Hoje acordei por causa de um pesadelo. Um daqueles sonhos que fazem as alegrias dos psicanalistas cheios de pormenores que querem dizer qualquer coisa. Bem, agarrei no telemóvel para ver as horas e vi uma notificação de um email que fui ler. Um formador a dizer que não recebeu o trabalho, que enviei há mais de uma semana. Vim aqui ao portátil ver o que se tinha passado e reenviar o decujo. Adeus sono... Que chatice. Hoje é outro da comprido e cansativo com outra reunião de pais e não queria chegar lá com olhos de insónia.
Ontem tive uma reunião de pais. Houve quem se queixasse que as greves tiraram muitas aulas aos alunos e que isso os prejudica. É verdade, não há como negar, mas a questão é que em algum ano esta luta tinha que ser feita porque a situação é calamitosa e o governo não quer saber disso. Preocupa-se consigo e com os seus galambas.Outro exemplo: daqui a 15 dias, mais ou menos, vão realizar-se os campeonatos finais do desporto escolar, a nível nacional. São mais de 1000 alunos desde a escola primária ao 12º ano e as provas vão ser feitas em escolas da região de Tomar. Foram escolhidas 10 escolas para a realização das provas e acolhimento dos alunos que vão de todo o país. As provas duram 2 dias inteiros a meio de Maio, dias esses em que não haverá aulas.
Um certo número de professores têm que voluntarizar-se para dormir nas escolas para acompanhar os alunos, preparar salas de aulas com colchões e fazer todo o resto do trabalho. Agora, por acaso os directores foram avisados que isso vai passar-se nas suas escolas? Não. Que vão ter 2 dias inteiros, a somar à semana das provas de aferição, sem aulas? Não, ninguém os avisou de nada e é assim todos os anos.
Quando aparecem lá nas escolas os professores da comissão coordenadora destas provas a avisar o que se vai passar, já dali a duas semanas, há directores que ficam furiosos e resistem: por não terem sido tidos nem achados no assunto, por nem sequer terem sido avisados, por terem de comunicar aos professores que vão ter mais dois dias sem aulas, no 3º período que já é pequeno, que alguns professores vão ter de ficar a dormir nas escolas... quer dizer, isto é de um desinteresse pelos alunos e de uma falta de respeito para com as escolas, os professores, os directores, inacreditável; porém, estas imposições do ME com desprezo pelo trabalho dos outros é o dia-a-dia das escolas.
É claro que o ME faz estas coisas porque o primeiro-ministro dá o exemplo de desprezar todas as opiniões e impor ao país gente imprestável que nos faz perder dezenas de milhares de milhões todos os anos, só porque pode e gosta de exibir que tem poder para fazer o que lhe apetece. Podem gastar-se milhares de milhões para tapar o mau trabalho (e às vezes criminoso) de ministros, gestores e amigos, mas gastar 250 milhões para pagar mais de 6 anos de trabalho prestado com desconto de impostos aos 150 mil professores... ah, isso não que deslaça a sociedade.
Portanto, os pais têm razão em queixar-se de os filhos terem menos aulas do que estava previsto, mas deviam era ir queixar-se ao ME, que vomita 1001 problemas para as escolas e tem zero soluções.
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