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May 27, 2023

Um pai entrou na escola e foi bater no filho

 


O pai da criança entrou na escola e em frente aos colegas agrediu o filho no interior da escola. De imediato foram acionadas medidas de proteção da criança e o próprio diretor do Agrupamento de Escolas do Viseu, Rui Cardoso, tentou acalmar a situação, acabando mesmo por escorregar no meio de toda a confusão.


Não vou comentar a violência, física e psicológica que é um pai bater num filho e logo em frente dos colegas porque isso já foi muito comentado. Aqui o que reparo é que o pai entrou na escola. Isto é cada vez mais comum dado haver pouquíssimos funcionários. Já aconteceu na minha escola, várias vezes e sei por colegas que acontece cada vez com mais frequência nas suas escolas. Se uma escola devia ter 50 funcionários e tem 20 ou se devia ter 20 e tem 7, é evidente que esses 20 ou esses 7 têm de fazer várias tarefas em cada dia, como por exemplo, estar ao portão a controlar quem entra e de, repente, ter que ir para a recepção atender chamadas porque a funcionária da recepção teve que ir para a papelaria vender senhas para o refeitório porque não há lá ninguém.

É a situação da escola pública. Mas o primeiro-ministro, em vez de fazer o seu trabalho, faz palestras a aconselhar os governos à competência com vista à melhoria da vida do povo. Parece uma rábula, mas não é.

January 21, 2023

Desmantelamento



É difícil levar a cabo o plano de recuperação da pandemia porque não há professores. Tenho alunos que precisam de apoio a Matemática, mas não há professores. Os que há estão com o seu horário já completo com turmas e os apoios, que são aulas de explicações, não são considerados tempos de lecionação - foi mais uma medida para embaratecer o trabalho dos professores: punha-se os professores a dar explicações, que são aulas intensivas dadas a grupos reduzidos de alunos (que obrigam a um plano próprio, diferente do das aulas a turmas inteiras), mas não era preciso pagar-lhes porque não são considerados aulas. 

Foi uma esperteza saloia inventada pelo Crato (acho que é do tempo dele) para nos pôr a trabalhar mais ganhando o mesmo, ou seja, menos. Porque um professor tem, a partir de certa idade, alguma redução do número de horas lectivas porque não se aguenta fisicamente ter o mesmo numero de turmas aos 50 ou 55 anos que se tinha aos 25. Pois ele inventou uma maneira de anular essa redução que foi considerar as explicações/apoios como não letivas; então, a cada professor que tivesse redução de uma turma, por exemplo, era-lhe atribuído o mesmo tempo em leccionação de explicações, o que anulava o objectivo da redução. 
Tudo é feito para encher-nos de trabalho ganhando menos. Por exemplo, como os técnicos das secretarias são cada vez menos (e a maioria está lá com contrato de um ano e quando começa a perceber do assunto tem que ir embora) e acabam por ser 3 ou 4 a fazer todo o trabalho de processamento de documentos e legislação de, por exemplo, 1500 alunos, 150 professores e 20 operacionais, parte do trabalho burocrático das secretarias, como os processos dos alunos, passou para os professores - somos uma espécie de caixote para onde se atira todo o trabalho. 
Outro exemplo: de repente, a meio do 1º período, quando estamos na altura de fazer avaliações e de haver reuniões intercalares em horário pós-laboral, com todo o trabalho que estas coisas implicam, vem uma nota do ME a mandar que cada director de turma preencha numa plataforma os dados completos de todos os alunos, a profissão dos pais, quando foi a última vez que comeram pizza e o diabo a nove, com prazo de entrega de uma semana. É prioritário e passa à frente do trabalho todo. Uma semana! Quer dizer, é a total falta de respeito pelo nosso trabalho. Somos empregados do INE e de cada vez que alguém quer dados diz, 'epá, põe aí os teus professores a fazer este levantamento de dados' para nós. Podia estar aqui a dar exemplos destes até ao fim do dia.

Mas enfim, voltando à vaca fria, agora não há professores de algumas disciplinas, como matemática e os que há estão cheios de turmas e não têm tempo no horário para apoios ao estudo. 

