências que devem ser valorizadas no mercado de trabalho. Os privados têm de perceber que existe uma mais-valia ao investir em parcerias com a Ciência. A vantagem de pôr os cientistas a dialogar não é apenas ensinar às crianças o que é a Ciência; é também influenciar decisores políticos, as empresas e todos os outros setores da sociedade.

Ainda é um desafio trazer as mulheres para a Ciência?
Portugal é o país da OCDE com mais mulheres na Ciência, mas os lugares de topo são maioritariamente ocupados por homens. Estamos a falhar às raparigas de alguma forma, porque a partir de certa altura passamos a mensagem de que há determinadas coisas a que só os rapazes podem aceder e de que há determinadas capacidades cognitivas que elas não têm. Isto é transmitido de um modo muito subtil, mas muito eficaz, e faz com que, em muitas áreas do conhecimento, as raparigas se excluam, enquanto os rapazes nunca consideram que determinada coisa não é para eles. Também está relacionado com os modelos de representatividade. Temos de criar um ambiente propício para termos mais exemplos femininos.

Tem uma grande paixão pelo teatro. É uma herança de família esta conjugação entre a Ciência e as Artes? O seu pai, António Lobo Antunes, é médico e escritor…

O teatro apareceu mais ou menos por acaso, mas foi um casamento que resultou muito bem, e também cantei num coro. Além de me dar prazer, passei a incorporar as ferramentas do teatro nas minhas formações para ajudar os cientistas a comunicar melhor. Cientificamente, a pessoa que mais me marcou foi o meu avô [paterno]; era médico, investigador, professor e um amante de tudo o que é belo, seja arte, pintura, escultura, música… Foi a pessoa a quem dediquei a minha tese de doutoramento e que deu nome ao meu primeiro filho [João]. O meu avô conseguia conjugar a paixão e o interesse pela Ciência com toda esta vertente humanista. Na nossa casa, não era possível alguém ser só técnico; esta vontade de olhar para o belo era muito natural para nós. Uma coisa muito curiosa é que ninguém fala de trabalho em família, falamos do resto.

De literatura?
Por acaso, sim.

December 02, 2021

Covid-19 - informação

 


Uma nova ferramenta desenvolvida por cientistas da Universidade de Cornell prevê, com rigor, onde a COVID-19 se liga às proteínas humanas, um avanço que beneficiará grandemente a nossa compreensão do vírus e o desenvolvimento de fármacos que bloqueiam os locais de ligação identificados.

Covid-19 - guia contra o pânico

 


"OMS e alguns governos lançaram um pânico que não se justifica"

João Paulo Gomes, do Instituto Ricardo Jorge, observa que falta ainda confirmar que os três casos detectados sejam efectivamente, de ómicron, embora considere que a probabilidade de confirmação é "elevadíssima".

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O pânico não se justifica, mas não pelo facto de serem só três casos -agora até se sabe que são 19, todos no Belenenses. O pânico não se justifica porque já percebemos que vamos ter que viver com este vírus muitos anos até que se encontre uma vacina (ou uma cura) eficaz e duradoura e não podemos viver constantemente em estado de pânico com medidas de pânico.

A maneira de acabar com a pandemia é desenvolver e produzir vacinas e medicamentos eficazes para o mundo inteiro, a custos de aspirina. Isso só não se faz porque os políticos há muito que abdicaram das suas obrigações de cuidado, nomeadamente de conter e impedir monopólios, de lhes cobrar impostos e de os pressionar ao comportamento ético. Dito de outro modo, deixam as farmacêuticas andar à solta como lobos em campos de ovelhas. São cúmplices da sua cupidez. Porém, não podemos -nós, particulares- controlar este cancro que afecta a política mundial (tirando a China e mais um ou dois, mas pelas razões erradas) que é andarem de fininho cheios de deferência para com as grandes empresas multinacionais.

Sendo assim, temos que adaptar as decisões privadas tendo em conta as decisões públicas e o que sabemos da doença.

