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December 20, 2021

A Ndrangheta portuguesa




Nem a Muito Custo


O caro leitor sabia que anda a pagar fortunas a Estados estrangeiros em coisas ironicamente chamadas SCUT"s - sem custo para o utilizador? Sabia que sustenta essas maquias porque o Estado Português, através de uma casta política corrupta, selou contratos com privados que lucram e lucram enquanto nós nos arruinamos e estamos cada vez mais na cauda da Europa? Sabia que todos esses esquemas persistem? Sabia que não há meios de fiscalização nem tão pouco para fazer justiça mesmo quando as quadrilhas são apanhadas? Sabia que tudo vai continuar na mesma? Ou pior?

Pois é. Esta semana, mais uma prescrição que livrou antigos governantes de responderem em tribunal. Desta vez, num caso de parcerias público privadas (PPP), no qual o Ministério Público constituíra Mário Lino, Teixeira dos Santos e António Mendonça como arguidos, demasiado tarde para agora poder responsabilizá-los por abuso de poder ou corrupção. Passaram 11 anos desde o arranque da investigação.

As PPP são um cancro - assegurou-se aos concessionários privados uma renda garantida, zero risco, que pode ir até aos 18%. De resto, estas concessões a grupos como o Mello, Espírito-Santo ou Mota Engil tornaram-se tão apetecíveis que acabaram por ser vendidas a fundos estrangeiros. Lembre-se que em 2021, o Eurostat atribui às SCUT um valor total de 5 mil milhões de Euros mas o Estado assume encargos futuros de mais de 12 mil milhões.

Sucede que esta prescrição caiu que nem ginjas no Parecer sobre a Conta Geral do Estado de 2020 do Tribunal de Contas onde este aponta a falta de veracidade e o défice de informação sobre as PPP, denunciando também a inconsistência recorrente entre estimativa e execução dos contratos. Trata-se de um capítulo de leitura indigesta - "a avaliação do cumprimento das finalidades essenciais das PPP continua por reportar, a inconsistência recorrente entre estimativa e execução nos encargos líquidos continua por explicar, os factores apontados para a desproporção entre encargos públicos e investimentos privados subsistem por quantificar, a previsão de encargos líquidos futuros continua insuficiente e a previsão de investimentos privados futuros permanece por reportar". Aliás, tudo longe dos padrões nacionais e internacionais, como se indica. E tudo mais de um quarto de século volvido sobre o debute. Mas o que ainda dói mais é que se reconhece que o Ministério das Finanças não dispõe de recursos para identificar o universo de PPP (o que inclui a verificação do cumprimento dos requisitos legais de cada contrato) e menos ainda para assegurar o seu controlo. Pois é - não há meios e também não há estratégia.

E porquê? Bom, muitos ex-governantes passaram da gestão da coisa pública para a gestão das empresas construtoras. E é por isso que, embora se justificasse, plenamente, a extinção dos contratos, tudo tem piorado. No final de 2019 António Costa até alterou a respectiva lei - é o Conselho de Ministros e não os ministros das Finanças e o sectorial a decidir sobre o lançamento de uma nova PPP; o projeto é decidido caso a caso ( mais discricionariedade); e dispensou-se a análise custo-benefício, impossibilitando o escrutínio das contas. Enfim, eis um dos mais poderosos canais de corrupção e de sangria dos cofres públicos. Veio para ficar. Impune.


November 04, 2021

Gosto do termo 'amealhar' neste contexto de lavandaria

 



As famiglias da Ndrangheta à portuguesa.

O presidente da ANTRAL, o tipo dos táxis, tem um filho. O filho era motorista de Rendeiro. Este mesmo motorista comprou um apartamento na Quinta Patino, em Cascais, (onde morava Rendeiro) por 1,1 milhões de euros, cujo usufruto ficou anos depois para a mulher de Rendeiro durante 15 anos, em troca do pagamento de 200 mil euros. 

Entretanto o presidente dos táxis tinha já comprado a Rendeiro, dois anos antes, dois prédios na Rua Silva Carvalho, no centro de Lisboa, por cerca de meio milhão, e ainda dois terrenos no concelho da Murtosa.

Florêncio de Almeida, o presidente dos táxis, mora na Lapa, em Lisboa, com filhos, noras e netos, incluindo o ex-motorista de Rendeiro.


Florêncio Almeida: “Tudo o que comprei foi com o que consegui amealhar”

Presidente da ANTRAL foi alvo de buscas em casa, no escritório e no gabinete. Explica que filho comprou apartamento na Quinta Patino depois de lhe ter doado prédios no centro de Lisboa que comprou a João Rendeiro.

Em causa está o facto de o motorista do banqueiro, filho de Florêncio de Almeida, ter comprado em 2015 um apartamento na Quinta Patino, em Cascais, por 1,1 milhões de euros, cujo usufruto ficou anos depois para a mulher de Rendeiro durante 15 anos, em troca do pagamento de 200 mil euros. O patrão do motorista e a mulher também moravam no mesmo bairro de luxo.

October 23, 2021

O PS é uma grande 'famiglia'

 


Que não atribui nenhum valor ao mérito das pessoas. Como é que um incompetente notório da educação, um ignorante encartado acerca de tudo que diga respeito à educação e um governante sem tino é eleito para um cargo de Alto Nível da educação na UNESCO que depende da ONU? Pois...


Ministro Tiago Brandão Rodrigues integra Comité de Alto Nível da UNESCO

November 20, 2020

A Ndrangheta

 


Os miúdos ainda não nasceram e já têm o destino traçado. Um destino de violência como crianças soldado, primeiro e depois escravos da organização para a vida. Eles, os filhos e os filhos dos filhos. Não há diferença entre isto e a violência radical dos muçulmanos.

Aqui um chefe arrependido da Ndrangheta dá uma entrevista. Em italiano com legendas em francês.

Um excerto:

- tu hai sangue sulle mani? (tens sangue nas mãos?)

- ma certo che ho sangue sulle mani. Non posso negare la verità. (claro que tenho sangue nas mãos. Não posso negar a verdade)