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September 04, 2024

Elogio da leitura



Crime e Castigo ilustra o funcionamento do processo criativo, os benefícios que a ficção proporciona à sociedade e a razão pela qual lemos romances (e vemos teatro e cinema) em primeiro lugar. Também expõe a ignorância cultural por detrás das tentativas de todo o espectro político de cancelar livros e autores pelas suas alegadas falhas ideológicas e morais. Estes ataques - especialmente chocantes quando vêm de leitores, colegas romancistas, departamentos de Inglês e outros que deveriam saber melhor - visam o valor central das Humanidades.

As histórias levam-nos para fora de nós próprios para que nos possamos ver a nós mesmos. Quando reflectem as nossas vidas, trazem-nos conforto, lembrando-nos que não estamos sós. Quando tratam de assuntos difíceis, ajudam-nos a explorar os nossos medos e traumas passados a partir da distância segura de um espaço imaginado. Quando nos divertem e iluminam, enriquecem a nossa imaginação. Aprofundam a nossa compaixão pelos que não amamos e revelam as facetas ocultas da nossa natureza.

Quem poderia, por exemplo, planear matar outro ser humano? Ou continuar os seus vícios à custa do seu filho? Só monstros. Não pessoas como nós. No entanto, quanto mais lemos Crime e Castigo, mais sentimos o sofrimento do assassino, Raskolnikov e do bêbado, Marmeladov. As suas escolhas e comportamentos repugnam-nos, mas reconhecemos o medo, a culpa e a vergonha em nós próprios e perdoamo-los como queremos ser perdoados pelos nossos próprios pecados.

A empatia - a base das artes - assenta numa verdade evidente, ainda que fora de moda - que, por baixo da pele, todos partilhamos uma humanidade comum. Independentemente da nossa raça, género, orientação, idade ou outra diferença, cada um de nós já sentiu todas as emoções e conheceu a graça e o desespero. As nossas circunstâncias individuais e expressões culturais podem ser radicalmente diferentes, mas a experiência universal de sermos humanos é a forma como conseguimos relacionar-nos com personagens e histórias escritas através de continentes e séculos.

Para compreender os outros, temos de nos compreender a nós próprios. Para criar personagens credíveis e psicologicamente complexas - especialmente quando essas personagens são repelentes e quebram tabus sociais - é necessário um auto-exame implacável. Esta investigação manifesta as obsessões, os defeitos e a capacidade de fracasso moral do romancista. Por vezes, essa exposição é literal, outras vezes é indirecta.

Allan Stratton

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Em "Crime e Castigo", Dostoiévski explora o dilema psicológico entre a culpa e o arrependimento, um caos que ressoa nas profundezas da condição humana. Raskolnikov, um estudante que se vê imerso numa espiral de justificativas e racionalizações, encarna a tensão entre uma moralidade que se baseia nas suas teorias sobre o homem extraordinário e a realidade brutal das suas acções criminosas.

A culpa, nesse contexto, emerge como uma força que não apenas o condena, mas que o transforma em prisioneiro da sua própria consciência refletindo a incapacidade de Raskolnikov de reconciliar as suas crenças filosóficas com a gravidade dos seus actos.

Por outro lado, o arrependimento surge como uma forma de reconhecimento do erro, uma possibilidade de restaurar a unidade quebrada e evitar transformar os erros em preconceitos cegos. No entanto, para Raskolnikov, o arrependimento não é imediato; é uma construção gradual, um processo que se desenrola por intermédio das suas conversas com Sonia e outras personagens que simbolizam a compaixão e a redenção. 

O arrependimento, portanto, não é apenas uma resposta emocional, mas uma força que o impulsiona a uma jornada de auto-descoberta e transformação. Eventualmente, à busca de um perdão.

A tensão entre culpa e arrependimento leva Raskolnikov a um estado de paralisia existencial, onde a acção se torna impossível e a reflexão se transforma em tortura. Essa dualidade não é apenas uma luta interna; é uma representação do conflito humano universal entre razão e emoção, entre o desejo de se afirmar como um ser superior e a realidade de ser um ser falível. 