Portanto:

1. Estar informado sobre o andamento da doença;
2. Estar informado sobre as decisões dos políticos;
3. Vacinar-se (a vacinação devia ser comum de tal maneira que agora mesmo devíamos estar já a encomendar as vacinas para o próximo ano)
4. Usar máscara em espaços públicos fechados ou no meio de muita gente.
5. Lavar as mãos e não as levar à cara.
6. Fazer testes rápidos sempre que necessário. 
7. Quando as autoridades não têm bom senso, temos que ser nós a tê-lo. Por exemplo, em Março de 2020, quando víamos a situação a piorar e a Itália em estado de sítio e não havia, nem vacinas, nem tratamento, nem sequer máscaras à venda para nos protegermos e o primeiro-ministro continuava como se nada fosse, fomos nós, pessoas particulares que decidimos fechar-nos e isso acabou por pressionar o governo. Também no Natal passado, quando o primeiro-ministro 'mandou' toda a gente para o comércio e para as festas de Natal, decidi que não ir passar o Natal com a família, porque são muitas pessoas de todas as idades e não estávamos protegidos com vacinas. Já este ano, por exemplo, decidimos fazer o Natal de família. Estamos todos vacinados, alguns, como eu, já têm o reforço e vamos todos fazer o teste ao Covid-19 no dia.  Já não nos vemos há muito tempo e já existem maneiras de podermos estar uns com os outros, cumpridos que forem certos cuidados. 

Portanto, para evitar andar sempre em pânico, o que torna a vida impossível, é necessário estar informado e ter cuidados adaptados ao evoluir da situação e ao bom senso das decisões dos políticos. Fazer de certos cuidados uma rotina. Sem pânicos.

December 01, 2021

À atenção do sr. Costa - isto não é aceitável

 


Se os testes são obrigatórios têm que custar cêntimos, não dezenas de euros. Uma pessoa com familiares hospitalizados ou pais em lares gastar centenas de euros ou mesmo dezenas, para os poder visitar, não é aceitável. Lembra-se quando o álcool a 70º, no ano passado, custava 20 euros numa farmácia? Pois, é fazer o mesmo: decretar um preço fixo, na ordem dos cêntimos. Não é para isso que serve também o dinheiro europeu de suporte à pandemia? Para suportar custos? Se o teste é obrigatório não pode ter preços que só amigos autarcas do primeiro-ministro possam pagar.



Vão custar entre €20 e €100: um guia com o preço dos testes covid (André, por exemplo, vai gastar €600/mês para visitar o pai no hospital)

Vamos passar a ter sovas a passageiros nos aeroportos como se faz nas discotecas?

 


POR CAUSA DAS NOVAS REGRAS, VAI HAVER MAIS PONTOS DE CONTROLE NOS AEROPORTOS PARA QUEM CHEGA DE VIAGEM?

Segundo anunciou António Costa, vai ser reforçado o controlo nos aeroportos, até recorrendo a empresas privadas de segurança para assegurar que o controlo a nível de testes é feito a todos os passageiros e não de forma aleatória. A forma como isto se virá a operacionalizar nos aeroportos na prática ainda está a ser estudada pelo Governo, mas a ideia é que entre em vigor já a 1 de dezembro.

November 30, 2021

Covid-19: Omicron?

 


Porque saltaram duas letras do Alfabeto grego? Porque Nu pronuncia-se como 'new' e Xi como o nome do presidente chinês, Xi Jinping.



Covid-19 - 100 dias para uma vacina

 


Criar vacinas em 100 dias é óptimo e talvez no futuro se tenha desenvolvido a tecnologia ao ponto de termos vacinas à medida, ainda em menos tempo. No entanto, a quem interessa criar tantas vacinas para tantas variantes do Covid-19? Interessa às farmacêuticas e aos países onde pagam impostos, mas não interessa para nada ao resto do mundo não vacinado que produz variantes da doença à velocidade da luz.

E que tal produzir vacinas como quem produz aspirinas -e a esse preço- e vacinar toda a gente no mundo? E que tal desenvolver testes tipo adesivo-termómetro e comprimidos para tratar a doença tipo anti-gripe, ao preço da uva mijona e enviá-lo para o mundo inteiro? 
Isso é que era de maior valor!


Johnson & Johnson já está a desenvolver vacina contra variante Ómicron


Farmacêutica sublinha que "continua confiante" na resposta imunológica da sua atual vacina de toma única contra as variantes.

November 26, 2021

Novas medidas de combate à pandemia de covid-19

 


De 2 a 9 de Janeiro, o país enfrentará medidas excepcionais: o recomeço das aulas de todos os graus de ensino público e privado será adiado para 10 de Janeiro (com o respectivo acerto no calendário escolar).


Parece-me bem, pois os surtos de covid-19 têm sido nas escolas, como era de esperar, dada a concentração de pessoas dentro de salas de aula sem nenhum distanciamento, sendo que deve aconselhar-se os alunos a passarem essa semana em casa e não a cirandar pelo comércio ou outros espaços com aglomerados de pessoas.


