March 16, 2020

Parvoíces para passar o tempo



Descobrir os ditados populares (via Luis Queirós)

OMS - Conferência de imprensa - directo




A propósito





A seguir aos millennials vieram os quarentennials 🤣 🤣



directamente do fb

Hey mr. president... take it easy



O Presidente da República só sabe dar beijinhos e assim que o proibiram de fazer isso deprimiu-se ou amuou e fechou-se em casa e não faz nada, nadinha.  Passa a ferro e lê (podia vir cá a casa passar a ferro que a minha empregada a dias pôs o mês de férias agora, já que não pode cá vir...)
Ontem falou e só disse que ele e o governo estão muito unidos, muito juntinhos. ??? Só fala em abraços e uniões? Então e nós? Ainda havemos de ter que tomar conta da depressão dele por não poder dar beijinhos e abraços por aí. Não quero ser desrespeitosa nem mal-educada mas parece que há aqui uma cena freudiana qualquer...


Estratégia inglesa versus estratégia europeia



Leio que os ingleses, relativamente ao COVID-19, estão a adoptar uma estratégia darwinista de deixar a natureza seguir o seu curso, isto é, deixar que muita gente de baixo risco (jovens) se infectem para que desenvolvam anti-corpos e actuem como defesa dos outros, como dizem que acontece na vacinação, se a maioria estiver vacinada. A Europa, pelo contrário está a apostar na contenção e interrupção das cadeias de transmissão, coisa que os adeptos da estratégia darwinista criticam com a justificação de essa estratégia não impedir que surjam novos focos de doença, bastando para isso uma pessoa.

Ora, sendo certo que nestas coisas das crises com consequências graves e globais, sejam de saúde ou outras, só depois de tudo passado é que se acertam contas: o que se fez, se foi demais ou de menos, quem previu, quem devia ter previsto e não previu, etc, podemos, no entanto, desde já ponderar cenários e alternativas.

A alternativa inglesa de deixar as coisas à sorte parece-me pior que a europeia, porque a sorte inclui o azar. Sabendo nós que é provável que se faça uma vacina em meses ou um ano, é melhor ganhar tempo e evitar mortes que confiar que a natureza saberá regular e lidar com este problema de modo orgânico, pois já aconteceu a natureza acabar com uma espécie ou deixá-la tão enfraquecida que acaba por ser vítima de predadores, que neste caso são doenças que podem surgir, pois este vírus, pelo que leio, é novo e não uma variante dos que já existem, de modo que não se sabe o seu comportamento futuro. Eu prefiro a estratégia europeia porque me parece mais prudente.

Há uma diferença entre ser negligente (como foram cá os políticos que desde Dezembro sabiam do que se passava na China e desde início de Janeiro que tinham os especialistas da OMS a dizer que a situação era alarmante) ou tolo (como foram e são vários ministros e responsáveis do conselho de saúde...) e cometer erros. Cometer erros faz parte do processo de pensar e decidir.  Por exemplo, ontem o primeiro-ministro disse que a ponderação da quarentena tinha que ver com uma situação de prolongamento e saturação das medidas (lemos que naqueles programas estúpidos de reality show ao fim de estarem fechados uma semana, e sem estas ansiedades da doença, desatam à pancada), o que faz sentido, quer dizer, ir tomando medidas à medida do necessário. É claro que pode errar, mas o fundamento da decisão é correcto. Já o não-fecho das fronteiras e deixar as pessoas entrar à balda   sem submeter a alguma monitorização, é negligência. O que quero dizer é que não temos que contar com a negligência dos decisores mas temos sempre que contar com os erros.

Outra coisa interessante é fazer uma analogia entre estes argumentos ingleses acerca da melhor maneira de lidar com a epidemia e os da economia de deixar 'os mercados' regularem sozinhos tudo e tirar as devidas ilacções.

Bliss





Dreamfield - Olli Kekäläinen

Diário da quarentena 3º dia - Intervalo das 11 e meia



Estratégias: fui vestir uns calções, não apertados, mas justos, para me lembrar que não posso andar a depenicar comida 🍪 de meia em meia-hora ou quando sair daqui vou parecer o boneco da Michelin.

