Não é à toa que Putin foi do KGB.
O mistério dos médicos russos que caíram de janelas
Segundo escreve a CNN, os casos estão a gerar burburinho nas redes sociais, porque os médicos lamentaram-se em público da falta de material de proteção nos hospitais públicos do país. A coincidência está a gerar especulação entre os russos, que não descartam as três hipóteses possíveis: acidentes, suicídios ou crime?
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Russia Misses Lenin and Stalin During COVID-19
WHAT WOULD LENIN DO?
Soviet ideology, which has been making a comeback for years under Vladimir Putin, is now being touted as the answer to a pandemic.
“If you want to end the current crisis and defeat coronavirus,” he proclaimed, “learn from Lenin’s advice—and everything will be alright.” Lenin knew how to mobilize Russians; he knew the power of the state; he won a civil war; and he defeated the scourges of infectious diseases that swept through the country, from plague to typhoid, to smallpox. There are lessons in that history, Zyuganov said.
So Soviet ideology, which has been making a comeback for years under Vladimir Putin, is now being touted as the answer to a pandemic. Soviet sympathizers argue that the totalitarian approach could now be useful in beating COVID-2019. But to make that case requires a very selective reading of the past.
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Esta reverência religiosa que os comunistas têm por um ditador totalitário, um assassino sem escrúpulos, fez-me lembrar as memórias de Bertrand Russell de quando conheceu Lenine.
Sendo um filósofo digno desse nome, logo, uma pessoa inteligente, perspicaz, observadora e com capacidade de objectividade intelectual, percebeu rapidamente quem era Lenine e o que era a sua ideologia.
Ficou estupefacto com a rigidez dogmática doutrinária do comunismo, o zelo com que citavam constantemente Marx como se fosse a palavra da Bíblia Sagrada e, acima de tudo, a crueldade tirânica que estavam dispostos a usar com o povo.
Em 1920 visitou Petrogrado (S. Petersburgo) e Moscovo com uma delegação do partido Trabalhista:
"Fui à Rússia como um comunista mas o contacto com aqueles que não têm nenhumas dúvidas intensificou mil vezes as minhas dúvidas, não como comunista, mas relativamente à sabedoria de acreditar tão fortemente num credo que se está disposto, em seu nome, a infligir a miséria generalizada."
Mais tarde, ainda diria: "Crueldade, pobreza, suspeição, perseguição, constituem o próprio ar que respiramos. As nossas conversas eram constantemente espiadas. No meio da noite ouvíamos tiros e sabíamos que idealistas estavam a ser mortos nas prisões. Havia uma hipócrita pretensão de igualdade e todos eram chamados de 'tovarisch' [camaradas], mas era espantoso o modo diferenciado como este termo era pronunciado, conforme a pessoa a quem era dirigido se tratava de Lenine ou um criado perguiçoso."
Russell teve um encontro de uma hora com Lenine no gabinete dele no Kremlin. Numa entrevista de
John Chandos em 1961, Russell relata os dois traços que, segundo ele, definiam Lenine: a sua rígida ortodoxia e a sua veia de crueldade impiedosa, como mais tarde diria.
Na altura da entrevista, a sua antipatia e ambivalência pelo comunismo soviético e o que em seu nome se fazia na URSS intensificou-se, até que em 1956 escreveu a obra, 'Porque não sou comunista'. (tradução minha)
[emprestei esse livrinho há uns anos a um aluno, que mo pediu para ler e nunca mais o devolveu...]
Em 1920, Bertrand Russell percebeu, em uma hora, quem era o homem, mas passados 100 anos, ainda há quem não tenha percebido e o cite como modelo de resposta social. E isto é ainda mais chocante do que o carácter imoral do indivíduo.
Ando agora a abordar, com as turmas do 10º ano, o problema da ética que inclui a moral. Lenine e as suas acções, são imorais e contrárias a todas as éticas, sejam as intencionalistas, como a de Kant, sejam as consequencialistas, como a de Stuart Mill ou até outras, como as aristotélicas, as estóicas, as epicuristas, etc., que não estudamos.
Não há uma única ética no âmbito da qual ele possa ser considerado, mesmo que tenuamente, como um ser moral. Como é possível que se continue a querer para a política, cuja acção, sem ética, não passa de mercância, de negócio (como vemos bem em alguns líderes actuais) uma imitação de um indidívuo cuja principal característica era justamente a ausência de qualquer princípio ético ou moral?
Na minha modesta maneira de ver, defender a pessoa e as práticas de Lenine e defender o nazismo não são coisas muito distintas a não ser na taxonomia que põe uns para a direita e o outro para a esquerda.