No entanto, uma fulana qualquer chamada, Leonete Botelho, editora do Público, dizia na semana passada na TV que os professores são estúpidos  ['os professores deviam ser inteligentes'] porque estão a deslaçar a sociedade. Hoje uma outra no mesmo jornal tem um artigo chamado, 'A Guerra dos Professores', como se estivéssemos a fazer guerra. É uma vergonha. Todos os dias temos que ouvir um qualquer a chamar-nos estúpidos, ignorantes, atrasados, calões, faltistas, retrógrados, deslaçadores da sociedade. E para quê? Para nos manterem mal pagos, domesticados e calados. E para quê? Para imporem à escola as suas ideologias sem contraditório e sem vigilância.

De facto, não são os 25 mil milhões entregues a corruptos e os casos diários de corrupção, desvio de fundos, favorecimento de amigos, intromissão na justiça, etc. que deslaça a sociedade. Não, somos nós professores que lutamos por justiça e pela sobrevivência da escola pública.

De facto, é o desmantelamento da escola pública de qualidade feito através da destruição dos professores.



O Desmantelamento

Margarida Balseiro Lopes

O país assistiu nas últimas semanas a inúmeros protestos no setor da Educação. Do Norte ao Sul do país, professores, mas não só, têm reclamado melhores condições para o exercício pleno e dedicado da sua profissão.

A progressão na carreira, os baixos salários, o modelo de avaliação, a elevada burocracia, as colocações a centenas de quilómetros de casa e a instabilidade na profissão são algumas das reivindicações da classe docente. Milhares de professores sentem-se cansados, pouco valorizados e desiludidos com a forma como têm desempenhado a sua profissão. Porém, o problema é bem maior neste setor.

Recorde-se que o ano letivo começou com mais de 60 mil alunos sem professor a, pelo menos, uma disciplina. Este é um problema que se junta a um outro decorrente da pandemia. As aprendizagens perdidas durante os sucessivos confinamentos e fechos das escolas levaram à criação de um plano de recuperação, cuja execução tem deixado muito a desejar. 

Na prática, o que se acentuou nos últimos anos foi uma crescente desigualdade entre os alunos de famílias mais vulneráveis e os alunos cujos pais têm condições para lhes proporcionar outro tipo de acompanhamento. É, portanto, mais uma machadada na capacidade de a educação ser verdadeiramente um elevador social. Infelizmente não é, e a realidade tende a piorar.
Recorde-se que muitas das mexidas e alterações promovidas neste setor vão no sentido de reduzir a exigência e promover uma cultura de facilitismo que é inimiga de uma Escola de qualidade e exigência. Ainda por estes dias, líamos com muita preocupação o parecer da Sociedade Portuguesa de Matemática sobre as propostas de alteração ao currículo no Ensino Secundário homologadas a 13 de janeiro pelo ministério. O parecer é verdadeiramente demolidor: a Sociedade Portuguesa de Matemática acusa o Ministério da Educação de atirar a aprendizagem da Matemática no Ensino Secundário para "mínimos históricos inexplicáveis", apontando "múltiplos e graves problemas" às aprendizagens essenciais homologadas. A resposta de muitas famílias tem sido o recurso a instituições privadas de ensino, o que é, apenas, mais um sinal do desmantelamento da Escola Pública promovido pelo Partido Socialista.

Estes experimentalismos, a juntar ao clima de insatisfação e instabilidade vivido nas escolas, marcado por sucessivas greves e manifestações, têm custos para o sistema educativo e para o futuro de milhares de crianças e jovens e respetivas famílias.

January 11, 2023

Quando o primeiro-ministro pensa que somos todos parvos como os amanuenses do partido dele

 


“Há erro de perceção.” Costa esclarece que autarquias não vão contratar professores

O primeiro-ministro, António Costa, esclareceu esta terça-feira que não vão ser as câmaras a contratar professores, mas os agrupamentos escolares, admitindo haver “algum erro de perceção”.


