Bandim, uma rede de mulheres imigrantes: “Estamos a criar algo a que realmente pertencemos”
Cooperativa junta cerca de 90 mulheres, de 21 nacionalidades. Têm participado em mercados e colaborado com parceiros como empresas que lhes fazem encomendas. Querem crescer
A base desta cooperativa é exactamente pôr em contacto mulheres imigrantes de origens diferentes, que vivem em Portugal. “Os imigrantes são vulneráveis quando se desenraízam de um país e vão para outro, ficam fora da sua zona de conforto. As mulheres são ainda mais vulneráveis, têm ainda mais barreiras sociais. Por exemplo, muitas não trabalhavam nos seus países e agora têm que trabalhar em alguma coisa mas não sabem em quê. Não têm apoio social, apoio emocional e tentam ter um apoio financeiro. Nós ajudamos. As mulheres que não sabem o que podem fazer, ou que não têm experiência, ou qualificações, sabem sempre qualquer coisa. Sabem também que quando se juntam a nós não sofrem exclusão social. Aqui temos o conhecimento artístico de 21 países. É algo que acreditamos que Portugal deveria preservar”, afirma.
Farhana Akter era professora no Bangladesh e em Portugal queria fazer algo diferente. Costurar sempre fez parte de si: “Este projecto traz outro tipo de sentimentos. Estou a criar as minhas raízes, por mim, com pessoas com uma identidade totalmente diferente da minha. Por isso, estou a criar algo a que realmente pertenço. Também era independente no Bangladesh, mas era a filha ou mulher de alguém. Aqui consegui colocar-me numa situação em que ajudo outras pessoas e estou a criar coisas”, afirma.“Tento mostrar às mulheres as diferentes profissões que podem ter, continua. A Bandim é uma “zona de conforto para as mulheres que estão sozinhas ou que estão a chegar a Portugal”.