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October 07, 2025

Israel-Hamas war: What happened during the October 7 attack? [Part 4/8]




 



Não foram vítimas de guerra, foram alvos de planos de tortura, rapto e execução


O mundo à esquerda aplaudiu. 

 

Manhã de 7 de outubro de 2023

 


Türkü Avcı

@turkuinisrael

Meus queridos amigos judeus e israelitas,

O meu nome é Türkü Avcı. Nasci numa família muçulmana na Turquia. Vim para Israel em 2021 para estudar na universidade.

Até à manhã de 7 de outubro de 2023, o meu maior sonho era tornar-me comentarista desportiva. Embora estude ciências políticas, nunca quis trabalhar na política. Criar conteúdo para defender Israel era a última coisa que eu poderia imaginar fazer.

Mas naquela manhã acordei, como todos vocês, ao som de sirenes. Senti que o meu coração ia parar. Logo, comecei a ver os vídeos horríveis dos ataques brutais do Hamas. Corri imediatamente para o abrigo com os meus amigos.

E então fiz algo que nunca pensei que faria na minha vida. Sentei-me e, entre lágrimas, rezei pelos soldados das Forças de Defesa de Israel. Disse: «Deus, por favor, dê-lhes força para impedir que o Hamas chegue até nós». Naquele momento, só as Forças de Defesa de Israel podiam salvar-nos.

Passei por um trauma profundo. Durante um mês inteiro, vivi na escuridão, com as cortinas fechadas. Dormia com uma faca ao lado da cama. Até pintei o meu cabelo loiro de castanho, pensando: «Se o Hamas vier, talvez não acreditem que sou turca e me matem por pensarem que sou judia por causa do cabelo».

Mas o que me abalou ainda mais foi o dia 8 de outubro. Pensei: «Esta será a primeira guerra em que o mundo inteiro apoiará Israel». No entanto, vi pessoas a celebrar o sofrimento e a justificar o que tinha acontecido. Não consegui encontrar informações precisas em lado nenhum. O meu trauma chegou a um ponto em que o meu corpo começou a mostrar sinais físicos e apareceram-me feridas na pele.

Disse aos meus amigos israelitas: “Não entendo como vocês conseguem suportar as pessoas a dizerem essas coisas enquanto estão a passar por esse trauma. Eu não consigo suportar”. Eles responderam: “Somos judeus. Estamos acostumados”.

Não consigo expressar o quanto essa resposta me afectou profundamente.

A partir daquele momento, soube que tinha apenas uma escolha. Precisava fazer alguma coisa. O custo seria alto para mim, mas poderia dar esperança a outras pessoas.

Eu vivi o dia 7 de outubro com vocês. Isso mudou a minha vida, assim como mudou a vossa vida. Eu nunca mais serei a mesma Türkü. Mas, apesar de toda a pressão e ameaças, sempre terei orgulho de ter estado ao lado de vocês.

Am Yisrael Chai. 
(o povo de Israel vive)

Türkü Avcı.

7 de Outubro

 

O ataque do 7 de Outubro foi friamente planeado durante anos e preparado para ser lançado quando a oportunidade melhor capitalizasse a destruição de Israel. Acabou por ser lançado na véspera da assinatura de acordos entre Israel e a Arábia Saudita -ao que seguiriam outros- para normalizar as relações entre os judeus e os árabes.

Pese-se bem isto: os líderes do Hamas que são glorificados no Ocidente como heróis, desde os políticos aos intelectuais das universidades mais prestigiadas, planearam cuidadosamente a violação de centenas de raparigas e mulheres por gangs, com execução, muitas diante dos pais; as próprias mães violadas e executadas diante dos filhos e maridos; planearam queimar bebés vivos, a outros raptá-los para os torturar durante meses e depois matá-los em frente às mães; decapitar raparigas; matar pais em frente dos filhos; arrancar cabeças à machadada.

Dos vídeos que vi desse dia, houve dois que não consigo tirar da cabeça. Num deles, os palestinianos mataram os pais em frente de um bebé e de outro filho de 5 anos. Vê-se a criança completamente em choque. O terrorista pega nele, senta-o numa cadeira e diz-lhe, 'sim, aquilo não é um filme, aconteceu mesmo. Acabei de matar os teus pais. São eles ali mortos. E depois diz-lhe que não é mau e pergunta-lhe se quer um brinquedo ou se quer comer... ainda não consegui processar esta monstruosidade. No outro vêem-se tropas israelitas a aproximarem-se de um carro e ouve-se a voz de uma menina dizer, 'por favor não disparem, sou uma criança, tenho 5 anos e tenho um bebé ao colo. Estou sozinha, mataram a minha mãe que está ali à frente'. Quer dizer, deixaram a miúda com um bebé, depois de rebentarem a cabeça da mãe em frente dela. Não consigo processar isto e penso que as pessoas que o fizeram não são humanos como os outros. São uma classe de animais racionais que de racional pouco têm e são predadores inhumanos.