November 19, 2021

A razão principal das pessoas não acreditarem nas autoridades de saúde é sua a tendência para a mentira




Graça Freitas diz falsidades com frequência por achar que deve 'educar o povo', o que é uma característica ofensiva e perniciosa de vários membros deste governo: ora a Covid é um vírus sem importância que nunca chegará a Portugal, ora é um vírus que chegou a Portugal mas não se pega, ora pega-se mas é só ter cuidado em não andar aos beijinhos para não se apanhar, ora a máscara faz mal porque dá uma falsa sensação de segurança, ora a máscara deve ser de pano, ora a máscara deve ser sempre usada e não a de pano, ora a vacina protege durante muito mais de seis meses porque as células ficam ensinadas, ora a vacina não protege e é preciso reforço, ora só interessa para os maiores de 80 anos, ora a vacina não deve ser dada aos menores de idade, ora deve ser dada aos menores de idade... a última, como se lê, é que a imunidade é uma incógnita... epá... percebemos que a falsidade de hoje é para meter medo e convencer as pessoas que tomaram a vacina da Janssen a ir tomar o reforço... 

Graça Freitas não tem respeito pela ciência? Tem, mas pensa que é o seu trabalho é manipular a informação de maneira a encaminhar o rebanho de portugueses para o redil que lhe interessa. E porquê? Porque pensa que os portugueses são todos ignorantes como crianças e tem de se lhes falar como tal. O resultado é parecer um cata-vento, daqueles que não sabem o que andam a fazer e levar as pessoas a perder a confiança nas autoridades de saúde.


Graça Freitas quer deixar algo “bem claro”: “Confiem nas vacinas. Sempre dissemos que era uma incógnita quanto tempo durava a imunidade”

Apelo surge no dia em que a diretora-geral da Saúde anunciou que quem tomou a vacina da Janssen vai ter de tomar uma dose de reforço da Pfizer ou da Moderna

Covid-19 - Evidente

 


Se a protecção das vacinas tem uma duração de seis meses, ao fim desse tempo, se não antes, voltamos à situação inicial de não-imunizados. É por isso que há vacinas, como a da gripe, que temos de levar todos os anos, de modo que dizer, 'ah, estás vacinado, logo não tens que te preocupar' é o mesmo que dizer, 'ah, levaste a vacina da gripe no ano passado? Então não tens que te preocupar em apanhar gripe este ano'. Mesmo tendo em conta que algumas vacinas têm princípios de actuação diferente.

COVID: Germany recommends booster shot for everyone over 18


The news comes as the number of new daily coronavirus infections in Europe's largest economy passed 60,000 for the first time.

November 16, 2021

As vacinas contra o Covid-19 mudaram os lucros das farmacêuticas

 




Covid-19 - já isto parece-me um bocado dramático

 


A Áustria impõe o confinemento, mas só aos não-vacinados

Covid-19 - Mais um ano sem Natal com a família

 


A minha família é muito grande, eu já não devo estar imunizada porque me vacinei em Abril e Maio, fora do pequeno círculo de pessoas com quem me dou, estou sempre de máscara (no trabalho, estamos todos), cumpro distanciamento (mesmo se vou a um restaurante, o que é raro, é sempre daqueles que têm as regras de segurança todas activas) e como não estou no grupo do reforço da vacina -a minha médica oncologista não tem acesso ao SNS para fazer a declaração na minha ficha- o risco de me meter num grupo grande com gente de todas as idades, algumas das quais até já apanharam Covid porque vão a discotecas e etc., dada a minha condição médica de doente imunodeprimida com comorbilidades, é um risco muito grande. Dos 4 factores de risco que este artigo fala tenho 3. Era preciso que toda a gente fizesse um teste de Covid no próprio dia, o que é difícil com tanta gente. Enfim, uma chatice. Já não vejo alguns irmãos, a maioria dos sobrinhos, etc. há dois anos. Desde o Natal de 2019. 


4 factores que aumentam o risco de apanhar o COVID-19 - mesmo que tenha sido vacinado


* As pessoas vacinadas têm menos probabilidades do que as não vacinadas de serem hospitalizadas se desenvolverem a COVID-19, mas ainda assim podem apanhá-la.
* No Reino Unido, a investigação descobriu que 0,2% da população - ou uma pessoa em cada 500 - experimenta uma infecção estando totalmente vacinada.
* Os factores que influenciam isto podem incluir o tipo de vacina, o tempo desde a vacinação e as vacinações COVID-19.