Dostoiévski, ao explorar essa dinâmica, não apenas cria um retrato vívido da psique de Raskolnikov, mas também oferece uma meditação sobre a condição humana, sobre como os indivíduos navegam nas complexidades da moralidade, da responsabilidade e da busca por significado no meio do desequilíbrio e d caos.

A obra de Dostoiévski convida-nos a refletir sobre a natureza do arrependimento como um caminho para a redenção, enquanto a culpa, se não confrontada, pode levar à auto-destruição. O dilema de Raskolnikov permanece relevante, pois ilustra a luta incessante que todos enfrentamos ao buscar um sentido nas nossas acções e as consequências que advêm das nossas escolhas. É um lembrete poderoso de que o caos da mente humana, repleto de incertezas e contradições, é uma parte complexa da experiência de viver.

Oliver Harden

January 16, 2024

Desafios

 


Aquele meu amigo que esteve na origem de reler Guerra e Paz de Tolstói, em voz alta, e postar essa leitura aqui no blog anda a aliciar-me para ler outro livro, um clássico que (ele) não tenha lido e já me disse que preferia o, Em Busca do Tempo Perdido. Hesito. Em primeiro lugar, já li esses livros -há 40 anos, é certo- e preferia ler uma obra que ainda não tivesse lido. Em segundo lugar, porque a obra é o dobro, em extensão, de Guerra e Paz. Levaria quase dois anos ano a lê-la assim às 6 páginas por dia. A obra tem cerca de 4,300 páginas. Em terceiro lugar, porque tenho esta paresia da corda vocal e devo poupar a voz ou pelo menos não cansá-la - se bem que ler 15 ou 20 minutos por dia não fizesse mossa, acho eu. No entanto, sei que, se começar essa tarefa depois figo obcecada em não falhar um único dia e não me apetece ficar presa a uma tarefa dessas durante dois anos. Logo, hesito.

Lembrei-me disto porque agora mesmo fui dar com um artigo que lamenta vivermos numa sociedade em que não há tempo para ler, Em Busca do Tempo Perdido,

Just as everything about market society seems designed to get in the way of reading Proust, reading Proust gets in the way of participating in market society. As long as you buy it, Proust’s novel remains a commodity, but as long as you are reading it on paper — and reading yourself in the meantime — you are not generating further material profit. Indeed, while you are reading Proust you and your time are quite literally operating at a loss. In the grand scheme of things, regaining your time from the market may amount to a negligible act of resistance to it, but one could find a worse benchmark for what constitutes a free society. A free society will be one in which everyone, if they so choose, has the time to read In Search of Lost Time. ~Ryan Ruby in Reading and Time

 

March 07, 2023

Um vislumbre da superficialidade, sicofantsmo e falta de ética do mundo dos grandes homens de negócios





Elon Musk’s Texts Shatter the Myth of the Tech Genius


The world’s richest man has some embarrassing friends.
By Charlie Warzel


Este artigo já tem uns meses. Quando Elon Musk tentou recuar na compra do Twitter, o Tribunal de Delaware divulgou centenas de mensagens de texto e e-mails enviados por ele e para ele. O documento tem 151 páginas de mensagens que correspondem a uns meses da vida do homem mais rico do mundo e um raro vislumbre, não envernizado, dos mundos sobrepostos do Silicon Valley, dos media e da política. 

Os textos são suculentos, não por serem sensacionalistas ou ofensivos, mas por serem medíocres, sem imaginação e bajuladores. A quantidade de 'amigos' de Musk que lhe envia mensagens de glorificação, com textos infantis, ideias de projectos ridículos, sem nenhum pensamento de consequências, muitos a prometer-lhe centenas de milhões de dinheiros públicos, só para se aproximarem dele e do seu dinheiro/poder. E o modo completamente arrogante e superficial como ele responde, como se, de facto, ele e aqueles bajuladores, fossem resolver ali com aquelas 'ideias giras' os problemas do mundo. 
É assim que estes clubes de boys decidem dos nosso destinos e é assustador. A glorificação do dinheiro pelo dinheiro, leva à glorificação de gente medíocre.