Um único acto destes por um tresloucado qualquer já seria repugnante e chocante, digno de um filme de terror, assinalado com uma marca para não ser visto por crianças e pessoas sensíveis, mas milhares de actos destes planeados por pessoas que calculam a morte do seu próprio povo (já os ouvi dizer, numa entrevista, que tinham calculado provocar 40.000 mártires), das suas crianças, para terem mártires e convencer o mundo a erradicar os judeus de Israel, é algo tão abominável que ultrapassa as palavras que podemos dizer. 

Chama-se fascista e sociopata a Trump por mandar prender crianças e deportá-las mas depois, os mesmos que o fazem, aplaudem e glorificam um movimento liderado por assassinos cruéis e inhumanos que sonham com o totalitarismo da sua religião destruir as democracias, a tolerância, os valores ocidentais e o laicismo ocidental para imporem a sua teocracia de morte e tortura com actos planeados de queimar bebés vivos. 

O Ocidente está tomado por uma cegueira mental que se recusa a ver a realidade. É que os terroristas nem sequer negam as suas intenções ou o fazem às escondidas. Não. Gabam-se publicamente de planearem o terrorismo para conquistar os intelectuais do Ocidente contra os judeus, contra os valores democráticos, contra a liberdade dos judeus existirem em Israel, contra a Ordem Internacional de Leis, contra os países que defendem os direitos das mulheres e dos gays, contra a alegria e a vida, para imporem as suas taras sexuais de morte. 

O que é que isto diz dos 'intelectuais' do Ocidente?

Neste vídeo, um membro do Hamas gaba-se de terem conseguido que a maioria dos estudantes de Harvard apoiem o Hamas e a Jihad Islâmica. E o pior é que é verdade! E os professores também! Completa decadência da civilização de valores do Ocidente. Uma vitória para os terroristas islâmicos e para os do eixo do Caos.


 

O dia 7 de Outubro expôs uma rede que já estava operacional

 

Quando o Hamas atacou Israel em 7 de outubro de 2023, a rapidez do alinhamento regional deixou pouca margem para ambiguidades. Em poucos dias, o Hezbollah abriu fogo na fronteira norte de Israel, milícias iraquianas atacaram posições dos EUA e os Houthis apoiados pelo Irão no Iémen começaram a atacar Israel e navios comerciais no Mar Vermelho.

O que os decisores políticos ocidentais há muito tratavam como actores isolados com queixas independentes revelou-se uma rede única e sincronizada — o Eixo da Resistência do Irão, ativado de forma repentina e inequívoca, com o apoio da Rússia e da China.

Foi a campanha da milícia Houthi que expôs essa colaboração de forma mais vívida. Para um grupo que opera a quase mil milhas de Gaza e é frequentemente descrito como autónomo de Teerão, os Houthis demonstraram capacidade militar nos seus ataques após o 7 de outubro que não poderiam adquirir por conta própria.

Durante anos, autoridades em Washington e nas capitais europeias trataram a milícia Houthi como um problema interno do Iémen, contido na guerra civil daquele país. O papel do Irão era por vezes reconhecido, mas consistentemente minimizado.

A política do Irão de negar o envolvimento com grupos como os Houthis tornou-se uma ficção conveniente que poupou os governos ocidentais de confrontar os interesses crescentes e desestabilizadores de Teerão na região.

Um sentimento de pensamento colectivo surgiu nos institutos políticos e no governo. Um relatório do International Crisis Group afirmou com confiança que «os houthis não são o Hezbollah e, apesar das suas simpatias publicamente expressas pela República Islâmica, não desenvolveram uma relação tão estreita com Teerão». Uma declaração de 2022 de um grupo de senadores norte-americanos que se opunham à redesignação dos Houthis como organização terrorista estrangeira não fez qualquer menção aos patronos iranianos do grupo. Qualquer sugestão — apesar das amplas evidências — de que a coordenação se estendia além de Teerão à Rússia e outras potências era tratada como teoria da conspiração.

Os ataques no Mar Vermelho destruíram essa ilusão. Não se tratava de gestos de solidariedade com os palestinianos nem de respostas emocionais aos acontecimentos em Gaza, mas sim de uma expressão de capacidades de longa data, posicionamento estratégico e um desenho deliberado da rede. A guerra de Gaza serviu como um gatilho, não como uma causa, activando um sistema regional construído precisamente para esse momento.

Desde os ataques a Israel, o governo dos EUA intensificou o escrutínio sobre o chamado «Eixo da Resistência», sancionando agentes Houthis por recrutarem civis iemenitas para lutar pela Rússia na Ucrânia sob falsos pretextos. Esse esquema canalizou dinheiro de volta para as operações militares do grupo e demonstrou a busca agressiva do Kremlin pelos seus interesses e meios para alcançá-los. O Departamento do Tesouro dos EUA também expôs uma rede mais ampla que movimentava dezenas de milhões de dólares em bens e armas russas através do Iémen.

Os navios da Guarda Revolucionária Iraniana forneceram informações de inteligência para os ataques da milícia Houthi contra embarcações que tinham desligado os seus identificadores.

Entretanto, em Abril de 2025 — muito depois do início dos ataques Houthi —, o Departamento de Estado finalmente acusou empresas chinesas de fornecer imagens de satélite aos Houthis, utilizadas para atacar embarcações no Mar Vermelho. 