Pela escola pública

 


Pela escola pública

 


Carta de uma Mãe à CONFAP

por arlindovsky

Exma. Senhora Presidente do Conselho Executivo da CONFAP 

Sou mãe e encarregada de educação de uma criança a frequentar o ensino público português e nessa qualidade venho demonstrar o meu total desagrado perante a notícia publicada no dia 10 de janeiro, ontem, no JN, cujo título é “Pais pedem ao Governo que decrete serviços mínimos devido à greve nas escolas”. Abaixo na mesma notícia pode ler-se “No comunicado enviado ao Ministério da Educação esta terça-feira, a CONFAP questiona se a tutela averiguou a legalidade dos protestos a qualquer hora e por tempo indeterminado.

No fim da mesma notícia, embora em tom mais fofinho e menos perentório, entendem que está na hora de se repensar a escola pública, que a mesma é o pilar da sociedade, que é preciso acarinhar os professores. Mas isto é pouco, muito pouco, digo eu!!

Vamos então por partes. Em primeiro lugar quero dizer que a mim e ao pai do meu educando não representam. Nunca nos contactaram para nada, para saber da nossa opinião relativa a assuntos sobre os quais se pronunciam em nome dos “pais”. Fazemos parte da Associação de Pais da Escola do nosso educando, vamos às reuniões convocadas e nunca foi discutido qualquer assunto relativo à diminuição de investimento na Escola Pública, que se sente há muitos anos, sejam a falta de Assistentes Operacionais, Psicólogos, Professores, falta de material, falta de aquecimento, a pouca qualidade das refeições escolares desde que passaram para a alçada de Empresas. 

Em boa verdade, constato com tristeza, que alguns pais não se preocupam com estas questões. Ainda não terão os Pais e Encarregados de Educação deste país percebido que há por cá dinheiro para indeminizações milionárias, injeções de dinheiro aqui e ali, subsídios de deslocação para deputados, magistrados, médicos (e todos auferem de vencimentos superiores ao dos professores) e não há para os docentes?! Para os docentes que me estão a apoiar nesta tarefa hercúlea que é educar o meu filho, além de lhe transmitir conhecimentos para que possa construir um futuro sólido e fazer opções conscientes. É para mim deprimente ligar a televisão e ver que todos os dias à novos casos de corrupção que envolvem aqueles que governam o país e um quantos milhões de euros. Milhões de euros que são sonegados à Educação, à Saúde, à Segurança dos Portugueses. 

Pago impostos, como muitos portugueses e como mãe EXIJO que parte desse dinheiro seja investido na Escola Pública, para que o meu filho tenha acesso a um ensino de qualidade, tal como está escrito na Constituição da Republica Portuguesa. Este direito está a ser sobejamente negado aos nossos filhos. Se a escola serve apenas para guardar as nossas crianças, então muitas ficam melhor ao cargo dos avós. Não é essa a função da escola e não é essa a escola que quero para o meu filho. Um ensino de qualidade não depende só do investimento económico, é necessário focar nas aprendizagens, deixar de lado projetos e projetinhos que desviam a atenção daquilo que é essencial e que consomem energia dos nossos filhos e dos professores. 

Como mãe EXIJO também que o Ministro da Educação se pronuncie sobre os muitos casos de violência que grassam nas escolas. Pronunciar-se não é proferir meia dúzia de palavras vãs, é agir, é proteger as vítimas e é punir de forma exemplar os agressores. É legislar de forma audaz e clara, para que não haja dúvidas e para que estes processos sejam de rápida resolução. 

As sucessivas políticas educativas têm levado a um clima de impunidade nas Escolas. Os alunos que não fazem o suficiente, que causam distúrbios, que impedem os outros de aprender são agraciados com a transição para o ano letivo seguinte, tal como os alunos que são dedicados e bem comportados. Os professores são “quase obrigados” a passar os alunos e nós pais sabemos bem disso! Há neste processo um claro desrespeito pelo trabalho e empenho dos professores e pelo trabalho e empenho daqueles alunos que são comprometidos e responsáveis com a vida escolar. Estarão os sucessivos governos a patrocinar, escudados pela Escola Pública, o retrocesso da nossa sociedade? Com que finalidade?

Em segundo lugar, considero de muito mau tom questionar a legalidade desta greve, da forma como está a ser implementada, como se fosse esta a primeira classe profissional a fazer greve por tempos. Como mãe demarco-me da posição que a CONFAP tomou publicamente afirmando que representa os pais. A mim não representa também neste aspeto. 