... e coisas para animar 😁


Diário da quarentena 3º dia - coisas para fazer depois do trabalho III






Diário da quarentena 3º dia - coisas para fazer depois do trabalho II




Para fãs da Patti Smith e não só. A realidade, por vezes, ultrapassa largamente a ficção.

OPENCULTURE.COM
'Dream of Life' won several awards—including a Sundance Prize for best cinematography, a well-deserved honor that shows director Steven Sebring’s high regard for his subject.


Diário da Quarentena 3º dia - coisas para fazer depois do trabalho



March 15, 2020

Pensamentos de dois melréis



Pensar na realidade é observar. Observar com muita atenção. Saber observar e fazê-lo, efectivamente, dar esse passo. Sair de si para as coisas e estar nelas. O resto são técnicas para organizar, esquematizar, hierarquizar, relacionar, etc., o que se observa. É como a pintura ou a fotografia. Um pintor observa e pinta o que observa. O resto são técnicas, mas as técnicas sem a observação não produzem uma obra de arte, só uma coisa, um objecto, sem projecção, quer dizer, um objecto que está contido em si e não sai fora de si, não se projecta para nós. Pensar é idêntico. Certo que o observador e o observado estão envoltos num contexto, mas o observar em si mesmo escapa ao contexto, tem uma dimensão diacrónica, como a língua, que podemos usar para designar ou para pensar e se a usamos para pensar ela revela e revela-se-nos.
Por exemplo, aqui, o autor observou a força da curva, como ela puxa e projecta simultaneamente. Depois traduziu essa observação em linhas e cores que contêm a observação. Mas o contexto não enformou a própria observação realizada.
Pensar é saber observar com muita atenção sempre a descascar e depois dar-lhe um sentido, um significado, um rosto.


Tullio Crali. 1930.

Because poetry IV



"Literature is an axe to break the sea frozen inside us”. Kafka diaries

Because poetry III



there will come a time 
when you’ll love 
somebody 
and not 
know 
why
or
how
words
cannot
hold the
weight of their
smile & that’s when
you’ll start writing poetry

e. e. cummings

Because poetry II



Second Helpings

By John Brehm

I wear my heart on my sleeve,
or rather both sleeves, since
it's usually broken.
Sometimes when I join my hands
to pray, the jagged edges
briefly touch,
like a plate that fell and cracked
apart from being asked
to hold too much.


Because poetry



O meu país sabe a amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.


Eugénio de Andrade


Involução














Está o Cabrita na TV. Uma pessoa até treme de susto...



Isto é o terminal 2 do aeroporto de Lisboa, hoje. De que serve ter cuidado se saem umas centenas por dia infectados do aeroporto directamente para espalhar o coronocoiso?

Outra coisa: parem de dizer para se ligar para a Saúde24 porque ninguém atende. Todas as pessoas que conheço que ligaram para lá não foram atendidas e nem aos emails respondem.


Esteve bem, o senhor Costa



O que digo com estar bem é que foi, ao mesmo tempo, seguro, racional e ponderado e isso era muito importante para sossegar as pessoas depois dos desvarios dos últimos dias, nomeadamente de hoje que soubemos estarem 150 médicos de quarentena e 50 infectados por falta de material básico.
Era preciso, no entanto, que esta determinação e bom senso não fossem um interregno. É claro que a questão que ele não resolve é o governo estar cheio de membros e grupos primistas que foram nomeados sem saberem distinguir o Alentejo das Beiras e que só fazem asneiras...
Agora, senhor primeiro-ministro-ministro, vá tratar de arranjar fatos e máscaras e desinfectante para os médicos e ponha-os a decidir das questões da saúde, sff. ASAP

Em França os políticos são iguais



Estão numa situação dramática mas o Macron não anula as eleições e até garante que todas as mesas eleitorais vão ter desinfectante para todos os eleitores. Quer dizer, o desperdício de material que faz falta nos hospitais... os médicos pedem que se adiem as eleições mas quase todos os partidos políticos querem manter as eleições. Estes políticos que governam a Europa são todos iguais. Há uma linha política sistematizada negativa que tem de mudar. É preciso tirar ilacções desta situação.