Os filósofos gregos pré-socráticos defendiam que o universo era uma organização, uma ordem, κόσμος (cosmos), surgida de uma desordem, caos, χάος anterior, onde tudo o que existe estava como que numa amálgama indiferenciada, até que um elemento se tenha começado a diferenciar e a originar todos os outros por um processo de transformação/diferenciação. A esse elemento original, que podia ser a água (segundo Tales), o átomo (segundo Demócrito), o infinito (segundo Anaximandro), etc. davam o nome de άρχή «arché».
O «arché» seria o elemento que deveria estar presente em todos os momentos da existência de todas as coisas do mundo.
Um dos pré-socráticos, Diógenes de Apolônia, explicou o raciocínio que levou os filósofos desse período à ideia de «arché»:
- [..] Todas as coisas são diferenciações de uma mesma coisa [de um mesmo princípio] e são a mesma coisa. E isto é evidente. Porque se as coisas que são agora neste mundo (terra, água, ar e fogo e as outras coisas que se manifestam neste mundo), se alguma destas coisas fosse diferente de qualquer outra, (...) diferenciava-se na natureza própria (...) e então as coisas não poderiam, de nenhuma maneira, misturar-se umas às outras, nem fazer bem ou mal umas às outras - nem a planta poderia brotar da terra, nem um animal ou qualquer outra coisa vir à existência, se todas as coisas não fossem compostas de modo a serem as mesmas. Todas as coisas nascem, através de diferenciações, de uma mesma coisa, ora em uma forma, ora em outra, mas retomando sempre a mesma coisa. (Fragmento 2 de Diógenes de Apolônia, OS FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS, GERD A BORNHEIM)
fonte: physicists-multiverse-exists
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