Os professores não são acéfalos, nem desinformados, nem distraídos como uns quantos têm feito passar nos últimos tempos. Os professores sabem ler e interpretar e sabem agir de acordo com os normativos legais vigentes em Portugal. Ou será que os professores também não estão protegidos pela Lei que protege todos os outros cidadãos e classes profissionais? Porque se continuam a tratar os professores como criminosos, que não cumprem a Lei? A sério que a CONFAP “insiste que todos os professores e profissionais das escolas devem ser tratados com carinho (…) para serem profissionais felizes”? Há aqui algo de contraditório? Desconfiar da legalidade da sua luta e reivindicações é acarinhar?

Terceiro ponto. Na mesma notícia é referida a preocupação dos pais para com recuperação das aprendizagens e a preparação de exames. Eu também estou preocupada com estas questões, mas já ando preocupada com esta situação há muito tempo. Quantos alunos estão, neste momento, sem professor pelo menos a uma disciplina porque não há professores para colocar?? Quantas pessoas, licenciadas é certo, estão neste momento a lecionar, nas escolas portuguesas, sem habilitação para a docência? Volto a dizer, se a escola serve apenas para guardar os nossos filhos enquanto vamos trabalhar, então quero que o meu fique em casa com os avós! A

CONFAP já pediu ao Ministério da Educação para acabar de vez com essa tramóia dos horários incompletos, contados à hora, que só acontece com estes profissionais e que é um dos grandes motivos para que muitos alunos não tenham professores a uma ou mais disciplinas durante longos períodos de tempo? Já pediu, a CONFAP, ao Ministério da Educação para acabar com os horários temporários definitivamente, como aconteceu no final do ano letivo anterior, para tentar minorar este problema gravíssimo? Alguém acredita que um professor, a desempenhar outra atividade profissional, vai demitir-se para aceitar um horário com duração previsível de 30 dias? 

Nesta questão dos horários incompletos e/ou temporários chamo a atenção para o facto de as escolas estarem cheias de crianças e adolescentes com ritmos de aprendizagem diferentes, que precisam de um acompanhamento diferenciado e individualizado (não apenas no papel. Precisam de trabalhar individualmente com um professor, pelo menos algumas horas por semana.). Já pensamos, nós pais, a mais-valia que estes professores representariam para os nossos filhos se lhes fossem completados os horários ou ficando na escola o ano inteiro, mesmo quando o docente que estavam inicialmente a substituir, se apresente? O que ganhariam os nossos filhos em apoios e desdobramentos de turma?! 

O maior problema deste problema é que vai agravar-se muito a cada ano que passe. Os estudos estão feitos. Entre 60% a 70% dos professores vai atingir a idade de reforma nos próximos anos. Quem não está a dar a devida importância a este assunto, quem é? Quem é que andará a assobiar para o lado e a tentar enganar a opinião pública com a promessa de medidas que não vão resolver o problema, mas sim agravá-lo? Com as medidas que o ME quer impor, vai afastar ainda mais professores da profissão. Por falar em medidas, aconselho a leitura e divulgação da Resolução nº 123/2022 do Conselho de Ministros, de 14 de Dezembro só para tirar as teimas sobre quem anda a mentir aos professores e a nós todos, Cidadãos Portugueses.

Por último, quero deixar um desafio à CONFAP. Para quando uma grande manifestação de Pais e Encarregados de Educação com a exigência de uma Escola Pública com a qualidade e segurança que os nossos filhos merecem e para a qual contribuímos por via dos nossos impostos. A exigência é para ser feita ao Ministério da Educação e ao Governo, é nas mãos deles que está o poder de mudar e nas nossas o poder de os fazer mudar! O povo não se pode manifestar apenas de 4 em 4 anos. Quero ainda dizer que a qualidade só será devolvida à Escola Pública quando Pais/ Encarregados de Educação e Professores se colocarem lado a lado e isolarem o Ministério da Educação. Caso não o façamos com brevidade, os nossos filhos estarão privados de um direito fundamental e as consequências vão aparecer mais cedo ou mais tarde, pela vida fora.

