September 20, 2021

Quando os países se comportam como judas para os amigos




Esta história é sobre poder e dinheiro mas é mais que isso porque estas negociações do AUKUS, como chamam ao acordo entre A Inglaterra, os EUA e a Austrália, duraram meses e durante esses meses em que negociavam, paralelamente, cada um desses países, tinha reuniões com os franceses, algumas sobre os tais submarinos como se estivesse tudo ok. Portanto, foram fazendo um embuste aos franceses, enquanto negociavam o acordo às escondidas deles para que não se apercebessem que estavam a ser enganados. Portanto, isto não é uma mentira por omissão: é uma fraude planeada.

O Presidente Macron chamou os embaixadores franceses em Camberra e Washington, mas não o embaixador inglês porque, "todos sabem que os ingleses não têm palavra".

Isto atinge a França economicamente, mas não atinge só a França politicamente. É um aviso do que os países aliados dos EUA e da Inglaterra -nomeadamente a Europa- devem esperar, daqui em diante, da sua palavra dada em acordos. Parece-me mesmo grave que daqui em diante, de cada vez que um país fizer um acordo com um destes três países esteja inseguro sobre se não estavam a fazer um outro acordo, paralelamente, contra esse país.

Estamos a falar de países que têm, na NATO, que tem um papel de grande relevância na paz mundial, acordos que dependem da confiança mútua. 
Que a Inglaterra dê este passo, espanta menos pois já saíram da UE por egoísmo e fuga às responsabilidades; a Austrália, até certo ponto percebe-se porque é um país inglês. Porém, os EUA, não se percebe. É uma declaração de fraqueza. Aquele que necessita, para ganhar vantagem, de pôr amigos uns contra outros -para além de minar a cooperação e eficiência futuras-, é porque já perdeu o poder que tinha de influenciar sem traições e embustes. O pior é não sabermos se Biden se apercebe, sequer, das consequências a longo prazo, deste passo.

Crise do submarino: o "amor" de Londres por Paris "é indelével", diz Boris Johnson

O primeiro-ministro do Reino Unido está numa viagem aos EUA para tentar restaurar a confiança após terem ajudado os franceses a perder o "contrato do século".
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A declaração surge depois do cancelamento, por parte da França, de uma reunião em Londres, marcada para esta semana.

Foi planeada uma chamada telefónica entre Macron e Biden

A violação deste contrato é considerada "grave" pela diplomacia francesa, que denuncia "mentiras" e uma "quebra de confiança". Na sexta-feira, 17 de Setembro, o Presidente Emmanuel Macron chamou
 os embaixadores franceses em Camberra e Washington, numa atitude sem precedentes.

"O Presidente Biden pediu para falar com o Presidente da República (Emmanuel Macron) e haverá uma chamada telefónica nos próximos dias", disse o porta-voz do governo francês Gabriel Attal. "Queremos explicações" sobre o que "parece ser uma grande quebra de confiança" e também saber "como pretendem sair deste contrato", quais as com "compensação" em jogo, disse ele domingo no BFMTV.


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