February 23, 2023

Uma casa para ler

 



uma biblioteca pública na Índia

(já não sei onde encontrei esta imagem)


Leituras pela manhã - Não deite fora os seus livros em papel




Guarde os seus livros físicos

Temos de proteger a história cultural

Ben Sixsmith


Há uns anos enviei a minha colecção de livros de Inglaterra para a Polónia. Parte foi sentimentalismo, mas também tinha um instinto conservacionista. Os livros não são como outros objectos. Se um livro se perde, um texto pode perder-se.

Ok, não preciso de uma cópia de The Great Gatsby. Se eu tivesse um desejo repentino de ler o livro, poderia encomendar outro - ou encontrar um online. Mas e a autobiografia de Fred Trueman? E que tal uma defesa da astrologia? E que tal um livro de medicina dos anos 30? Nem sempre é possível encontrar outros exemplares de livros, em formato físico ou electrónico. Essa autobiografia de Fred Trueman tinha sido herdada de um velho tio-avô que tinha vivido numa casa grande que cheirava a fumo de cachimbo. 

Eu uso um Kindle. Afinal de contas, pode ser difícil ter acesso a livros em inglês a curto prazo na Polónia. Se alguém me pedir para rever um livro de 500 páginas ou o novo thriller de Hillary Clinton, não lhes vou pedir que esperem algumas semanas até que os livros cheguem.

Mas não podemos fingir que possuir um livro físico e "possuir" um livro electrónico significa a mesma coisa. Se descarregar o livro para o computador ou para um USB, já se está a aproximar mas se tiver os seus livros electrónicos na sua conta da Amazon e a empresa sair do negócio, eles desapareceram. A Amazon não tem sequer de desaparecer - podem simplesmente fechar a sua conta. A sua posse do texto dura de acordo com os caprichos de um proprietário que o pode vender ou expulsar.

Poderá comprar uma cópia de um livro que foi escrito há anos - ou um filme clássico e/ou uma série de televisão antiga - e descobrir que é muito diferente do que se lembrava. Ora, ninguém vai entrar sorrateiramente em sua casa, tirar os livros das prateleiras e começar a alterá-los. Mas os livros que estão a ser republicados hoje podem acabar por ser completamente alterados  [por políticas woke].

Ontem, o Telegraph mostrou como novas edições de livros infantis clássicos, de Roald Dahl, estão a ser publicadas após alterações substanciais feitas de acordo com os desejos de uma classe mórbida e absurda de pessoas conhecidas como 'leitores sensíveis'. O Telegraph relata:
A linguagem relacionada com o peso,  a saúde mental, a violência, o género e a raça foi cortada e reescrita. Lembra-se dos 'Homens-Nuvem' em James and the Giant Peach? Eles são agora o 'Povo das Nuvens'. As 'Raposas Pequenas' em Fantastic Mr Fox são agora do sexo feminino. Em Matilda, uma menção de Rudyard Kipling foi cortada e substituída por Jane Austen. É Roald Dahl, sim, mas diferente.
É importante esclarecer que estas mudanças não são apenas presunçosas e arrogantes, elas degradam claramente a qualidade do texto. Veja como o doce surrealismo cómico de Dahl dá lugar a um sermão sem graça:



Ninguém nega que Dahl era um escritor muito cru e até sádico, mas parte da diversão de o ler, quando criança, é entrar no lado escuro e começar a compreender as sombras que se vislumbram em todo o mundo. Estes vândalos artísticos de pequenas dimensões, estão a aplanar aquelas peculiaridades interessantes da literatura, por causa do medo paralisante de que alguém, algures, o possa ler e ficar ofendido.

