February 27, 2024

Falta de professores agrava-se - continuem com estas políticas que vão bem





1. Aumento do número de diplomados não compensa saída de professores que se reformam.

2. Em 2021/2022, 1682 estudantes concluíram os cursos que conferem habilitação para a docência (mais 151 do que no ano anterior), mas a quantidade de professores que se aposentou nesse ano foi de 2206.

3. Há 150 648 docentes, distribuídos pelos diferentes níveis/ciclos de educação e ensino e pelas diferentes regiões do país - não são suficientes para garantir professores para todos os alunos.

4. Há cada vez mais professores a transitarem do sector privado para o público - menos 1864 docentes no privado.

5. Já há escola privadas com falta de professores e mesmo assim essas transferências não chegam para haver professores para todos na escola pública.

6. Em 2021/2022, houve cursos onde o número de diplomados diminuiu comparativamente com o ano anterior e outros em que não houve um único diplomado: Português e Línguas Estrangeiras - especialidades de Alemão, Francês ou Espanhol; Ensino de Inglês e de Espanhol no 3.º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário; Ensino e Divulgação das Ciências. Dados que “poderão vir a condicionar a lecionação e aprendizagem de línguas estrangeiras”. 

7. Lisboa e Algarve já não são as únicas zonas do País com dificuldade de colocação de professores. O Norte é a região onde existem mais alunos sem aulas. 

8. Número de docentes com mais de 50 anos aumentou: fixam-se entre os 56,5% e 59%. A média da OCDE é: 34%. 35 075 docentes têm 60 anos, ou mais, o que significa que 27,7% dos professores podem sair do sistema educativo, num curto espaço de tempo.

9. É necessário “recrutar 34 508 novos docentes em Portugal Continental (...), o que corresponde a uma média de 3451 novos docentes contratados em cada ano letivo”.

10. Em 2021/2022, 79 796 alunos estrangeiros de 235 países/categorias de países frequentavam o ensino básico em Portugal continental. Um acréscimo de 13 993 relativamente ao ano letivo anterior. Estes representam 9,3% dos alunos que frequentavam o ensino básico. Os estudantes ucranianos mais do que duplicaram num ano, representando 6,3% dos alunos estrangeiros no nosso País. A comunidade brasileira continua a ser a mais representada (44,6%) com um aumento de 2,2% face ao ano anterior. 

11. Segundo o estudo do CNE, apesar de ter aumentado o número de alunos estrangeiros, muitos não frequentam a disciplina de Português Língua Não Materna (PLNM).

12. O ano letivo 2021/2022 registou um aumento nas taxas de conclusão na educação básica e secundária. No ensino básico, a taxa de conclusão é de 96% e no ensino secundário é de 91%.

13. O CNE analisou os resultados da avaliação interna (provas de aferição e exames nacionais) e externa (testes PISA) e concluiu que os alunos evidenciam “maior dificuldade em realizar tarefas com um nível de complexidade superior e de alta literacia”. “Raciocinar e criar, lidar com conceitos abstratos, comparar e avaliar estratégias são processos em que é maior o número de crianças e jovens que ficam aquém do desempenho esperado para o seu nível de escolaridade”, pode ler-se no documento.

dnot@dn.pt

(em suma: não há professores e a tendência é para piorar muito porque ninguém quer ser professor; em breve o ensino privado não vai conseguir manter professores para ter as portas abertas; os alunos passam todos mas sem ter aprendido nada que ultrapasse as competências simplex mínimas abaixo do seu nível de escolaridade; cada vez há mais alunos estrangeiros mas não têm acesso a aprender português)

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