Com os meus melhores cumprimentos,

Mãe


Pela escola pública

 


Carta Aberta pela Escola Pública

Como trabalhadores, de vários quadrantes e formações distintas, consideramos que a escola pública deve ser de excelente qualidade e para todos.

A degradação a que temos assistido – pese embora, nós trabalhadores, seja de que área for, pagarmos cada vez mais impostos –, tem levado muitos daqueles que ainda podem a estratégias como o recurso a explicações privadas, auxiliarem os filhos no fim de um dia de trabalho intenso, colégios privados e ATLs e centros de estudo.

Crianças e jovens a quem deveria estar garantido um ensino excelente numa parte do dia, para poderem também brincar e socializar, são obrigadas a prolongar o dia de estudo. As cada vez mais deficientes condições de trabalho impostas aos professores contribuem não só para que os alunos fiquem 8 horas na escola, mas também para deficiências na aquisição de conhecimentos essenciais e para a degradação óbvia e geral de um serviço – a educação pública, gratuita e de qualidade – constitucionalmente garantido, que pagamos, mas a que perdemos acesso.

Muitos dos nossos filhos abandonam (mesmo que passem administrativamente) as aprendizagens científicas, filosóficas e artísticas, desistem de ser mais, de sonhar, de conquistar saberes que deveriam ser de acesso democrático a todos, trocando-os por cursos sem valor, de formação medíocre, ou por um ensino, dito profissional, que leva os nossos filhos para profissões mal qualificadas e mal pagas e os aparta do acesso ao saber humanizado.

Temos consciência de que não existe boa escola pública sem segurança e qualidade de trabalho dos professores e, por isso, dia 14 marchamos ao seu lado, ao lado dos professores e funcionários das escolas, pela segurança na contratação, escolha livre da escola e lugar onde pretendem trabalhar, acesso a uma carreira que lhes forneça sentido de percurso, justiça sem avaliações “falsas” que apenas pretendem cortar a progressão e que hoje são comuns a todos os trabalhadores, em sistemas de trabalho antidemocráticos, de gestão tóxica e autoritária, que a todos nós desmotiva e mesmo desgasta e adoece, como é frequente no caso dos professores.

É urgente que os nossos impostos sirvam para pagar salários dignos que lhes permitam uma vida com qualidade. Não toleramos assistir ao pagamento obsceno de gestores da res publica ao mesmo tempo que se paga vergonhosamente mal aos professores, uma profissão essencial.

Temos, finalmente, consciência, que os problemas da escola não se resolvem só na escola. Sem trabalho digno e seguro para os nossos filhos e netos, impedindo-os de ter acesso a uma vida independente, casa própria, vida conjugal e afectiva livre, qualidade na alimentação e no lazer, o resultado é a crescente dependência familiar ou a emigração e eles deixarem de ver sentido na escola.

Por isso lutamos ao lado dos professores, e marcharemos com eles no dia 14 de Janeiro em Lisboa (Marquês de Pombal), às 14h, por um país que invista na riqueza social, na democracia, na qualidade de vida, com salários decentes.

Anabela Mendes, professora aposentada da ESBAL

António Baptista Lopes, Editor

António Carlos Cortez, professor, poeta, ensaísta

António Galopim de Carvalho, Geólogo

António Garcia Pereira, advogado e professor associado aposentado

António Pinho Vargas, compositor e professor aposentado da ESML

Cláudia Biscaya Fraga, Professora aposentada

Eduardo Rêgo, Professor aposentado matemática, FCUP

Elisa Costa Pinto, Professora

Elísio Summavielle, gestor cultural

Fabiane Santana Previtali, professora titular da Universidade Federal de Uberlândia – UFU/Brasil

