August 08, 2023

Ariosto e Doré


Orlando, valoroso guerreiro, enlouqueceu de amor por Angélica e ficou furioso. Agora vagueia pela Terra destruindo tudo. A esperança de Carlos Magno é encontrar uma cura para a sua loucura.

Rinaldo ao sarraceno, desdenhoso,
gritou: — Desce, ladrão, do meu cavalo!
Tirarem-me o que é meu, deixar não ouso,
e a quem o quer faço caro pagá-lo;
nem contigo a esta dama dou pouso:
deixar-ta, seria grande resvalo.
Corcel tão bom, dama de tal cariz,
com um ladrão julgo que não condiz. —
— Estás a mentir ao chamar-me ladrão
(disse o outro, não menos sobranceiro);

      - Orlando Furioso de Loduvico Ariosto

- Carlos Fiolhais escreveu, há uns anos, um excelente artigo aquando da publicação da obra, Orlando Furioso, contado por Italo Calvino, pela editora Cavalo de Ferro. O artigo de Fiolhais pode ser lido aqui: ariosto-calvino. A própria obra referida pode ser lida aqui: storage/books/.pdf


Ilustração para «Orlando Furioso», Ruggiero e o Hipogrifo - Gustave Doré, 1879


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