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October 11, 2023

As vitórias da maioria de Costa

 

Como sabemos o défice, só para a vidinha de Costa e Medina e seus amigos PSianos é que está no passado. As portagens ferroviárias não param de aumentar enquanto as rodoviárias de transportes estão sempre a baixar. É a aposta na energia verde... outra vitória da maioria de Costa.



Comprou bilhete para 1.ª classe no Intercidades, mas viajou em 2.ª num regional. CP indemnizou-o em 35 cêntimos

Gonçalo Elias viajou numa automotora de serviço regional que nesse dia, excepcionalmente, substituía a composição do Intercidades. Após reclamação, CP indemnizou-o, excepcionalmente, em 35 cêntimos.

November 25, 2022

Ele é mais ir ao futebol apoiar corruptos e violadores de direitos humanos

 


É claro que nada disto é novidade, pois quando temos um presidente da Assembleia da República que proíbe uma exposição que retrata os totalitarismos na Europa – nomeadamente o fascismo, nazismo e comunismo – percebemos a razão de o 25 de Novembro ser uma data que incomoda tanta gente, mesmo do PS, o partido que mais lutou pelo 25 de Novembro. Augusto Santos Silva achou que a esquerda não ia gostar de ver os crimes cometidos pelos comunistas, como também acha que estes não veriam com bons olhos alguma celebração do 25 de Novembro. O presidente da AR é um democrata de mão cheia...

Vítor Rainho

December 10, 2019

O que pensa o secretário de Estado da educação e porque nunca terá solução para qualquer problema que seja




A meio da entrevista, quando a entrevistadora o confronta com factos como, falta de professores, más condições das escolas, etc., a resposta dele é: há escolas que têm esses problemas de falta de meios e recursos e, no entanto, são eficientes; ou seja, há escolas que fazem tudo sem recursos; logo, porque é que os outros não se prestam ao mesmo? Porque não são competentes, porque se fossem não olhavam às dificuldades e comiam o pão que o diabo amassou, se fosse preciso - como já o primeiro-ministro um dia disse, os professores têm é que motivar-se com os alunos e com mais nada.

Esta maneira de ver os outros (porque estas políticas não as querem eles para si mesmos) faz-me lembrar, salvo as devidas distâncias, mas a lógica é a mesma, uma história que Solzhenitsyn conta no 'Arquipélago do Gulag'. O grande líder Estaline e os outros chefes tinham como modo de conseguir aumentar a produção das fábricas sem subir salários ou melhorar a vida dos trabalhadores, fazer concursos entre eles. Por exemplo, qual é a fábrica de parafusos, que consegue bater o record de produzir 250 parafusos numa hora que pertence ao camarada x da fábrica y? Havia sempre uns sicofantas que só para aparecerem numa fotografia com um dos chefes e poderem almejar a uma hipotética migalha, se prestavam a bater o record e passavam-no para 300 parafusos por hora, por exemplo. A partir daí, todos que estivessem abaixo de 300 parafusos era castigados com diminuição de salário, pois se uns podem, os outros também podem ou, se não podem, é porque são incompetentes e não merecem mais.

Percebemos claramente que é isso que ele quer dos professores: que calem e comam o que houver, sem queixas.

É, aliás, esse espírito evangélico de auto-flagelação que diferencia os professores competentes. Porque a única liberdade que se dá às escolas é a de inventarem modos de poupar dinheiro. Para além disso, a mão do secretário de Estado é que manda e todos os princípios de boa práticas se podem sacrificar, como se viu na greve de há dois anos,se estiver em causa a obediência que lhe devem.

O exemplo que ele dá é uma evidência disso. Numa escola foram competentes porque pouparam nas horas de DT e atiraram esse trabalho (de borla, quer dizer, sem tempo lectivo, calculo, com o argumento de serem poucos alunos) para cima de professores que muito certamente não tiveram opinião no assunto, desconjuntando as turmas em termos de dinâmica, unidade e eficiência.

Mas isso que interessa ao secreto de Estado...? Ele disso ele nem fala, quer dizer, da medida ser, ou não, um ganho pedagógico, que é a única coisa que interessa verdadeiramente... não fala porque não percebe do assunto, como aliás ele próprio o diz na entrevista, "quando soubemos que tinham acabado com o DT ficámos espantados porque sempre ouvimos dizer que o DT é importante". Ouviram dizer... pois o que ele sabe do trabalho das escolas é apenas o que lhe dizem e ouve dizer e ele rodeia-se de pessoas que lhe dizem o que ele quer ouvir. E que quer ele ouvir? Que numa escola agora produzem-se os mesmos 200 parafusos mas com menos trabalhadores ou, até, que passaram a produzir 300. Ora, se uns podem, porque é que os outros incompetentes não podem?

Para além de poupar dinheiro e professores (porque carrega com mais turmas cada professor), acabar com o DT ainda tem o mérito, calculo, de apagar uma estrutura intermédia (o DT) e ficar tudo mais directamente dependente do director que, por sua vez, depende dele, secretário, para impor com mais força e menos resistência a sua ideologia.

É por isso que nada será resolvido, nunca, por ele: porque ele pensa que o único problema da educação são os professores e a sua falta de espírito de sacerdócio.

Por acaso, todos que damos aulas há um tempo, sabemos que o DT é uma peça fundamental no trabalho que uma turma consegue fazer, não só quantitativa, mas qualitativamente, também. E sabemos, nas escolas, quem são os DT com quem queremos trabalhar e quem são os outros DTs de cujas turmas fugimos, se pudermos, porque o modo como o DT mantém uma turma orientada, focada, com respeito pelos professores e ao mesmo tempo mantém os pais também focados no trabalho dos filhos em vez de se focarem em conflitos, faz de umas, turmas positivas e de aprendizagem e, de outras, turmas negativas de acumulação de conflitos de todos com todos.

Mas isto sou eu a falar... que sei eu de trabalhar numa escola com alunos, pais e de direcções de turma...? Quem sabe é ele na sua vasta experiência de trabalhar nas escolas com alunos e pais.

Se numa turma, cada professor ficar responsável por 10 alunos e seus encarregados de educação, passa a haver grupos dentro da própria turma e multiplicam-se as probabilidades de conflito entre alunos, entre pais e no próprio conselho de turma (que é o orgão, por excelência, da colaboração inter-pares para o benefício dos alunos), porque cada professor tem o seu estilo de exercer a orientação/coordenação de alunos e pais. Isto é o oposto de qualquer pedagogia positiva. Não digo que não possa resultar num caso qualquer particular em condições especiais numa escola qualquer mas alargar uma prática destas seria o desastre em termos de clima de escola, um factor que tanto afecta os alunos.

É evidente que em vez de acabar com a DT, se querem que cada DT tenha menos alunos para orientar, o que me parece bem, o que se deve fazer não é partir a unidade da turma mas diminuir o número de alunos por turma... ficava o DT com menos alunos e mais margem de eficiência sem se comprometer a unidade da turma e do seu conselho de professores. Mas é claro que isso nunca será feito porque implica custos e a educação existe para ser o cofre socrático do Costacenteno.

É por isso que nunca nada há-de ser resolvido por esta equipa, em quem o secretário manda depois da outra ter saído: porque a ideia que ele tem dos problemas da educação é os professores serem incompetentes e não estarem todos dispostos (como muitos directores e seus satélites completamente aminhocados) a bater o record dos 300 parafusos.


E se-as-escolas-deixassem-de-ter-diretor-de-turma