É tempo de se avaliar o que foi feito pelo Ministério da Educação nos últimos sete anos. Além de todo o caos instalado nas escolas, com greves e manifestações que se repetem de mês para mês, está à vista de todos, com a chancela destes estudos internacionais, que a teimosia e o experimentalismo levado a cabo pela tutela prejudicaram os alunos portugueses. E esta é apenas a ponta do iceberg.
Bem sei da dificuldade do atual Governo em assumir responsabilidades pelas opções que toma, mas chegou a altura de o Ministério da Educação prestar contas pelas opções realizadas nos últimos anos que se demonstram lesivas para a Escola e para os alunos portugueses.
Foram conhecidos esta semana os resultados de mais um estudo internacional que demonstrou que os alunos portugueses pioraram face a 2016. Em causa estão os resultados do PIRLS 2021, um estudo internacional que avalia a leitura dos alunos do 4.º ano. Da análise dos resultados extrai-se a conclusão que os alunos pioraram neste período. Porém, o que resulta de uma séria e cuidada análise destes resultados contou com uma inaceitável tentativa do Ministério da Educação de construir uma outra narrativa em que os alunos portugueses estariam, afinal, a melhorar. Infelizmente para o país a narrativa oficial era mesmo ficção.
O ministro da Educação marcou uma conferência de imprensa, onde, sem revelar os resultados integrais do estudo realizado, se mostrou surpreendido com aquela que seria uma aparente melhoria dos alunos portugueses. Contudo, ou o ministro da Educação fez uma leitura enviesada do estudo de forma acidental, o que é pouco provável, ou pretendeu deliberadamente enganar as pessoas, como se mais ninguém fosse, de facto, ler e interpretar corretamente os resultados do estudo.
Vamos aos factos. Neste estudo, 25% dos alunos realizaram provas em papel e 75% em suporte digital. O Ministério da Educação entendeu que devia olhar apenas para os resultados dos alunos que realizaram a prova em papel e, dessa forma, congratular-se com a melhoria. Porém, se considerarmos o universo total dos alunos que participaram neste estudo, não há motivos para felicitações, nem congratulações: os alunos portugueses estão piores do que estavam no último estudo realizado em 2016.
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