A revelação veio tarde, sugerindo lacunas de informação ou relutância em confrontar o papel de Pequim em possibilitar os ataques.

O resultado de toda essa colaboração? Mais de 520 ataques no Mar Vermelho até meados de 2025. Uma redução de 90% no transporte de contentores pelo Mar Vermelho. US$ 1 trilhão em comércio interrompido e perturbações no Aeroporto Ben Gurion e no Porto de Eilat, em Israel.

Esta cooperação nefasta ocorreu à vista de todos. O que faltava não eram provas, mas sim a vontade e a capacidade de compreender as implicações.

Teerão, Moscovo e Pequim consideraram que era do seu interesse usar o caos como vantagem. 

Assim, esses Estados não estão a construir uma aliança no sentido tradicional, mas sim um sistema autoritário transnacional informal através da convergência de potências insatisfeitas com o objetivo comum de derrubar os princípios e regras que sustentam o sistema internacional vigente. Cada um reivindica uma esfera de influência que acredita ser injustamente negada pela ordem actual.

Apesar dos sinais claros de coordenação e dos protestos locais contra a influência iraniana, as análises ocidentais têm sido demasiado rápidas em descartar essa coordenação, considerando-a oportunista em vez de estrutural ou ideológica.

A lógica é que as tensões históricas, sejam elas disputas fronteiriças entre a China e a Rússia, divisões sectárias entre sunitas e xiitas ou interesses económicos divergentes, impedirão um alinhamento significativo.

Isso ignora o ponto fundamental: esses actores não precisam de unidade absoluta ou confiança profunda para se coordenarem contra um adversário comum. Precisam apenas de um alinhamento táctico e de espaço para apoio mútuo.

A coordenação estende-se por três teatros simultaneamente. A Coreia do Norte forneceu à Rússia tropas, 2,5 milhões de munições e mísseis balísticos para uso na Ucrânia. O Irão fornece à Rússia drones de combate, mísseis balísticos e assistência na fabricação para fábricas de drones russas. A China e a Rússia continuaram os exercícios navais conjuntos com o Irão no Golfo de Omã. O comércio bilateral entre a China e a Rússia ultrapassou US$ 240 bilhões em 2023, com a China substituindo a Arábia Saudita como o maior cliente de petróleo da Rússia.

Este alinhamento não é apenas logístico, é ideológico. A mesma rede que comercializa drones e petróleo também comercializa narrativas, usando cada ataque israelita para reforçar a sua postura como vanguarda da «resistência» e está fortemente investida na visão da Rússia de um mundo multipolar.

As operações militares de Israel em Gaza e Líbano -independentemente de como se julgue a sua necessidade ou proporcionalidade — impulsionam o recrutamento do Eixo. Os representantes de Teerão não precisam de fabricar queixas quando as acções israelitas lhes proporcionam isso. Isto cria um incentivo perverso: quanto mais Israel ataca, mais o Eixo se pode posicionar como «resistência», mesmo enquanto explora o sofrimento palestiniano para as suas próprias ambições regionais.

As democracias ocidentais não podem combater uma rede coordenada tratando cada crise separadamente. E não podem combatê-la retirando-se. 

O eixo autoritário (juntamente com o Eixo da Resistência complementar do Irão) oferece uma visão alternativa clara: esferas de influência, o poder faz a justiça, soberania sem responsabilização. 

O Ocidente precisa de oferecer algo melhor: um sistema baseado em valores, não apenas em transacções. O eixo autoritário oferece dinheiro e armas sem fazer perguntas; a vantagem do Ocidente é oferecer parcerias que realmente melhoram a governação e a vida das pessoas.

Isso significa permanecer envolvido, não como polícia mundial, mas como âncora de um sistema em que os países mais pequenos não são forçados a escolher entre a negligência americana e a coerção autoritária. Significa tornar a governação, a parceria económica e a cooperação em matéria de segurança mais atraentes do que o que Pequim, Moscovo e Teerão oferecem. Significa investir em instituições que funcionam, em aliados que importam, no trabalho paciente de construir alternativas à influência autoritária.

Mais fundamentalmente, significa reconhecer que recuar não é neutralidade, é ceder terreno. A rede não faz pausas. Não vai para casa. Cada espaço que o Ocidente abandona, alguém ocupa.

O dia 7 de outubro expôs uma rede que já estava operacional. A questão não é como gerir essa rede, mas sim se os EUA podem construir uma alternativa convincente. 

Isso não é apenas um desafio estratégico. É um teste para ver se conseguimos manter a paciência, a coerência e a confiança necessárias para uma competição medida em décadas, e não em ciclos noticiosos.

Combater a ascensão caótica de potências autoritárias e seus representantes no Médio Oriente e na Europa exige uma estratégia longa e coesa. Algo enraizado numa ideia maior do que o interesse próprio, uma vontade de moldar um mundo onde o poder autocrático seja contido não por slogans, mas por ações firmes e deliberadas em direcção a uma ordem melhor.


Fatima Abo Alasrar, fundadora do Ideology Machine Project e analista política sénior no Washington Center for Yemeni Studies.