Cerâmica
« Depuis que j'ai vu au musée de la Haye la Vue de Delft, j'ai su que j'avais vu le plus beau tableau du monde. Dans Du côté de chez Swann, je n'ai pas pu m'empêcher de faire travailler Swann à une étude sur Vermeer. »Marcel Proust, Lettre à Jean-Louis Vaudoyer mai 1921
“Vai troçar de mim, mas esse pintor que o impede de me ver (referia-se a Ver Meer), nunca tinha ouvido falar dele; ainda está vivo? É possível ver alguma obra dele em Paris, para que eu possa imaginar do que você gosta, adivinhar um pouco o que está debaixo dessa testa grande que trabalha tanto, nessa cabeça que se sente sempre a pensar (...)”.
A sua vertigem aumentou; fixou o olhar, como uma criança numa borboleta amarela que quer apanhar, no precioso pedacinho de parede. Era assim que eu devia ter escrito, disse. Os meus últimos livros são demasiado secos, devia ter aplicado várias camadas de cor, tornar a minha frase preciosa, como aquele pequeno pedaço de parede amarela” (III, p. 692).
Pompeia, Itália (Ceres?) - foto de Eric Garcia Abreu
Durante a década de 1870, Homer pintou sobretudo formas de vida rural de uma forma quase idílica. Tanto Homer como os Estados Unidos no seu todo estavam ainda a recuperar da brutal Guerra Civil Americana. Havia um sentimento geral de nostalgia e o desejo de tempos mais simples varria a nação, à medida que as pessoas se debatiam sobre como seguir em frente depois das atrocidades da guerra e da quase dissolução da união.
Na altura em que esta obra foi pintada, a foice estava a ser lentamente substituída pela ceifeira mecânica, um advento da revolução industrial. A escolha de Homero para representar a foice remete para tempos mais simples. O agricultor é retratado como forte, independente e auto-suficiente. É a quintessência do homem americano que trabalha arduamente e que é quase heroico na sua firmeza. (Dailydoseofart)
Os museus nem sabem o que têm e por isso quase todos são alvo de roubos. Porque não vendem algumas obras ou, melhor ainda, emprestem-nas a quem goste delas e as aprecie. É melhor que ter a arte escondida, a deteriorar-se, sem que ninguém a possa apreciar.
O Yerres: O Efeito da Chuva foi pintada em 1875 e é a primeira paisagem pura de Caillebotte. O rio Yerres corre a cerca de 20 quilómetros a sudeste de Paris e a família Caillebotte possuía uma grande villa de estuque branco nas suas margens; era um local onde gostava de remar e nadar.
A água era um dos temas preferidos dos impressionistas e, pelo menos neste aspeto, partilhava os gostos dos seus amigos; remadores, canoístas e banhistas tornaram-se temas habituais. Este quadro de dimensões modestas é, no entanto, mais uma obra elegíaca do que solarenga. Os seus quadros mostravam frequentemente figuras que se encontravam sozinhas, mesmo quando acompanhadas, dando-lhes uma sensação de isolamento que pode raiar a melancolia. Aqui, porém, é a melancolia sem as pessoas - apenas chuva de verão, um rio vazio, um caminho vazio e um barco vazio.A atmosfera lúgubre pode talvez ser explicada pelo facto do seu pai ter morrido no ano anterior. Ao regressar à casa de férias da família, Gustave vê-se confrontado com a sua ausência e com um lugar querido que já não é o mesmo; o morto está presente, no entanto, no barco sem remos, nas folhas caídas e nas ondulações passageiras. Esta é uma paisagem que é também um retrato fiel de um estado de espírito.
Em 1881, Caillebotte mudou de casa e de rio, comprando uma propriedade em Petit-Gennevilliers, no Sena, perto de Argenteuil. Aí, abandonou em grande parte a pintura e dedicou-se a outras actividades: cultivo de orquídeas, desenho de iates e coleção de selos (os seus álbuns encontram-se atualmente na British Library). Também tinha planeado a continuidade dos legados dos seus amigos: legou a sua coleção de obras impressionistas ao Estado e estipulou que esta não deveria ser dispersa por museus de província, mas exposta primeiro no Palácio do Luxemburgo - então reservado aos artistas vivos - e mais tarde no Louvre. Nomeia Renoir seu executor.The Yerres: Effect of Rain é, portanto, uma lembrança de um lugar - os reflexos quebrados, a tela das árvores que mantêm o mundo à distância, o salpicar das folhas e os círculos de gotas de chuva, tudo cuidadosamente observado - e um memorial tanto para uma vida anterior à qual o seu pai presidiu como, de forma pungente, para a sua própria carreira breve e não anunciada como pintor. (gustave-caillebotte-the-yerres)
Defensor de um cinema para o grande público, voz activa em vários debates do Portugal democrático, a ele se devem muitos êxitos de bilheteira e algumas obras-primas. Completaria 85 anos no domingo.
Se clicar na imagem vai dar à página inicial de uma exposição intitulada, Timeless Beauty. A History of Still Life que abriu em Novembro passado, em Dresden, na Alemanha e decorre até Setembro deste ano. Pode ver as obras e ouvir uma pequena explicação delas. É só fazer scroll na página até encontrar o link, Star the Tour em letras gordas.
Quem acreditaria, há 50 anos, que pudéssemos ver uma exposição a milhares de quilómetros da galeria onde decorre? A qualidade das imagens é excelente. É claro que não é a mesma coisa que vê-las ao vivo... o Claesz, por exemplo... tudo na pintura dele é tão vivo e carnal. A maioria das obras de arte requerem mediação, quer dizer, temos que ser nós a entrar nelas, mas as grande obras fazem o percurso inverso e são elas que entram em nós, abrem um caminho directamente até às emoções e afectam. É uma espécie de magia inexplicável.
Sibelius : The Swan of Tuonela
Este dueto onde eles os dois dançam com uma leveza e uma elegância como se nada implicasse esforço é um prazer de ver. As roupas dela, de um tecido fluído que acompanham os movimentos e as formas do corpo, ajudam a essa impressão de leveza, mas ele dança de fato -sempre abotoado- e gravata. Já não há alfaiates assim: ele mexe-se para todo o lado e o fato nunca faz refegos nos ombros e nas costas e nunca abre no peito, cai sempre direito.
Como distinguir, nas pinturas, Cupidos, putti e querubins?