Se Roald Dahl nem sequer pode dizer que a Sra. Trunchbull tem uma cara de cavalo - porque ninguém tem feições de facto, de cavalo, ou porque estamos proibidos de as notar - o que mais se pode mudar? Se livros como Matilda e filmes como E Tudo o Vento Levou estão a ser cortados aos pedaços, o que poderia acontecer a outros menos famosos e mais provocadores? Raios, vejam como os editores de Dahl decidiram que autores tão ilustres como Joseph Conrad e Rudyard Kipling - referidos em Matilda mas agora substituídos por Jane Austen e John Steinbeck - são demasiado perigosos para serem sequer mencionados em frente de crianças. O Coração das Trevas? Kim? Meu Deus, alguém pense nas crianças!

Precisamos de manter os livros físicos. Diabos, devemos até guardar os nossos DVDs. Quase me arrependo de me ter livrado dos meus VHSs - embora, sabe Deus que não teria maneira de os ver. Tal como queremos possuir terras que ninguém pode destruir, devemos querer possuir terras culturais com as quais ninguém se pode intrometer. 

Talvez seja cómico lutar ferozmente para que as crianças ainda tenham a oportunidade de ler sobre a cara de cavalo da Sra. Trunchbull, mas se não tomarmos uma posição, onde é que isto vai acabar? 


October 01, 2022

O sub-continente indiano

 


Ando aqui à procura de um livro que me dê uma visão cronológica em CinemaScope, por assim dizer, da história da Índia



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June 21, 2021

Como ler jornais e notícias em geral?

 


Entre não ler jornais e outros meios de comunicação social para não se afectar em termos mentais e psicológicos e ler tudo sem distanciamento ficando afectado, há um meio termo. Entre não se perder na 'espuma dos dias' e não se alienar da realidade quotidiana tornando-se cúmplice por abstenção dos destinos da 'polis', há um meio termo.


1º - ler muito, desde cedo, desde uma idade precoce. Ler bons autores. Ler estende a experiência de vida, a vida mental, a inteligência e o espírito crítico.

2º - Pôr-se num estado de espírito crítico-racional de boa disposição, antes de ler as notícias, para não ficar mentalmente assoberbado com os desastres quotidianos, sobretudo agora que todo o local é global.

3º - Ler com prudência. Escolher o que não ler - notícias de exploração sentimental: quem matou quem, etc. - a não ser que tenham relevância política.

4º - ler de fontes diversificadas.




August 02, 2020

"pitching above your head"



George Steiner a descrever a sua experiência quando tentou ler, pela primeira vez, O Ser o o Tempo de Heidegger e não passou da primeira frase, sequer. Como é importante não desistir de tentar entender o que não se entende (ele usa a expressão americana do baseball, 'pitching above your head', quando a bola é rápida demais para a perícia actual da pessoa) e do que se ganha com essa atitude. 
Isto fez-me lembrar duas situações. a primeira tem a ver com uma pergunta que às vezes me fazem sobre se já li os livros todos que tenho em casa -é claro que não, devo ter lido uns 80%- e porque compro mais livros antes de ter lido todos os que tenho para ler. Bem, é evidente que os compro porque quero lê-los e espero ter tempo e oportunidade. Há pouco tempo li um artigo, já não sei onde, onde se dizia que uma biblioteca revela o tipo de pessoa que se é, nomeadamente nos livros que estão por ler pois são prova do espírito de curiosidade e da consciência da própria ignorância e da necessidade de compreender e evoluir. Nunca tinha pensado nesse aspecto da questão.
Em segundo lugar, a expressão, pitching above your head, exemplifica muito bem uma das estratégias da leccionação que é lançar bolas sempre um bocadinho mais rápidas que a perícia dos alunos. Não demasiado rápidas para que não desistam de as atingir, mas suficientemente rápidas para que tenham de incomodar-se e esticar-se todos para as apanharem.
Esta experiência que Steiner conta acerca da leitura de Heidegger já todos a tivemos com um ou outro ou vários autores cujos livros deixámos a repousar até a mão ganhar perícia para os apanhar. Aliás, se não tivemos é mau sinal: é sinal de que nunca fomos além do que já sabíamos.


