UCP - aceitar alunos, filhos do dinheiro, melhora a universidade?

 

JMT dá como facto assente e a partir do qual argumenta, neste artigo que escreve no Público, que as universidades que aceitam filhos de multimilionários, pelo dinheiro destes -dá o exemplo da universidade de Harvard- tornam-se universidades de topo. A questão é: de que topo está ele a falar?

Trump, por exemplo, gaba-se de ter-se formado em Harvard (para onde entrou por via do dinheiro do pai) e foi presidente dos EUA. Trump é um exemplo do topo de que fala JMT? A quantidade de Trumps formados em Harvard que foram parar a conselhos de administração de empresas e bancos dos papás e que foram os conselheiros que levaram à crise financeira de 2008 e seguintes não é segredo para ninguém. É deste topo que fala? 

Hoje-em-dia, quem lê artigos nos jornais e revistas dos EUA sabe que as críticas ao modo de escolha e entrada dos alunos -esse mesmo método que beneficia e privilegia os filhos dos multimilionários- já são feitas às claras e não por socialistas, digamos assim. Tem havido processos em tribunal devido a que apenas um terço dos que entram o fazem por mérito com os resultados dos exames e do currículo escolar - os outros entram todos pela porta do cavalo. Porém, no fim, todos exibem um diploma de Harvard igual, como prova do seu suposto mérito e não aparece escrito no diploma, 'formado em Harvard devido ao dinheiro da família ou devido ao pai ser senador ou pertencer ao conselho de administração da empresa ou banco tal'. 

As universidades de elite, para continuarem a ser de elite, têm de ter predominantemente, filhos da classe da elite...  uma educação de elite é, salvo as devidas excepções, uma credencial de classe. Não digo que isto seja ilegal, mas não é lá muito democrático. Portanto, esses rios de dinheiro dos multimilionários têm servido para melhorar o quê, ao certo? A universidade ou a vida dos do topo?

What is most depressing about the latest conversation about university admissions is that it ignores all that is best about the university: its primary and most important function as a place of learning, insulated if not divorced from the profit motive. ~Richard Ford

Já agora, porque é que a UCP é considerada de utilidade pública?

- dos estatutos da UCP:

2. A UCP constitui, nos termos da lei, uma pessoa colectiva de utilidade pública, com capacidade para adquirir, alienar, contratar e estar em juízo.

O problema deste país

... é isto: todos os cargos são, praticamente, ganhos por cunha, por favores partidários, pagamento de favores e manter os do partido distribuídos pelos cargos que importam, em vez de serem ganhos por mérito.

Costa dá ordem para defender Centeno. Bloco será decisivo

Socialistas preparam obstáculos para evitar lei anti-Centeno na AR. E para lhe abrir caminho para o BdP. BE deixa em aberto.

O caminho de Mário Centeno para o Banco de Portugal terá um primeiro confronto no Parlamento já esta semana: de um lado, a direita quer travar a nomeação com uma nova lei (proposta pelo PAN e o PEV), do outro o PS conta com a esquerda para travar o impedimento. A ordem veio de cima, indicando que António Costa pode mesmo estar a pensar no nome do futuro ex-ministro para o cargo de governador do BdP.

Dantes havia a democracia. Agora há a cunhocracia.

 Vi um vídeo onde o príncipe Harry mete uma cunha para a mulher, Meghan. Foi ao CEO da Disney Bob Ige.

Também vi este vídeo. Fiquei chocada. Não estamos habituados a ver os filhos da realeza a pedir favores para ganharem dinheiro. Vê-se o filho da rainha, em fuga de Inglaterra por causa da mulher odiar os ingleses por não a amarem da maneira hollyoodesca que queria, com o maior dos descaramentos, a pedir ao CEO da Disney, que empregue a mulher. De início, vê-se no vídeo, ele nem percebe que o comentário do príncipe acerca da mulher ser boa a dobrar vozes é uma cunha. Também não está habituado a ver os filhos da realeza a pedir favores pessoais para ganhar dinheiro. Só quando o príncipe insiste é que ele percebe. E é isto o primismo. É assim que o mundo está no estado em que está. Dantes existia a democracia, agora existe a cunhocracia primista. Sempre existiram cunhas, sim, mas também havia o reconhecimento do mérito de pessoas alheias à família e amigos. Agora isso é mais raro que que um camelo a passar no buraco da agulha. E é assim que as coisas se fazem.