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August 15, 2022

Energia nuclear: andar para trás?

 


Eu não percebo muito deste assunto, mas há questões que não vejo ninguém responder de maneira satisfatória, o que significa, tranquilizante, para os meus receios que, calculo, devem ser partilhados com muita gente:

1. O que fazer aos resíduos? Existe alguma maneira de tratar os resíduos tirando-lhes a perigosidade? Ou vamos continuar a fechá-los em barris que se atiram para o fundo do mar e depois logo se vê? Enterrar nos países africanos para onde se atira todo o lixo que se faz a Norte? Enquanto esta questão não estiver resolvida continuamos a apostar na destruição do futuro.
2. Os riscos de um acidente nuclear podem ser muito baixos mas não são de zero e, na eventualidade de acontecer, os custos são demasiado elevados.
3. As centrais nucleares dependem de outros recursos também em crise o que eleva o risco de problemas. Por exemplo, o rio Loire está em seca profunda. Ora, sete centrais nucleares dependem da água desse mesmo rio para o arrefecimento do núcleo. Este problema e outros do género podem ser evitados, quer dizer, há um plano b para o caso de não haver água suficiente para arrefecer a central?
4. Uma central nuclear é uma espécie de Teatro de Mariupol com um alvo pintado. São uma espécie de bomba atómica parada com um alvo pintado à espera de ser usada contra o próprio organismo. Vejamos, se algum alucinado criminoso como Putin um dia quiser destruir a Europa só precisa de atirar mísseis ou de sabotar as centrais nucleares. Cada uma delas deixaria uma vasta área que até pode ser um país inteiro, se for pequeno, inabitável e inutilizável durante décadas. É um enorme perigo.

Portanto, eu não percebo muito de energia nuclear mas não vejo ninguém responder de maneira que me tranquilize a estas questões.

Na Alemanha há uma mudança de sentimento relativamente à energia atómica

De acordo com um novo inquérito do DER SPIEGEL, três quartos dos alemães querem continuar as operações das restantes centrais nucleares da Alemanha, pondo em causa o tão apregoado plano do país para eliminar gradualmente a energia nuclear. Estará o país prestes a fazer uma inversão de marcha sobre o assunto?

August 06, 2020

Tristes aniversários - Hiroshima e Nagasaki



Hobbes e Locke traçaram um quadro da humanidade vivendo vidas breves, brutas e egoístas. Os seres humanos mantidos juntos por um ténue contrato social de mútuo benefício. 

No dia de hoje em que se assinalam 75 anos passados sobre o bombardeamento de Hiroshima onde morreram mais de 200 mil pessoas quase instantaneamente e Nagasaki (mais 80 mil), esta última porque alguns militares americanos não puderam ir à sessão do dia 6 e quiseram uma matiné só para eles passados 3 dias, esta visão da humanidade parece tristemente inegável. 

Muitos dos que sobreviveram, chamados hibakusha, desenvolveram cancros por causa da radiação espalhada pela bomba. Foram cerca de 500 mil os que morreram de doenças relacionadas pela bomba. Até hoje o Japão foi o único país que sofreu um ataque nuclear.

O pior é que, em vez de estarmos no grau 0 das armas nucleares, temos assistido ao aumento e proliferação das armas nucleares.


 


Segundo o Research Center for Nuclear Weapons Abolition at Nagasaki, havia, em Junho, cerca de 13.410 ogivas nucleares espalhadas pelo mundo, das quais a Rússia e os EUA possuem 90%.
A ameaça nuclear não é uma coisa do passado.


An atomic mushroom cloud billows over Hiroshima in 1945, right, and the aftereffects of the blast show a demolished city. The site of the now Hiroshima Peace Memorial Museum was largely spared since the blast came from directly overhead. (Photos by U.S. Army via the Hiroshima Peace Memorial Museum)

The atomic bomb cloud seen from Koyagi, Nagasaki, right, and the city's Urakami Cathedral soon after the atomic bombing. (Courtesy of the Nagasaki Atomic Bomb Museum)
Nikkei deputy editor Nozomu Ogawa and Nikkei staff photographers Yoshiyuki Tamai and Tomoki Mera contributed to this report.


A grande tragédia humana é que dependemos dos seres humanos -estes mesmos que fazem as guerras e lançam bombas terríveis só para ver como é o resultado- para sobrevivermos todos enquanto humanos.