June 18, 2020

O que acontece no cérebro quando lemos? Uma perspectiva interessante



WHAT HAPPENS TO OUR BRAINS WHEN WE READ?



O cérebro humano é a coisa mais estranha e fascinante deste mundo. O mero facto de a nossa espécie ter evoluído e sobrevivido até agora, contra a natureza e contra os outros, é absurdo. É ainda mais estranho quando percebemos que muitas coisas que afirmamos diferenciarem-nos das outras espécies animais são, em vários sentidos, não-naturais, como o ler.
Durante séculos a leitura e a escrita foram apontadas como características da nossa superioridade. Mas, até que ponto lemos bem? A resposta está nos traços evolutivos do nosso cérebro.

Segundo Maryanne Wolf (Proust and the Squid), o cérebro não foi feito para ler. Nós é que o forçámos durante a evolução da linguagem e da comunicação por sinais, mas esse traço não foi adquirido como um traço evolutivo, como a capacidade de falar e aprender a língua nativa. Em vez disso, temos que ensinar cada geração a conectar, de novo, as sinapses próprias e o cérebro tem que dar grandes voltas até ser capaz de compreender perfeitamente as palavras numa página. Os estudos de Wolf mostram, até, que aquilo que chamamos, 'dificuldades de leitura' são a norma; o facto de podermos ler e aprender a ler de acordo com a idade, essa é a real mutação.

Ler é um processo cognitivo não natural. Tem que ser ensinado activamente e de modo diferenciado da linguagem. A linguagem é um processo natural para a maior parte dos humanos, mas a leitura não vem naturalmente para a maioria das pessoas e é profundamente influenciada pela condição social e respectivas capacidades de leitura.

As crianças têm um cérebro muito mais flexível que os adultos e podem fazer ligações neuronais mais rapidamente, assim como usam uma parte mais significativa dos cérebros, quando lêem. Há várias barreiras de proficiência que vão além de descodificar símbolos. O pensamento crítico e a compreensão do significado por detrás de uma palavra ou texto são frequentemente negligenciados nas crianças que aprendem a ler, especialmente se não têm dificuldade em descodificar os caracteres alfabéticos e fonéticos.

Segundo Wolf, muitas crianças desenvolvem, nessa altura, dificuldades de leitura que não as deixam ser leitores proficientes mais tarde. Não conseguem compreender os sentidos ocultos da linguagem, as alegorias ou, até, submergirem-se completamente na trama de uma narrativa mas, como são vistas como capazes no acto de ler, pois que descodificam os signos, não são levadas a desenvolver o seu 'cérebro leitor' mais longe - ficam com uma barreira entre o acto físico e o acto psicológico da leitura.

Se não somos influenciados pelos primeiros cuidadores ou professores a ir mais além nas capacidades de leitura, enquanto crianças, podemos ficar bloqueados. Ler, como muitas coisas na vida, desnvolve-se através do hábito. Se o leitor é uma amante da leitura ou se considera um leitor voraz, o mais certo é ter tido alguém que o ensinou, enquanto novo, a apreciá-la - alguém que lhe ensinou os muitos mundos que se escondem atrás das palavras.

Em, Reader Come Home, Wolf escreve em forma de cartas para os futuros leitores, cientistas e escritores, à maneira de Italo Calvino em Seis Propostas para o Próximo Milénio. Explora os desafios que os futuros leitores poderão encontrar devido ao volume de informação disponível no mundo digital. Especula acerca do futuro evolutivo no que respeita ao pensamento crítico e imaginação, sendo a concentração (ou a falta dela), o primeiro passo.

Se muitos mais governos e sistemas escolares se focassem em combinar a base científica à leitura e o pensamento filosófico ao seu ensino, teríamos uma sociedade com uma compreensão muito melhor da curva de aprendizagem de cada indivíduo.

(excertos - tradução minha)