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July 31, 2022

Seca: em Inglaterra estão alarmados

 


Inglaterra é o país da chuva... mas estão alarmados. E nós por cá? O que fazemos para captar a água das chuvas, reutilizar as águas, dessalinizar e distribuir melhor a água? Voltamos ao problema do abandono do interior do país e das monoculturas intensivas. O que fazem os nossos políticos e autarcas, para além de sonhar com malas de dinheiro?



Agir agora sobre o problema da água ou enfrentar um futuro de filas de emergência nas ruas, adverte o Reino Unido

Proibição de mangueiras e medição obrigatória da água necessária.

Entre os projectos em estudo estão uma série de novos reservatórios que poderiam ser construídos em diferentes partes do país e esquemas que permitiriam aos engenheiros transferir água do norte de Inglaterra, onde os abastecimentos não são estressados, para o sul. Estes implicariam utilizar o rio Severn e o canal da Grande União como condutas para água doce que aliviariam a situação no sul de Inglaterra, que tem sido mais afectada pela seca.

O não investimento agora significa, acrescentou, que mais do dobro terá de ser gasto na distribuição de água engarrafada aos residentes do Reino Unido por camião, à medida que as secas cada vez mais frequentes se apoderem da nação. "É preciso pagar por isso, de uma forma ou de outra".

Tom Bradshaw, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Agricultores, disse que era necessário mais investimento na irrigação da água, em reservatórios agrícolas e um melhor plano para gerir os recursos hídricos. "A falta de chuva significa que culturas como a beterraba sacarina e o milho estão a mostrar sinais de stress, enquanto que existem desafios para os agricultores que necessitam de irrigar vegetais e batatas dos campos. O clima seco também tem dificultado gravemente o crescimento da erva, o que pode atingir o abastecimento de ração para o Inverno".

January 22, 2022

Adivinhe se conseguir

 


Onde é isto e o que é? Um riacho? Não, isto é o Douro em seca, mais concretamente em Lamego, zona dos rios Varosa e Balsemão.

Porque e como é que isto não é notícia de abertura dos jornais e porque é que a questão da seca e dos recursos hídricos andou arredada da campanha eleitoral? 








October 04, 2021

Água - um problema urgente adiado...

 



Pelo Tejo abaixo vem água suja na quantidade que Espanha ordena


Espanha despejou biliões de litros de água a mais para o Tejo português, para produzir energia em massa de Março a Junho. Depois da abundância, nos últimos meses fechou as torneiras para o rio, comprometeu ecossistemas e a agricultura local, no Médio Tejo.

Entre Belver e Vila Velha de Ródão é visível o estado em que se encontra o Tejo: há um manto de algas que cobre o rio


Como é o negócio da energia

Para Paulo Constantino, o problema do Tejo continua a residir sempre “na gestão da água estar a ser feita só em prol do negócio da energia”.

“Primeiro que tudo com a conivência da EDP em Portugal e do Governo, que tudo permite a Espanha, baixando a cabeça e aceitando a água suja”, acusa Paulo Constantino.

A Iberdrola já está a ser investigada pelas autoridades espanholas, por esta manipulação, e Portugal exigiu igualmente justificações. Mas a EDP recebeu a água descarregada, nas barragens de Fratel e Belver, que lhe estão concessionadas, e também produziu grande quantidade de energia com a mesma massa de água despejada de Espanha, entre Março e Junho.

É com esta gestão da água, adianta o activista, “que se manipula o valor de mercado da energia”.

Nos meses de muito consumo energético, as empresas usam as reservas e produzem menos, assim podendo cobrar mais no mercado. “Em Março, quando o consumo desce, a Iberdrola despeja a maior parte da água que tem retida em Alcántara e Vale de Caña para produzir um grande volume de energia e voltar a armazenar”, explica Paulo Constantino. “Assim, no Verão, quando regressa a elevada procura, têm menos água, produzem menos, mas já têm armazenado e cobram alto pelo que têm.”

No resto do ano, o rio fica sujeito a receber apenas a quota mínima que a lei exige. Sete hectómetros cúbicos por semana, cerca de sete milhões de litros - pouco para manter os ecossistemas e o regadio. O que em ano de muita chuva leva a casos injustificados como o que tem estado a acontecer no vale de Abrantes: agricultores sujeitos a uma seca artificial de torneira fechada em Espanha.

A água que Espanha nos envia todos os anos representa 60% do caudal do Tejo internacional e “corresponde a muita energia gerada”. Aliás, no total, entre Espanha e Portugal, 65% do total de toda a água do Tejo é usada para gerar energia. O restante é utilizado para consumo humano e para a agricultura. Não é muito, “se for tida em conta a quantidade de água que se evapora”.

Tejo e populações ficam agora dependentes da “água extra” das chuvas para que consigam manter-se - água que não fica por muito tempo, diz Paulo Constantino, “porque 70% evapora-se”.

Sem caudal ecológico há 12 anos

O plano ideal para garantir a sobrevivência do Tejo e dos seus ecossistemas seria que a definição e obrigação por lei de caudal ecológico já tivesse sido aprovada - afinal, estava prevista quando a Convenção de Albufeira foi estabelecida, em 1998. Dez anos depois, Portugal e Espanha reuniram-se e aprofundaram o acordo num protocolo de revisão e até “aperfeiçoaram a definição do regime de caudais”, segundo a Agência Portuguesa do Ambiente.

Dessa revisão surgiu um limite mínimo de despejo de águas por semana que as barragens de Espanha deveriam fazer para Portugal, os sete hectómetros cúbicos por semana - volume que “será o suficiente para nos manter a gerar o mínimo de energia de que precisamos, mas insuficiente para o regadio de todas as culturas que dependem do Tejo e garantia de sobrevivência dos ecossistemas”, explica Paulo Constantino. Se esse limite fosse claramente definido, “seria o caudal ecológico que nunca foi respeitado nos últimos 12 anos”. Ficaria também garantida a “qualidade da água, evitando-se fenómenos como aquele a temos assistido nas últimas semanas”.

O que impede que estes caudais sejam aprovados? “A quem interessaria manter os caudais ecológicos? Às hidroeléctricas de Espanha, e Portugal é que não”, contrapõe Paulo Constantino.

Nesse caso, haverá um acordo entre ambos os governos, com as empresas geradoras de energia? Existe, diz o activista, “ganância dos dois lados para maximizar o lucro, independentemente dos danos causados à natureza”.

Ana Martins Ventura

December 14, 2020

Sinais do [mau] tempo

 


Água vai ser negociada em Wall Street: o valor da escassez

Este é um momento histórico, é a primeira vez que a água se negoceia em 'contratos futuros' em Wall Street, um sinal claro do medo de escassez da água.

May 15, 2020

Acerca do desperdício de água


Uma curta-metragem - chama-se Aquametragem, realizada por Marina Lobo, venceu o prémio da categoria “Proteger o nosso planeta”, no Festival de Filmes ODSs em Ação, da Organização das Nações Unidas.