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December 12, 2024

Imigração - um discurso realista



Imigração, segurança social e miopia temporal

José António C. Moreira

Não está em causa a real importância dos imigrantes para o país. Está em causa, sim, a necessidade de definir uma política de imigração que regule o fluxo de entrada de acordo com a capacidade do país para os acolher e integrar

Seja mera perceção dos cidadãos, seja um facto real, a imigração em modo “porta aberta” tornou-se um problema.

Para quem considera que a imigração nos moldes atuais não é um problema, olhe à volta e veja o modo como os imigrantes são (mal)tratados, a começar pelo Estado, incapaz de os regularizar, integrar e proteger; passando pela burocracia que impede que muitos deles vejam reconhecidas as respetivas habilitações académicas, ficando impossibilitados de serem melhor aproveitados e remunerados; a terminar na exploração de que muitos são objeto às mãos de “empresários” nada escrupulosos e de máfias que os introduzem no país. É uma vergonha nacional o tratamento que lhes é propiciado, indigno do que se esperaria de um país do primeiro mundo.

Não está em causa a real importância dos imigrantes para o país. Está em causa, sim, a necessidade de definir uma política de imigração que regule o fluxo de entrada de acordo com a capacidade do país para os acolher e integrar.

Trata-se de um problema onde a ideologia está presente, o que poderá explicar, no todo ou em parte, que sucessivos governos não tenham tido coragem de lançar uma discussão aberta e estruturada do mesmo.

Porém, informalmente, essa discussão tem vindo a ter lugar, de um modo desordenado, servindo apenas para confundir e extremar posições. A título ilustrativo, refira-se o destaque noticioso que as contribuições dos imigrantes para a Segurança Social (SS) têm merecido, aquando da disponibilização das estatísticas periódicas sobre as receitas deste organismo. No que respeita aos jornais, títulos como “Imigrantes deram mais de 1600 milhões de lucro à Segurança Social” e “Segurança Social lucrou 5,2 mil milhões com imigrantes” são, com ligeiras variações, exemplos recorrentes, ao longo dos últimos anos. A mensagem, subliminar, é que uma política de imigração de “porta aberta” não é perniciosa, pois tem a vantagem de encher os cofres da SS. No entanto, são os mesmos meios de comunicação social que se insurgem (e bem) com a falta de integração dos imigrantes, com a exploração de que são vítimas, com as condições degradantes em que muitos vivem nas grandes cidades, seja acampados nos jardins públicos, seja amontoados em espaços habitacionais sem um mínimo de condições.

Mas volte-se ao respetivo contributo para a SS. Muito embora já se tenha ouvido governantes utilizarem-no para defender a imigração, trata-se de um pseudo argumento, que reflete a miopia temporal de quem o utiliza. Mesmo que inconscientemente, o sujeito que o esgrime está a pressupor que a SS não passa de um esquema piramidal, que um dia vai colapsar e deixar de pagar aos contribuintes que entraram por último no sistema, no caso os imigrantes. Não sendo esse o entendimento que se pretende veicular sobre a natureza da SS, o referido argumento cai por terra pois aquilo que os imigrantes descontam hoje ir-lhes-á ser devolvido no futuro, capitalizado, através da atribuição de uma pensão de reforma. Justificar a imigração com as contribuições para a SS não é, pois, argumento sério, muito menos convincente, até porque instila a ideia de que não há fortes e verdadeiras razões para se defender o acolhimento de imigrantes.

Não é necessário fazer grande pesquisa para as encontrar. Basta cada um contar, no seu dia a dia, as vezes em que utiliza serviços que são prestados por imigrantes, serviços que não encontram nacionais que os queiram prestar. Ou seja, uma parte do conforto de que cada cidadão usufrui no presente é devido à existência de imigrantes.

Eles têm um inegável contributo positivo para a nossa vida comum, não diretamente por causa do que descontam para a SS, mas pelo que contribuem para o funcionamento e crescimento do país. Porém, para que possam ser integrados na sociedade, para que possam ser tratados condignamente, como nacionais, é necessário que exista uma verdadeira política de imigração que se afaste dos extremos e reflita a posição da maioria dos cidadãos. Uma política que proporcione uma “porta entreaberta”.

Expresso

September 18, 2024

Imigração nas escolas

 


A escola é um antivírus

Os alunos imigrantes reprovam mais vezes e têm piores notas do que os alunos portugueses nativos. A diferença de percurso escolar entre imigrantes e nativos é evidente desde os primeiros anos de escolarização e acentua-se ao longo da vida escolar, porque essa discrepância dificilmente se atenua mais tarde.