Duas semanas após a sua segunda dose de vacina COVID-19, os efeitos protectores da vacinação estarão ao seu máximo. Neste momento, está totalmente vacinado. Se ainda tiver COVID-19 após este ponto, terá sofrido uma infecção "invasora". Em termos gerais, as infecções "breakthrough" são semelhantes às infecções regulares por COVID-19 em pessoas não vacinadas - mas existem algumas diferenças. Aqui está o que se deve ter em atenção se tiver sido vacinado com as duas doses.

Segundo o Estudo de Sintomas da COVID, os cinco sintomas mais comuns de uma infecção 'invasora' são uma dor de cabeça, um corrimento nasal, espirros, uma dor de garganta e perda de cheiro. Alguns destes são os mesmos sintomas que têm as pessoas que ainda não tiveram uma experiência vacinal. Se não tiver sido vacinado, três dos sintomas mais comuns são também uma dor de cabeça, dor de garganta e corrimento nasal.

No entanto, os dois outros sintomas mais comuns nos não vacinados são febre e tosse persistente. Estes dois sintomas "clássicos" da COVID-19 tornam-se muito menos comuns uma vez que se tenha feito as duas tomas da vacina. Um estudo descobriu que as pessoas com infecções invasoras têm 58% menos probabilidades de ter febre em comparação com as pessoas não vacinadas. Pelo contrário, a COVID-19 após a vacinação foi descrita como uma sensação de frio na cabeça para muitos.

As pessoas vacinadas têm também menos probabilidades do que as não vacinadas de serem hospitalizadas se desenvolverem a COVID-19. Também é provável que tenham menos sintomas durante as fases iniciais da doença e têm menos probabilidades de desenvolver COVID longo.

As razões para a doença ser mais branda nas pessoas vacinadas podem ser porque as vacinas, se não bloquearem a infecção, parecem levar a que as pessoas infectadas tenham menos partículas de vírus no seu corpo. No entanto, isto ainda tem de ser confirmado.

O que é que aumenta o risco?

No Reino Unido, a investigação descobriu que 0,2% da população - ou uma pessoa em cada 500 - experimenta uma infecção invasora estando totalmente vacinada. Mas nem todos estão ao mesmo risco. Quatro coisas parecem contribuir para a forma como se está bem protegido pela vacinação.


1. Tipo de vacina

A primeira é o tipo específico de vacina que recebeu e a relativa redução de risco que cada tipo oferece. A redução do risco relativo é uma medida de quanto uma vacina reduz o risco de alguém desenvolver COVID-19 em comparação com alguém que não tenha sido vacinado.
Os ensaios clínicos constataram que a vacina Moderna reduziu o risco de uma pessoa desenvolver COVID-19 sintomática em 94%, enquanto que a vacina Pfizer reduziu este risco em 95%. As vacinas Johnson & Johnson e AstraZeneca tiveram um desempenho menos bom, reduzindo este risco em cerca de 66% e 70% respectivamente (embora a protecção oferecida pela vacina AstraZeneca parecesse aumentar para 81% se fosse deixado um intervalo mais longo entre as doses).


2. Tempo desde a vacinação

Mas estas figuras não pintam o quadro completo. Está a tornar-se cada vez mais evidente que o período de tempo desde a vacinação também é importante e é uma das razões pelas quais o debate sobre o reforço das imunizações está a crescer em intensidade.
As primeiras investigações, ainda em pré-impressão (e por isso ainda por rever por outros cientistas), sugerem que a protecção da vacina Pfizer diminui ao longo dos seis meses que se seguem à vacinação. Outra pré-impressão de Israel sugere também que é este o caso. É demasiado cedo para saber o que acontece à eficácia da vacina para além dos seis meses na vacina dupla, mas é provável que reduza ainda mais.


3. Variantes

Outro factor importante é a variante do vírus que está a enfrentar. As reduções de risco acima foram calculadas em grande parte através de testes de vacinas contra a forma original do coronavírus.
Mas ao enfrentar a variante alfa, dados da Saúde Pública de Inglaterra sugerem que duas doses da vacina Pfizer são ligeiramente menos protectoras, reduzindo em 93% o risco de contrair os sintomas da COVID-19. Contra o delta, o nível de protecção cai ainda mais, para 88%. A vacina AstraZeneca também é afectada desta forma.
O estudo dos sintomas da COVID apoia tudo isto. Os seus dados sugerem que nas duas a quatro semanas após ter recebido a sua segunda vacina Pfizer, tem cerca de 87% menos probabilidades de contrair os sintomas da COVID-19 ao enfrentar o delta. Após quatro a cinco meses, esse número cai para 77%.