Filomena Oliveira, dramaturga, escritora

João Areosa, professor Instituo Politécnico de Setúbal

João Reis, operário da AutoEuropa

Joel Neto, escritor

José António Antunes, Médico

José Fanha, poeta Manuela Gonzaga, escritora, jornalista

João Pascoal, Mudar Bancários

Maria Cantinho, professora, filósofa

Miguel Real, ensaísta, escritor

Pamela Peres Cabreira, professora, historiadora

Raquel Varela, historiadora, professora FCSH/UNL

Roberto della Santa, professor auxiliar convidado Uni Aveiro, investigador

Rita Garcia Pereira, advogada e docente universitária

Victor Pinto , Linguista , Porto

Pedro Vicente, arquitecto

José Santana Henriques, activista sindical CGTP

Adriano Zilhão, economista

Mário Tomé, coronel e capitão da revolução de Abril

José Casimiro, activista sindical e laboral, Solidários

Isabel Roque – Investigadora CES-UC e activista social

Isabel Louçã, professora aposentada

Fernando Bessa, professor

Carlos Marques, activista social, Solidários

Nuno Geraldes, dirigente sindical do STCC

Sindicato dos Trabalhadores do Sector Automóvel (STASA)

Sindicato dos Trabalhadores dos Call Centers (STCC)

(www.arlindovsky)


July 20, 2020

Porque é que ninguém já compra jornais? Porque os jornalistas são microfones dos governos e para isso já basta a porcaria da TV



A decisão das escolas da Galiza (mais abaixo) é uma resposta aos sicofantas que pululam no jornal do governo e escrevem artigos à medida dos trumpistas do regime, como este: A banhos com a realidade - Muitos pais acham que o risco é aceitável perante o dano que é ficar em casa. Será que os professores não conseguem o mesmo? David Pontes

Muitos políticos achavam aceitável o risco com o BES... os jornalistas também achavam... vê-se no que deu o seu achismo...  muitos pais e articulistas acham aceitável o risco porque não trabalham nas escolas e nem sequer percebem os riscos. 

Penso que todos os professores, mais que estes articulistas que não sabem nada de educação, a não ser o que lêem nos jornais, nem académica nem empiricamente, percebem os riscos de os alunos ficarem em casa e querem regressar às escolas. Não querem é fazê-lo com o governo a recusar-se a promover e custear condições de segurança mínimas: recusam desdobrar as turmas para que se possam cumprir as distâncias mínimas entre alunos e entre eles e o professor, desencontrar horários, não dizem quem vai pagar as máscaras e viseiras (ou é do nosso salário congelado há 10 anos que vamos pagar 100 euros por mês, como pagámos a internet e os equipamentos informáticos no 3º período?), não dizem se vai haver pessoal nas escolas em quantidade para assegurar a desinfecção dos espaços, etc.

O contrato de professor não é um contrato de soldado e até esses, que se alistam para a guerra aceitando o risco de morte como parte do seu trabalho, têm armas para se defenderem. Não vão para o trabalho desarmados e à sorte, que é o que nos estão a pedir. E porque nos pedem isto? Para não gastar dinheiro com a educação. Há sempre dinheiro para muita coisa mas nunca para a escola pública. 

Porque é que não tenho respeito nenhum por este articulista ignorante? Porque em vez de chamar cobardes aos professores, que é o que está a fazer, podia usar o espaço de um jornal nacional para chamar a atenção para a falta de condições das escolas e para o facto de governos sucessivos desprezarem a educação e a usarem apenas para poupar dinheiro e cozinhar tabelas de sucesso. Mas para isso era preciso haver substância entre as duas orelhas.


Na Galiza:

Directivos de colegios públicos rechazan el protocolo de la Xunta contra el covid por falta de medios

La dotación de medios económicos y de personal que establece a Consellería de Educación en el protocolo contra el covid-19 para el inicio del próximo curso escolar «é nula». El colectivo que aglutina a los equipos directivos de los colegios de enseñanza pública (Fegadicep) ha mostrado su rechazo a las medidas presentadas y de aplicación desde septiembre porque, junto a las deficiencias presupuestarias y de personal, entiende que la Administración gallega «trata de derivar as responsabilidades aos equipos directivos e ao profesorado».

Fegadicep se refiere a que los docentes comenzarán la actividad educativa sin que se concreten las dotaciones necesarias en lo que se refiere a las medidas de protección que recomiendan tanto el Ministerio de Sanidad como la OMS. El protocolo aconseja el uso de mascarillas e incluso pantallas protectoras, pero no se especifica si habrá remuneración para ello.