O facto de os primeiros serem reunidos nas mesmas turmas, o que acontece sobretudo na Área Metropolitana de Lisboa, com o argumento da homogeneização do desempenho, é uma medida segregadora e de efeitos perversos. Por todas estas razões, os alunos de diferentes nacionalidades e de origem imigrante têm mais propensão para optarem pelo ensino profissional.

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A escola poderá, de facto, ser um factor de integração de imigrantes no país mas é preciso que se adaptem a esta avalanche de alunos falantes de línguas não portuguesas. 
Neste momento um aluno estrangeiro tem uma disciplina de Português Língua Não Materna (PLNM) duas vezes por semana, como acontece com as outras disciplinas. É muito pouco. 
Serve, por exemplo, para aqueles alunos que são filhos de portugueses que retornam ao país vindos do Canadá ou de um país da UE e que falam mal o português, mas falam e percebem, mas não serve para alunos estrangeiros que falam uma língua diferente. 
Esses deviam ter aulas de PLNM de modo intensivo e estar matriculados a mais duas ou três disciplinas, mais para socializarem e estarem imersos numa contexto onde só ouvem português. Devia haver uma espécie de teste diagnostico para saber se era melhor terem um ano de integração com um currículo diferente ou se podem ser logo incluídos numa turma regular.
Devia haver intérpretes e assistentes culturais nas escolas para os ajudar na integração, mesmo dentro da sala de aula. 
Por exemplo, este ano, uma aluna de uma turma que é moldava -percebe e fala um pouco as línguas eslavas- e que viveu em Londres e fala muito bem o inglês, está sentada ao lado da garota estoniana que chegou há um mês a Portugal. Essa aluna vai traduzindo o que digo à colega, mas isto não é bom para ela que devia estar a fazer o seu trabalho. Este trabalho devia ser feito por assistentes e intérpretes culturais.
A escola foi tão depauperada e tornada caótica que nada ajuda. 
Ontem, um colega de Português estava na sala de profs a pesquisar uma formação para fazer este ano e por causa do crescimento dos alunos estrangeiros, andava à procura de uma formação em PLNM, para melhorar as suas competências e poder pegar nessas alunos. Nenhuma  das duas formações que encontrou nessa área é creditada... como é possível, haver tantos alunos a precisar de aulas de PLNM e não haver professores qualificados porque as formações não são creditadas?? 
Há muito a fazer.  De facto estes alunos não podem ser deixados sozinhos numa turma sem mais. Alguns são muito tímidos e não interagem com os colegas, há professores que não falam inglês e há alunos que só falam a sua própria língua.

July 12, 2024

A prevenção é sempre melhor estratégia que a remediação





Nos últimos meses, Timóteo Macedo, dirigente da associação Solidariedade Imigrante (Solim) foi recebendo cada vez mais relatos sobre a dificuldade acrescida dos cidadãos estrangeiros entrarem em Portugal. Dizem-lhe os recém-chegados que, nos aeroportos, na passagem da fronteira, as questões sobre os motivos da viagem e a análise da documentação obrigatória tornaram-se mais intensas e minuciosas. “Piorou muito, tornou-se quase pidesco. Muitos têm sido barrados, principalmente brasileiros, quando surge a dúvida sobre se vêm mesmo em turismo ou para trabalhar.” A descrição é concretizada pelos últimos números policiais oficiais, a que o Expresso teve acesso. Entre janeiro e junho, foi recusada a entrada a 902 estrangeiros, quase o triplo de casos (373) de todo.

Raquel Moleiro in expresso.pt/
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Em vez de deixar entrar toda a gente indiscriminadamente e depois termos problemas como, ministro-brasileiro-admite-que-maior-organizacao-criminosa-do-brasil-possa-estar-em-portugal/ ou problemas sociais devido a imigrantes que vêm para a Europa mas recusam viver segundo princípios de democracia e laicidade, é preferível vigiar com cautela as entradas. Depois, todos os que se deixa entrar, então há que recebê-los e apoiá-los eficazmente, para que possam integrar-se plenamente na sociedade, em vez de os deixar ao deus-dará. A prevenção é sempre melhor estratégia que a remediação.

February 04, 2024

É por estas e por outras que a direita mais extrema é contra os imigrantes

 


Porque a esquerda tem um discurso e uma postura desleixada e indiferente aos problemas das pessoas. A ideologia é que interessa. Como se vê por aqui, a imigração em Espanha está sem controlo e quem pensa que isso não tem importância engana-se redondamente.


November 24, 2023

Dublin, ontem à noite

 

Se os governos e outras instituições não resolvem os problemas sociais a bem, os problemas sociais resolvem os governos e as instituições - a mal.