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November 05, 2019

Os professores estão sós




Se havia dúvidas o debate do Prós e Contras dissipou-as. 
Desta vez, não foi a apresentadora que falhou.
A começar pela ausência do Ministério da Educação 
da Escola Segura e já agora dos alunos. 
Foi uma oportunidade perdida para assumir um problema 
e começar a delinear propostas para o resolver. A maioria 
esteve em negação, tal como a nossa tutela. 
Como se pode resolver um problema quando se está em 
negação?

Poucos dos intervenientes presentes saíram do 
politicamente correto. 
O programa parecia um concurso de talentosa maioria a “querer” 
mostrar que é muito bom no seu papel. 
O assunto central foi sendo desviado para o lado, conforme o 
umbigo vaidoso de cada um, que queria mostrar que 
era bom, sem nunca pensar na escola e na educação no 
global, mas, apenas o seu jardim pequenino.

Não se percebe porque foram convidados e também 
quem representavam, alguns dos intervenientes que 
estavam nas mesas e pois havia, no público, pessoas 
mais capacitadas para o debate.
Uma diretora super feliz, a mostrar os mecanismos 
que implementou na escola. 
Curiosamente são os mesmos que existem nas outras 
escolas, mas no seu pequeno jardim resultam na perfeição.
O professor do ano, se é que isso existe, por um lado, 
fala-se em colaboração, mas este é mais um 
instrumento de competição. 
Não é este o caminho para a valorização do professor. 
Em meu entender, não há o professor do ano, há 
muitos professores do ano. 
Mas, este, foi o dia de mostrar que é mesmo muito 
bom e já agora, surdo também.
Havia 2 ETs, um com a formula da felicidade e o outro a querer 
mostrar que é tudo bom, mas a usar termos “out”que há muito 
não são utilizados no âmbito da ação do professor. 
Portanto, fora de tempo, porque não percebeu que 
escola mudou.
À exceção de 3 intervenções, o resto resume-se a 
vaidades e querer provar que a violência ou o bullying 
está relacionada com o tipo de aulas.
Já agora porque surge um plano de combate 
bullying senão existe.


Debate muito pobre.

November 04, 2019

A Rodrigues e outros semearam e nós estamos a colher as tempestades





Numa escola, quando me recebiam em grande festa, o alarido escondeu um gesto horrível que só eu vi.
Um professor ainda jovem, tímido e algo frágil, foi surpreendido por um aluno escondido atrás de uma porta que o esmurrou sumariamente. Não é fácil de explicar mas, quando seguia ao meu lado, ouviu o seu nome à passagem, inclinou o rosto para o vão entre a porta e a parede, e só eu, por um ínfimo e inesperado instante, vi o punho voando e ouvi a ameaça clara do miúdo: fodo-lhe o focinho.
(...) Os professores fazem a vida inteira o que poucos de nós aguentariam fazer por uma só hora: estão entre quatro paredes com vinte ou trinta crianças ou jovens tentando que aprendam algo enquanto tudo nos seus corpos, nas suas idades, pede movimento, ruído, enquanto trazem de casa a marca das crises familiares, tantas vezes a fome e a violência. Que alguns professores sequer sobrevivam ao díspar dos alunos já é heroicidade de que se podem gabar.