Nomeadamente da raça de governantes que anda há anos a destruir os serviços públicos:
João Costa foi esta semana ao Parlamento tentar explicar que neste ano lectivo o Governo melhorou o estado da educação: temos turmas mais pequenas, disse, mais psicólogos, mais escolas requalificadas, um modelo de manuais escolares gratuitos e um sem-número de outras melhorias.
Andreia Sanches in Não, este ano lectivo não correu bem
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O ministro João Costa foi ao Parlamento dizer que temos um sem-número de melhorias na educação, mas não diz quais são porque não existem. Falou nas turmas, em psicólogos e manuais gratuitos. Os manuais gratuitos são um pau de dois bicos e não uma melhoria como o título parece indicar; turmas mais pequenas...? Não sei de nada... Seja como for, esqueceu-se do elefante no meio da sala: NÃO TEMOS PROFESSORES. Todos os anos se reformam milhares e ninguém os substitui.
Quanto ao sem-número de melhorias na educação: ontem num conselho de turma dois professores disseram que se reformam no próximo ano lectivo, no início do ano. Mais turmas que vão ficar sem professores.
Ontem tive duas reuniões de avaliação. Numa delas, um aluno do 11º ano que veio de um país da UE ainda espera desde Setembro passado que o ME lhe dê equivalência às classificações do 10º ano que traz desse país. O resultado foi um imenso tempo perdido porque o programa, não tendo as notas do 10º ano, não faz a média da classificação final da disciplina e a pauta não sai completa. Calculo que seja uma das melhorias da educação.
Outra melhoria da educação: há um professor na escola para tratar de todos os computadores da escola, que são de 1900 e troca o passo e estão sempre a avariar.
Outra melhoria da educação: não há funcionários. Aliás, é por isso que as greves têm tido estes resultados. Como cada funcionário tem que que fazer várias funções, que basta que três ou quatro façam greve e os serviços essenciais como o bar, a papelaria, a recepção, etc., ficam logo fechados.
Outra melhoria da educação: havia 8000 professores em situação precária. O ministro, em vez de resolver o problema desses 8000 mil professores, resolveu impor a igualdade e alargou a instabilidade a 140 mil, que são todos os professores. Agora, qualquer grupo de diretores pode mandar qualquer professor, ir dar aulas para longe de casa. É mais uma melhoria que há-de atrair gente para a profissão.
É preciso instaurar o dia do 'desorgulho' da raça' de governantes que temos.
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