O trabalho da DT é um trabalho fundamental, mas como é invisível, na maioria do tempo, ninguém se apercebe a não ser os próprios e aqueles que já andam há muitos anos 'a virar frangos', como se diz por aí. Sobretudo em anos de transição de ciclo, onde tantos alunos se perdem, o trabalho de um bom DT faz uma diferença abissal.
Dantes era um trabalho menos exigente mas nos dias que correm, com as solicitações exteriores dos alunos, com os encarregados de educação em modo de ansiedade constante (quando não em modo de ataque) e com a falta de professores e a consequente entrada de pessoas sem nenhuma formação para leccionar, o trabalho tornou-se pesado e muito exigente.
Um bom DT tem uma atitude positiva e mantém todos os actores em equilíbrio e em paz para que nas aulas se possam criar situações de aprendizagem frutíferas. Isso implica antecipar problemas, constantemente gerir conflitos, estar por dentro da legislação, saber quem são as pessoas dentro da escola que podem ajudar cada aluno consoante a especificidade do seu problema, perceber se há conflitos dentro da turma e resolvê-los antes de se estragar o ambiente de trabalho, estar constantemente em contacto com os pais, transmitir optimismo dentro das exigências do estudo, responder a problemas que surjam, saber lidar com os EE que tentam sabotar um ou outro professor (o que deixou de ser uma raridade), lidar com os colegas, decidir o que levar ao CT e o que resolver no silêncio para não perturbar um bom clima de trabalho e, acima de tudo, criar um clima de confiança na turma, de maneira que os alunos saibam e sintam que estão em segurança e podem falar com o DT de qualquer problema ou necessidade.
É um trabalho invisível mas fundamental. Muitos professores não percebem isso, assim como não percebem a importância de colaborar com os DT e pensam que umas turmas terem um ambiente de trabalho positivo e outras estarem cheias de problemas não resolvidos é uma questão de sorte. Isto acontece porque o trabalho do DT é invisível para os olhos inexperientes. E não é valorizado nem reconhecido.
Por conseguinte, pela parte que me toca, obrigada Filipa Chasqueira!
Jornal Sol
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