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March 24, 2021

Falar e dizer nada

 


Uma pessoa lê este artigo à procura de uma resposta ou, pelo menos, uma problematização da questão, pois problematizar é meio caminho andado para solucionar. Afinal, esta senhora é a reitora da universidade católica. Mas o artigo não diz nada a não ser que as Humanidades estão em crise e que é preciso um pacto. Que estão em crise já sabemos e dizê-lo muitas vezes não resolve nada; que as Humanidades ajudam a perceber o presente e projectar o futuro, também já sabemos e dizê-lo muitas vezes, sem mais, não resolve nada. É preciso um pacto? Que pacto? De que natureza, em que termos, qual o funcionamento, entre quem...? Etc., etc., etc. 

Os reitores estão à nora -no sentido literal, estão amarrados a uma nora a andar às voltas, às voltas - e não sabem que fazer. É isso o que percebemos neste artigo.


Cancelem as Humanidades


Isabel Capeloa Gil

Exige-se, afinal, um novo humanismo que combata a inevitabilidade das cruzadas ideológicas e culturais, sem abdicar da inspeção crítica, e assumindo a necessidade constante da reflexão e da compreensão das mudanças sociais. As Humanidades são claramente instrumentais para estruturar um novo pacto de convivialidade que permita no presente projetar a imaginação de um futuro melhor.


June 02, 2020

Manifesto contra o desinvestimento nas humanidades



Martha C. Nussbaum assina um manifesto intenso contra o desinvestimento que a mentalidade que vai prevalecendo por estes dias estabelece relativamente às humanidades, face ao inútil ou não (imediatamente) rentável.

A democracia precisa das humanidades porque em sociedades cada vez mais complexas e plurais conhecer a história do outro, as principais convicções da sua mundividência, a sua cultura, a sua religião/tradição, a sua língua é essencial para sociedades pacificadas (“estão a produzir-se mudanças drásticas naquilo que as sociedades democráticas ensinam aos seus jovens, mas trata-se de mudanças que ainda não se submeteram a uma análise profunda. Sedentos de dinheiro, os estados nacionais e os seus sistemas de educação estão a descartar certas aptidões que são necessárias para manter viva a democracia. Se esta tendência se prolonga, as nações de todo o mundo em breve produzirão gerações inteiras de máquinas utilitárias, em lugar de cidadãos plenos com capacidade de pensar por si próprios, possuir um olhar crítico sobre as tradições e compreender a importância dos sucessos e sofrimentos alheios. O futuro da democracia à escala mundial está preso por um fio”, p.20)