4. O seu sistema imunitário

É importante lembrar que os números acima referidos se referem à redução média do risco numa população. O seu próprio risco dependerá dos seus próprios níveis de imunidade e de outros factores específicos da pessoa (tais como a sua exposição ao vírus, que poderá ser determinada pelo seu trabalho).


Precisa de se preocupar?

As vacinas ainda reduzem enormemente as suas hipóteses de conseguir COVID-19. Também protegem ainda mais contra a hospitalização e a morte.

No entanto, é preocupante ver infecções invasoras e a preocupação é que podem aumentar se a protecção vacinal, como se suspeita, diminuir com o tempo. Assim, o governo do Reino Unido está a planear dar uma dose de reforço aos mais vulneráveis, e está também a considerar se os reforçadores devem ser dados de forma mais ampla. Outros países, incluindo a França e a Alemanha, já estão a planear oferecer reforços a grupos considerados de maior risco pela COVID-19.


Ranu BaralVisiting Researcher (Academic Foundation Doctor FY2), University of East Anglia
Ciaran Grafton-ClarkeNIHR Academic Clinical Fellow, Norwich Medical School, University of East Anglia
Vassilios VassiliouSenior Clinical Lecturer in Cardiovascular Medicine, University of East Anglia

November 09, 2021

Covid-19 - imunidade passiva




Leite materno contém anti-corpos contra o covid-19


After COVID infection, antibodies have been found to persist in breast milk for at least six months, with emerging data suggesting they are still abundant ten months later. Antibodies are found in breast milk even after mild SARS-CoV-2 infections, and in women who have no symptoms at all.

Meanwhile, the breast milk of women who are vaccinated while lactating (who haven’t had COVID-19) has been found to contain significant levels of SARS-CoV-2 antibodies after vaccination. Determining how long SARS-CoV-2 antibodies in breast milk last after vaccination will take time, but reports suggest they persist for at least six weeks.

It’s not surprising that if the mother is infected with or vaccinated against COVID-19 we see SARS-CoV-2 antibodies produced in her breast milk. Pregnant women are often advised to be vaccinated against other diseases, such as whooping cough.

In these cases, we know the resulting antibodies that the mother produces can pass on to the baby through the placenta and in breast milk. This is known as “passive immunity”, meaning the baby gets immune protection while its own immune system matures to the point where it can make antibodies for itself.


It’s a continuation of a process that starts while the baby is developing in the womb, and receiving maternal antibodies that are passing across the placenta. This is very important to protect the baby against infectious diseases circulating in the community into which it’s born.

October 26, 2021

Uma coisa que não percebo no processo de vacinação

 


Se têm vacinas, porque é que não posso agendar o reforço da vacina? Tenho um adenocarcinoma, um enfisema pulmonar, uma esofagite rádica e já perdi a conta das co-morbilidades. Dou aulas, passo o tempo enfiada em salas com 30 alunos. No outro dia, na reunião de pais de uma das turmas estava tanta gente que não houve lugar sentado para todos. É verdade que estamos sempre de máscara, mas mesmo assim... no Norte do país onde o mau tempo chega mais cedo já há 13 turmas em isolamento. Anda aí uma variante qualquer nova. Fui vacinada em Abril e Maio, já não devo estar imunizada. Porque é que o reforço da vacina e é só para imuno-deprimidos maiores de 65 anos? Os outros não são imuno-deprimidos? A minha médica disse-me que devia levar um reforço aos seis meses após a última dose, mas o agendamento é só para maiores de 65 anos ou para quem ainda não tomou nenhuma dose. Porquê? Se não houvesse vacinas, mas sabemos que há... vem aí o Inverno e eu dentro de salas de aula com 30 alunos.

Gostava que alguém me explicasse o sentido disto.

October 02, 2021

Covid-19 - Há discursos e discursos

 


Lê-se a entrevista de Sakellarides e depois as declarações de Torgal e Torgal parece mais um propagandista do governo do que um médico porque defende o total abandono de todos os cuidados apenas porque há vacinas. Se bem que vai dizendo que há risco para idosos e pessoas com patologias graves. Pois, patologias graves têm muitos alunos (ele fala em 'crianças' como é costume entre quem não sabe do que fala e pensa que desde a pré-primária com 3 anos até ao 12º com 18 ou 19 anos todos os alunos são crianças) e muitíssimos professores, a maioria com mais de 55 anos, enfiados em salas pequenas, mal arejadas com 30 alunos durante horas e horas seguidas. Por causa destes discursos, à Costa, já tive EE a argumentar que não faz sentido certos cuidados que temos na escola, dado que até o governo já disse que nos podíamos libertar dos cuidados com a Covid-19, como se a pandemia tivesse sido declarada como morta. Torgal pode ser especialista em saúde pública mas não é especialista em alunos e escolas.


