February 01, 2024

Estão a pagar o que compraram




Quantos anos tivemos (e continuamos a ter) que ouvir os professores universitários a apoiar a Lurdes Rodrigues na instigação dos pais contra os professores: queixem-se, queixem-se, queixem-se. Não confiem nos professores. Os professores não são de confiança, não prestam, etc. 
Era uma moda internacional, nem sequer foram originais.
Quantos anos andamos nós a explicar o b,a,ba óbvio da consequência dessas políticas: a destruição da confiança no mérito da educação, a transformação da educação numa mera certificação, a infantilização dos alunos e a queixa de professores como estratégia de conseguir destaque para os filhos? 
Há quantos anos este ministro incompetente está no ME a legislar a vitimização e infantilização dos alunos e a demonização dos professores, com o apoio dos  universitários?
Quantos anos andamos nós a avisar que este padrão chegaria às universidades? Pois, já chegou e as universidades estão a pagar o que compraram. Não me consola, ter visto isto com anos de antecedência. Aliás, como tantos professores das universidades se têm em excesso de elevada estima, agora devem dizer que a culpa desta situação é nossa porque ainda agora os professores universitários se referem aos professores das escolas como serem inferiores ou desprezíveis. 
Continuem por esse caminho que vão bem...



Caramba, isto parece o liceu, estão sempre irrequietos”: universidades queixam-se da imaturidade dos alunos e da interferência dos pais

Professores universitários queixam-se de uma interferência cada vez maior de pais na vida académica dos estudantes. Especialistas alertam para a progressiva diminuição da autonomia e aumento da imaturidade dos jovens

Na semana passada, a coordenadora da licenciatura em Ciências da Comunicação da Universidade Nova de Lisboa mandou aos 383 estudantes do curso um e-mail taxativo: “Mensagens enviadas por pais de alunos não terão resposta.” 

O objetivo foi travar a interferência das famílias na vida académica dos jovens, que Marisa Torres da Silva garante ser cada vez maior. “Os contactos por parte de pais, que antes não existiam, estão a tornar-se comuns. Os exemplos sucedem-se. 

O pai de uma aluna mandou um e-mail a refilar por causa de uma nota. Outro queixou-se a todos os órgãos da faculdade porque a filha não tinha vaga numa disciplina opcional. Uma mãe escreveu a reclamar por não ter sido dada equivalência ao filho numa determinada cadeira”, enumera. 

Perante a multiplicação dos casos, a professora optou agora por impor limites à comunicação. “Sentimos necessidade de deixar claro que, por princípio, não respondemos a pais. Os alunos são maiores de idade e não devem ser infantilizados. Não alinhamos numa dinâmica que contribua para lhes retirar autonomia e maturidade.”

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