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December 16, 2023

Transitoriedade

 


Não somos um país com grandes riquezas estéticas, culturais. Tirando os poetas. Fui à baixa aqui da cidade comprar papel de embrulho e umas velinhas tea light encarnadas. Tirando a Av. Luísa Todi e as suas redondezas próximas o resto é uma tristeza. Ontem era uma loja de meias hoje é uma loja com uma vaca à porta. Ontem era uma ourivesaria, hoje é uma loja do chinês. Ontem era uma sapataria fundada em 1935 hoje é uma loja de budas miniatura. Ontem era uma livraria hoje é uma loja do chinês. Lojas fechadas com as montras tapadas com papel. Não sei, mas de repente senti tudo tão transitório e... feio... senti necessidade de ver qualquer coisa bela e substancial e fui até à Sé, ali perto, onde não entrava há muito tempo e sentei-me lá a olhar os azulejos das paredes, as colunas pintadas, as madeiras em talha dourada, os tectos altos, a pedra do chão com os sulcos do passar dos séculos. O espaço dentro da Igreja é qualitativamente diferente do do exterior. Fiquei lá um pedaço só a olhar a intransitoriedade do Tempo Eterno e a esvaziar-me das ruas que passam. Tirei umas fotografias antes de sair.












July 17, 2022

April 24, 2022

Fui ao mercado e está tudo muito mais caro

 


Já há um mês que noto isto. O tio da J. (ex-aluna) que tem uma banca no mercado onde compro várias coisas, hoje cobrou-me uma quantia absurda pelas ervilhas descascadas. Ele sabe que adoro ervilhas frescas e que não tenho paciência para as descascar... Está tudo mais caro, excepto o meu salário que vai ter um aumento de 0, qualquer coisa, por cento...

Essas flores são da véspera de Domingo de Páscoa. Algumas ainda existem com bom aspecto. Comprei todos os alhos de Primavera da banca da dona A.

À volta vim de táxi. O senhor do táxi, que conheço muito bem, vinha a ouvir, Béla Bartók. Nice 🙂



May 04, 2021

É mais difícil pagar uma casa em Setúbal que em Milão

 


Entretanto, a tal fonte luminosa que foi parida no 25 de Abril, depois de quase um ano de obra que deve ter custado uma fortuna parece um tanque, não se vê porque fica num alto e o tanque tem paredes altíssimas e tem uma espécie de papagaio de papel (não será de papel) colorido à laia de escultura ou o que seja.

Há particulares com coragem, mas a Câmara não acompanha. Hoje passei de carro por uma zona da cidade, muito degradada, perto das docas de mercadorias. Tem uma fila de casas e pequenos armazéns num estado miserável. Duas das casas são casas antigas, ornamentadas com ferros e varandas Arte Nova. Uma delas está toda reconstruída. Está linda. Foi preciso coragem para reabilitar uma casa naquela zona. Pois uma das paredes laterais já está grafitada. Em Setúbal, de cada vez que alguém reabilita ou mesmo apenas pinta de novo uma casa ou prédio, no dia a seguir está toda porca com pseudo-graffitis de alto abaixo. A edilidade não tem nenhuma política para parar isto, o que seria um incentivo à reabilitação urbana. 

Executivo CDU contesta estudo que diz que Setúbal é a segunda cidade a Sul da Europa com maior taxa de esforço

por Maria Carolina Coelho


Portal Imobiliário Idealista afirma que o concelho sadino está apenas abaixo de Milão, em Itália, capital com os valores mais elevados

O Portal Imobiliário Idealista revelou recentemente um estudo onde afirma que Setúbal é a segunda cidade a Sul da Europa onde as famílias fazem um maior esforço para pagar a renda de casa, apenas ficando abaixo de Milão, que está nos 42,6%. De acordo com a análise, relativa a Março de 2021, a cidade sadina tem uma taxa de esforço de 40,6%, “valor superior registado, por exemplo, em Madrid/Espanha (36,3%) e Lisboa (35,8%)”.
(...)
A questão, levantada pelo vereador socialista Joel Marques no período antes da ordem do dia, tendo afirmado que é necessário “procurar por soluções”, uma vez que “o acesso à habitação não pode ser condicionado”, deixou a gestão CDU em protesto. O vice-presidente do município, Manuel Pisco, considerou mesmo “muito pouco provável essa situação”.

(...) o vereador das Obras Municipais, Carlos Rabaçal, explicou existirem dois problemas inerentes a esta questão. “Isto quer dizer duas coisas: que por um lado os rendimentos dos portugueses são baixos e que em Setúbal, durante décadas, não houve habitação pública”, afirmou.

Em seguida, referiu: “Está provado que a forma de baixar as rendas ou garantir taxas de esforço aceitáveis é através de renda acessível ou por renda apropriada às pessoas com maiores dificuldades”. No entanto, esclareceu que “não compete às autarquias investir nessa área” e que “neste momento o Governo percebeu que a aposta na habitação é uma aposta central”.