Constantino Sakellarides. "Este modelo de governação não funciona no mundo de hoje"


Ex-diretor-geral da Saúde diz que é preciso uma visão estratégica para enfrentar problemas de saúde e envelhecimento. Defende que máscaras devem ser usadas em alguns períodos do outono/inverno, em função do risco.

(...)

Somando-se ao que se via já nas épocas de gripe, com uns anos com maior excesso de mortalidade que outros.

Uma das coisas que a pandemia nos ensinou foi que levávamos a gripe sazonal de uma forma demasiado ligeira. Mostrou que se tivermos algum cuidado quando a transmissão é alta, com medidas simples de distanciamento, lavar as mãos e usar uma máscara, podemos não ter gripe ou ter menos gripe. Não ter gripe ou outras complicações respiratórias com incidências muito elevadas permite-nos não desorganizar o SNS, não termos aquela confusão que se vê muitas vezes no inverno e não encurtar vidas da forma como a gripe tem encurtado. E aqui volto à questão da informação: as epidemias são fenómenos locais, não são fenómenos globais nem nacionais nem regionais. São fenómenos locais que se expandem. E nesse sentido não interessa às pessoas saber o momento em que a gripe está acima da linha e atinge o pico em Portugal, interessa conseguirem saber como está nas suas comunidades. Se souberem isto, sabem que em alguns períodos do ano em que têm de ter mais cuidado, podem usar máscara nessas semanas, aumentam o trabalho à distância, as empresas podem usar um termómetro à entrada para ver a temperatura.

São medidas que deviam continuar a ser usadas nos invernos?

Sim e com muito mais rigor do que fizemos no passado. Por outro lado temos de pensar a médio e longo prazo nas cidades em função do que aprendemos e aí estou um bocado desanimado, porque parece estar tudo a voltar ao normal. Sinto que há mais trânsito hoje do que havia antes da pandemia, não sei se é impressão, mas parece que desatou tudo a viver como antes. Temos de aproveitar estes desafios, não só a vacina, mas tudo o que aprendemos que não resulta e afeta a qualidade de vida das pessoas para perceber que não há razão, ainda mais no inverno, para irmos todos aos mesmos sítios ao mesmo tempo, irmos todos aos serviços de saúde ao mesmo tempo ou trabalharmos todos ao mesmo tempo. Podemos pensar em formas que permitam modelar o tráfego, as distâncias e as relações, mantendo-se com a qualidade necessária mas sem correr riscos desnecessários especialmente em períodos em que sabemos que existem mais riscos em termos de saúde pública.

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“Não há nenhuma justificação para que as crianças dentro das salas de aula estejam com máscara”


Jorge Torgal, especialista em saúde pública, considera que as medidas de desconfinamento já deveriam ter começado antes. E considera que estando professores e auxiliares vacinados, as não crianças necessitariam de usar máscara mesmo dentro das salas de aula.

Para Jorge Torgal, membro do Conselho Nacional de Saúde Pública, esta nova fase de desconfinamento já poderia ter acontecido, tendo em conta a grande cobertura vacinal contra a covid-19 que o país tem. Numa análise às últimas alterações das regras, considera que as normas da Direcção-Geral da Saúde (DGS) continuam a ter pouco em conta a eficácia da vacina. “Hoje sabemos que uma pessoa que está vacinada tem uma muito baixa possibilidade de transmitir a doença e de vir a adoecer. E sabemos quem são os 5% que podem vir a adoecer. São pessoas de idade muito avançada ou com patologias graves”, diz em entrevista ao PÚBLICO. O professor Catedrático jubilado da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa e especialista em saúde pública considera que não há razões científicas, perante os dados existentes, para os alunos continuarem a usar máscaras nas salas de aula.


September 23, 2021

Vamos do oito ao oitenta...

 


No ano passado no Natal deu um grande resultado. 

Os miúdos andarem uns em cima dos outros no recreio, sem máscara, parece-me uma má ideia.


Máscara obrigatória apenas em locais de risco ou grandes concentrações


Na base desta decisão foram considerados locais de grande frequência, como os transportes públicos.