Otro aspecto que preocupa a los directivos se refiere al cumplimiento de las medidas de higiene. El documento, aseguran, no concreta si habrá asignación de personal específico para ello. Se trata, insisten, de un servicio que, en los centros de infantil y primaria prestan los ayuntamientos, que son los que contratan estos servicios. Se preguntan si van a ser las propias empresas quienes amplíen sus plantillas para limpiar los aseos tres veces al día o si, por el contrario, será el profesorado quien deba encargarse de ello. Un extra que hay que planificar también en el caso de que se detectase algún alumno o trabajador con síntomas de haber contraído el coronavirus. «Preténdese que sexa o profesorado quen limpe os espazos e material utilizado polo alumnado? Quen realiza a tarefa de limpeza do material?», se preguntan.

Tampoco se podrá cumplir la normativa en materia de distancia de seguridad en las aulas para infantil y primaria. Argumentan que las clases no tienen capacidad suficiente para separa los pupitres o para albergar a los niños de la primera etapa educativa, pues, en este caso comparten mesas comunes, sostiene Fegadicep.

La falta de renovación de equipos informáticos ya obsoletos impedirán, en el caso de que hubiese que poner en práctica de nuevo la formación telemática, que los docentes puedan normalizar esta modalidad porque, insiste el colectivo, ya han tenido que afrontarlo con medios propios.

Además, recuerdan que mantener el servicio de comedor implicaría más colaboradores y servicio de limpieza extra habida cuenta de que habría que desdoblar más turnos para los comensales. Tampoco creen operativo el transporte escolar, ya que es compartido por alumnado de distintas etapas y no resultará factible mantener las distancias de seguridad necesarias.

En definitiva, los equipos directivos integrados en la asociación, entienden que el protocolo presentado por la consellería «denota o descoñecemento do funcionamento interno dos centros e pretende desenvolver o vindeiro curso con total normalidade e a custe cero primando a función conciliadora dos centros educativos», por lo que de iniciarse la actividad académica en estas condiciones será, a su juicio, inviable en muchos casos, y «verase minimizada».

November 21, 2019

A insanidade dos poderes da escola pública




Falo no meu caso mas é idêntico a milhares deles. Estamos na altura de maior trabalho do período. Estou a fazer avaliações orais ao 12º ano e já tenho a parte escrita dos trabalhos no mail para corrigir. Para a semana tenho testes para fazer a três turmas do 10º ano. São testes só de exercícios lógicos de modo que tenho que fazer versões diferentes, duas para cada turma, o que equivale a fazer seis testes para três turmas. O programa é novo e o livro do 10º ano não tem toda esta matéria da Lógica de modo que tenho estado a fazer o material de apoio ao estudo com fichas de exercícios o que me leva horas de trabalho. Como se isto não bastasse, o tempo legal para as DTs não chega, nem de perto nem de longe para todos os problemas que surgem. Hoje, na hora e meia dedicada ao trabalho para a DT, respondi a uma email de uma mãe com uma queixa, telefonei para duas encarregadas de educação sobre problemas dos respectivos filhos, fui à secretaria tratar de um processo, escrevi duas cartas para encarregados de educação e justifiquei as faltas de três alunos. O resto, que são cerca de 12 tarefas, 4 delas urgentes, ficou por fazer. No meio deste volume de trabalho deram-nos, há uma semana, umas fichas de actualização de dados pormenorizadas, para entregar aos encarregados de educação, para que preencham e devolvam, para nós, DTs, introduzirmos todos os os dados dessas fichas numa plataforma (ordens do ME, ao que me disseram), o que leva dias e dias seguidos a fazer, não fazendo mais coisa alguma.  Para fazer até ao fim do mês. Há meia dúzia de computadores para todos fazermos isto a um milhar e meio de alunos depois de eles se lembrarem de trazer as fichas preenchidas... é a insanidade total. Mas é suposto abandonar o trabalho com os alunos, não fazer avaliações, não tratar dos problemas reais dos alunos, ignorar os pais, não fazer fichas nem testes, para nos sentarmos dias seguidos a uma secretária a introduzir dados numa plataforma como se fossemos trabalhadores administrativos???
Mas está tudo louco??